Entre medidas extraordinárias só lay-off e apoio aos pais pagam IRS

A pandemia levou o Governo a lançar, ao longo de 2020, vários apoios extraordinários para proteger os rendimentos dos trabalhadores. Mas como devem ser declaradas agora na Modelo 3 do IRS?

Os contribuintes portugueses podem entregar a partir desta quinta-feira, e até ao final de junho, a declaração anual de IRS referente aos rendimentos de 2020, ano marcado pela atribuição de uma grande variedade de apoios extraordinários a muitos milhares de trabalhadores. A Autoridade Tributária fixou uma regra simples, no que diz respeito à tributação das medidas desenhadas em resposta à crise pandémica: se o apoio serviu para compensar as retribuições (como o lay-off simplificado) está sujeito a IRS e deve ser declarado na Modelo 3; se serviu para compensar perdas de rendimentos (como o complemento de estabilização), está excluído de tributação em sede de IRS e não deve, por isso, ser declarado.

A partir de 1 de abril, e até 30 de junho, os contribuintes portugueses têm de entregar, todos os anos, ao Fisco a declaração anual de IRS relativa ao ano anterior. Em causa está o tradicional momento de acerto de contas entre o imposto que foi sendo retido ao longo do ano terminado e o imposto efetivamente devido. A campanha deste ano adivinha-se, contudo, diferente das demais, uma vez uma fatia considerável de portugueses recebeu, em 2020, apoios extraordinários da Segurança Social.

É o caso dos mais de 800 mil trabalhadores que estiveram em lay-off simplificado, uma das grandes medidas lançadas pelo Governo em resposta à crise provocada pela pandemia. Mas também dos mais de 200 mil pais que pediram o apoio excecional à família por força do encerramento das escolas.

Na véspera do arranque da campanha de IRS, a Autoridade Tributária esclareceu onde colocar (ou não colocar) todos esses valores, na Modelo 3.

Lay-off simplificado

O lay-off simplificado é uma das três únicas medidas extraordinárias que estão sujeitas a tributação em sede de IRS. Os trabalhadores que estiveram enquadrados neste regime viram uma parte do seu salário ser comparticipada pela Segurança Social, mas até essa fatia está sujeita a imposto.

Por exemplo, quem esteve com o contrato de trabalho suspenso recebeu, ao fim do mês, dois terços da sua remuneração. Desse valor, uma fatia de 70% foi coberta por apoios públicos, isto é, na prática o empregador só pagou 30%. Segundo explicam os fiscalistas ouvidos pelo ECO, uma vez que esse não foi um apoio direto ao trabalhador — antes, foi transferido para o empregador, que ficou responsável por adiantar os tais dois terços do vencimento por inteiro –, o valor em questão foi sujeito, na sua totalidade, a retenção na fonte de IRS. E deve agora ser apresentado, na Modelo 3, como rendimento de categoria A. Na prática, deve ser tratado como se fosse rendimento fruto do trabalho dependente.

Luís Leon, da Deloitte, explica que o salário dos trabalhadores que estiveram em lay-off, mesmo na parte que foi coberta pelo apoio da Segurança Social, deve ser “declarado nos termos normais do IRS”. Ernesto Pinto, da DECO, detalha que, se o apoio tivesse sido pago diretamente ao trabalhador, até poderia aplicar-se a regra prevista para os apoios sociais (a isenção de imposto), mas foi prestado à empresa, logo o total recebido pelo trabalhador deve ser considerado para efeitos de IRS.

“Os rendimentos que tenham sido auferidos pelo trabalhador em lay-off, independentemente do facto de terem sido, numa parte, suportados pelo empregador e noutra pela Segurança Social são rendimentos auferidos em razão do exercício de uma atividade laboral e ao abrigo de um contrato de trabalho dependente e, portanto, para efeitos de IRS, deverão ser qualificados como rendimentos do trabalho dependente e tributados no âmbito da categoria A deste imposto”, corrobora Rogério Fernandes Ferreira, explicando que os contribuintes não devem sentir diferenças face à entrega da declaração de imposto dos anos anteriores.

Apoio à retoma progressiva

O apoio à retoma progressiva é a outra das três únicas medidas extraordinárias que estão sujeitas a IRS. Também neste caso os trabalhadores viram uma parte do seu salário ser comparticipada pela Segurança Social, mas como o apoio foi pago ao empregador, deve ser declarado na Modelo 3 como “salário normal”, isto é, rendimento da categoria A.

Apoio à família

O apoio à família é a terceira e última das medidas extraordinárias sujeitas a IRS. Em causa está uma prestação garantida pela Segurança Social aos pais que tiveram de faltar ao trabalho para cuidar dos filhos (até 12 anos), por força do encerramento das escolas.

No caso dos trabalhadores por conta de outrem, o apoio foi pago ao empregador, que ficou encarregue de o transferir para o trabalhador, pelo que o entendimento do Fisco e dos fiscalistas sempre foi que deveria ser tributado em sede de IRS.

No caso dos trabalhadores independentes, o apoio foi pago diretamente ao beneficiário, mas a Autoridade Tributária considera que a prestação deve ser equiparada a “rendimento decorrente da atividade profissional, nos termos do artigo 2º do Código do IRS”, isto é, o apoio à família deve ser declarado como rendimento de categoria B, na Modelo 3.

Complemento de estabilização

Ao contrário do que tinha sido indicado, o complemento de estabilização não será sujeito a IRS, não tendo, por isso, de ser declarado na Modelo 3.

