Francisca Van Dunem lamenta queda dos acordos de sentença na estratégia anticorrupção

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

A ministra da Justiça lamentou a exclusão dos acordos de sentença na estratégia nacional anticorrupção aprovada no parlamento, mas vincou a sua convicção de que será encontrada uma resposta no futuro.

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, voltou a lamentar a exclusão dos acordos de sentença na estratégia nacional anticorrupção aprovada no parlamento, mas vincou a sua convicção de que será encontrada uma resposta no futuro.

“O parlamento aprovou a generalidade das medidas, com exceção da dispensa da pena e dos acordos. Tenho pena, mas estou convencida de que a prazo encontraremos qualquer resposta para a fase de julgamento”, afirmou a governante num discurso no colóquio dedicado ao Dia Internacional de Combate à Corrupção, na sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa.

Sublinhando que o combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira enfrenta “um mundo com enormes poderes”, Francisca Van Dunem lembrou a sua experiência enquanto Procuradora-Geral Distrital de Lisboa face a um caso de prescrições falsas de exames complementares de diagnóstico para obtenção de verbas, no qual a fase de julgamento levou à repetição de diligências que seriam desnecessárias se houvesse esse enquadramento legal.

Quem julga vai precisar que se volte a produzir toda a prova. Acontece por vezes que temos situações em que o agente chega ao julgamento e ele próprio, no conhecimento da prova e das declarações das testemunhas já plasmadas no processo, confessa”, referiu Francisca Van Dunem, salientando que o executivo queria “ir mais longe” nesta área: “Os acordos sobre sentenças facilitariam imenso alguns processos”.

Perante o primeiro-ministro, António Costa, a procuradora-geral da República, Lucília Gago, e o diretor nacional da PJ, Luís Neves, a ministra realçou ainda a necessidade de “respostas que adiram à realidade” e defendeu a separação de processos quando tal for possível, para evitar que “um agente que praticou um milhão de crimes ao longo da vida” só veja uma decisão quando a investigação tiver abordado toda essa atividade.

A este nível, Francisca Van Dunem exemplificou com o caso BPP, em que “houve efetivamente da parte dos magistrados a preocupação de separar situações” e reforçou a necessidade de máximo rigor para garantir que são alcançadas respostas.

“Há um momento em que a separação pode gerar problemas de compreensão do fenómeno na sua globalidade, mas temos de ter o máximo rigor. A extensão do processo e da investigação e a forma como é feita – quase arqueológica e, por vezes, excessiva – conduzem, na prática, à falência de resultados. Não tenhamos ilusões: essa é a perceção pública que existe hoje a respeito da resposta judiciária. E essa perceção é profundamente injusta”, frisou.

E resumiu: “Não basta esclarecer no inquérito. Importa que haja julgamentos, independentemente da decisão, e que o julgamento se faça em condições que permitam, efetivamente, ao julgador conhecer as matérias que está a julgar”.

Finalmente, a titular da pasta da Justiça – que acumula agora também com a Administração Interna – enfatizou que “o sucesso da investigação criminal, em particular na criminalidade económico financeira, resulta de uma combinação equilibrada de meios e métodos”, indicando que os meios do Ministério Público (MP) estão, essencialmente, na PJ, que deve colocar “todos os recursos disponíveis” ao serviço do MP.

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Paulo Teixeira é o novo bastonário da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução

A lista B, de Paulo Teixeira e Aventino Lima, venceu as eleições da OSAE com 1.410 votos. A lista A, de José Carlos Resende e Armando Oliveira, contabilizou apenas 1.201 votos.

Paulo Teixeira é o novo bastonário da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE) com 54% dos votos, sucedendo José Carlos Resende que estava no cargo desde a fundação do mesmo. Aventino Lima foi eleito presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Os solicitadores e agentes de execução estiveram a votos no passado dia 7 de dezembro e no total foram contabilizados 2.756 votos. A lista B, de Paulo Teixeira e Aventino Lima, contabilizou 1.410 votos e a lista A, de José Carlos Resende e Armando Oliveira, 1.201 votos.

Já relativamente ao Conselho Superior, a lista vencedora foi a B, representada por Fernando Rodrigues com 1.511 votos. A lista A, de Brás Duarte, contabilizou 1.054 votos. Delfim Costa (lista B) vai liderar o Conselho Profissional do Colégio de Solicitadores, tendo ganho com 1.380 votos. A lista A, de Rui Miguel Simões, contabilizou apenas 1.019 votos.

