Áustria impõe confinamento nacional para não vacinados

  • Lusa
  • 14 Novembro 2021

A Áustria decidiu proibir os não vacinados maiores de 12 anos de saírem de casa, exceto para trabalhar, fazer compras, dar um passeio ou para serem vacinados.

O Governo austríaco instituiu um confinamento nacional para quem não está vacinado contra a Covid-19, com início marcado para esta meia-noite, com o objetivo de abrandar a propagação do novo coronavírus no país.

Segundo agência de notícias AP, a medida proíbe os não vacinados maiores de 12 anos de saírem de casa, exceto para trabalhar, fazer compras, dar um passeio ou para serem vacinados.

Nas últimas semanas, a Áustria tem registado uma “tendência preocupante” de aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus, tendo o número de casos positivos nas últimas 24 horas atingido os 11.552 novos casos.

“É nosso dever como Governo proteger o povo. Por isso, decidimos que a partir de segunda-feira haverá confinamento para os não vacinados”, explicou o chanceler austríaco, em declarações aos jornalistas.

A AP explica que as autoridades austríacas receiam que o pessoal hospitalar já não seja capaz de lidar com o aumento de doentes com Covid-19.

A medida anunciada vai afetar cerca de dois milhões de pessoas naquele país alpino, que tem cerca de 8,9 milhões de habitantes, e vai vigorar por 10 dias, tendo sido pedido à polícia vigilância para ter a certeza que quem anda na rua está vacinado.

A Áustria tem uma das taxas de vacinação mais baixas da Europa Ocidental, estando em cerca de 65% da população totalmente vacinada.

A Covid-19 provocou mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

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COP26: Presidente da cimeira rejeita que alterações ao texto signifiquem fracasso

  • Lusa
  • 14 Novembro 2021

Alok Sharma sublinha que pacto assinado no sábado permite "manter ao alcance" o objetivo planeado no Acordo de Paris de 2015.

O presidente da cimeira do clima de Glasgow (COP26), Alok Sharma, rejeitou este domingo que as mudanças de última hora da China e Índia sobre o fim do carvão signifiquem “um fracasso“, assegurando que o acordo é “um feito histórico”.

Numa entrevista ao programa de Andrew Marr na BBC, citada pela agência Efe, o responsável britânico disse que o pacto assinado no sábado permite “manter ao alcance” o objetivo planeado no Acordo de Paris de 2015 de limitar a 1,5 graus o aumento da temperatura do planeta neste século.

Alok Sharma também recordou que se completou o normativo para aplicar plenamente o tratado parisiense e se conseguiu “mais dinheiro para os países vulneráveis às alterações climáticas”. “Creio que podemos afirmar que estamos a caminho de erradicar o carvão da história“, manteve, para sublinhar que é a primeira vez que um documento de uma negociação climática inclui referências a hidrocarbonetos.

Para Alok Sharma, “a China e a Índia são os que vão ter de se explicar aos países mais vulneráveis os efeitos das alterações climáticas, e já se viu a reação desses países à mudança de linguagem proposta”.

Numa intervenção de última hora, precisamente quando o Pacto de Glasgow, resultado de duas semanas de intensas negociações na cidade escocesa, ia ser aprovado, a Índia, apoiada pela China, forçou uma mudança no artigo 36, que pedia para se “acelerar os esforços para a eliminação do carvão sem processos de captura de carbono e dos subsídios ineficientes ao combustível fóssil”.

Com a mudança proposta, aprovada sob protesto por algumas delegações presentes, a “eliminação” foi substituída por uma “redução progressiva”.

Quando o acordo foi aprovado, um dia depois do previsto para o fecho da cimeira que começou no dia 31 de outubro, Alok Sharma emocionou-se, pedindo desculpa pela manobra de última hora. “Conseguimos muito e, a nível pessoal, dediquei muito tempo nos últimos dois anos… e, claro, só dormi umas seis horas nas 72 anteriores. Foi um momento emotivo“, disse à BBC.

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Pandemia já matou pelo menos 5.094.101 pessoas no mundo

  • Lusa
  • 14 Novembro 2021

A pandemia já provocou, pelo menos, 5.094.101 mortos e 252.864.960 casos de infeção, indica o balanço mais recente.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus já causou pelo menos 5.094.101 mortos em todo o mundo desde que foi notificado o primeiro caso na China em dezembro de 2019, segundo o balanço diário da agência France-Press.

