Tabuleiro inferior da Ponte Luiz I entre Porto e Gaia encerra por um ano para obras

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

O trânsito neste tabuleiro vai ser cortado a partir de 14 de outubro, mas será permitida a passagem de peões em situação condicionada.

O trânsito no tabuleiro inferior da Ponte Luiz I, que liga Porto e Gaia, vai encerrar a partir de 14 de outubro e durante cerca de um ano para trabalhos de reabilitação, adiantou esta quarta-feira a Infraestruturas de Portugal (IP).

Em comunicado enviado à Lusa, a IP referiu que, para minimizar os impactos desta intervenção, será permitida a passagem de peões em situação condicionada, através de plataformas montadas para o efeito.

A empreitada de reabilitação e reforço do tabuleiro inferior desta travessia sobre o rio Douro, com um investimento de 3,3 milhões de euros, visa reparar um conjunto de anomalias já identificadas, a maioria das quais relacionada com a corrosão superficial de elementos metálicos e outras que venham a ser identificadas no decorrer das obras.

Além disso, é ainda necessário fazer a substituição pontual de rebites e das juntas de dilatação, a retificação de chapas deformadas, a manutenção dos aparelhos de apoio, a reparação das portas de acesso aos encontros e a reabilitação dos serviços afetados, sublinhou.

A IP realçou que se prevê também o reforço dos banzos superiores das vigas, diagonais e montantes por adição de chapas de aço, introdução de sistema de travamento longitudinal e a substituição da laje do tabuleiro.

A IP explicou que o projeto vai conferir à ponte, e em particular ao tabuleiro inferior, uma capacidade resistente compatível com as sobrecargas rodoviárias atuais, permitindo eliminar a limitação de circulação de veículos com peso bruto superior a 30 toneladas, passando a ser admissível a circulação de veículos até 60 toneladas.

“A intervenção no tabuleiro inferior tem ainda em vista a redução das vibrações induzidas pela passagem de grandes grupos de peões durante eventos festivos ou desportivos, controlando-se as vibrações horizontais à custa do aumento da rigidez e aumento da massa do tabuleiro”, acrescentou.

O vice-presidente da IP, José Serrano Gordo, classificou esta obra “de especial importância pela história e relevância” que a Ponte Luiz I tem para as cidades do Porto e de Vila Nova de Guia. Citado na nota de imprensa, o responsável vincou que o encerramento do trânsito foi coordenado com os municípios envolvidos.

A Ponte Luiz I é uma ponte metálica com dois tabuleiros, construída entre 1881 e 1886, que liga as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia.

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Insolvências caem 12% em setembro, mas sobem 4,2% nos primeiros nove meses

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Outubro 2021

Nos primeiros nove meses de 2021, os setores com maiores incrementos nas insolvências foram a Eletricidade, Gás, Água (+85,7%), a Indústria Extrativa (+50%) e a Hotelaria e Restauração (+38,9%).

As insolvências diminuíram de 612 para 538 em setembro deste ano face ao mês homólogo de 2020, o que corresponde a uma redução de 12,1%. No entanto, analisando os primeiros nove meses de 2021, houve 3.717 ações de insolvência em termos acumulados, mais 150 que no ano passado, traduzindo uma subida de 4,2%, revela um estudo da Iberiform esta quarta-feira.

Na análise por tipo de ação, verificou-se um aumento de 6,9% das Declarações de Insolvência Requeridas (DIR), que ascenderam a 729 até setembro de 2021, mais 47 que em igual período de 2020, enquanto as Declarações de Insolvência Apresentadas (DIA) pelas próprias empresas decresceram 7,9% (de 809 em 2020 para 767 este ano).

Os encerramentos com plano de insolvência evoluíram de 35 em 2020 para 40 em 2021 (+14,3%), enquanto os encerramentos com declaração de insolvência totalizaram 2.181, valor que traduz mais 164 ações do que até setembro de 2020, adianta a Iberinform.

Porto e Lisboa foram os distritos que apresentaram um maior número de insolvências, com 946 e 854, respetivamente, refletindo aumentos de 3,7% e 17,6% face aos primeiros nove meses de 2020.

Em termos percentuais, os distritos com maiores incrementos nas insolvências são: Vila Real (+37%); Portalegre (30%); Setúbal (28%); Guarda (+20%); Castelo Branco (+18,2%); Coimbra (+17,5%); Ponta Delgada (+7,4%); Braga (+3,6%); Madeira (+3,3%) e Aveiro (+0,3%).

Com redução neste indicador, a Iberinform refere nove distritos: Bragança (-64,5%); Horta (-50%); Angra do Heroísmo (-47,4%); Faro (-30,4%); Beja (-18,2%); Évora (-18,2%); Santarém (-14,5%); Viana do Castelo (-7,2%) e Leiria (-2,9%). Apenas Viseu se apresenta sem alteração no comparativo com 2020, com um registo de 82 insolvências em ambos os períodos.

