Bruxelas quer “tornar cada vez mais difícil” evasão fiscal na UE após Pandora Papers

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

A Comissão Europeia promete apresentar uma proposta relativa à transparência sobre os impostos efetivamente pagos pelas multinacionais.

A Comissão Europeia prometeu esta quarta-feira “tornar cada vez mais difícil” que haja evasão fiscal na União Europeia (UE), nomeadamente atuando contra as empresas fictícias, após a investigação jornalística ‘Pandora Papers’ ter revelado ilegalidades financeiras de centenas de personalidades.

“Posso assegurar que […] vamos tornar cada vez mais difícil que aqueles que evitam impostos continuem a não pagar aquilo que devem”, declarou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Falando perante os eurodeputados na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, o responsável europeu da tutela anunciou que “a Comissão está a preparar novas iniciativas legislativas que vão aumentar a transparência e trazer novos elementos para a troca automática de informações [financeiras], de forma a reforçar o combate à evasão fiscal”.

Em concreto, “isto inclui uma proposta legislativa que iremos apresentar até final do ano para combater o uso indevido de empresas fictícias para efeitos fiscais e todos sabemos, também devido aos Pandora Papers, qual o papel-chave que este tipo de companhias pode desempenhar na evasão fiscal ao nível mundial”, referiu Paolo Gentiloni.

Além disso, “também vamos apresentar uma proposta relativa à transparência sobre os impostos efetivamente pagos pelas multinacionais”, adiantou.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publicou no passado domingo um novo trabalho no qual revela que 14 líderes mundiais no ativo esconderam fortunas de milhares de milhões de dólares para não pagarem impostos.

A este número juntam-se 21 líderes que já não estão no poder e que também ocultaram propriedades e rendimentos.

Paolo Gentiloni frisou que “a Comissão tem vindo a ser bastante ativa”, nos últimos anos, a combater este tipo fenómenos, nomeadamente tendo em conta a nova legislação europeia contra o branqueamento de capitais que entrou em vigor em julho.

“Então porque é que, com tudo o que tem vindo a ser feito, ainda temos revelações como as dos últimos dias?”, questionou.

Respondendo à sua própria questão, o responsável italiano apontou que “algumas das medidas postas em cima da mesa nos últimos anos ainda têm de ser totalmente adotadas pelos Estados-membros para terem resultados eficazes”, já que há sempre um prazo para a transposição das regras europeias.

E, ao mesmo tempo, “há que ter em conta que quem foge aos impostos também desenvolve novas técnicas para contornar as regras em vigor e que as atividades económicas se movem muito mais rápido do que qualquer legislador no mundo”, justificou.

De acordo com Paolo Gentiloni, os Pandora Papers revelam que a UE “não pode ser complacente e que tem de trabalhar de forma contínua para reforçar as suas armas contra a evasão fiscal”.

“E isto torna-se mais crucial do que nunca, já que estamos a lutar para sair da crise e queremos garantir que os custos da crise são partilhados de forma justa entre os contribuintes”, concluiu.

A nova investigação do consórcio (ICIJ, na sigla em inglês), nomeada “Pandora Papers”, põe a descoberto os segredos financeiros daqueles 35 líderes mundiais (atuais e antigos) e de mais de 330 políticos e funcionários públicos, de 91 países e territórios, entre os quais Portugal.

Segundo o jornal Expresso, que faz parte do consórcio, há três portugueses envolvidos: os antigos ministros Nuno Morais Sarmento e Manuel Pinho e o advogado e antigo deputado socialista Vitalino Canas.

O ICIJ diz ter baseado a sua investigação numa “fuga sem precedentes”, envolvendo cerca de dois milhões de documentos, trabalhados por 600 jornalistas, a “maior parceria da história do jornalismo”.

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OE2022. IL anuncia voto contra e diz que Governo “não faz ideia” como pôr país a crescer

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

O nosso sentido de voto vai ser contra este Orçamento que não tem qualquer espécie de ambição relativamente ao crescimento do país”, anunciou o deputado único da IL, João Cotrim Figueiredo.

O presidente da Iniciativa Liberal anunciou esta quarta-feira que o partido votará contra o próximo Orçamento do Estado, acusando o Governo de não fazer ideia de “como pôr o país a crescer” nem como controlar a despesa pública.