Mais de 252.864.960 casos de infeção pelo SARS-CoV-2 foram oficialmente diagnosticados em todo o mundo desde o início da epidemia, indica o balanço até às 11h00, com base em fontes oficiais. No sábado, registaram-se 7.908 mortes e 472.528 novos casos de infeção em todo o mundo, segundo os números coligidos e divulgados pela AFP.

Os países que registaram mais mortes nos seus relatórios mais recentes são os Estados Unidos, com 1.240 óbitos, Rússia (1.219) e Brasil (731). Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado, tanto em número de mortes como de infeções, com um total de 762.972 mortes para 47.051.430 casos, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil com 611.222 mortes e 21.953.838 casos, a Índia com 463.530 mortes (34.437.307 casos), o México com 291.089 mortes (3.844.791 casos) e a Rússia com 255.386 mortos (9.070.674 casos).

Entre os países mais atingidos, o Peru é o que regista o maior número de mortes em relação à sua população, com 608 mortes por 100.000 habitantes, seguido pela Bulgária (376), Bósnia (365), Macedónia do Norte (351), Montenegro (350), Hungria (330) e República Checa (294).

Em termos de regiões do mundo, América Latina e Caraíbas totalizaram 1.530.406 mortes para 46.276.783 casos, Europa 1.453.054 mortes (78.361.727 casos), Ásia 883.199 mortes (56.465.562 casos), Estados Unidos e Canadá 792.288 mortes (48.797.575 casos), África 220.517 mortes (8.559.709 casos), Médio Oriente 211.613 mortes (14.120.415 casos) e Oceânia 3.024 mortes (283.189 casos).

Estes valores têm como base os balanços comunicados diariamente pelas autoridades sanitárias de cada país, mas excluem as revisões realizadas por alguns organismos responsáveis por estatísticas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima, tendo em conta a mortalidade direta e indireta relacionada com a Covid-19, que o balanço da pandemia pode ser duas ou três vezes superior ao que é oficialmente recenseado. Uma grande parte dos casos menos graves ou assintomáticos continuam por detetar, apesar da intensificação dos processos de despistagem adotados em vários países.

Este balanço foi feito com base em dados obtidos pela AFP junto das autoridades nacionais e informações da OMS. Devido a correções feitas pelas autoridades e a notificações tardias, o aumento dos números diários pode não corresponder exatamente à diferença em relação aos dados avançados na véspera.

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PPP no hospital de Loures vai acabar. Só resta uma na Saúde

O contrato no hospital de Loures termina em janeiro de 2022. Aí, fica apenas a sobrar a parceria no Hospital de Cascais, que foi prorrogada até ao final do próximo ano, para dar tempo para o concurso.

Sobra uma. As Parcerias Público-Privadas (PPP) na saúde estão a desaparecer, com hospitais como o de Braga e o de Vila Franca de Xira a voltarem à esfera pública. Chegou a vez do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, para o qual estava previsto o lançamento de um novo concurso mas vai acabar por se converter numa empresa pública. Resta assim a PPP do Hospital de Cascais.

Foi no Conselho de Ministros desta quinta-feira que foi oficializado o final da PPP no hospital de Loures, com o Governo a criar uma empresa pública para o efeito. A parceria entre o Estado e a Luz Saúde termina em janeiro de 2022, e estava previsto um concurso para uma nova PPP neste hospital, mas este acabou por não avançar.

O Governo tinha anunciado em janeiro de 2020, quando tinha de se pronunciar sobre a continuação da parceria, que não iria renovar o contrato com a Luz Saúde no Hospital Beatriz Ângelo por mais dez anos. Dois meses mais tarde, aprovou o estudo e preparação do lançamento e adjudicação de uma nova PPP para a gestão e prestação de cuidados de saúde no Hospital de Loures. No entanto, o concurso não se materializou.

Este ano, a dona da Luz Saúde também sinalizou não ter interesse em continuar a PPP de Loures após 2022, pelo que não continuará nas mãos da atual entidade gestora.

Quando esta PPP terminar, no início do próximo ano, já só restará uma, no Hospital de Cascais. O contrato de gestão terminava este ano, depois de já ter sido prolongado, mas acabou por ser prorrogado por mais um ano para dar tempo para a conclusão do concurso. A despesa correspondente a este prolongamento do contrato poderá ir até 80 milhões de euros.

Foi em maio do ano passado que o Governo deu a autorização para o lançamento de um concurso público internacional para esta PPP. Este ano o processo para a nova PPP em Cascais começou a avançar, mas a gestora, a Lusíadas Saúde, acabou por desistir de concorrer ao concurso porque a proposta do Estado “não garante sustentabilidade financeira”, como argumentaram na altura. É assim incerto qual será o desfecho para o Hospital de Cascais, até ser conhecido o resultado do concurso.