Os primeiros nove meses de 2021 registaram um maior aumento de insolvências em setores como o da Eletricidade, Gás, Água (+85,7%), a Indústria Extrativa (+50%), a Hotelaria e Restauração (+38,9%), a Agricultura, Caça e Pesca (+19,3%), a Construção e Obras Públicas (+12,8%), Outros Serviços (+6,2%), o Comércio de Veículos (+4,8%) e o Comércio por Grosso (+0,7%).

Por outro lado, houve uma diminuição do total de insolvências nos setores dos Transportes (-10,9%), da Indústria Transformadora (-6,8%) e do Comércio a Retalho (-5,1%). As Telecomunicações apresentaram oito insolvências até setembro de 2021, tal como no mesmo período de 2020.

Constituições diminuíram em setembro, mas continuam a crescer face a 2020

A Iberinform indica também que foram constituídas 3.286 novas empresas em setembro, menos 434 empresas, ou 11,7%, do que no mesmo mês de 2020, que havia registado 3.720 constituições. Os primeiros nove meses de 2021 registam um total de 30.604 novas empresas, mais 2.427, ou 8,6%, do que em igual período do ano passado. Porém, este valor é “significativamente menos” que em 2019: um decréscimo de 19,6% traduzido em menos 7.475 empresas.

No distrito de Lisboa já foram constituídas 9.523 novas empresas até setembro deste ano, mais 9% do que em igual período de 2020, enquanto no distrito do Porto os valores atingiram 5.466 empresas, mais 8%. Há aumentos a registar em mais 13 distritos: Horta (+52,2%); Madeira (+49,6%); Bragança (+19,8%); Angra do Heroísmo (+16,3%); Ponta Delgada (+15,8%); Viana do Castelo (+15,4%); Setúbal (+15,9%); Leiria (+13,5%); Braga (+10,8%); Santarém (+9,9%); Viseu (+7,4%); Faro (+5,7%) e Aveiro (+1,2%).

Pelo contrário, os distritos que apresentaram variação negativa no comparativo com 2020 foram Vila Real (-12,6%), Beja (-8,6%), Portalegre (-7%), Coimbra (-5%), Guarda (-3,7%), Castelo Branco (-3,6%) e Évora (-1,3%).

Por setores, a criação de novas empresas é mais significativa no Comércio a Retalho (+21,1%), seguindo-se a Construção e Obras Públicas (+15,5%), Outros Serviços (+13,7%), a Agricultura, Caça e Pesca (+13,6%), a Indústria Extrativa (+4%) e a Indústria Transformadora (+2,8%). Apenas os setores dos Transportes (-19,4%), da Eletricidade, Gás, Água (-10,8%), das Telecomunicações (-10,4%), do Comércio por Grosso (-4,3%), do Comércio de Veículos (-2,2%) e da Hotelaria/Restauração (-1,9%) apresentam variação negativa da constituição de novas empresas.

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Providência cautelar contra despedimentos no Santander foi aceite mas negada para BCP

Providência cautelar sobre despedimentos no Santander foi aceite, tendo sido marcada uma audiência de julgamento para o Tribunal do Trabalho de Lisboa para 14 de outubro.

Os sindicatos dos bancários da UGT, que tinham interposto providências cautelares contra os despedimentos coletivos no Santander Totta e no BCP, receberam a resposta agora: a que diz respeito ao Santander Totta foi aceite pelo Tribunal de Trabalho, enquanto aquela referente ao BCP foi negada.

“A providência relativa ao processo do Santander foi liminarmente aceite, estando marcada audiência de julgamento para o Tribunal do Trabalho de Lisboa, a realizar no dia 14 de outubro”, adiantam os sindicatos em causa — Mais Sindicato, Sindicato dos Bancários do Centro e Sindicato dos Bancários do Norte — em comunicado.

Já no caso do BCP, o tribunal “decidiu liminarmente” não aceitar a providência cautelar, por “alegada ausência de prejuízos de difícil reparação”. No entanto, os sindicatos vão ainda interpor o respetivo recurso quanto a esta decisão.

No seguimento destas decisões, apesar de apenas uma providência ter sido aceite, os sindicatos apelam a ambas as instituições “para que suspendam de imediato qualquer ato relativo aos ilícitos e ilegais despedimentos”.

Santander e BCP avançaram para despedimentos coletivos de dezenas de trabalhadores depois de os planos de saídas por mútuo acordo e reforma antecipada terem ficado aquém dos objetivos. No caso do Santander, as saídas unilaterais deverão abranger mais de duas centenas de pessoas, enquanto o despedimento coletivo no BCP deverá afetar mais de 60.

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Trânsito cortado na Ponte 25 de Abril nas madrugadas de 10 e 31 de outubro

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

O corte de tráfego terá início às 00:00 dos dias 10 e 31 deste mês (sábado para domingo) e termina às 07:00, estando “devidamente sinalizada”.