Por nove votos, Duarte Pinto foi eleito para Conselho Profissional do Colégio dos Agentes de Execução (406 votos), deixando para trás com 397 votos o adversário da lista A, Jacinto Neto.

Por fim, a lista B voltou a ganhar no Conselho Fiscal. Lídia Coelho da Silva vai assim liderar este órgão, vencendo com 1.411 votos. A lista A, representada por Ana Paula Jácome, somou 1.121 votos.

Já relativamente aos Conselhos Regionais, em Lisboa a vencedora foi Débora Riobom dos Santos, no Porto o vencedor foi Nicolau Vieira, e em Coimbra Anabela Veloso.

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Há mais 40 surtos ativos nas escolas do que há uma semana

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

As autoridades de saúde registavam no início da semana um total de 614 surtos ativos de Covid-19, a maioria em escolas, que contam com mais 40 surtos do que na semana passada.

As autoridades de saúde registavam no início da semana um total de 614 surtos ativos de Covid-19, a maioria em escolas, que contam com mais 40 surtos do que na semana passada, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

Os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) disponibilizados à Lusa indicam que estes 614 surtos ativos contrastam com o máximo de surtos ativos atingidos no país em fevereiro, quando foram contabilizados 921.

No início da semana (06 de dezembro) estavam registados 378 surtos ativos em estabelecimentos de educação e ensino dos setores público e privado – escolas, ensino superior, creches e demais equipamentos sociais, com 3.082 casos de Covid-19 acumulados, que dizem respeito a alunos, profissionais e coabitantes, “parte dos quais já estarão recuperados”, acrescenta a DGS.

Na mesma data estavam contabilizados 39 surtos em lares (44 uma semana antes), 378 (mais 40) em escolas (públicas e privadas) e 15 em instituições de saúde (menos um).

Segundo a DGS, os 39 surtos registados em lares de idosos (ERPI) abrangem 543 casos de Covid-19, parte dos quais já estarão igualmente recuperados.

Em fevereiro, Portugal registou o maior número de surtos ativos em lares de idosos, com 405, correspondendo a cerca de 12 mil infetados.

“A diminuição drástica neste contexto demonstra a importância que a vacinação tem tido no controlo da pandemia e na proteção da população mais vulnerável”, sublinha a DGS.

A autoridade de saúde dá ainda conta de 15 surtos em instituições de saúde no início desta semana, com 156 casos de infeção confirmados.

Do total de surtos ativos no início da semana, a maioria (313) localiza-se na área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), seguida da ARS Norte (151), ARS centro (87) e ARS Algarve (35). Na ARS do Alentejo registavam-se 28 surtos ativos.

Um surto ativo é constituído por dois ou mais casos confirmados com ligação epidemiológica entre si no tempo e no espaço. Só depois de terem decorrido 28 dias após a data do diagnóstico do último caso confirmado (dois períodos de incubação sem novos casos) o surto é dado como encerrado.

O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 1.177.706 pessoas e provocou, desde o início da pandemia, 18.587 mortes, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

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35% das empresas portuguesas usam serviços “cloud”

Dados do Eurostat divulgados esta quinta-feira mostram que, em 2021, o uso de serviços "cloud" pelas empresas portuguesas cresceu seis pontos percentuais, para 35%.

A percentagem de empresas portuguesas com acesso à internet que usam serviços cloud aumentou de 29% em 2020 para 35% em 2021, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat.

Este indicador também cresceu para o conjunto das empresas europeias, passando de 36% em 2020 para 42% em 2021, mais do dobro do valor registado em 2016 (19%).

“Em 2021, 98% das empresas europeias com 10 ou mais trabalhadores dispunham de acesso a este tipo de serviços”, avançou o Eurostat num comunicado. Os serviços cloud dão às empresas o acesso a infraestrutura tecnológica mantida por terceiros, de que são exemplos a Amazon Web Services, a Google Cloud e o Microsoft Azure.

Bar graph: Use of cloud computing in enterprises in 2021, as a % of the enterprises with internet access, in the EU and EFTA countries

Embora o número de empresas com acesso à internet esteja em valores elevados e equilibrados entre todos os Estados-membros, o uso de serviços cloud registou uma variação significativa entre os mesmos. Suécia e Finlândia verificaram uma adesão de 75%, os Países Baixos e Dinamarca de 65%, e a Roménia e a Bulgária de 14% e 13%, respetivamente.