“O nosso sentido de voto vai ser contra este Orçamento que não tem qualquer espécie de ambição relativamente ao crescimento do país”, anunciou o deputado único João Cotrim Figueiredo, no final da reunião com o Governo sobre as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2022, na Assembleia da República.

Em declarações aos jornalistas, Cotrim Figueiredo admitiu que saiu da reunião com o executivo “mais preocupado” do que entrou.

“Já tínhamos dito que o Governo dava mostras de que não fazia ideia de como fazer o país crescer, hoje fiquei preocupado [porque] também não faz ideia como há de controlar a despesa pública”, afirmou, dizendo ter uma sensação de ‘dejá vu’ em relação à crise financeira de 2011.

O deputado e presidente da IL acusou o Governo de agir “um bocadinho como a viúva alegre, acha que pode gastar tudo e mais alguma coisa, alavancado em fundos que vêm de fora”.

O crescimento da massa salarial da administração pública excede os 5%, sem que se veja qualquer reflexo na qualidade dos serviços públicos. Não é só falta de noção, é falta de controlo que me preocupou francamente”, disse.

Para Cotrim Figueiredo, o “descontrolo da despesa pública” levará o governo a “continuar a acumular défices que só poderão ser resolvidos com mais impostos” sobre os portugueses.

“As negociações com a esquerda só podem piorar esta perspetiva”, alertou.

Já sobre a prometida atenção aos jovens e à classe média, a IL diz ter recebido na reunião “pouquíssimos dados” e temer que o próximo Orçamento apenas contenha “pequenas massagens” ao nível do IRS jovem ou do programa Regressar.

Cotrim Figueiredo contabilizou as taxas de crescimento previstas pelo Governo para este ano (4,6%) e para o próximo (5,5%) e descontou o valor que Portugal caiu em 2020 (8,4%).

No final de 2023, vamos estar com 2% a mais do que tínhamos em 2019, se não fosse o Programa de Recuperação e Resiliência Portugal, que vale cerca de 4%, Portugal estaria mais pobre em 2023 do que estava em 2019. Querem uma noção melhor de como se desperdiça riqueza e fundos públicos?”, questionou.

Em reuniões na Assembleia da República, o ministro das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, recebem hoje os partidos “ao abrigo do Estatuto do Direito de Oposição” nas habituais reuniões que antecedem a entrega da proposta do executivo, que dará entrada no parlamento no dia 11 de outubro.

O PSD, o BE, o PCP, o CDS-PP, o PAN, o PEV, o Chega e a Iniciativa Liberal já foram recebidos durante a manhã. Para a tarde, pelas 16:30, estão marcados os encontros com as duas deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, respetivamente.

A votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 está marcada para 27 de outubro e a votação final global do documento agendada para 25 de novembro.

 

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Chega diz que OE2022 não terá “nenhuma redução fiscal”

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

Ventura afirmou que o Governo não pretende reduzir nem os impostos sobre combustíveis, nem sobre a restauração, mas admite “em alguns casos” o englobamento de rendimentos prediais.

O líder do Chega afirmou esta quarta-feira que o próximo Orçamento do Estado não vai ter “nenhuma redução fiscal” e considerou que o documento vai “no mau caminho”, sem querer antecipar desde já o voto contra.

Os sinais que tivemos são preocupantes, assim como preocupantes são a falta de soluções que o Governo se prepara para apresentar”, afirmou André Ventura, no final da reunião com o Governo para conhecer as linhas gerais do Orçamento para 2022.

Ventura afirmou que o Governo não pretende reduzir nem os impostos sobre combustíveis, nem sobre a restauração, mas admite “em alguns casos” o englobamento de rendimentos prediais.

“Sobre os rendimentos prediais, o Governo garantiu que não haverá englobamento geral obrigatório, mas não que não haverá em alguns casos”, disse, alertando que haverá em 2022 “alguns rendimentos prediais mais penalizados”.

Questionado se, perante estes sinais, o Chega irá votar contra o documento (como votou em todos os anteriores do atual Governo), André Ventura não quis adiantar já o sentido de voto antes de conhecer o documento, mas deixou subentendido.

“Não sei como os outros partidos neste momento podem estar a pensar viabilizar este Orçamento do Estado. Não antevejo um bom futuro para este orçamento”, disse.