A Autoridade Tributária tinha explicado ao ECO que esta prestação, que foi paga diretamente pela Segurança Social aos trabalhadores que estiveram em lay-off entre abril e junho, deveria ser declarada e tributada, por não ser um apoio social, mas o entendimento foi, entretanto, atualizado.

Na quarta-feira, chegaram ao ECO relatos de contribuintes que já estavam a tentar submeter a sua declaração de IRS e nas propostas automáticas não estavam a ser considerados os valores do complemento de estabilização. Questionado sobre o assunto, o Ministério das Finanças esclareceu que o “complemento de estabilização, por se tratar de um apoio excecional no âmbito da Covid-19 para compensação de perda de rendimentos, não está sujeito a tributação em sede de IRS”.

Ou seja, afinal, o complemento de estabilização não tem de ser declarado na Modelo 3 e não está sujeito a IRS. Em causa está um apoio dirigido aos trabalhadores que estiveram em lay-off (simplificado ou tradicional), entre abril e junho, e que, por isso, tiveram perdas remuneratórias por terem estado enquadrados no regime em causa por, pelo menos, 30 dias. A prestação em questão variou entre 100 euros e 351 euros

Apoio aos trabalhadores independentes, sócios-gerentes e informais

O apoio extraordinário à redução de atividade é outra das medidas extraordinárias relativamente à qual a Autoridade Tributária atualizou o seu entendimento, desfazendo as dúvidas que ainda persistiam. Afinal, os trabalhadores independentes e sócios-gerentes que receberam esta prestação não terão de a declarar na Modelo 3 e os valores não serão sujeitos a imposto.

O mesmo se aplica ao apoio desenhado para os trabalhadores independentes sem descontos suficientes para aceder à ajuda anterior — a medida extraordinária de incentivo à atividade profissional — e à ajuda preparada para os trabalhadores informais — a medida de enquadramento das situações de desproteção social.

Os fiscalistas ouvidos pelo ECO já tinham alertado que esta não era uma questão consensual. Ernesto Pinto, da DECO, dizia que, no caso dos trabalhadores que prestam serviços, não há “razões técnicas” para o apoio ser considerado para efeitos de IRS. “Mas isso poderá ser discutível”, admitia. “Parece que se pode tributar [este apoio] em IRS, porque é uma forma de subsidiar à atividade, mas não está claramente declarado no Código”, chegou a acrescentar Luís Leon, da Deloitte.

E a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados avisou mesmo que, no caso dos membros dos órgãos estatutários, havia situações em que o contribuinte nem tinha atividade aberta, pelo que não conseguiria enquadrar esses apoios, na Modelo 3, apesar das indicações que a AT vinha dando.

Esta quarta-feira, a AT veio “dar razão” a todas essas dúvidas, esclarecendo que estes apoios não devem ser tributados em sede de IRS e, consequentemente, não devem ser declarados na Modelo 3.

Subsídio por doença ou isolamento profilático

No esclarecimento divulgado esta quarta-feira, a Autoridade Tributária também esclareceu que os subsídios por proteção na doença por Covid, isolamento profilático ou assistência a filho por isolamento ou doença não serão tributados em sede de IRS, não tendo de ser declarados na Modelo 3.

O mesmo (isto é, a isenção) se aplica às prestações de proteção no desemprego, que foram prolongadas, excecionalmente, ao longo de 2020, face ao impacto da crise pandémica no mercado de trabalho e no rendimento dos portugueses.

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Campanha do IRS já começou. Estas são as datas a ter em conta

A partir desta quinta-feira e até 30 de junho, os contribuintes têm de apresentar à Autoridade Tributária a sua declaração de IRS, referente aos rendimentos obtidos em 2020.

O primeiro dia de abril marca o arranque oficial da campanha do IRS. A partir desta data, todos os contribuintes que estão sujeitos à entrega da declaração de IRS relativa aos rendimentos obtidos em 2020 devem cumprir essa obrigação. Porém, além desta, são várias as datas que deve ter em conta ao longo de toda esta campanha, as quais o ECO reuniu neste artigo.

1 de abril

A partir do mês de abril, os contribuintes podem já apresentar a sua declaração de IRS relativa a 2020. Assim, já pode aceder ao Portal das Finanças para validar a sua declaração ou para introduzir manualmente os dados, nos casos em que os consumidores não estão abrangidos pela declaração automática. A apresentação do Modelo 3 à Autoridade Tributária é obrigatória para todos os contribuintes, independentemente da natureza dos rendimentos obtidos.

Nos casos em que o contribuinte tem direito ao IRS automático, este não tem de preencher a referida declaração, “se o Fisco já dispuser de todos os dados relevantes para apresentar uma proposta de liquidação”, pode ler-se no Guia Fiscal 2021, da Deco Proteste. Nesses casos, terá apenas de confirmar a proposta que lhe é apresentada.

Porém, também no modelo de preenchimento tradicional está disponível a possibilidade de recorrer a uma declaração previamente preenchida, embora o contribuinte possa optar pela declaração em branco, introduzindo manualmente a totalidade dos dados.

Este é um procedimento que ocorre exclusivamente através do Portal das Finanças, não podendo já ser feito em formato físico – ou seja, em papel.

30 de junho

Três meses depois do arranque do período de entrega da declaração do IRS relativo ao ano de 2020, o prazo termina no final de junho. O último dia desse mês apresenta-se, assim, como a última oportunidade que os contribuintes têm para efetuar essa tarefa.