Dentro do grupo de empresas utilizadoras de serviços cloud, 78% admitiu o uso para armazenamento de email, 68% para armazenamento de ficheiros e 61% para programas de processamento de texto e dados. Os outros usos mencionados incluem programas de segurança, de serviço de finanças e contabilidade, de relacionamento com o cliente e planificação de recursos empresariais.

Web: Use of cloud computing services in EU enterprises in 2021, by type of service, as a % of enterprises using the cloud

A cloud tem sido uma tendência da tecnologia que tem revolucionado a forma como algumas empresas operam. Ao invés de terem de manter servidores nas suas instalações, estas passaram a poder contratar soluções elásticas e escaláveis a grandes fornecedoras, escapando a custos elevados com a manutenção dos servidores.

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Eletrodomésticos velhos para deitar no lixo? Lisboa agora vai a sua casa buscá-los os reciclar

O novo serviço da autarquia está ativo em 13 freguesias. Entre julho e novembro foram recolhidas 20 toneladas de grandes eletrodomésticos num total de 252 recolhas. Em novembro foram seis toneladas.

A partir de agora, e em 13 freguesias do município de Lisboa — Ajuda, Alcântara, Alvalade, Areeiro, Arroios, Avenidas Novas, Beato, Belém, Campolide, Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santo António — os habitantes contam com um serviço gratuito de recolha porta-a-porta de grandes eletrodomésticos. A grande diferença é que agora o projeto propõe-se a recolher grandes eletrodomésticos e outros equipamentos elétricos volumoso diretamente da casa das pessoas, “quer estejam na cozinha ou na garagem”.

Tudo começou com um projeto-piloto desenvolvido pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Electrão, que começou em julho em apenas em três freguesias, e “foi alargado a mais dez entre setembro e dezembro, para abranger novas áreas do município, dada a elevada adesão que está a registar”, disse a autarquia em comunicado.

Feitas as primeiras contas, dizem os responsáveis do projeto, entre julho e novembro foram recolhidas cerca de 20 toneladas de grandes eletrodomésticos o que envolveu um total de 252 recolhas. Só no mês de novembro foi possível recolher seis toneladas. Durante este período registaram-se 97 pedidos de recolha, revelam.

Para isso, os residentes nestas 13 freguesias podem solicitar a recolha através do número 808 20 32 32 da CML. A equipa de recolha assegura a movimentação do equipamento entre a casa, arrecadação ou garagem, até ao veículo de transporte, bem como o seu correto encaminhamento para reciclagem.

“O pedido só pode ser feito se existir um grande equipamento elétrico para recolha, mas confirmamos sempre se o munícipe tem outros equipamentos fora de uso, como pequenos eletrodomésticos, lâmpadas ou pilhas para recolha, de forma a aproveitar sinergias. Também estamos a sinalizar equipamentos que ainda estão a funcionar para entregar a instituições promovendo a reutilização e aliando-a a uma causa social”, revela o diretor-geral do Electrão, Pedro Nazareth.

Esta solução visa também dar resposta à problemática que constitui o mercado paralelo. Muitos equipamentos elétricos de grandes dimensões, que são colocados na via pública para serem transportados pelos serviços municipais, acabam por ser desviados do circuito oficial antes da chegada da viatura da autarquia.

Este serviço pretende ainda colmatar algumas lacunas que se verificam ao nível da logística inversa, ou seja, a recolha de um equipamento usado quando se efetua a compra de um novo.

O projeto piloto quer assim garantir que os equipamentos elétricos recolhidos, alguns dos quais com materiais perigosos, sejam encaminhados para reciclagem em unidades licenciadas para o efeito, contribuindo para a salvaguarda da saúde e ambiente e para o cumprimento das metas nacionais de recolha a que Portugal está obrigado.

De acordo com a Câmara Municipal de Lisboa, entre 2018 e 2020 aumentou a quantidade de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos) encaminhados para destino final, passando de 245,74 toneladas para 438,09. Nos primeiros seis meses deste ano já recolheu 194,65.

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Presidente da República vai condecorar Angela Merkel

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

Marcelo Rebelo de Sousa saudou Olaf Scholz, o novo chanceler da Alemanha, anunciando também que vai condecorar a chanceler cessante, Angela Merkel.