A circulação rodoviária na Ponte 25 de Abril vai estar interrompida nos dois sentidos nas madrugadas dos dias 10 e 31 de outubro, devido a trabalhos de conservação, informou esta quarta-feira a Infraestruturas de Portugal (IP).

Em comunicado, a IP explica que o corte de tráfego terá início às 00:00 dos dias 10 e 31 deste mês (sábado para domingo) e termina às 07:00, estando “devidamente sinalizada”.

A IP recomenda aos automobilistas, como alternativa, que utilizem a Ponte Vasco da Gama.

“Agradecemos a melhor compreensão pelos incómodos e inconvenientes que esta situação provoca, na certeza de estarmos a contribuir para a melhoria das condições de segurança dos utilizadores da infraestrutura“, sublinha a IP.

A Ponte 25 de Abril foi inaugurada em 6 de agosto de 1966 e tem 2.277 metros de comprimento, fazendo a ligação das margens norte (Lisboa) e sul (Almada) do Tejo.

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Projeto do PS sobre ordens profissionais é “ingerência direta do Governo”

Os bastonários dos Advogados e Médicos marcaram conferência de imprensa de urgência em reação ao projeto lei do PS que pretende limitar poderes das ordens profissionais.

“Isto é um ataque às ordens, este diploma põe em causa a independência e o papel das ordens”. As palavras são de Luís Menezes Leitão. “Não fomos ouvidos previamente. Em março de 2020 chamaram-nos ao Parlamento para dar umas opiniões sobre as ordens e mais não foi dito”, disse o advogado e bastonário dos 35 mil advogados.

“Controlar as ordens profissionais é o objetivo deste diploma”, dizem os intervenientes.

“Não existe controle das Ordens porque o financiamento não é feito pelo Estado sequer.”, disse o advogado. “E por isso querem uma entidade exteriores às ordens para fiscalizar”, referindo-se a uma das alíneas do projeto de lei. “O diploma não é exequível e quer controlar as entidades independentes que ainda existem no nosso país”

As declarações surgem durante a conferência de imprensa conjunta com o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão e da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães. E ainda a Ordem dos Engenheiros, com o bastonário Carlos Aires. “As três mais antigas ordens profissionais do país”.

Já Miguel Guimarães admite que as afirmações proferidas pelo PS o deixa curioso. “Não fomos nós que fizemos alarido do projeto de lei. Quem o fez foi o PS”. Assumindo que gostava de dar nota de que “este projeto-lei tem como objetivo fundamental as Ordens profissionais de exercer a sua principal função que é proteger os doentes”. Neste momento, “esta alteração é uma ingerência direta do Governo no que é uma atividade que se pretende independente”. A Ordem dos Médicos tem uma “responsabilidade grande na qualidade da medicina portuguesa”, disse o bastonário. “Fazemos serviço público para ajudar o país e não partidos políticos”.

Em causa o facto da bancada parlamentar socialista ter apresentado um projeto de lei que visa limitar os poderes das entidades representantes de profissionais reguladas, reduzindo, assim, o raio de ação das ordens profissionais, como a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Advogados, a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos Engenheiros.

O PS diz que projeto sobre ordens profissionais não deve ser alvo de luta na praça pública.
A líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, afirmou que, apesar das resistências ao projeto sobre as ordens profissionais, esta não deve ser “matéria de luta na praça pública”, sendo o objetivo melhorar o acesso às profissões e modernizar estas instituições.

Ana Catarina Mendes, as deputadas Constança Urbano de Sousa e Joana Sá Pereira e o deputado Ascenso Simões apresentaram, em conferência de imprensa na Assembleia da República, o projeto de lei do partido sobre as alterações à lei-quadro das ordens profissionais, um diploma que já mereceu críticas de algumas ordens.

“O PS sempre soube que quando apresentasse este diploma ele mereceria da parte das ordens um conjunto significativo de resistências”, reiterou Ana Catarina Mendes, recordando que já o tinha afirmado em setembro de 2020 nas jornadas parlamentares do partido.

Mas a deputada socialista foi clara a afirmar que “essas resistências não interferem” na “convicção profunda” do partido “de que isto não deve ser uma matéria de luta na praça pública”.

“Deve ser essencialmente uma matéria para conseguirmos, em conjunto, com a sociedade, encontrarmos as melhores soluções para que as ordens profissionais possam responder aos anseios quer dos mais jovens que entram agora no mercado de trabalho quer aqueles que, já estando no mercado, pertencem às ordens profissionais e ainda encontram também alguns bloqueios”, defendeu.

O PS espera, de acordo com Ana Catarina Mendes, que a proposta final que saia do parlamento vá ao encontro da ambição dos socialistas de “modernização das ordens profissionais, melhor acesso à profissão e melhor regulação do mercado de trabalho também através das ordens profissionais”.

“Estas são as nossas intenções. Intenções essas que darão ainda muita discussão, não só no plenário do próximo dia 13, como também em sede de especialidade”, afirmou.