Se estiver abrangido pelo IRS automático, e caso deixe passar este período sem verificar a declaração que lhe é proposta no Portal das Finanças, a Autoridade Tributária acabará por considerar esta como sendo a versão final do documento. Porém, se detetar a presença de erros no Modelo 3, após esta data, terá de submeter uma declaração de substituição, o que pode envolver o pagamento de coimas.

31 de julho

Por sua vez, a Autoridade Tributária tem até 31 de julho para lhe enviar a nota de liquidação do IRS. Esta é, também, a data-limite detida pelo Fisco para reembolsar os contribuintes. Porém, em ambas as situações, é necessário que a entrega da declaração de IRS tenha decorrido dentro do prazo, ou seja, até 30 de junho.

Apesar de este ser o último dia legal para que a Autoridade Tributária cumpra as suas obrigações, lembre-se que quanto mais cedo entregar a sua declaração de IRS, mais cedo receberá a nota de liquidação do mesmo e consequente reembolso, quando este existir.

31 de agosto

Durante o mês de agosto, todos os contribuintes que não têm direito a receber qualquer reembolso por parte do Fisco, a propósito do IRS do ano anterior, têm de pagar ao Estado os valores em dívida. Deste modo, o prazo para o pagamento deste imposto adicional termina no final do mês, a 31 de agosto. Isto, claro está, se tiver conseguido submeter a declaração no período previsto, até 30 de junho.

Porém, caso tenha falhado esse prazo, o limite para o pagamento do acerto é estendido até 31 de dezembro. Mas, nestes casos, o contribuinte será sujeito a uma coima por causa do seu atraso, fazendo crescer o valor em dívida.

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Wall Street acaba sem rumo mas com Nasdaq em alta e S&P500 à beira de um recorde

  • Lusa
  • 31 Março 2021

Na última sessão do trimestre, o tecnológico Nasdaq ganhou 1,54%, para os 13.246,87 pontos, e o S&P500 avançou 0,36%. Dow Jones Industrial Average perdeu 0,26%.

Os principais valores bolsistas do setor tecnológico fecharam esta quarta-feira em alta, depois de um dia difícil, com os investidores na expectativa da apresentação por Joe Biden de um vasto plano de investimentos em infraestruturas.

Na última sessão do primeiro trimestre, o tecnológico Nasdaq ganhou 1,54%, para os 13.246,87 pontos, e o alargado S&P500 avançou 0,36%, para as 3.972,89 unidades, ficando a escassos pontos de um novo recorde.

Estes dois índices beneficiaram dos desempenhos dos conglomerados da internet, como Apple (+1,88%), Facebook (+2,27%) e Amazon (+1,27%).

Pelo contrário, o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,26%, para os 32.981,55 pontos.

“O setor da tecnologia tinha sofrido movimentos de venda nos últimos dias. É, portanto, lógico que os seus grandes nomes tivessem subido”, comentou indique Chris Low de FHN Financial. “Hoje também foi fim de trimestre”, acrescentou.

Setores que se comportaram bem nos últimos meses, como a energia e os bancos baixaram, ao passo que as tecnologias de informação ou os bens de consumo não essenciais subiram. Deve-se, sem dúvida, a um reajustamento”, acentuou.

Os investidores estão também à espera de um discurso de Joe Biden, que deve apresentar, durante uma deslocação a Pittsburgh, no nordeste dos EUA, um plano de investimentos para renovar e modernizar infraestruturas, como pontes, vias-férreas e aeroportos, cujo montante deve rondar os dois biliões (milhão de milhões) de dólares (1,7 biliões de euros).

O financiamento destes projetos e as prováveis subidas de impostos sobre as empresas e as grandes fortunas que o acompanham estão a suscitar questões nos meios financeiros.

Em relação a indicadores económicos, o número de criação de empregos no setor privado nos EUA aumentou fortemente em março, graças à recuperação do setor dos serviços, um dos mais afetados pela crise sanitária, segundo o inquérito mensal da firma de serviços às empresas ADP.

As empresas privadas criaram 517 mil empregos nos EUA, a maior desde setembro.

Já os contratos-promessa de venda de habitação nos EUA caíram em fevereiro, um mês que foi difícil para a economia, devido às intempéries e à falta de casas para venda.

Entre os títulos do dia, a Pfizer avançou 0,33%. O laboratório norte-americano e a biotecnológica alemã BioNTech, que progrediu 4,55%, anunciaram que a sua vacina contra o novo coronavirus era eficaz a 100% entre os adolescentes com idades entre 12 e 15 anos e adiantaram que esperam começar a vacinar este segmento etário antes da próxima abertura de aulas.

Em alta foi também a evolução dos títulos ligados à canábis, como Canopy Growth (+0,85%), Tilray (+3,13%), Aphria (+4,32%) e Aurora (+2,87%), depois de o Estado de Nova Iorque ter decidido hoje legalizar o uso recreativo da marijuana.

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Catástrofes naturais: danos segurados atingiram 81 mil milhões em 2020

  • ECO Seguros
  • 31 Março 2021

O fosso de proteção perante a ameaça decorrente de catástrofes naturais subiu 23% face a 2019, representando 113 mil milhões de dólares. Os danos económicos globais estimam-se em 190 mil milhões.