De recordar que as PPP na saúde que já terminaram continuam ainda a representar encargos para o Estado, nomeadamente pelos efeitos que ainda perduram dos respetivos contratos. No relatório do Orçamento do Estado para 2022 (que acabou por ser chumbado), o Governo sinalizava, por exemplo, o “aumento de encargos com a entidade gestora do estabelecimento hospitalar de Braga, resultante de pagamentos de reconciliação que não ocorreram em 2020”.

Por outro lado, as PPP representam também uma poupança para o Estado, segundo os vários estudos que têm vindo a ser publicados sobre o tema. O mais recente, do Tribunal de Contas (TdC), estima que as poupanças que resultaram da gestão clínica privada dos Hospitais de Cascais, Braga, Vila Franca de Xira e Loures, face à alternativa pública, são de cerca de 203,3 milhões de euros, segundo os cálculos da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), para o conjunto dos períodos analisados.

As poupanças médias estimadas, em “apenas parte do período de execução dos vários contratos de gestão, foram de 29 milhões no Hospital de Cascais (em 5 anos, de 2011 a 2015), de 75 milhões no Hospital de Braga (em 4 anos, de 2012 a 2015), de 19,5 milhões no Hospital de Vila Franca de Xira (em 4 anos, de 2014 a 2017) e de 79,8 milhões no Hospital de Loures (em 5 anos, de 2013 a 2017)”, diz o TdC no relatório publicado em maio, com base nas contas da UTAP.

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Procuradores sem nota ou experiência exigida pela lei colocados a tratar de casos complexos

  • ECO
  • 14 Novembro 2021

A situação resulta das regras previstas no novo Estatuto do Ministério Público: há procuradores sem a experiência nem as notas de mérito exigidas pela lei a tratar de casos complexos.

procuradores sem a experiência nem as notas de mérito exigidas pela lei a tratar, neste momento, de casos complexos, avança, este domingo, o Público (acesso condicionado). Há, por outro lado, procuradores que cumprem os referidos requisitos que foram colocados em lugares onde lidam com minudências.

De acordo com o jornal, esta situação é resultado, em grande parte, das regras previstas no novo Estatuto do Ministério Público, que está em vigor desde o início de 2020, mas só aplicado no último movimento de procuradores, isto é, na última distribuição de lugares, que começou a produzir efeitos em setembro.

Por outro lado, escreve o Público, há também quem responsabilize o Conselho Superior do Ministério Público, órgão que é presidido por Lucília Gago, atual procuradora-geral da República e autora das regras do concurso. Além disso, a nova distribuição de quadro ficou mais cara e deixou o Ministério Público mais vulnerável, acrescenta o jornal.

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Autoridades impotentes no combate aos crimes financeiros online

  • ECO
  • 14 Novembro 2021

Há anúncios nas redes sociais, por exemplo, que aliciam as vítimas para investimentos milionários em criptomoedas, mas autoridades não conseguem intervir, por falta de regulação.

O Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) reconhecem que são impotentes na intervenção nas criptomoedas e noutros ativos por falta de regulação, numa altura em que crescem as denúncias de burla, avança este domingo o Jornal de Notícias (acesso pago).

De acordo com o jornal, há anúncios em vídeos, jogos e nas redes sociais que aliciam as vítimas para investimentos milionários em forex ou criptomoedas, tendo o cibercrime disparado durante a pandemia. Só na primeira metade deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já recebeu 594 denúncias, mais do que em todo o ano passado e quase o triplo das contabilizadas em 2019 (193).

Em maior detalhe, entre os diversos tipos de crime, as burlas com criptomoedas, forex e outros ativos financeiros têm tido “enorme expansão”. O BdP e a CMVM não conseguem, contudo, intervir, uma vez que não há regulação desse tipo de ativos. Os criminosos, em consequência, nunca chegam a ser condenados.

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Assis apela a diálogo entre partidos incluindo PS e PSD

  • ECO
  • 14 Novembro 2021

"Depois das eleições tem de haver diálogo entre todos os partidos políticos", diz Francisco de Assis, que não "demoniza" a opção de um bloco central.

Depois da ida às urnas de 30 de janeiro, terá de haver diálogo entre “todos os partidos políticos”, incluindo entre o PS e o PSD, entende Francisco Assis. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) e à Antena 1, o antigo líder parlamentar do PS e atual presidente do Conselho Económico e Social (CES) salienta que existem “grandes pontos de contacto” entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata.