A dirigente socialista destacou que este “projeto lei surge depois de uma grande discussão também com as ordens profissionais”, não tendo sido ainda iniciadas conversas com os outros grupos parlamentares, uma fase que se seguirá agora.

Ana Catarina Mendes, secundando as posições de Constança Urbano de Sousa e Ascenso Simões, enfatizou que as “ordens profissionais são atores essenciais no quadro jurídico das profissões e do mundo laboral em Portugal”.

“É nesse quadro que nós entendemos que a transparência, a maior fiscalização, a autorregulação das próprias profissões tem de ser feita de acordo com os tempos exigentes que vivemos, que não são compatíveis com normas que são ultrapassadas face às exigências do mercado de trabalho”, justificou.

No projeto-lei apresentado no Parlamento, os socialistas sublinham que pretendem “eliminar as restrições injustificadas ao acesso às profissões reguladas, estabelecem-se limites claros quanto aos estágios profissionais e eventuais cursos de formação e exames, que não devem incidir sobre matérias já lecionadas e avaliadas pelas Instituições de Ensino Superior, que estão sujeitas a processos de avaliação e acreditação rigorosos, que envolvem as associações públicas profissionais”. Há hoje cerca de 470 mil pessoas inscritas em ordens.

A apresentação do projeto de lei pelo PS, sem a auscultação prévia das ordens também foi assinalada pela Ordem dos Engenheiros. Transparência e independência são a base essencial das ordens para exercerem o seu papel sem terem condicionantes, sublinharam os três bastonários.

As ordens já solicitaram à Provedora da Justiça a fiscalidade da constitucionalidade do diploma.

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Sindicatos e Altice iniciam no dia 18 negociações do Acordo Coletivo de Trabalho

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

Para a mesa negocial, os sindicatos levam um aumento para todos os salários, prendendo garantir o referido salário mínimo de 850 euros, entre outras reivindicações.

A Altice Portugal agendou para o dia 18 de outubro a primeira reunião de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), indicou hoje o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice (STPT), que reivindica um salário mínimo de 850 euros.

“Depois da insistência do STPT e de outros sindicatos que compõem a designada ‘Frente Sindical’, a Direção dos Recursos Humanos marcou para o próximo dia 18 de outubro a 1 .ª reunião de negociação”, precisou o sindicato em comunicado.

Para a mesa negocial, os sindicatos levam um aumento para todos os salários, prendendo garantir o referido salário mínimo de 850 euros, e acréscimos salariais “de forma decrescente e desfasada” entre os 60 e os 40 euros, consoante o valor salarial base “seja mais alto ou mais baixo”.

A melhoria dos princípios da avaliação de desempenho das progressões e promoções são outras das matérias a abordar, com os sindicatos a pretenderem ainda “de forma significativa negociar uma tabela de remunerações mínima, cujos valores sejam mais adequados às competências dos trabalhadores no desempenho das suas funções”.

Em comunicado, o STPT refere que pretende também um maior âmbito de abrangência do ACT a outras empresas do grupo que não têm qualquer instrumento de contratação coletiva como é o caso, indica, da Intelcia.

Sublinhado que parte para esta primeira reunião a esperar que haja, o lado da empresa, abertura necessária para a negociação destes temas, o STPT acentua que o arranque das negociações proposto pela Altice “não interfere com as ações judiciais” patrocinadas pelos sindicatos dos trabalhadores que decidiram impugnar o despedimento coletivo.

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Lisboa volta às quedas com Galp Energia a afundar 4%

O dia foi negativo para as bolsas europeias, que registaram perdas de mais de 1%. Lisboa não escapou à tendência, com quedas da Galp Energia e do BCP a penalizar o desempenho.

A bolsa nacional regressou às perdas esta quarta-feira, acompanhando as quedas de cerca de 1% que se registaram nas principais praças europeias, onde o desempenho é penalizado pelos receios com a subida da inflação. Por cá, a Galp Energia é a que mais pesa no PSI-20, ao afundar 4%, num dia volátil para os preços do petróleo.

O PSI-20 caiu 1,33% para 5.460,27 pontos. Entre as 19 cotadas, a grande maioria terminou a sessão em “terreno” vermelho, enquanto cinco conseguiram registar ganhos.

A liderar as perdas encontra-se a Galp Energia, que caiu 4,02% para os 9,594 euros. Este desempenho acontece após o preço do petróleo da OPEP ter ultrapassado a barreira dos 80 dólares pela primeira vez desde 2018, depois de a organização petrolífera e os seus aliados terem decidido manter a produção limitada. Os preços do petróleo nos mercados internacionais dispararam, mas entretanto acabaram por recuar e seguem agora a perder mais de 1%.

Várias cotadas no índice de referência nacional registaram também perdas expressivas, a rondar os 2%. É o caso do BCP, que perdeu 2,47% para os 0,1620 euros, corrigindo depois de uma subida de 3% na sessão passada, bem como das papeleiras Navigator, que recuou 2,38% para 2,954 euros, e da Altri, que desvalorizou 2,12% para os 5,09 euros.