O Presidente da República vai condecorar a ex-chanceler alemã Angela Merkel com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, habitualmente apenas concedido a chefes de Estado, “pela sua extraordinária contribuição para a União Europeia”.

Um dia depois de Angela Merkel ter deixado a chefia do Governo da Alemanha, ao fim de 16 anos, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que decidiu atribuir-lhe o mais alto grau da Ordem do Infante D. Henrique “pela sua extraordinária contribuição para a União Europeia, desbravando novos caminhos de construção de solidariedade, bem-estar e diálogo entre os Estados-membros, para o bem dos povos da Europa e para além, num quadro de multilateralismo ativo”.

Na mesma nota, publicada no site da Presidência da República, o chefe de Estado português “aproveita ainda para saudar o novo chanceler Olaf Scholz e o novo Governo alemão, desejando a continuação das excelentes relações com Portugal”.

O social-democrata Olaf Scholz, eleito chanceler da Alemanha na quarta-feira pelo parlamento federal alemão, irá governar em coligação com os Verdes e os liberais do FDP.

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Legislação portuguesa para trabalhadores temporários poderá contradizer diretiva europeia

A legislação portuguesa referente ao trabalho temporário poderá opor-se a uma diretiva europeia, nomeadamente devido ao princípio da igualdade.

A legislação portuguesa referente aos direitos dos trabalhadores temporários, nomeadamente quanto à compensação por férias não gozadas, poderá opor-se ao princípio da igualdade de tratamento consagrado na diretiva europeia do trabalho temporário, segundo defende um dos advogados-gerais que aconselham o Tribunal de Justiça da União Europeia. O responsável italiano argumenta que os trabalhadores temporários devem receber o mesmo tratamento face aos que são contratados diretamente.

Em causa está o caso de dois trabalhadores com um contrato de trabalho temporário com a empresa Luso Temp, que foram cedidos a uma sociedade. Na cessação dos contratos de trabalho, dois anos depois, os trabalhadores intentaram uma ação no Tribunal Judicial da Comarca de Braga, Juízo do Trabalho de Barcelos, para obterem o pagamento dos montantes devidos a título de retribuição das férias e do subsídio de férias pelo período durante o qual prestaram trabalho na dependência da Luso Temp no âmbito dos referidos contratos de trabalho temporário.

Os trabalhadores argumentam com o regime geral de férias previsto no Código do Trabalho português, enquanto a Luso Temp defende que se deve aplicar o regime especial para os contratos de trabalho temporário previsto no Código do Trabalho, segundo o qual cada um dos trabalhadores tem apenas direito a um período de férias (e ao respetivo subsídio de férias anuais) proporcional à duração dos respetivos contratos, num total de quarenta e quatro dias de férias pagas correspondentes a dois anos de trabalho prestado.

Perante este caso, o tribunal português concluiu que pode existir uma contradição entre o regime especial do Código do Trabalho e a diretiva comunitária, já que o direito português introduz uma diferença de tratamento entre os trabalhadores que foram cedidos a uma empresa utilizadora e aqueles que foram contratados diretamente pela empresa utilizadora. O órgão pediu, por isso, ao Tribunal de Justiça para esclarecer se o princípio da igualdade de tratamento consagrado na diretiva relativa ao trabalho temporário se opõe à disposição nacional.

O advogado-geral italiano, Giovanni Pitruzzella, que propõe soluções ao Tribunal de Justiça da União Europeia, defende que este deve responder, num futuro acórdão, que a diretiva se opõe a uma disposição legislativa de um Estado-membro. Isto já que o princípio da igualdade de tratamento impõe, também a respeito do instituto da compensação por férias não gozadas no momento da cessação da relação de trabalho, que um trabalhador temporário, durante o período da sua cedência à empresa utilizadora, receba o mesmo tratamento que seria aplicável a um trabalhador contratado diretamente pela empresa utilizadora que exerça as mesmas funções.

Tendo em conta as finalidades da diretiva e os objetivos de proteção dos trabalhadores precários, bem como o contexto em que a diretiva é desenvolvida, a natureza de direito fundamental das férias e das compensações financeiras a ele associadas e ainda a interpretação pelo Tribunal de Justiça de disposições análogas em matéria de igualdade de tratamento de trabalhadores precários, o advogado argumenta que se devem incluir as compensações devidas ao trabalhador temporário no momento da cessação do contrato de trabalho pelas férias não gozadas durante a vigência da relação laboral, calculadas com a mesma metodologia adotada para os trabalhadores contratados diretamente.