“Depois das eleições tem de haver diálogo entre todos os partidos políticos, do PS e dos demais partidos políticos”, afirma Assis, defendendo que, até às eleições, o debate deve deixar claras as diferenças entre os partidos, mas não ao ponto de impedir o diálogo pós-eleitoral.

O presidente do CES entende, por outro lado, que deveria haver um “acordo de regime” que limite as nomeações políticas para afastar o receio de um “Estado clientelar”. Os maiores partidos têm afastado, contudo, este tema.

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Universidade de Coimbra cria rede de pesca biodegradável para proteger oceanos

  • Lusa
  • 14 Novembro 2021

Há um projeto em curso na Universidade de Coimbra com vista a tornar a pesca artesanal mais sustentável através da criação de redes biodegradáveis.

A criação de uma rede biodegradável e a avaliação das capturas realizadas por embarcações locais na costa portuguesa são dois projetos da Universidade de Coimbra (UC) que visam a sustentabilidade da pesca artesanal e a proteção dos oceanos.

A BIOREDE nasceu de uma investigação científica no âmbito da ação UC MAR (Transferência de Conhecimento ao Serviço da Economia do Mar), visando a criação de uma rede de pesca totalmente biodegradável e biocompatível, que possa substituir as atuais, feitas de nylon, fibra sintética da família dos plásticos.

As redes atuais “são feitas de material plástico não degradável, pelo que se torna imperativo apostar na inovação e no desenvolvimento de novas redes biodegradáveis que contribuam para eliminar o flagelo que se observa atualmente das mortes de espécies marinhas, devido ao contacto com as redes que se perdem durante os atos de pesca”, lê-se na explicação do projeto do Departamento de Engenharia Química da UC.

“Assim, uma das oportunidades de inovação passa pela mudança do plástico tradicional como matéria-prima da cordoaria para um produto biodegradável e compostável que possa ao mesmo tempo ter a resistência adequada à faina pesqueira”, acrescenta.

Os investigadores firmaram na Figueira da Foz uma parceria com a associação de pesca local FigPesca, que irá testar a nova rede em condições reais, no mar, durante a faina. “Apresentaram o projeto e achei interessante, para ver se conseguimos olhar um bocadinho pelo ambiente e pelo mar. Há muito lixo. Vamos ver se a utilização desta rede vem resolver certos problemas que existem no oceano”, disse à agência Lusa Alexandre Carvalho, vice-presidente da FigPesca, associação que representa cerca de 50 armadores.

“Está pronta para ir para o mar, vamos ver como se vai portar. Mas ainda tem de inovar um bocado na questão do material”, notou o pescador.

A equipa científica, liderada por Arménio Serra, criou um primeiro protótipo funcional, que teve dificuldades de desenvolvimento e não é, ainda, a rede final: “Houve várias dificuldades, primeiro logo na produção do fio”, frisou. O investigador explicou que a produção implicou a adaptação das máquinas industriais “hoje em dia dedicadas, sobretudo, à produção de [plásticos] polietileno e polipropileno”, para se conseguir fazer um fio resultante da combinação dos novos materiais biodegradáveis.

A Sicor – Sociedade Industrial de Cordoaria foi responsável pelo fio e entregou 150 quilos à LusoRedes, que produziu a rede de pesca, em consonância com as necessidades do pescador Alexandre Carvalho, quer no tamanho, quer na distância das malhas.

Embora um teste efetuado, chamado teste dos nós, tenha demonstrado “que o monofilamento cumpria os requisitos, tendo um comportamento semelhante aos filamentos das redes de pesca convencionais”, Arménio Serra admite que a BIOREDE apresenta “alguma fragilidade na produção dos nós”. “Uma rede é constituída por nós e a parte do nó ainda não está estável. Há ali coisas que temos de trabalhar para aumentar o que o pescador chama ‘a resistência ao nó’. E também a densidade da rede, a cor da rede [branca, em comparação com os tons de verde das redes tradicionais] que também é muito importante, e a própria maneabilidade da rede, como é que ela trabalha dentro do mar”, assinalou.

“Tudo isso foram questões que o senhor Alexandre colocou e que agora vão ser testadas, para ir mudando os materiais e ter uma rede cada vez mais próxima do que a gente quer”, frisou o investigador da UC.

Paralelamente à BIOREDE, outro projeto da UC MAR, denominado ART FISH, assenta na avaliação das espécies capturadas por embarcações de pesca local – que representam quase 80% da frota pesqueira nacional – na costa entre a Figueira da Foz e Viana do Castelo. “É um setor muito importante da pesca em Portugal. Conseguimos perceber que, neste momento, as espécies mais pescadas são a faneca, o sargo e o robalo, mas isto são os dados todos juntos, há muito variedade territorial e essa é uma questão que ainda vamos avaliar até terminar o projeto”, disse à Lusa Filipe Martinho, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra.