No ano passado, 274 eventos catastróficos ceifaram 7993 vidas humanas, com o montante de danos globais segurados a equivaler a 4,9% do volume global de prémios de seguro direto para propriedades e bens. As perdas económicas decorrentes de catástrofes naturais, perdas seguradas e o fosso de proteção (protection gap) cresceram no último ano, indicou o Swiss Re Institute no relatório Natural Catastrophes in 2020.

As perdas económicas globais resultantes de eventos de catástrofes naturais em 2020 ascenderam a 190 mil milhões de dólares (cerca de 162 mil milhões de euros), sem incluir desastres com origem em ação humana. As perdas seguradas em resultado de eventos de catástrofe registados no ano passado somaram 89 mil milhões de dólares, o quinto ano de perdas mais elevadas para a indústria em meio século. Do montante apurado, as perdas seguradas resultantes de desastres causados pelo homem totalizaram 8000 milhões de dólares.

O fosso de proteção, ou montante de perdas que poderiam ter sido cobertas por seguros, passou de 87 mil milhões, em 2019, para 113 mil milhões de dólares em 2020, um incremento de 23% naquilo que a indústria seguradora tem para crescer na cobertura do risco de eventos catastróficos.

“As alterações climáticas são um risco sistémico para o mundo inteiro. Ao contrário da crise da COVID-19, não têm uma data para expirar”, afirma Jérôme Haegeli, Economista Chefe do Grupo Swiss Re, citado no documento que faz o balanço anual dos danos globais das catástrofes. Os números apresentados retratam a dinâmica crescente da ameaça derivada dos eventos catastróficos:

  • Perdas económicas globais de 202 mil milhões de dólares (150 mil milhões em 2019), dos quais 12 mil milhões foram desastres causados pelo homem;
  • Danos segurados de 89 mil milhões de dólares (63 mil milhões em 2019);
  • Excluindo os danos causados por desastres de origem humana, as perdas seguradas (só em eventos de origem natural) ascenderam a 81 mil milhões de dólares (54 mil milhões em 2019);
  • Média móvel a 10 anos aponta prejuízo económico global de 222 mil milhões de dólares, danos segurados de 79 mil milhões (incluindo desastres por causa de ação humana) e os danos segurados – só das catástrofes naturais – somam 74 mil milhões de dólares anuais;

O documento (Sigma 1/2021) ajusta informação preliminar divulgada em dezembro último e destaca a evolução dos designados eventos de perigosidade secundária (secondary peril events) e a necessidade de melhorar a sua monitorização, mas avisa que não se deve perder de vista os riscos decorrentes dos desastres primários.

Os eventos de risco secundário representaram 57,4 mil milhões de dólares, ou 71% das perdas seguradas resultantes só de catástrofes naturais, causadas principalmente por tempestades convectivas graves e incêndios florestais, respetivamente, com maior incidência nos EUA e Austrália. Nos últimos 10 anos, as tempestades convectivas representaram mais de metade das perdas globais seguradas causadas por riscos secundários, adverte o relatório da Swiss Re.

2020 também ficou marcado pela frequência dos designados perigos primários, nomeadamente a época de furacões do Atlântico Norte no ano passado “foi muito ativa”, embora com efeitos menos graves devido ao acaso das tempestades terem atingido áreas de baixa densidade populacional/atividade e/ou baixa penetração de seguros.

Dada a natureza dinâmica dos riscos, “é primordial que, em lugar de retrospetivas”, se passe à “análise prospetiva dos dados, por forma a não subestimar a escala de potenciais perdas atuais e futuras”, sublinha o relatório. Neste sentido, a construção de modelos de risco “também precisa de se afastar da dependência da observação de dados históricos”, os quais podem ter perdido utilidade para as condições atuais, nota ainda o Swiss Re Institute.

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Seguros de Saúde: ASF prolonga prazo para respostas a consulta pública

  • ECO Seguros
  • 31 Março 2021

Os seguros saúde precisam de regulação mais discriminativa em relação à qualidade do serviço prestado e garantias contratadas, reitera a Supervisão justificando importância da recolha de contributos.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) está a realizar uma consulta pública alargada para recolha de contributos, em relação aos aspetos contratuais e ao modelo de negócio utilizado no âmbito dos seguros de saúde.

O prazo para resposta a esta consulta pública terminava hoje, dia 31 de março. No entanto, “tendo presente a importância desta iniciativa, a ASF entendeu prolongar o prazo para resposta até ao próximo dia 9 de abril”.

Enquadrada na regulamentação existente, a iniciativa do organismo de regulação tem em vista “lançar um conjunto de medidas que visam contribuir para um desenvolvimento equilibrado daquele segmento de negócio em Portugal”, recorda a ASF repetindo informação divulgada aquando da abertura da consulta, a 16 de março.

No âmbito do projeto de melhoria da regulação e supervisão dos seguros de saúde, a Supervisão lançou três inquéritos, direcionados aos profissionais do setor segurador, aos profissionais de saúde e aos consumidores, no sentido de recolher informação relativa à avaliação dos seguros de saúde por cada um daqueles grupos e às preocupações que os mesmos suscitam, os quais decorreram entre outubro e novembro de 2020.

Na sequência do tratamento da informação proporcionada por estes inquéritos, a ASF promoveu a audição de stakeholders com o objetivo de equacionar a implementação de regulamentação mais contextualizada, baseada na realidade vivida pelo setor e mais centrada na governação dos seguros de saúde, sempre com o objetivo final de proteção dos consumidores e do equilíbrio do funcionamento do mercado.