O deputado único do Chega criticou ainda o anunciado aumento da progressividade do IRS, considerando que “vai penalizar a classe média”, e a insistência num “modelo de financiamento público, com prejuízo para as empresas e famílias”.

O líder do Chega contestou, por outro lado, que ainda não seja conhecido o grau de execução do Orçamento do Estado para 2021, dizendo que o Governo o desconhece, nem “quantos meios vão ser usados no combate à corrupção”.

“O orçamento que vamos ter vai manter a carga fiscal enorme sobre Portugal”, lamentou, considerando que o documento “vai no mau caminho”.

Em reuniões na Assembleia da República, o ministro das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, recebem esta quarta-feira os partidos “ao abrigo do Estatuto do Direito de Oposição” nas habituais reuniões que antecedem a entrega da proposta do executivo, que dará entrada no parlamento no dia 11 de outubro.

O PSD, o BE, o PCP, o CDS-PP, o PAN, o PEV, o Chega e a Iniciativa Liberal estão a ser recebidos durante a manhã. Para a tarde, pelas 16:30, estão marcados os encontros com as duas deputadas não inscritas, Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira.

A votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 está marcada para 27 de outubro e a votação final global do documento agendada para 25 de novembro.

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Receios com inflação atiram Wall Street para o vermelho

Os investidores estão preocupados com os efeitos do aumento dos preços da energia bem como das taxas de juro, provocando volatilidade nos mercados.

As bolsas norte-americanas arrancaram a terceira sessão da semana em queda, mantendo-se o clima volátil vivido devido às preocupações com o aumento das taxas, inflação mais alta, o estado da reabertura e o limite da dívida. Dados de setembro mostraram também que as empresas privadas contrataram a ritmo mais rápido do que o esperado.

Os recentes aumentos nos preços da energia e nas taxas de juros estão a motivar preocupações sobre custos mais altos para consumidores e empresas. Para além disso, um forte aumento nos empregos criados no setor privado no mês passado alimentou preocupações de uma flexibilização dos estímulos antes do esperado.

Perante este cenário, o índice de referência na bolsa de Nova Iorque, o S&P 500, abriu a cair 0,60% para 4.319,57 pontos e o industrial Dow Jones a desvalorizar 0,34% para 34.198,96 pontos. Já o tecnológico Nasdaq arrancou a perder 1% para 14.289,45 pontos.

Nas quedas, o destaque vai para as cotadas mais sensíveis às mudanças na economia. Na banca, o Bank of America segue a recuar 0,90% para os 43,82 dólares, a JPMorgan Chase perde 0,074% para 27,00 dólares e a Morgan Stanley cai 1,14% para os 98,07 dólares.

Nota também para a fabricante de aviões Boeing que desvaloriza 1,65% para os 220,70 dólares, bem como para a construtora Caterpillar, que perde 1,34% para 189,91 dólares.

Entre as tecnológicas, o Facebook sobressai nas quedas, nomeadamente depois de as redes sociais que controla (Instagram, WhatsApp e Messenger) terem registado uma quebra geral em várias partes do mundo na segunda-feira. As ações do grupo perdem 1,54% para os 327,84 dólares.

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Emissões poluentes já valeram este ano receita extra de 10,8 mil milhões aos países da UE

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

A Comissão Europeia já propôs a criação de “um fundo social climático para uma resposta mais estruturada ao impacto social e distributivo sobre os mais vulneráveis da transição energética”.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) arrecadaram, até setembro, 10,8 mil milhões de euros em receitas adicionais do regime de comércio de licenças de emissão (RCLE), informou a Comissão Europeia, sugerindo um fundo social com tais verbas.

“Verificámos que os Estados-membros receberam nos primeiros nove meses de 2021 um total de 10,8 mil milhões de euros em receitas adicionais do RCLE de energia, em comparação com o mesmo período em 2020 para o médio prazo”, declarou a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

Intervindo num debate sobre a escalada dos preços da eletricidade devido aos aumentos globais no gás, a responsável lembrou que a Comissão Europeia já propôs a criação de “um fundo social climático para uma resposta mais estruturada ao impacto social e distributivo sobre os mais vulneráveis da transição energética”.