Nas quedas, nota ainda para a família EDP. A EDP Renováveis recuou 1,34% para os 20,56 euros nesta sessão, enquanto a casa-mãe EDP perdeu 0,11% para os 4,512 euros.

Já nos ganhos, o destaque vai para a Jerónimo Martins, que subiu 0,55% para os 18,135 euros, e para a Semapa, que subiu 0,51% para os 11,78 euros.

Pela Europa, o cenário é negativo, numa altura em que os receios dos investidores com a escalada da inflação crescem. O pan-europeu STOXX 600 perdeu 1,05%, enquanto o britânico FTSE 100 caiu 1, 18% e o alemão DAX recuou 1,55%. As perdas foram também superiores a 1% para o índice fracês CAC 40, que desvalorizou 1,33%, e para o espanhol IBEX, com uma queda de 1,67%.

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Costa vai a Berlim a convite de Merkel e assume “nostalgia antecipada”

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

António Costa disse que teve “a oportunidade de aprender muito” com a experiência de Merkel, saudando também “a forma como ela própria foi refletindo e evoluindo sobre as questões centrais da Europa.

O primeiro-ministro, António Costa, revelou esta quarta-feira, na Eslovénia, que recebeu e aceitou um convite da chanceler alemã para se deslocar em breve a Berlim, assumindo “alguma nostalgia antecipada com a saída” de Angela Merkel da cena política europeia.

Em declarações à imprensa no final de um Conselho Europeu informal celebrado na localidade de Kranj, numa das últimas cimeiras com a participação de Merkel – que aguarda apenas as negociações para a formação do futuro governo alemão na sequência das eleições de 26 de setembro para deixar a chancelaria -, Costa adiantou que ainda “falta acertar a data” para a deslocação a Berlim, mas considerou “muito gratificante poder aceitar esse convite”, destacando todo o percurso da governante alemã ao longo dos últimos 16 anos.

“Obviamente não escondo que todos temos alguma nostalgia antecipada com a saída da chanceler Merkel. É alguém que tem uma experiência única e que levará muitos anos a poder ser preenchida, porque leva muito tempo a passar 16 anos, e em momentos crucias da vida da Europa e em momentos tão diversos da vida da Europa”, começou por observar.

Apontando que, “por razão da ordem das presidências”, teve “o privilégio de estar sentado ao seu lado durante estes anos”, António Costa disse que teve “a oportunidade de aprender muito” com a experiência da chanceler Merkel, saudando também “a forma como ela própria foi refletindo e evoluindo sobre as questões centrais da Europa”.

“Não tenho dúvidas nenhumas de que a lição que ela própria retirou da crise anterior foi muito inspiradora para a forma como ajudou a enfrentar de uma forma determinante a crise atual que estamos a viver”, comentou.

Desejo obviamente à próxima chanceler ou ao próximo chanceler alemão as maiores felicidades, estou certo de que dará também um contributo no seu melhor, mas é evidente que quem chega de novo não tem a experiência de quem sai com 16 anos de experiência, isso faz parte da vida. E ao longo destes anos estabelecemos felizmente uma boa relação bilateral no quadro europeu, e é muito gratificante poder aceitar esse convite da chanceler Mekel para ir a Berlim”, concluiu.

As eleições de 26 de setembro ditaram uma mudança política na Alemanha, já que os sociais-democratas do SPD, liderados por Olaf Scholz, venceram as eleições com 25,7% dos votos, enquanto a CDU/CSU, ‘órfã’ de Merkel, registou o pior resultado dos conservadores desde 1949, com 24,1%, seguindo-se os Verdes, com 14,8%, e o FDP, com 11,5%.

Sondagens indicam que a maioria dos alemães quer que os conservadores, agora liderados por Armin Laschet, vão para a oposição. Olaf Scholz assegurou esta quarta-feira que tem “um mandato” para formar uma coligação governamental com os Verdes e os liberais do FDP.

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Spin quer expandir em Portugal e contrata diretor geral

A nomeação de Vitor Mota insere-se na estratégia de expansão da companhia em Portugal, onde está presente desde setembro, com serviço de trotinetes, em Matosinhos.

A Spin acaba de nomear Vítor Mota para diretor-geral para o mercado português. A empresa de micromobilidade da Ford Motor Company anunciou em setembro a entrada no mercado nacional, começando a disponibilizar o seu serviço de trotinetes partilhadas em Matosinhos. A nomeação insere-se na estratégia de expansão da companhia em Portugal.

Formado em Matemática Aplicada, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Vítor Mota iniciou a sua carreira em consultoria na Mercer, como analista, e mais tarde na Deloitte, onde participou e liderou diversos projetos, focando-se principalmente na área de fusões e aquisições, informa a Spin.