Concluídas aquelas duas fases, a ASF avançou para o atual processo de recolha alargada de contributos. Na nota que prolonga o período da consulta pública, a Autoridade sublinha que “é possível recuperar e finalizar as respostas que, por qualquer motivo, não tinham sido ainda submetidas através do formulário criado para o efeito”.

Considerando as seguradoras de direito português, foi reportada em 2019 a existência de cerca de 2,9 milhões de pessoas no âmbito de seguros de saúde registando-se uma taxa de crescimento anual superior a 4% no período compreendido entre 2006 e 2019. Em paralelo, os prémios e os custos com sinistros registaram um crescimento médio anual de 6% e de 10% em idêntico período, respetivamente.

De acordo com a última informação disponível, e considerando o mesmo universo, o ramo Doença representa atualmente, no conjunto dos ramos Não Vida, 20,1%, valor que compara com os 9,6% registados em 2006.

Apesar de a dimensão absoluta ainda não ser muito expressiva – em 2019, a taxa de penetração do seguro de saúde (proporção dos prémios daquele segmento de negócio no PIB) era, em Portugal, de 0,4%, sendo que a média europeia estará perto de 0,8% –, o mercado dos seguros de saúde em Portugal revelou um dinamismo acentuado nos últimos anos, “sendo patente a necessidade de uma regulação mais discriminativa nos aspetos relacionados com a qualidade do serviço prestado e das garantias contratadas”, e reafirma a ASF.

A nota de enquadramento da iniciativa e o formulário para resposta à consulta podem ser acedidos aqui.

 

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Aon dá dois dias de folga aos colaboradores, compensando esforço contra pandemia

  • ECO Seguros
  • 31 Março 2021

A concessão de dois dias de descanso expressa a gratidão aos colaboradores pelo esforço e desempenho demonstrados no atual contexto de dificuldade para todos.

A Aon Plc decidiu encerrar os seus escritórios, a 1 e 2 de abril. A folga aplica-se à operação global da companhia líder global de corretagem e consultoria de risco, reforma e saúde.

De acordo com um anúncio da companhia, citado pelo Intelligent Insurer, o encerramento tem objetivo de proporcionar aos colaboradores descanso extra e manifestar-lhes a gratidão pelo desempenho demonstrado num período de dificuldades sem precedente, devido à pandemia de Covid-19.

Parte do pessoal que, adiante, terá compensação correspondente aos dias de folga concedida, mantém condições de trabalho asseguradas e estará disponível para atender os clientes que requeiram serviço durante o breve período de encerramento.

Presente em Portugal empregando perto de uma centena de colaboradores (escritórios em Lisboa e Porto), a companhia emprega cerca de 50 mil pessoas distribuídas por 12 países.

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Mapfre, Catalana Occidente e Santalucia são as marcas de seguros mais valiosas em Espanha

  • ECO Seguros
  • 31 Março 2021

O índice das 100 marcas mais valiosas de Espanha inclui três seguradoras entre as 55 marcas de maior valor. Segundo análise da Brand Finance, 81% das marcas do ranking desvalorizaram em 2021.

A Mapfre é a 8ª no ranking geral das marcas mais valiosas de Espanha, cedendo 13,6% face a 2020 e a cotar 3,1 mil milhões de euros, evidenciando-se como a marca de seguros mais valiosa de Espanha, segundo o estudo anual da Brand Finance, consultora global de marca com sede em Londres.

Considerada “marca de seguros mais internacional” entre os símbolos da economia espanhola, o valor de marca da Mapfre suporta-se 44% em Espanha e os restantes 56% no resto do mundo. A depreciação de 13,6% é explicada por projeções mais frágeis de crescimento em prémios e incremento do risco.

Catalana Occidente, 2ª marca de seguros mais valiosa no ranking, aumentou o seu valor 1,8%, beneficiando da melhor classificação em fidelidade do cliente. Terceira seguradora espanhola mais valorizada no ranking, a Santalucía registou incremento de 1,1%. Em plena pandemia foi única seguradora a ganhar posições face a 2020, ao subi do 61º para 55º lugar da tabela geral.

Santander, marca do grupo bancário originário da Cantábria, é a mais valiosa de todas as marcas de Espanha, ostentando 12,15 mil milhões em valor de marca (-23,4% face a ao ano anterior), seguindo-se a Zara (têxtil e vestuário) e a Movistar (telecomunicações), as três com presença no Top5 desde 2011.

Os 102,3 mil milhões de euros que este ano resultam da soma das 100 marcas mais valiosas de Espanha representa depreciação de 13,4% face a 2020 e cerca de 15% menos quando comparado com 2019. O Top10 das mais valiosas manteve-se inalterado apesar da Covid-19 e concentram 60% do valor total, mas 81% das marcas listadas no “BrandFinance España 100desvalorizaram.

Segundo o estudo, os setores que melhor responderam à pandemia foram banca, tecnologia, telecomunicações, alimentação, bebidas, logística e distribuição. Seguros, turismo (hotéis e linhas aéreas), têxtil e meios de comunicação são apontados como os setores mais afetados pela crise da pandemia.

No entanto, embora afirmando que “os anos de glória terminaram” para a indústria seguradora, o estudo refere que a quebra dramática de reclamações de seguro durante a pandemia resultou em incrementos no valor de marca do setor.