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Polícia Judiciária vai ter mais 200 inspetores até final de 2022

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

A PJ vai acelerar "a formação em direito bancário, contratação pública, branqueamento de capitais, utilização de 'offshores', direito desportivo, evasão fiscal e uso de criptomoedas".

A Polícia Judiciária (PJ) vai contar com cerca de 200 novos inspetores até ao final de 2022, anunciou esta quinta-feira o diretor nacional, Luís Neves, adiantando que mais 70 elementos irão iniciar novo curso de formação dentro de um ano.

Na abertura de um colóquio a propósito do Dia Internacional de Combate à Corrupção, que contou também com as presenças do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Justiça e da Administração Interna, Francisca Van Dunem, e da procuradora-geral da República, Lucília Gago, o diretor nacional da PJ disse que cerca de uma centena de novos inspetores já concluiu a sua formação e que a instituição estará “mais apta a assumir todas as responsabilidades no combate à corrupção”.

“No próximo dia 10 de janeiro, iremos iniciar o 44.º curso de formação para mais 100 novos inspetores. Para todos vós, sangue novo, envio uma mensagem de felicitações por se juntarem a nós. Em finais de 2022, esperamos contar com mais 70 elementos a acrescentar a estes 200, no 45.º curso. Trata-se de um reforço único na PJ”, vincou Luís Neves, salientando que a estes elementos se juntarão ainda “no próximo ano mais 65 peritos”.

O diretor nacional da PJ destacou também o reforço de formação em áreas relevantes para o combate à corrupção e criminalidade económico-financeira e explicou que “parte substancial dos meios que doravante forem alocados à instituição” serão dirigidos ao combate à corrupção e ao cibercrime.

“Vamos acelerar a formação em direito bancário, contratação pública, branqueamento de capitais, utilização de ‘offshores’, direito desportivo, evasão fiscal e uso de criptomoedas. Quando falamos de corrupção e criminalidade económico-financeira associada, as vítimas somos todos nós”, afirmou.

Luís Neves realçou ainda o “momento único de reforço e apetrechamento digital” da Polícia Judiciária, sem deixar de notar que “o grande obstáculo à celeridade se encontra no ‘gap’ das perícias tecnológicas”, face à necessidade de analisar grandes quantidades de informação.

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Farfetch compra Luxclusif e quer ser “líder de moda de luxo em segunda mão”

"Unicórnio" cofundado por José Neves quer posicionar-se como "líder de moda de luxo em segunda mão".

A Farfetch anunciou a compra da plataforma de revenda de moda de luxo em segunda mão Luxclusif. A operação, cujo valor não foi divulgado, vai permitir ao “unicórnio” fundado por José Neves reforçar o seu negócio de revenda “através do desenvolvimento de tecnologia e serviços que passam por automatização de pricing e por uma rápida expansão”. A empresa quer posicionar-se como “líder de moda de luxo em segunda mão.”

“A entrada da Luxclusif no grupo Farfetch permite-nos expandir a oferta de produtos em segunda mão para os nossos consumidores, retalhistas e outros fornecedores deste tipo de artigos. O nosso objetivo é sermos a plataforma global líder de moda de luxo em segunda mão. Este mercado está a crescer rapidamente e é cada vez mais importante para os clientes de luxo e para a indústria
da moda de luxo como um todo. O ‘Conscious Luxury Trends Report 2020’ da Farfetch mostrou que mais da metade dos nossos clientes comprou ou vendeu artigos em segunda mão no ano passado e as estimativas da indústria sugerem que a categoria destes produtos está a crescer três vezes mais rápido do que o mercado primário”, refere Giorgio Belloli, Chief Commercial and Sustainability Officer da Farfetch, citado em comunicado.

“A Luxclusif irá ajudar-nos a acelerar as nossas capacidades e o nosso alcance nesta área. Tendo apoiado a Luxclusif enquanto startup e agora trazendo-a para a família Farfetch é um marco relevante na nossa história e no nosso trabalho no apoio e desenvolvimento de uma das mais interessantes startups de tecnologia de retalho e moda do mundo”, acrescenta.

Fundada em 2013, a Luxclusif é uma prestadora de serviços B2B (business-to-business) de sucesso com uma solução que permite a aquisição, autenticação e venda de produtos de luxo em segunda mão de e para leilões, retalhistas, plataformas de comércio eletrónico e lojas em todo o mundo.