Além disso, “apresentaremos, até ao final do ano, uma recomendação para fornecer orientações políticas necessárias para assegurar que os Estados-membros abordam adequadamente as consequências sociais e laborais da transição de energia limpa”, assinalou a responsável.

O RCLE é o mercado do carbono da UE, através do qual as empresas compram ou recebem licenças de emissão que autorizam as empresas a produzir uma quantidade equivalente de emissões de gases com efeito de estufa dentro de determinados limites estabelecidos que diminuirão progressivamente ao longo do tempo.

Falando na sessão plenária após vários eurodeputados terem manifestado preocupação com os efeitos da atual crise do setor nos bolsos das famílias e empresas europeias, Kadri Simson garantiu que “a Comissão concorda plenamente com a avaliação de é preciso levar a sério o aumento dos preços da energia e a pobreza energética e que é necessário agir”.

Respondendo aos eurodeputados que solicitaram “atenção prioritária para as famílias de baixo rendimento”, a comissária europeia disse concordar, mas lembrou que, antes do atual pico de preços, “já havia milhões de europeus a viver na pobreza energética”.

Ainda assim, “as regras da UE dão aos Estados-membros várias opções para proteger os vulneráveis”, referiu Kadri Simson, elencando que os países “podem oferecer apoio direto ao rendimento e garantir que ninguém está desconectado da rede e, além disso, as receitas fiscais adicionais provenientes da tributação da energia podem ser utilizadas para fazer face ao impacto social”.

A subida dos preços ameaça exacerbar a pobreza energética na UE, nomeadamente numa altura em que os cidadãos ainda recuperam da crise da covid-19 e que poderão ter dificuldades em pagar as suas contas de aquecimento no outono e no inverno.

Em julho passado, aquando da apresentação do pacote climático “Objetivo 55”, o executivo comunitário propôs a criação de um fundo social para a ação climática, através do qual os Estados-membros poderiam apoiar investimentos em eficiência energética, em novos sistemas de aquecimento e arrefecimento e numa mobilidade mais ecológica.

Também no âmbito dessas iniciativas para permitir à UE atingir os seus objetivos climáticos, a Comissão Europeia sugeriu na altura uma revisão do RCLE para que as receitas daí provenientes sejam utilizadas pelos Estados-membros para mitigar o impacto da subida dos preços da energia, em particular as suas consequências sociais.

Na próxima semana, a instituição vai emitir diretrizes para ajudar os Estados-membros a lidar com a atual crise do setor energético, dentro do âmbito dos atuais regulamentos da UE.

Será uma comunicação sobre os preços da energia que funcionará como ‘caixa de ferramentas’ para orientar os Estados-membros na adoção de medidas ao nível nacional.

Já em dezembro, a Comissão Europeia apresentará um pacote de iniciativas sobre o setor energético.

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FMI alerta que “permanece uma incerteza considerável” sobre a inflação

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

Disrupções prolongadas na oferta, choques nos preços do imobiliário e das matérias-primas, compromissos de despesa de longo prazo e um desancorar das expectativas de inflação são a base da incerteza.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou esta quarta-feira que “permanece uma incerteza considerável” acerca da inflação, dada a natureza desconhecida da recuperação económica face à pandemia de Covid-19, de acordo com um artigo publicado esta quarta-feira.

Dada a natureza desconhecida da recuperação, permanece uma incerteza considerável, particularmente relacionada com a avaliação do abrandamento económico“, pode ler-se no segundo capítulo analítico das Perspetivas Económicas Mundiais do FMI, divulgado esta quarta-feira, cujo título é “Receios na inflação”.

Segundo o FMI, “disrupções prolongadas na oferta, choques nos preços do imobiliário e das matérias-primas, compromissos de despesa de longo prazo e um desancorar das expectativas de inflação podem levar a uma inflação significativamente maior do que o projetado“.

No entanto, apesar dos alertas, o FMI mantém que “as expectativas de longo prazo para a inflação permaneceram relativamente ancoradas até agora, com poucas provas de que as recentes medidas de política excecionais tenham desancorado essas expectativas“.

“Olhando para a frente, a inflação deverá ter o seu pico nos últimos meses de 2021, esperando-se que volte a níveis pré-pandémicos a meio de 2022, tanto para economias avançadas como mercados emergentes, e com os riscos ascendentes“, pode ler-se no texto publicado esta quarta-feira pelo FMI.