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“A possibilidade de uma extensão de moratórias é reduzida”, avisa Centeno

Mário Centeno disse em entrevista à TVI que "é legítimo" eliminar dúvidas sobre a Constituição. Em relação ao malparado alerta que é “quase inevitável uma subida”.

Numa altura em que o Parlamento aprovou na generalidade o prolongamento das moratórias bancárias por seis meses, o governador do Banco de Portugal alerta que a “possibilidade de uma extensão de moratórias é reduzida, mas essa porta não está fechada”.

Mário Centeno, em entrevista esta quarta-feira à TVI, lembra que Portugal foi dos “primeiros países da Europa a implementar moratórias para o crédito”, mas “está a ser dos últimos a sair”. Destaca que as “consequências de uma moratória que não está enquadrada nas orientações da Autoridade Bancária Europeia têm alguns aspetos gravosos quer para os bancos quer para os clientes dos bancos“.

O governador do Banco de Portugal avisa que “sem as orientações da Autoridade Bancária Europeia, o significado dessas moratórias é negativo para o sistema”.

Portugal tem as moratórias mais longas de duração – 18 meses – até setembro de 2021, lembrou. “São as moratórias mais amplas no seu âmbito e que não foram restritas a nenhuma empresa por dimensão, nem setor, quando em outros países da Europa isso aconteceu”, acrescentou ainda.

Centeno alerta que “malparado vai subir”

O malparado na banca portuguesa voltou a encolher no ano passado. Reduziu-se para 4,9% no final de 2020, atingindo o nível mais baixo em, pelo menos, cinco anos, de acordo com os dados do Banco de Portugal, revelados esta qusrta-feira. Mário Centeno alerta que é “quase inevitável que o malparado vá subir” e que “temos de ter um sistema bancária preparado”. Afirma ainda que “não podemos usar as mesmas regras de bolso que usamos para as outras crises”.

Ainda assim, um malparado de “5% é um número mítico na Europa. É quase para o crédito malparado como os 3% para o saldo orçamental ou os 60% para a dívida. Na Europa estão todos os países numa redução do risco, medida através do rácio de NPL, nos últimos anos muito significativa, mas Portugal foi dos países que teve o melhor desempenho. Passamos de 17% em 2016/2016 para 4,9%”, destaca.

Mas a maior preocupação do ex-ministro das Finanças, agora que a economia portuguesa “está em recuperação”, é a “assimetria entre setores” causada pela pandemia. No caso do turismo, Centeno antecipa uma recuperação muito desfasada. “Não ocorrerá em 2021, só em 2022. E só em 2023 ficará aos níveis de 2019”, prevê.

Sobre a decisão do primeiro-ministro enviar para o Tribunal Constitucional a subida dos apoios sociais, aprovada pelo Parlamento e promulgada pelo Presidente da República, Mário Centeno diz que quando há dúvidas sobre a Constituição “é legítimo que as dúvidas sejam eliminadas”. O governador lembrou, em conclusão, que o “Estado de Direito começa pela Constituição”.

(Notícia atualizada às 22h45)

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Estacionamento gratuito em Lisboa até 14 de abril

  • ECO
  • 31 Março 2021

Autarquia vai alargar o estacionamento gratuito em Lisboa até 14 de abril. PSD defende que medida se deve manter até ao final do verão.

A câmara de Lisboa vai votar quinta-feira a reposição do pagamento do estacionamento na capital, mas a data prevista (5 de abril) vai ser alterada para o próximo dia 14 de abril, avançou o Diário de Notícias.

Com o novo calendário, o fim da gratuitidade do estacionamento será votado na Assembleia Municipal (AM) no dia 13 de abril e, sendo aprovado, entrará em vigor no dia seguinte. De acordo com a vereadora Teresa Leal Coelho, os sociais-democratas vão apresentar uma proposta para manter o estacionamento gratuito até ao final de julho.

O documento que será votado amanhã sustenta que, com o retomar gradual da atividade económica na cidade de Lisboa e o processo de desconfinamento em curso, verifica-se um “aumento da pressão sobre o estacionamento e espaço público da cidade”. Pelo que se torna necessário “garantir a normal regulação e fiscalização do estacionamento”, de modo a garantir “boas condições de circulação, melhoria das condições do estacionamento e funcionamento do estacionamento de rotação”.

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Parlamento renova uso obrigatório de máscara na rua até meio de junho

  • Lusa
  • 31 Março 2021

O parlamento aprovou o projeto-lei do PSD que renova por mais 70 dias a obrigatoriedade de usar máscaras em espaços públicos. Para os incumpridores a coima pode ir dos 100 aos 500 euros.

O parlamento aprovou esta quarta-feira o projeto-lei do PSD que renova por mais 70 dias a obrigatoriedade de usar máscaras em espaços públicos, medida que vigora em Portugal desde 28 de outubro e que terminaria em 05 de abril.

O projeto-lei do PSD foi aprovado na generalidade, especialidade e votação final global, com votos contra do Chega e Iniciativa Liberal, abstenções de BE, PCP, Verdes e deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, tendo contado com votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP, PAN e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

A medida vigorou inicialmente até janeiro, altura em que foi prolongada por mais três meses.

No diploma, o PSD propõe uma renovação por 70 dias: se o prazo começar a contar a partir da próxima segunda-feira, dia 05 de abril, essa obrigação vai estender-se até 13 de junho.