A startup colabora há vários anos com a Farfetch, uma relação que se iniciou no programa de aceleração promovido pela empresa de José Neves e que continuou no serviço de revenda de artigos em segunda mão, o Farfetch Second Life, para o qual a Luxclusif forneceu a sua plataforma na Europa para autenticar, atribuir os preços e, depois, vender as carteiras em segunda mão submetidas no programa pelos clientes, em troca de crédito na Farfetch.

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Custos de construção de casa nova disparam 7,4%. É a maior subida desde 2008

Crise das matéria-prima e de escassez mão-de-obra está a encarecer a construção de habitações novas. Custos dispararam mais de 7% em outubro, a maior subida desde agosto de 2008.

Os custos de construção de habitação nova dispararam 7,4% em termos homólogos em outubro, segundo a estimativa divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se da maior subida desde agosto de 2008.

O preço dos materiais e o custo da mão-de-obra apresentaram, respetivamente, aumentos de 8,8% e de 5,4% face ao período homólogo, de acordo com o gabinete de estatísticas português, refletindo a crise de escassez no mercado. No caso da mão-de-obra, também é o maior avanço dos últimos 13 anos.

alguns meses que os custos de construção de casas novas estão a disparar, depois de um período de grande estabilidade ao longo da última década, mesmo durante o período da intervenção da troika, entre 2011 e 2014, e do impacto inicial da pandemia, no ano passado.

Custo para construir casa nova continua a disparar

Fonte: INE

O setor da construção é um dos que tem sido mais afetado pela escassez de trabalhadores, com a confederação que representa o setor, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, a dar conta da falta de 70 mil trabalhadores.

Além disso, a indústria também tem sido pressionada pelo aumento dos custos das matérias-primas, dos preços da energia e dos materiais de construção, tendências que se verificam a nível mundial e que só deverão estabilizar ao longo do próximo ano, segundo os analistas.

(Notícia atualizada às 11h31)

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Ventilador criado pela Marinha entra em fase de comercialização

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

O ventilador Nortada X-95 da Marinha vai ser entregue sexta-feira a uma empresa, dando início à fase dedicada à industrialização e comercialização, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

O ventilador mecânico Nortada X-95 desenvolvido pela Marinha vai ser entregue na sexta-feira a uma empresa, dando início à última fase do projeto, dedicada à industrialização e comercialização, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

A Autoridade adianta, numa informação disponível no seu ‘site’ que o ventilador vai ser certificado e posteriormente comercializado, após ter sido testado em exames realizados em laboratório acreditado na Alemanha.

O ventilador, que foi pensado na Célula de Experimentação Operacional de Veículos não tripulados (CEOV) da Marinha e desenvolvido em parceria com a empresa Ricardo & Barbosa, Lda. (R&B) durante 18 meses, materializa a resposta à pandemia de Covid-19.

“De referir que este projeto conduzido pelo CEOV foi sempre multidisciplinar e procurou envolver as mais diferentes áreas, desde a área médica, à área operacional, com destaque para os mergulhadores, à área da engenharia, Escola Naval e até pela Banda da Armada, que colaborou nos sons do ventilador, entre muitas outras”, explicou a AMN.

De acordo com a AMN, este projeto visa responder a uma necessidade da sociedade “consubstanciado numa parceria entre a Marinha e a Indústria Nacional”.

Os trabalhos associados ao desenvolvimento do ventilador assentaram num regime de consórcio de colaboração entre o Ministério da Defesa Nacional – Marinha e a empresa Ricardo & Barbosa, Lda., no qual a Marinha assume o papel de liderança do consórcio.

O projeto Nortada contou ainda com o apoio do programa COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à I&D.

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Bruxelas avança com legislação sobre direitos dos trabalhadores de plataformas digitais

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

Está em cima da mesa uma proposta legislativa com vista a combater o falso trabalho por conta própria, para que também estes trabalhadores tenham proteção social.

A Comissão Europeia apresentou esta quinta-feira uma série de propostas com vista a melhorar as condições dos trabalhadores das plataformas digitais, estimando que milhões de europeus possam beneficiar de direitos laborais e benefícios sociais que atualmente não lhes são reconhecidos.