O cenário base do FMI estabelece que, após o pico no final de 2021, de 3,6%, a inflação nas economias avançadas “irá baixar para 2% em meados de 2022”.

No texto, a instituição liderada por Kristalina Georgieva refere vários fatores que podem influenciar o comportamento da inflação, como por exemplo a libertação das poupanças acumuladas durante a pandemia de covid-19.

A libertação das poupanças em excesso acumuladas durante a pandemia pode fomentar ainda mais o consumo privado“, lê-se no texto, que também alerta que, “de uma perspetiva macroeconómica, um crescimento sustentado da inflação nas economias avançadas que leve a uma retirada não antecipada da acomodação monetária poderia perturbar os mercados financeiros”.

O FMI alerta ainda que “a inflação alta tenderia também a prejudicar aqueles que dependem primariamente de rendimentos do trabalho (geralmente indivíduos de baixos rendimentos), mas também poderia beneficiar devedores, prejudicando credores“.

Para a instituição sediada em Washington, os decisores políticos devem “estar prontos para agir e, mais importante, assegurar que os modelos monetários estão implementados, incluindo para gatilhos que requeiram ação”.

O FMI defende que uma comunicação “clara e contingente” por parte dos bancos centrais das economias avançadas “é chave durante períodos de normalização de políticas”, tal como um “plano bem comunicado para uma saída gradual da política monetária excecional e do apoio à liquidez”.

Os decisores políticos devem ainda estar entre “atuar pacientemente para apoiar a recuperação e, ao mesmo tempo, estar prontos para atuar rapidamente caso as expectativas de inflação deem sinais de desancorar”.

O fundo alerta ainda para a heterogeneidade entre países face à inflação, devendo as políticas ser implementadas “à medida das vulnerabilidades particulares e fases do ciclo económico”.

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Costa saúda “posição diferente” do Bloco na negociação do OE

O primeiro-ministro espera que o Bloco não volte a votar “ao lado da direita” no Orçamento do Estado, lembrando que os acordos “dependem da forma como [se conseguem] conjugar todas as prioridades".

António Costa sublinhou esta quarta-feira que os possíveis acordos políticos no Orçamento do Estado para 2022 “dependem da forma como [se conseguem] conjugar todas as prioridades” das forças envolvidas na negociação, particularizando o caso do Bloco de Esquerda.

O primeiro-ministro lembrou que, no ano passado, os bloquistas “[entenderam] não participar no esforço que era essencial, num momento único de pandemia, de debacle económica e grande pressão nas finanças” públicas, votando “ao lado da direita” no último OE.

No entanto, António Costa referiu que “felizmente”, o partido liderado por Catarina Martins “este ano parece estar numa posição diferente”. “Esperamos não ter só o contributo do PCP, do PAN, do PEV e das deputadas não inscritas”, sublinhou durante a conferência de imprensa no final do Conselho Europeu, na Eslovénia.

A coordenadora do BE recusou esta manhã que o debate orçamental se faça “às décimas de défice”, garantindo que quer que as negociações “corram bem”, mas admitindo igualmente dificuldade em discutir com o Governo aquilo que é estrutural e não apenas pontual.

Questionado sobre se está esperançado no desenrolar do processo negocial com os parceiros parlamentares, o chefe do Executivo reafirmou essa confiança. “Creio que isso está bem conectado com a realidade, a não ser que essa realidade se tenha alterado de uma forma que eu desconheço”, acrescentou.

“Política de rendimentos” para crescer

O cenário macroeconómico com que o Governo está a trabalhar na proposta de Orçamento do Estado aponta para um crescimento de 4,6% em 2021 e de 5,5% no próximo ano, como revelou o deputado comunista João Oliveira no final de uma reunião com o ministro das Finanças, João Leão.

António Costa confirmou estes números, que antecipam “uma retoma da trajetória de crescimento mais rápida do que a que estava prevista”. E destacou a “sustentação do emprego” como “a grande fonte da evolução positiva da economia, a par do “esforço de investimento acima do esperado” que está a ser feito pelas empresas.

Em resposta às exigências do PCP, o primeiro-ministro prometeu que será “prosseguida a trajetória de melhoria dos rendimentos das famílias, que cabe ao Estado, mas também às empresas”, embora reconhecendo que estas não estão “na melhor situação” depois das “grandes dificuldades” que atravessaram por causa da pandemia.