Comum aos dois projetos é a colaboração voluntária dos pescadores com a Ciência e também a preocupação dos profissionais da pesca com o futuro da atividade, destacadas pelos investigadores. “Muitos destes pescadores da pequena pesca já têm noção de que cada vez há menos recursos, cada vez é mais difícil pescarem e percebem que se tem de começar a criar medidas, épocas de defeso, que se tem de ter uma visão a longo prazo e não a curto prazo, a pescar tudo amanhã”, afirmou, por seu turno, Milene Guerreiro, também do Centro de Ecologia Funcional da UC.

A investigadora enalteceu ainda a colaboração “essencial” dos pescadores com a Ciência, para levar os projetos da Universidade de Coimbra “a bom porto”.

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Retalho espera níveis próximos aos de 2019 numa Black Friday em que pode haver escassez

  • Lusa
  • 14 Novembro 2021

"Temos a expectativa que quer na Black Friday, quer na época de Natal, possamos atingir valores próximos dos alcançados em 2019", revela secretário-geral da AMRR.

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) afirmou estar “moderadamente otimista” com a Black Friday, esperando níveis semelhantes aos de 2019, mas com menor rentabilidade, numa altura em que o setor está atento à escassez das mercadorias.

“Temos a expectativa que quer na Black Friday, quer na época de Natal, possamos atingir valores próximos dos alcançados em 2019, ainda que com muito menor rentabilidade”, apontou o secretário-geral da AMRR, Marco Claudino, em resposta à Lusa.

Contudo, a associação lembrou que a faturação anual vai ser muito afetada, tendo em conta que o setor esteve três meses encerrado e quatro meses com restrições ao nível da lotação e dos horários devido à pandemia de Covid-19. Acresce a isto o aumento das despesas com a energia e transportes, mais os custos fixos, como rendas, o que leva a uma rentabilidade inferior.

Ainda assim, a AMRR está “moderadamente otimista” com esta edição da Black Friday, apesar de ressalvar que vão ser contabilizadas “menos vendas e menos rentáveis”, em comparação com 2019, ainda que “um pouco melhor” do que em 2020.

Marco Claudino garantiu também que o setor não poupou esforços com a segurança dos clientes e dos trabalhadores, acreditando que estes podem continuar a confiar nas lojas, apesar da possibilidade de comprar online. Esta opção complementar está, no entanto, “longe de compensar as perdas sofridas”.

Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), citados pela associação, 44% das empresas tiveram prejuízos em 2020, percentagem que é ainda superior no caso do retalho e da restauração. Questionado sobre a crise dos semicondutores e a possibilidade de faltarem alguns produtos nas prateleiras nesta Black Friday, o secretário-geral da AMRR disse que os retalhistas estão “atentos e preocupados” com estas matérias. “Os constrangimentos são reais e preocupa-nos a possibilidade de não termos todas as mercadorias necessárias”, concluiu.

A Black Friday celebra-se habitualmente no dia a seguir à tradição da Ação de Graças nos Estados Unidos, com descontos e oportunidades nas lojas aderentes. Este ano, o evento decorre em 26 de novembro.

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Mais de metade dos trabalhadores temporários sentem-se pouco realizados e motivados

Trabalhadores com baixos níveis de engagement e pouco realizados a nível pessoal. Este é o retrato da maioria dos trabalhadores temporários. O tipo de contrato pode influenciar a realização pessoal.

Apenas um em cada quatro trabalhadores temporários (25,7%) apresenta níveis de engagement elevados, a maioria destes profissionais (65,2%) revela mesmo uma baixa realização pessoal e 10% dizem sentir esgotamento emocional, revela o estudo “Saúde mental dos trabalhadores temporários durante a Covid-19”, dos investigadores Pedro Ferreira e Sofia Gomes, do REMITResearch on Economics, Management and Information Technologies da Universidade Portucalense. Portugal é o sexto país da União Europeia (UE) com maior utilização de contratos de trabalho temporários em 2020, com a precaridade a afetar, sobretudo, os jovens.

“A baixa realização pessoal é uma evidência demonstrada pelos mais de 2.000 trabalhadores temporários que participaram neste estudo. Significa que as pessoas não sentem que estejam a ser bem-sucedidas e isso pode encontrar explicação em vários fatores”, começa por dizer Sofia Gomes à Pessoas, com base nas conclusões da investigação do REMIT, que inquiriu 2.050 trabalhadores temporários portugueses, em março de 2021, período de novo confinamento no país.