Segundo o executivo comunitário, hoje em dia já haverá mais de 28 milhões de cidadãos na União Europeia a trabalhar em plataformas digitais em diferentes setores – para empresas como a Uber ou a Glovo –, número que poderá atingir os 43 milhões em 2025.

De acordo com as estimativas de Bruxelas, “a grande maioria” destes 28 milhões de cidadãos “são genuinamente trabalhadores independentes”, mas 5,5 milhões terão erroneamente esse estatuto, pelo que a Comissão coloca agora em cima da mesa uma proposta legislativa com vista a combater o falso trabalho por conta própria, para que também estes trabalhadores, entre os quais se contam motoristas e estafetas, tenham proteção laboral.

Há muito aguardada, a proposta de uma diretiva (lei comunitária) sobre a melhoria das condições nas plataformas de trabalho, que terá de agora ser negociada entre o Conselho (Estados-membros e o Parlamento Europeu, inclui medidas para determinar corretamente o estatuto laboral das pessoas que trabalham através de plataformas de trabalho digitais e novos direitos, tanto para os trabalhadores assalariados como para os trabalhadores independentes, no que diz respeito à chamada “gestão algorítmica”.

Esta proposta de lei é acompanhada de uma comunicação que estabelece a abordagem e as medidas da UE sobre o trabalho da plataforma, que devem ser complementadas por ações que as autoridades nacionais, os parceiros sociais e outros atores relevantes devem tomar ao seu nível, e de um projeto de orientações que clarificam a aplicação do direito comunitário da concorrência aos acordos coletivos de trabalhadores por conta própria individuais que procuram melhorar as suas condições de trabalho.

Relativamente à proposta de diretiva, o elemento central do pacote de medidas apresentadas, visa designadamente “assegurar que seja concedido às pessoas que trabalham através de plataformas de trabalho digitais o estatuto de emprego legal que corresponda aos seus acordos de trabalho reais”.

O projeto de lei fornece, para tal, uma lista de critérios de controlo para determinar se a plataforma é um “empregador”, e se a plataforma cumprir “pelo menos dois desses critérios”, presume-se juridicamente que é uma entidade patronal, pelo que “as pessoas que trabalham através das mesmas gozariam, por conseguinte, dos direitos laborais e sociais que lhes são conferidos pelo estatuto de «trabalhador»”.

“Para aqueles que são reclassificados como trabalhadores, isto significa o direito a um salário mínimo (quando exista), negociação coletiva, tempo de trabalho e proteção da saúde, o direito a férias pagas ou a um melhor acesso à proteção contra acidentes de trabalho, subsídios de desemprego e de doença, bem como a pensões contributivas”, lê-se.

A Comissão sublinha que as plataformas terão o direito de contestar ou refutar esta classificação, “com o ónus de provar que não existe qualquer relação laboral”, e argumenta que “os critérios claros” que propõe são também vantajosos para as plataformas, ao proporcionar-lhes “maior segurança jurídica, reduzindo os custos de contencioso e facilitando o planeamento empresarial”.

O executivo comunitário argumenta que a diretiva também “aumenta a transparência na utilização de algoritmos por plataformas de trabalho digitais”, atendendo a que o funcionamento de várias aplicações é gerido por fórmulas matemáticas, exige controlo humano do respeito pelas condições de trabalho, e dá o direito de contestar decisões automatizadas.

“Temos de aproveitar ao máximo o potencial de criação de emprego das plataformas digitais. Mas devemos também assegurar-nos de que são empregos de qualidade, que não promovem a precariedade, para que as pessoas que trabalham através delas tenham segurança e possam planear o seu futuro”, comentou o comissário europeu do Emprego e Assuntos Sociais, Nicolas Schmit.

Segundo Schmit, “o progresso tecnológico deve ser justo e inclusivo, razão pela qual a proposta também aborda a transparência e a supervisão dos algoritmos das plataformas”.

“As plataformas de trabalho digitais desempenham um papel importante na nossa economia, uma vez que trazem inovação, proporcionam empregos e ajudam a satisfazer a procura dos consumidores. As pessoas estão no centro deste modelo empresarial e têm direito a condições de trabalho decentes e a proteção social. É por isso que hoje propomos novas regras”, comentou por seu turno o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis.

A proposta de diretiva vai ser agora negociada por Parlamento Europeu e Conselho (Estados-membros), e, uma vez adotada, os Estados-membros terão dois anos para a transpor para a respetiva legislação nacional.

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