Ainda assim, insistiu, “a política de rendimentos não deve ser vista como um entrave, mas um contributo para o crescimento”. Deu o exemplo do aumento do salário mínimo nacional e de algumas medidas já anunciadas para o OE2022, como o desdobramento de dois escalões no IRS, esperando que “seja possível melhorar as condições remuneratórias do conjunto da população”.

“Equilíbrio responsável” para Centeno

A poucos dias de o Governo liderado pelo PS apresentar o Orçamento para 2022, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, deixou um aviso a João Leão, o seu sucessor no Ministério das Finanças: “As políticas públicas, incluindo o saldo orçamental, devem ser as adequadas e redobrar atenção a eventos sistémicos”.

A partir da Eslovénia, António Costa afirmou que pretende “prosseguir a trajetória de equilíbrio responsável entre a melhoria do rendimento das famílias e o reforço da qualidade dos serviços públicos, mas obviamente tendo as finanças públicas sob controlo”.

“Está suspenso o Pacto de Estabilidade e de Crescimento, mas queremos finanças públicas sustentáveis. Temos de retomar a trajetória de diminuição da dívida pública e de controlo do défice”, concluiu o primeiro-ministro.

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Governo aponta para défice de 3,2% em 2022

João Leão revelou, nas reuniões com os partidos, que o Governo está a apontar para um défice de 3,2% já no próximo ano, depois dos 4,5% este ano. A dívida vai ficar em 123% do PIB.

O défice vai continuar a baixar, aproximando-se dos 3% já no próximo ano. João Leão revelou nas reuniões com os partidos sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que, depois de um défice de 4,5% do PIB este ano, conta apresentar um défice de 3,2% do PIB em 2022. Quando à dívida, deverá ascender a 123% do PIB.

Depois do excedente em 2019, a pandemia atirou o défice para os 5,7% do PIB em 2020, mas com a retoma haverá uma redução para 4,5% este ano. E, de acordo com as revelações feitas por José Luís Ferreira, do PEV, após o encontro com o Ministro das Finanças, voltará a cair em 2022.

A previsão do Executivo é de que no próximo ano seja possível alcançar um défice de 3,2%, já muito próximo do limite de 3% que, contudo, continuará suspenso por causa da pandemia. Assim, as previsões do défice que vão constar do OE 2022 são iguais às do Programa de Estabilidade de abril.

Recorde-se que a cláusula de salvaguarda do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) – que suspende temporariamente as regras de disciplina em matérias como o défice e a dívida pública – foi ativada em março de 2020, para permitir aos Estados-membros reagirem rapidamente e adotarem medidas de urgência para mitigar o impacto económico e social sem precedentes da crise da Covid-19.

Em junho deste ano, a Comissão Europeia confirmou que as regras de disciplina orçamental inscritas no PEC continuarão temporariamente suspensas em 2022, para permitir aos Estados-membros fazer face aos efeitos da crise da Covid-19. A Comissão considerou que a economia europeia continuará a necessitar de apoios também no próximo ano, prevendo por isso a desativação da cláusula apenas em 2023.

Esta quebra do défice acontece num período de crescimento da economia. José Luís Ferreira confirmou os números apontados pelo PCP quanto ao PIB, estando o Governo a trabalhar num crescimento de 4,6% este ano e de 5,5% em 2022. O “investimento público crescerá 30% por causa do PRR”, enquanto a dívida pública irá cair para 123%.

O responsável do PEV remata com os números relativos ao emprego. Este ano o emprego atingirá níveis pré-pandémicos, com perspetivas de melhorar no ano que vem, passando de 6,8% no final de 2021 para 6,5% em 2022”, acrescentou José Luís Ferreira, referindo-se à taxa de desemprego.

(Notícia atualizada às 14h25 com mais informação)

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Portugal regista mais quatro óbitos e 500 casos de Covid-19

Morreram mais quatro pessoas por Covid-19 e foram identificadas 500 novas infeções nas últimas 24 horas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 500 novos casos de Covid-19, elevando o número total de infetados desde o início da pandemia para 1.072.537. O boletim diário desta quarta-feira revela ainda mais quatro mortes nas últimas 24 horas, para um total de 18.008 óbitos. A incidência média no território nacional recuou para 90,5 casos por 100 mil habitantes, enquanto o risco de transmissibilidade (Rt) estabilizou nos 0,91.