“Curiosamente, estudos anteriores com profissionais não temporários revelam que, no âmbito do burnout, a realização pessoal é menos afetada que a exaustão emocional e a despersonalização, ou seja, os profissionais não temporários são mais afetados pela exaustão emocional e despersonalização do que pela falta de realização pessoal. Deste modo, é plausível assumir que a condição de trabalhador temporário poderá afetar negativamente o sentimento de sucesso profissional“, continua a investigadora da Universidade Portucalense.

Os níveis de engagement também são, na maioria dos trabalhadores temporários, bastante baixos. Seja qual for a dimensão — vigor, dedicação e absorção –, há sempre, pelo menos, 25% dos profissionais a expressarem baixos níveis. Quase 35% dos inquiridos apresentam baixos níveis de vigor (níveis de energia e resiliência mental durante o trabalho), 32,6% mostram baixos níveis de dedicação (entusiasmo, inspiração e orgulho no trabalho) e 25,6% revelam baixos níveis de absorção (nível de foco e imersão positiva no trabalho).

Embora seja difícil afirmar objetivamente que a pandemia da Covid-19 acabou por influenciar negativamente estes indicadores, Pedro Ferreira afirma que, tendo em conta o forte impacto na vida de todos os trabalhadores, “não será de descartar a possibilidade também de ter efeitos nefastos na vida de trabalhadores temporários”.

É plausível assumir que a condição de trabalhador temporário poderá afetar negativamente o sentimento de sucesso profissional.

Sofia Gomes

Investigadora do REMIT da Universidade Portucalense

“Na realidade, os trabalhadores temporários são, em contexto de crise e de redução de mão-de-obra, um dos primeiros grupos a ser afetado, como, aliás, demonstram os dados disponíveis. A redução em 16% do número de trabalhadores temporários em Portugal, de 2019 para 2020, é essencialmente o resultado da pandemia. Além disso, os trabalhadores temporários que mantiveram os seus empregos passaram também a trabalhar em regime de teletrabalho (nos casos em que tal foi possível) e num contexto de incerteza acrescido. Não podemos excluir a hipótese de a pandemia ter agravado negativamente os indicadores de burnout e engagement“, explica.

Níveis baixos de engagement conduzem, habitualmente, a baixa satisfação profissional e produtividade, bem como a elevado absentismo e rotatividade, alertam os investigadores no estudo. Aliás, há especialistas que defendem mesmo que apoiar o bem-estar mental dos funcionários é fundamental para a cultura da empresa e para a produtividade. Segundo uma investigação da World Health Organization, por cada dólar que as companhias investem no apoio à saúde mental no local de trabalho, há um retorno de quatro dólares.

Apesar de os níveis de realização pessoal e engagement serem pouco animadores, no que toca a exaustão emocional e despersonalização, os valores apurados não são tão pessimistas: 10% dos inquiridos dizem sentir esgotamento emocional — o que se traduz em cansaço, sensação de vazio e dificuldade em lidar com as emoções dos outros — e 5% apresenta baixos níveis de despersonalização — uma atitude distanciada –, apesar da precariedade contratual vivenciada por estes trabalhadores.

Estes resultados em especial foram “algo surpreendentes”, confessa Pedro Ferreira. “Grande parte dos mais de 2.000 trabalhadores temporários que participaram no estudo estão ou estiveram recentemente ligados ao setor industrial. Está documentado que o burnout afeta essencialmente profissionais cujas funções têm um elevado grau de relacionamento humano (como, por exemplo, os profissionais de saúde, professores, cuidadores, etc.), que exige aos profissionais lidar com problemas dos destinatários do seu trabalho.”

Por outro lado, as funções de trabalhadores temporários no setor industrial são, muitas vezes, “realizadas em contexto de ‘chão de fábrica’, não existindo, por isso, o desgaste emocional inerente ao contacto com utentes/clientes e os seus problemas”, explica o investigador.

Criar uma cultura que inspire todos os colaboradores

Ainda assim, é preciso estar atento a estes números. A iniciativa “Go Forward to Work”, um projeto de investigação lançado em 2020 em parceria com a Dell Technologies em conjunto com a Harvard Business School, criou um quadro com quatro temas centrais no que diz respeito às melhores práticas para promover a saúde mental e bem-estar das pessoas.