Em 2019, o profissional foi convidado pela CIRC, uma start-up alemã de micromobilidade, para assumir a responsabilidade das das operações, tendo liderado o lançamento do serviço de trotinetes desta marca em mais de 10 cidades portuguesas. Seguiram-se, entre 2020 e 2021, duas startups do setor de entregas ao domicílio, a Eat Tasty — como responsável de operações — e, mais recentemente, a Gorillas, onde foi um dos responsáveis por lançar a empresa em Espanha.

Agora assume a liderança da Spin em Portugal, mercado onde a empresa já fez, em setembro, um investimento inicial de mais de 350 mil euros para disponibilizar 200 trotinetes partilhadas em Matosinhos.

O acordo com Matosinhos passa igualmente pela integração da Spin no projeto AYR, plataforma desenvolvida pelo CEIIA que irá quantificar as emissões de CO2 poupadas pelos utilizadores das trotinetes da empresa na cidade. “O objetivo será depois recompensar a opção de viajar de trotinetes, transformando as emissões poupadas em créditos AYR. Estes créditos poderão depois ser trocados pelos utilizadores noutros bens da cidade, obtendo por exemplo descontos em eventos culturais, em bens materiais”, explica a Spin.

Com sede em São Francisco, a Spin foi a primeira empresa de micromobilidade partilhada nos EUA e é a única empresa do setor sem financiamento de capital de risco. Opera atualmente em 70 cidades e 25 campus universitários em todo o mundo e emprega cerca de mil pessoas. Na Europa, além de Portugal, tem operações na Alemanha, Espanha e Reino Unido.

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PS diz que projeto sobre ordens profissionais não deve ser alvo de luta na praça pública

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

Este projeto responde a "três questões essenciais", desde logo "reforça e dignifica o papel e a missão das ordens profissionais naquilo que ao interesse público diz respeito", diz Ana Catarina Mendes.

A líder parlamentar socialista afirmou esta quarta-feira que, apesar das resistências ao projeto sobre as ordens profissionais, esta não deve ser “matéria de luta na praça pública”, sendo o objetivo melhorar o acesso às profissões e modernizar estas instituições.

A líder da bancada do PS, Ana Catarina Mendes, as deputadas Constança Urbano de Sousa e Joana Sá Pereira e o deputado Ascenso Simões apresentaram esta quarta-feira, em conferência de imprensa na Assembleia da República, o projeto de lei do partido sobre as alterações à lei-quadro das ordens profissionais, um diploma que já mereceu críticas de algumas ordens.

O PS sempre soube que quando apresentasse este diploma ele mereceria da parte das ordens um conjunto significativo de resistências”, reiterou Ana Catarina Mendes, recordando que já o tinha afirmado em setembro de 2020 nas jornadas parlamentares do partido.

Mas a deputada socialista foi clara a afirmar que “essas resistências não interferem” na “convicção profunda” do partido “de que isto não deve ser uma matéria de luta na praça pública”.

“Deve ser essencialmente uma matéria para conseguirmos, em conjunto, com a sociedade, encontrarmos as melhores soluções para que as ordens profissionais possam responder aos anseios quer dos mais jovens que entram agora no mercado de trabalho quer aqueles que, já estando no mercado, pertencem às ordens profissionais e ainda encontram também alguns bloqueios”, defendeu.

O PS espera, de acordo com Ana Catarina Mendes, que a proposta final que saia do parlamento vá ao encontro da ambição dos socialistas de “modernização das ordens profissionais, melhor acesso à profissão e melhor regulação do mercado de trabalho também através das ordens profissionais”.

“Estas são as nossas intenções. Intenções essas que darão ainda muita discussão, não só no plenário do próximo dia 13, como também em sede de especialidade”, afirmou.

A dirigente socialista destacou que este “projeto-lei surge depois de uma grande discussão também com as ordens profissionais”, não tendo sido ainda iniciadas conversas com os outros grupos parlamentares, uma fase que se seguirá agora.

“O PS é um partido de diálogo, aberto a sugestões, à discussão e tudo o que venha para melhorar o nosso diploma, pois aqui estaremos para o discutir e para, em sede de especialidade, melhorar o que tiver a ser melhorado”, comprometeu-se.

Ana Catarina Mendes, secundando as posições de Constança Urbano de Sousa e Ascenso Simões, enfatizou que as “ordens profissionais são atores essenciais no quadro jurídico das profissões e do mundo laboral em Portugal”.

“É nesse quadro que nós entendemos que a transparência, a maior fiscalização, a autorregulação das próprias profissões tem de ser feita de acordo com os tempos exigentes que vivemos, que não são compatíveis com normas que são ultrapassadas face às exigências do mercado de trabalho”, justificou.

De acordo com a líder da bancada socialista, o partido disse “desde o início desta legislatura que era preciso responder àquilo que considerava serem bloqueios no acesso à profissão”, desde logo naquilo que “pode ser o papel das ordens profissionais no desenvolvimento de maior competitividade e também na criação de emprego em Portugal”.