O boletim dá conta de um total de 1.024.471 recuperados, mais 322 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 30.058 casos ativos em Portugal, mais 174 face a terça-feira.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa e volta a registar-se um ligeiro aumento no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 349 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais três nas últimas 24 horas), dos quais 60 em unidades de cuidados intensivos (menos dois).

Em termos regionais, a maioria das novas infeções volta a ser registada no Norte. Dos 500 novos casos confirmados, 183 localizam-se nesta região (36,6%), seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que contabilizou 158 novas infeções (31,6%).

Boletim epidemiológico de 6 de outubro:

Não obstante, LVT é a região com mais casos e mortes registados até ao momento (414.544 casos de infeção e 7.684 mortes), seguindo-se o Norte (411.313 casos e 5.564 mortes), o Centro (143.347 casos e 3.151 mortes), o Alentejo (39.150 casos e 1.028 mortes) e o Algarve (42.900 casos e 467 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 8.935 casos e 42 mortos, enquanto a Madeira regista 12.348 casos e 72 vítimas mortais.

Há ainda 25.218 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, menos 800 face a terça-feira.

Rt estabiliza e incidência continua a descer

Os dados da DGS revelam ainda que o valor do Rt, que mostra quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 0,91 a nível nacional e em 0,90 no continente. Trata-se, portanto, de uma estabilização face ao último balanço, o que coloca Portugal na “zona verde” da matriz de risco do Governo.

Matriz de risco com dados de 6 de outubro de 2021Fonte: Direção-Geral da Saúde

Já a incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) continua a recuar, estando agora em 90,5 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 90,9 casos por 100 mil habitantes no continente (na última atualização estes valores eram 94,3 por 100 mil habitantes e 95,1 por 100 mil habitantes, respetivamente).

(Notícia atualizada pela última vez às 14h30)

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Governo quer impor limite máximo de 4 renovações nos contratos temporários

  • Lusa
  • 6 Outubro 2021

O Governo pretende "tornar mais rigorosas as regras para renovação dos contratos de trabalho temporário, aproximando-as dos contratos a termo, estabelecendo como limite quatro renovações".

O Governo propôs esta quarta-feira aos parceiros sociais avançar com um limite máximo de até quatro renovações dos contratos temporários, contra as atuais seis, no âmbito do combate à precariedade.

A medida consta de um documento distribuído na Concertação Social pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, no âmbito da discussão da Agenda do Trabalho Digno.

No documento, o Governo indica que pretende “tornar mais rigorosas as regras para renovação dos contratos de trabalho temporário, aproximando-as dos contratos a termo, estabelecendo como limite quatro renovações”.

Segundo o Código do Trabalho, as renovações dos contratos temporários têm atualmente um limite máximo de seis renovações.

O documento apresentado esta quarta-feira, que foi atualizado após as negociações realizadas nas últimas semanas com os parceiros sociais, mantém prevista a criminalização do trabalho totalmente não declarado e o impedimento do recurso ao ‘outsourcing’ por empresas que tenham promovido despedimentos coletivos e despedimentos por extinção do posto de trabalho, no período subsequente ao despedimento.

No âmbito da Agenda do Trabalho Digno, o Governo avança ainda com incentivos à partilha entre homens e mulheres do gozo das licenças parentais, com o aumento das bolsas dos Estágios Ativar.pt para candidatos licenciados, para 878 euros “já em 2022”, bem como o reforço da negociação coletiva através de incentivos e condições de acesso a apoios públicos.

Alterações à lei laboral apresentadas em Conselho de Ministros este mês

Ana Mendes Godinho disse ainda que conta levar a Conselho de Ministros “ainda no mês de outubro” alterações à lei laboral que estão a ser discutidas na Concertação Social.

“Quanto aos prazos, o nosso objetivo é apresentar em Conselho de Ministros o resultado de todo este trabalho ainda no mês de outubro, é para isso que estamos a trabalhar“, disse a ministra aos jornalistas, no final de uma reunião da Concertação Social sobre a Agenda do Trabalho Digno.