A plataforma agrega um conjunto de ideias inovadoras e boas práticas, ao mesmo tempo que convida os líderes a partilharem as suas histórias através do site “Go Forward to Work”. “Estas dicas podem não só ajudar os colaboradores que estão a sofrer, mas também podem ajudar a criar uma cultura duradoura que inspire todos os empregados”, diz Keith Ferrazzi, fundador da iniciativa, citado pela Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês).

Redefinir as políticas e práticas da equipa, incentivar novas rotinas, desenvolver novas competências de liderança e disponibilizar novos recursos são algumas das principais ideias deste projeto, bem como as medidas que algumas empresas já implementaram. No caso dos trabalhadores temporários, investir no seu bem-estar pode, contudo, ser um desafio ainda maior, sobretudo tendo em conta que a probabilidade de passagem de vínculos temporários a permanentes é baixa.

Mais de 60% dos jovens nascidos nos anos 90 têm vínculos temporários

Portugal ocupa a sexta posição na lista dos países da União Europeia (UE) com maior utilização de contratos de trabalho temporários em 2020, segundo os dados do Eurostat divulgados em maio deste ano. No ano passado existiam 699,6 mil portugueses com contratos temporários de trabalho, menos 16% que em 2019, de acordo com os dados do Pordata. A diminuição pode, contudo, ser explicada pelo elevado desemprego destes trabalhadores, motivado pela pandemia.

Na realidade, os trabalhadores temporários são, em contexto de crise e de redução de mão-de-obra, um dos primeiros grupos a ser afetado.

Pedro Ferreira

Investigador do REMIT da Universidade Portucalense

Recentemente, o estudo “A equidade intergeracional no trabalho em Portugal”, realizado por Pedro Martins, ex-secretário de Estado do Emprego e professor do Queen Mary College (Universidade de Londres) e da Nova, para a Fundação Calouste Gulbenkian, revelou que a precariedade contratual afeta, sobretudo, os mais jovens. Mais de 60% dos nascidos nos anos 90 em Portugal não têm um vínculo permanente, uma situação que afeta apenas 40% dos nascidos na década anterior. E a probabilidade de conversão desses contratos em permanentes é baixa. Atualmente, menos de 15% dos contratos a prazo são convertidos em contratos permanentes.

“Os resultados apontam para uma mudança estrutural em termos de uma utilização muito alargada dos contratos de trabalho a termos e temporários junto das gerações mais jovens”, dizia Pedro Martins, durante a apresentação do estudo, acrescentando que será importante ter em conta o potencial impacto positivo destes contratos em termos de oferta de oportunidades de emprego aos trabalhadores.

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Expectativas da COP26 “razoavelmente cumpridas”

  • Lusa
  • 13 Novembro 2021

Ministro Matos Fernandes valoriza existência de um acordo em Glasgow, mas admite que em alguns pontos, como o fim do carvão e combustíveis fósseis, deveria ter-se ido mais longe.

O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, considera que as expectativas da cimeira do clima em Glasgow (COP26) foram “razoavelmente cumpridas” e que, ainda que se pudesse ter ido mais longe, há um acordo. “Foram razoavelmente cumpridas as expectativas da COP, que era anunciada como a COP mais importante depois de Paris. Estamos a falar de um exercício multilateral, e, ainda que haja algumas partes deste acordo em que manifestamente devíamos ter ido mais longe, eu começo por dizer uma coisa: há acordo, coisa que não tivemos em Madrid, não tivemos em Katovice [as duas anteriores reuniões da ONU]”, disse o ministro.

Em declarações à Agência Lusa, João Pedro Matos Fernandes apontou como bons resultados o facto de se ter resolvido “de uma vez por todas” o livro de regras, “com boas soluções para a transparência, claras, iguais para todos”, com boas soluções também para as contribuições de cada país para reduzir os gases com efeito de estufa (as chamadas NDC), a cada cinco anos e projetadas a 10.

E depois também um artigo sobre os mecanismos de mercado, “que de alguma forma limitam aquilo que era a quantidade de créditos atribuídos em anos passados”.

“Além disto há claramente a meta de 1,5ºC (graus celsius), com compromisso de reduzir até 2030 em 45% as emissões comparadas com 2010, isto fica escrito e é da maior importância”, disse o governante, acrescentando: “Manifestamente trabalhou-se bem nestes 15 dias”.

Sobre o fim do carvão e dos combustíveis fósseis, o ministro disse que Portugal preferia, “obviamente”, a primeira versão, que falava do desaparecimento do carvão, em vez da aprovada, que fala da redução. “Mas seja como for isso nunca tinha sido escrito. E há um acordo de todos os países para tal”, observou.