“Em setembro de 2020, nas jornadas parlamentares, dissemos que estávamos a ouvir as ordens profissionais. Além das ordens profissionais, ouvimos todos os atores interessados e empenhados nesta matéria”, explicou, referindo que ao longo de ano e meio o grupo parlamentar fez um conjunto de audições e apresentou o projeto que deu agora entrada no parlamento.

Segundo Ana Catarina Mendes, “este projeto responde a três questões essenciais”, desde logo “reforça e dignifica o papel e a missão das ordens profissionais naquilo que ao interesse público diz respeito”.

Removemos aquilo que consideramos que são bloqueios que as ordens profissionais criam no acesso à profissão e pretendemos responder àquilo que são as exigências no plano internacional e dar uma resposta, modernizando as próprias ordens profissionais, criando com isso maior competitividade, maior produtividade e mais emprego em Portugal”, detalhou.

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Costa defende “intervenção” da UE para manter preços da energia “sob controlo”

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

O primeiro-ministro diz que Portugal está a ser "menos impactado" pela escalada de preços por causa das renováveis. No Parlamento Europeu, o PSD denunciou a “insuportável” fatura da luz no país.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu uma “intervenção” ao nível europeu para “manter os preços da energia sob controlo”, ainda que saudando a posição vantajosa de Portugal, menos “impactado” pela escalada atual.

O tema só será formalmente abordado no próximo Conselho Europeu, a decorrer em Bruxelas entre 21 e 22 de outubro, mas o primeiro-ministro adiantou desde já que “é necessário haver uma intervenção para que se possa manter os preços da energia sob controlo e isso não prejudique a retoma económica”, uma ideia defendida também por países como França e Espanha.

“Nós em Portugal já adotámos as medidas necessárias para que isso possa acontecer, somos dos países que temos a vantagem de, tendo avançado mais depressa na transição para a incorporação de energias renováveis, menos somos impactados pelo acréscimo muito significativo do custo do gás e também da taxa de carbono associada a essas emissões”, disse.

Segundo o chefe de Governo, “há várias discussões de fundo a fazer, designadamente sobre a própria estrutura de mercado, o modelo de fixação do preço”, considerando que “é importante que esse debate se faça à escala europeia”.

“E, designadamente, nós com os nossos vizinhos espanhóis já começámos a ter uma conversa no meu último encontro com o Presidente [de Governo, Pedro] Sánchez e teremos seguramente agora em outubro, quando estivermos juntos na cimeira luso-espanhola”, acrescentou.

PSD denuncia “insuportável” fatura da luz em Portugal no Parlamento Europeu

Em Estrasburgo, no Parlamento Europeu, o PSD denunciou a “insuportável” fatura da luz em Portugal, numa altura de crise energética, enquanto o BE criticou as privatizações da REN e EDP, “protegidas pela Comissão Europeia”.

Intervindo num debate sobre a escalada dos preços da eletricidade devido aos aumentos globais no gás, na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, o eurodeputado Paulo Rangel (PSD) assinalou que, “no mercado ibérico, nunca a eletricidade esteve com um preço tão elevado”, precisando que a fatura da luz, “que já era das mais elevadas da Europa face ao nível de vida, é agora praticamente insuportável”.

“Se nada se fizer urgentemente ao nível europeu e de cada governo nacional, este não será apenas um inverno do nosso descontentamento, será um inverno do nosso congelamento”, assinalou o eleito social-democrata.

Observando que “o aumento colossal dos preços da energia elétrica tem efeitos nas famílias e nas empresas, nos objetivos ambientais e sobre a inflação”, Paulo Rangel questionou “o que fez o governo português para aliviar, mitigar e reduzir a fatura energética dos portugueses”.

Por seu lado, a eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, considerou que o aumento dos preços da energia “é um desafio que afeta grande parte da população, incluindo a classe média, prejudica as nossas empresas e indústrias e ameaça a retoma económica”.

“Portugal tem uma das eletricidades mais caras da Europa face ao poder de compra. O custo da energia, no meu país, é um fator de bloqueio ao desenvolvimento e competitividade das empresas e indústrias. É um fardo para as famílias, com níveis de pobreza energética muito elevados. Temos um longo caminho a percorrer”, concluiu.

Por seu lado, a eurodeputada bloquista Marisa Matias afirmou que, na UE, “o sistema está manipulado, a Comissão é responsável e os cidadãos não podem pagar pela ganância das grandes corporações”.

“São absurdas e escandalosas as privatizações feitas no setor da energia, como no meu país o caso da EDP e da REN, e a Comissão e os governos protegem-nas”, referiu a eleita do BE.

Para Marisa Matias, é também “absurda e escandalosa a especulação no mercado de emissões de carbono”, bem como “a pobreza energética” na UE, assinalando a eurodeputada que, no inverno de 2020, “36 milhões de famílias não puderam aquecer a sua casa e a Comissão e os governos nada fazem”.