“A manutenção da situação de calamidade pública devido à pandemia existente, que tem determinado as sucessivas renovações da declaração de estado de emergência, desaconselha em absoluto o relaxamento das medidas adotadas com vista à prevenção e mitigação da transmissão do vírus SARS-Cov-2 e da doença da Covid-19, particularmente das mais básicas como a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos”, justificam os sociais-democratas, na exposição de motivos.

O projeto-lei aprovado esta quarta-feira prolonga, sem alterações, a vigência da atual lei, que impõe o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e prevê coimas entre os 100 e os 500 euros para os incumpridores.

O diploma determina que é obrigatório o uso de máscara (que não pode ser substituída por viseira) aos maiores de dez anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas “sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”.

Pode haver dispensa desta obrigatoriedade “em relação a pessoas que integrem o mesmo agregado familiar, quando não se encontrem na proximidade de terceiros” ou mediante a apresentação de um atestado médico de incapacidade multiusos ou declaração médica que ateste que a condição clínica ou deficiência cognitiva não permitem o uso de máscaras.

Também não é obrigatório o uso de máscara quando tal “seja incompatível com a natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar”.

A fiscalização “compete às forças de segurança e às polícias municipais” e o incumprimento do uso de máscara constitui contraordenação, sancionada com coima entre os 100 e os 500 euros.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.805.004 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.848 pessoas dos 821.722 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Construtoras portuguesas viajam até Moscovo para conquistar mercado russo

Empresas portuguesas viajaram até Moscovo para participar na maior feira da Europa para o setor da construção. É das primeiras feiras presenciais desde o início da pandemia e o balanço é positivo.

Três empresas portuguesas do setor da construção viajaram até Moscovo para participar na MosBuild 2021, a maior feira da Europa para o setor da construção, que se realiza entre os dias 30 de março e 2 de abril. Para as empresas portuguesas, o balanço é “extremamente positivo”, o sentimento é de “esperança” e é uma “luz ao fundo do túnel”, tendo em conta que no ano passado esta feira não se realizou.

A opinião é unânime e para o tecido industrial português que viajou até à Rússia para marcar presença nesta feira, que decorre no Crocus Expo, o número de visitantes e expositores “até surpreendeu pela positiva” e o contacto físico é fundamental naquele que é o maior centro de exposições da Rússia e um dos maiores do Mundo.

A empresa de fabrico de artigo de mármore e de rochas similares, MVC – Mármores de Alcobaça, está presente neste certame e considera o “balaço positivo”. O sales manager da MVC, Ricardo Rebelo, afirma que o número de visitantes está a “surpreender pela positiva” e pela experiência que têm em edições anteriores, a feira está a ter “mais afluência”. Mesmo em tempos de pandemia, refere que estão a conseguir discutir com potenciais clientes como em outrora – antes da pandemia – e que “os russos estão muito à vontade no que respeita à pandemia” e que de certa forma até se “sentem um pouco mais livres olhando para o à vontade dos russos”.

Para o sales manager da MVC – Mármores de Alcobaça, empresa que emprega cerca de 30 colaboradores, o facto desta feira estar a realizar-se presencialmente é uma “luz ao fundo do túnel” e é “sinónimo da abertura de alguns mercados europeus”. Ricardo Rebelo ainda está com cautela e afirma que “só o tempo o dirá” tendo em conta que “estamos a assistir a novas vagas um pouco por toda a Europa”, mas tem esperança que tudo “melhore com o plano de vacinação”.

A AireLimestones, empresa de extração e transformação de pedra natural, também está presente na MosBuild 2021. Para o CEO da empresa, Licínio Cordeiro, o primeiro dia da feira “correu bem” e a “afluência foi normal para qualquer primeiro dia antes da pandemia”. O CEO da AireLimestones, que emprega 27 colaboradores e cresceu 10% o ano passado, corrobora a ideia de Ricardo Rebelo e destaca que o facto desta feira estar a realizar-se presencialmente “é uma luz ao fundo do túnel” e que o “sentimento é de esperança de que tudo volte ao normal”.

À semelhança da MVC, o CEO da AireLimestones refere que estão a “conseguir discutir novos projetos como antes da pandemia” e que na Rússia “parece que tudo está normal como antes da pandemia”.

A empresa Arcen Engenharia, que se dedica a produção, montagem e assistência de equipamentos de betão, agregados e asfalto e está localizada em Vila Nova de Gaia, também está presente nesta feira, mas o ECO não conseguiu receber as respostas da empresa em tempo útil.

Quanto aos cuidados a ter, as empresas destacam o uso da máscaras – que consideram como “uma peça indispensável”, a “desinfeção das mãos e do espaço”, assim como a “desinfetação das amostras antes de passar para a mão dos clientes”, “evitar trocar cartões-de-visita” e “apertos de mãos”.

Este ano, já é a segunda vez que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) leva empresas portuguesas a feiras internacionais. A primeira feira presencial decorreu o mês passado no Dubai e superou as expectativas. Para o diretor da área internacional da AEP, Jorge Marcolino, a realização desta feiras significa que “estamos no bom caminho” e que se torna “cada vez mais necessário retomar muita da atividade económica e de abordagem aos mercados internacionais, que há mais de 12 meses se encontram condicionadas. As empresas precisam destas ações em mercados externos”, destaca.

Para Jorge Marcolino, que está a acompanhar esta comitiva a Moscovo, “a presença física, continua a ser indispensável” e o contacto presencial e a relação de proximidade “são os elementos que geram a confiança e são fundamentais para o negócio. Considera que o “bom caminho” terá de passar por retomar muita da atividade internacional e a participação em grandes certames especializados, como é o caso da MosBuild, em Moscovo”, afirma o diretor da área internacional da AEP.