Quanto ao financiamento, João Pedro Matos Fernandes considerou que se está no caminho dos apoios de 100 mil milhões prometidos, e disse que esse vai ser o grande tema da próxima cimeira, no Egito, porque se os países ricos não conseguirem este valor os países em vias de desenvolvimento vão ter boas razões para se queixar.

Não saímos daqui certamente com 1,5ºC assegurados (…) mas com um caminho para o 1,5ºC muito bem desenhado, e a fortíssima expectativa é que cinco anos depois de Glasgow, ou 10 anos depois de Paris, o somatório das NDC então já correspondam a 1,5ºC.

Matos Fernandes

“E uma coisa que eu considero muito importante e que nos batemos desde o primeiro dia, é que o dinheiro para a adaptação duplica”, já com verbas para perdas e danos do passado, disse ainda o ministro do Ambiente, concluído que “as partes estiveram à altura do compromisso”.

E acrescentou: “Não saímos daqui certamente com 1,5ºC assegurados (…) mas com um caminho para o 1,5ºC muito bem desenhado, e a fortíssima expectativa é que cinco anos depois de Glasgow, ou 10 anos depois de Paris, o somatório das NDC então já correspondam a 1,5ºC”.

A 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26) decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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Um acordo mínimo na COP26

  • Lusa e ECO
  • 13 Novembro 2021

Há um acordo na COP26, mas é entendido por especialistas e muitos dos líderes políticos como um acordo mínimo insuficiente para limitar o aumento da temperatura.

A cimeira do clima das Nações Unidas (COP26) adotou formalmente a declaração final da COP26, com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão. A proposta foi feita pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões. Um acordo que sabe a pouco, o acordo possível, já a olhar para a COP27.

A Índia quis substituir o fim progressivo – “phase-out” por uma redução progressiva – “phase down” -, uma proposta que foi aceite com manifestações de desagrado de várias delegações, como a Suíça, e a União Europeia, e ainda de países mais vulneráveis às alterações climáticas. Quis ainda acrescentar ao parágrafo o “apoio aos países mais pobres e vulneráveis em linha com as suas circunstâncias nacionais”.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, interveio para dizer que “o carvão não tem futuro”, frisando que “a União Europeia queria ir ainda mais longe em relação ao carvão, consequência da sua própria experiência dolorosa”.

Expressando “desilusão” com a proposta indiana e salientando que continuar a apostar no carvão como fonte de energia não é economicamente viável, saudou no entanto a “histórica decisão” que considerou ser a declaração final.

A proposta foi aprovada pelo presidente da cimeira com uma inusitada comoção. Alok Sharma afirmou de voz embargada “lamentar profundamente a forma com este processo decorreu”. “Percebo o vosso desapontamento, mas como notaram, é vital que protejamos este pacote” de decisões, declarou.

A ministra do Ambiente suíça, Simonetta Sommaruga, salientou que o texto adotado sai “ainda mais enfraquecido” e que “não é preciso reduzir, mas acabar” com o uso de carvão.

Criticou a forma como a alteração foi introduzida, mas afirmou que o grupo da Integridade Ambiental, que inclui a Suíça e cinco outros países, “não quer arriscar sair de Glasgow sem uma decisão”.

Acordo mantém meta de 1,5ºC

O Pacto Climático de Glasgow aprovado este sábado na cimeira do clima (COP26) mantém a ambição do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura a 1,5ºC (graus celsius).

O documento, que sofreu alterações até ao último momento, reafirma o objetivo de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC (graus celsius), decidido há seis anos no Acordo de Paris, e diz ser necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010.

Reconhece-se que limitar o aquecimento global a 1,5ºC exige “reduções rápidas, profundas e sustentadas das emissões globais de gases com efeito de estufa, incluindo a redução das emissões globais de dióxido de carbono em 45% até 2030 em relação ao nível de 2010 e para zero por volta de meados do século, bem como reduções profundas de outros gases com efeito de estufa”.

O Pacto salienta a urgência de reforçar a ambição e a ação em relação à mitigação, adaptação e financiamento nesta “década crítica” para colmatar as lacunas na implementação dos objetivos do Acordo de Paris, e nele pede-se aos países em falta que apresentem até novembro do próximo ano as suas contribuições para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Os presentes em Glasgow instaram também, segundo o documento aprovado, os países desenvolvidos a “pelo menos duplicarem” o financiamento climático para a adaptação às alterações climáticas dos países mais pobres.

E apela-se aos países mais ricos e instituições financeiras para “acelerarem o alinhamento das suas atividades de financiamento com os objetivos do Acordo de Paris”.

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