“Precisamos de tratar a energia como um bem comum e é urgente acelerar a transição para a energia renovável e acabar com a dependência dos combustíveis fósseis, mas o que é mais escandaloso e absurdo nisto tudo é que a Comissão e os governos continuam ao lado das grandes corporações e não das populações”, adiantou.

Também presente na ocasião, o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho frisou que “este pico de preços é um alerta” para UE.

“E este não é um tempo para hesitar na aposta europeia para a transição energética, é antes um tempo […] para responder aos inimigos com medidas para favorecer a dignidade das pessoas, a renovação económica e a sustentabilidade ambiental”, apontou.

Criticando que “esta situação foi cavalgada por múltiplos movimentos de aproveitamento das falhas de mercado para terem lucros de curto prazo ou para condicionarem a transição energética a médio e longo prazo”, Carlos Zorrinho adiantou ser necessário “travar estas dinâmicas […], continuando a apostar nas renováveis”.

Já a bancada do PCP no Parlamento Europeu defendeu a recuperação do “controlo público” do setor energético em Portugal, numa altura de crise global nos mercados da eletricidade e do gás, criticando “o encarecimento dos preços” no país.

“O encarecimento dos preços da energia em Portugal – um dos países da União Europeia [UE] onde a energia é mais cara e onde 19% dos portugueses tinha em 2019 dificuldades em pagar a fatura da eletricidade – está relacionada com o processo de liberalizações, privatizações e desregulações levado a cabo por sucessivos governos do PS, PSD e CDS, implementando as políticas europeias para o setor”, critica a eurodeputada comunista Sandra Pereira.

Em declarações à agência Lusa no dia em que a escalada dos preços da eletricidade devido aos aumentos globais no gás esteve em debate sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, a responsável assinalou que “os resultados [da privatização de empresas com a EDP e a REN] estão à vista”.

“Aumento dos preços, degradação do serviço, défice energético, redução de direitos laborais, tudo em nome dos lucros crescentes dos grupos monopolistas que dominam o setor”, elencou a eleita do PCP, nestas declarações por não ter tido oportunidade de intervir no debate no hemiciclo.

Para Sandra Pereira, “recuperar o controlo público deste setor estratégico, determinante para a independência e soberania do país, é fundamental para garantir um adequado fornecimento e acessibilidade energética, colocando em primeiro lugar os interesses do povo e do país”.

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Governo diz estar “otimista” com Orçamento para 2022

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse estar "otimista" com o cenário que permitiu "fazer escolhas" no Orçamento do Estado para 2022.

“Otimista”. Foi com esta palavra que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares falaram do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, após reuniões com os partidos com assento parlamentar. Tanto António Mendonça Mendes como Duarte Cordeiro mostraram-se “otimistas” com a proposta que o Governo vai entregar ao Parlamento na próxima segunda-feira.

Estamos otimistas relativamente ao cenário que nos traz aqui, o qual nos permite fazer escolhas“, afirmou António Mendonça Mendes, recordando que o país “já teve muitas fases em que não podia fazer escolhas”. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais argumentou que tal só é possível por causa das medidas implementadas durante a pandemia, as quais permitiram “aguentar a capacidade produtiva” existente.

Mendonça Mendes não revelou os números em concreto — o PCP revelou que o Governo prevê um crescimento de 4,6% em 2021 e 5,5% em 2022 –, mas adiantou que a previsão passa por uma expansão do PIB acima dos 5%, recuperando os níveis pré-pandemia em 2022. Além disso, realçou a melhoria do mercado de trabalho, com uma “taxa de desemprego que está hoje claramente abaixo dos 7%, muito melhor do que todas as previsões”.

A “escolha” do Governo para o OE 2022 será dar “muita atenção” à política de rendimentos, “seja do ponto de vista fiscal seja do ponto de vista prestacional”, acrescentou, sem se comprometer, porém, com um desagravamento fiscal para os portugueses no próximo ano. O foco estará na “classe média e em particular nos mais jovens, nomeadamente os que têm filhos”. Acresce uma especial atenção para a recuperação do investimento, seja privado seja público.

Por sua vez, o secretário de Estado responsável pelas negociações orçamentais, Duarte Cordeiro, afirmou que “o Governo está bastante otimista com a proposta de apresentação do Orçamento do Estado porque corresponde a uma proposta boa para o país e por isso será seguramente uma proposta em que a generalidade dos portugueses não terá dificuldade em se identificar“.

Porém, o documento ainda está longe de estar fechado. As conversações com os parceiros parlamentares continuam e na sexta-feira o Conselho de Ministros vai reunir-se para concluir a proposta. A expectativa de Cordeiro é que as negociações prossigam até ao momento da votação do OE na generalidade, ou seja, até ao final de outubro, tal como ocorreu em 2020. “Não é de esperar algo diferente este ano face ao ano passado, tendo em conta os constrangimentos de calendário por causa das eleições autárquicas“, referiu, notando que este ano as negociações não estão “mais fáceis nem mais difíceis”.

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