Há 14 anos consecutivos, desde 2008, que a AEP organiza a participação portuguesa na MosBuild. Face ao cenário pandémico e para ser possível levar estas empresas a marcar presença nesta feira, a AEP teve de elaborar um conjunto de procedimentos de segurança, contratualizar seguros associados a cada participante e realizar testes PCR à entrada e à saída da Rússia.

Na última edição, em 2019, (em 2020 não se realizou), a MosBuild contou com participação de 1.200 empresas russas e 40 estrangeiras e recebeu 77 mil visitantes, de 65 países e de 81 regiões federais da Rússia.

O mercado russo de materiais de construção e de decoração de interiores continua a ter um enorme potencial. Nos últimos cinco anos, a Rússia construiu uma média de 94 milhões de metros quadrados de área residencial por ano, estando previsto atingir a meta dos 105 milhões m2/ano em 2021.

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Parlamento aprova na generalidade prolongamento de moratórias bancárias por seis meses

  • Lusa
  • 31 Março 2021

A Assembleia da República aprovou na generalidade, com o voto contra do PS, um projeto de lei do PCP para prolongar as moratórias bancárias por mais seis meses.

A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, na generalidade, com o voto contra do PS, um projeto de lei do PCP para prolongar as moratórias bancárias por mais seis meses.

O projeto de lei apresentado pelos comunistas mereceu os votos favoráveis de PSD, BE, PCP, PAN, PEV, Chega e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, a abstenção de CDS-PP e Iniciativa Liberal e o voto contra do PS.

Estas moratórias bancárias existem há um ano e foram criadas para ajudar famílias e empresas devido à crise causada pela pandemia de covid-19.

Depois de aprovado na generalidade, o projeto de lei baixa agora à especialidade. Só se passar em votação final global, a lei é aprovada no parlamento e seguirá para decisão do Presidente da República.

Na sessão plenária desta quarta-feira foi aprovado também na generalidade um outro projeto de lei do PCP sobre a possibilidade de suspensão temporária de contratos de energia e telecomunicações por micro e pequenas empresas e empresários em nome individual, iniciativa que contou com votos contra do CDS-PP e IL, abstenção do PS, PSD e Chega e votos favoráveis dos restantes partidos e deputados.

Os deputados aprovaram ainda cinco projetos de resolução, que não têm força de lei, servindo como recomendações, que pedem o reforço dos apoios em tempos de pandemia, tendo rejeitado outros três no mesmo sentido.

Durante o debate destes projetos no parlamento, o deputado Fernando Anastácio, do PS, acusou o PSD de fazer um “exercício de hipocrisia” e “enganar os portugueses” ao aprovar o projeto do PCP mesmo não concordando inteiramente com a iniciativa.

O socialista alertou que o prolongamento das moratórias “só pode ser feito dentro do enquadramento europeu” e, se este requisito não for cumprido, as empresas e as famílias podem ser colocadas “na qualidade de incumpridoras” e o sistema financeiro pode sofrer uma “enorme pressão”.

Na terça-feira, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou que a probabilidade de a Autoridade Bancária Europeia prolongar a adesão às moratórias de crédito é muito baixa.

Pelo PSD, o deputado Carlos Silva lembrou que terminam esta quarta-feira as moratórias privadas e lamentou que não sejam conhecidas medidas que “compensem a retirada” destes mecanismos, uma vez que ainda não terminou a pandemia e não se sabe quando “a economia sai dos cuidados intensivos”.

Momentos depois, o social-democrata Duarte Pacheco criticou que as restrições decretadas para tentar controlar os contágios pelo novo coronavírus ainda estejam em vigor mas na ótica do Governo os portugueses “podem começar desde já a pagar”.

“Precisamente enquanto vigorarem estas restrições, também as moratórias devem ser alargadas, respeitando o acordo que Governo tem de conseguir junto da Autoridade Bancária Europeia”, defendeu.

O deputado Bruno Dias disse que o PCP está disponível “para acompanhar as demais iniciativas e trabalhar em conjunto para as melhores soluções” na especialidade, “mas sem perdas de tempo e sem manobras de diversão”.

O deputado Duarte Alves, também do PCP, considerou que o país está “numa situação em que ainda não há condições” para os portugueses “começarem a pagar as prestações”, pelo que o prolongamento das moratórias é “urgente”, mas não chega, sendo necessárias também “respostas de fundo”.

Pelo BE, a deputada Isabel Pires advogou que o “fim precipitado das moratórias” pode provocar uma “vaga de falências”.

Cecília Meireles, do CDS-PP, apontou que “o que resolve o problema” é encontrar “soluções verdadeiras e não apenas adiamentos em cima de adiamentos” e avisou para o facto de o parlamento não criar “falsas expectativas”, uma vez que a lei “não vai entrar em vigor amanhã”.

A deputada Bebiana Cunha (PAN) assinalou que o Governo “não pode faltar” às empresas constituídas após a partir de janeiro do ano passado, pelo que deverá “encontrar uma solução” para as apoiar.

O PEV disse que o Governo “teima em não reformular” os apoios, enquanto o deputado único da Iniciativa Liberal defendeu que o Estado “tem obrigação de garantir que os apoios sejam simples” e que “não é tempo para mais burocracias do PS”.

(Notícia atualizada às 21h17 com mais informação)

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