As prioridades do Governo apontam para “problemas concretos, como sejam a precariedade, o trabalho totalmente não declarado ou os jovens no mercado do trabalho”, mas “naturalmente respeitando os princípios da estabilidade” e garantindo que a lei laboral não está permanentemente a ser alterada, sublinhou a ministra.

Sobre a possibilidade de haver um acordo na Concertação Social, a ministra disse que “num primeiro momento foi possível encontrar um consenso alargado sobre os objetivos” da Agenda do Trabalho Digno, nomeadamente sobre o combate à precariedade, mas em relação às medidas mais concretas que foram sendo tomadas nas reuniões o consenso tornou-se “mais difícil de encontrar”.

“Naturalmente aguardaremos agora a pronúncia dos parceiros sobre o documento final” que hoje foi apresentado pelo Governo, disse.

À saída da Concertação Social, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, considerou que as medidas “são muito insuficientes” e não dão uma resposta efetiva aos problemas dos trabalhadores.

Quanto à precariedade, o documento apresentado hoje pelo Governo “avança pouco” e “não ataca o problema de fundo”, disse Isabel Camarinha.

Já a dirigente da UGT Lucinda Dâmaso, indicou que a central sindical ainda irá analisar o novo documento, sublinhando ser “de máxima importância relançar a negociação coletiva”.

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Otimismo de Costa não se pode traduzir depois em bloqueios das Finanças, alerta o PAN

PAN quer mais do que o desdobramento do terceiro e sexto escalão de IRS para que de facto exista um alívio fiscal da classe média. Partido que quer OE2022 seja de viragem.

O PAN quer que o Orçamento do Estado para 2022 seja de viragem. Que não seja apenas mais um documento com o cunho do PS, mas que responda a desafios ambientais, garanta maior justiça fiscal para as famílias e que não deixe o país refém da austeridade e das cativações.

No final do encontro com o ministro das Finanças, Inês Sousa Real reconheceu que existem “sinais positivos” na negociação do Orçamento do Estado, mas alertou que o “otimismo do senhor primeiro-ministro não se pode traduzir depois nos bloqueios do Terreiro do Paço e por isso tem de haver uma efetiva aposta naquilo que o país carece”.

“Desde a austeridade às cativações, Portugal não pode ficar refém ou estagnado naquela que é a evolução sustentável e responsável para ter uma visão estratégica de médio e longo prazo. Esperamos que este seja o OE de viragem”, diz a líder do PAN.

Em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões, a responsável recordou algumas das prioridades do partido que passam pelo alívio fiscal das famílias. Além do desdobramento do terceiro e do sexto escalão, o partido quer mais. “O PAN quer mais do que o desdobramento do terceiro e sexto escalão para se possa de facto aliviar a classe média”, por isso defende que “também ocorra uma revisão” entre estes escalões. “Qualquer alívio mesmo que ao nível do sexto escalão é importante porque assim estamos garantir uma maior justiça fiscal para as famílias, porque é completamente diferente ter um rendimento de 36 mil euros comportas por dois adultos e duas crianças, de uma família com um rendimento de oitenta mil euros. Há um desfasamento deste escalão face aos demais que é preciso corrigir”, sublinhou.

Ainda em termos de impostos, Inês Sousa Real alertou que em termos de englobamento é preciso atingir apenas “aquilo que possam ser atividades especulativas”, deixando de fora as famílias e os pequenos investidores que são os proprietários. “Tem de haver um equilíbrio nesta matéria”. O PAN exprimiu ainda preocupação de apoio às empresas, “nomeadamente no programa retomar para que se possa continuar a assegurar que após as moratórias não exista uma avalanche de empresas em dificuldades financeiras das empresas”.

Inês Sousa Real reconheceu que “o otimismo” que ouviu nesta reunião a deixou um pouco preocupada e pede para que “a retoma económica assente em mais empregabilidade verde e de combate à precariedade“. “Este não é um OE qualquer tem de responder aos nossos tempos”, disse a deputada dando como exemplo a necessidade as moratória das petrolíferas serem antecipadas e serem fixadas metas mais ambiciosas para o fim das isenções sobre os produtos petrolíferos. “É absolutamente essencial”, frisou.

O PAN deixou ainda nota para a necessidade de dotar a Justiça dos meios que necessita, uma necessidade evidenciada pelos “escândalos que têm vindo a público nos últimos dias”. E lamentou que o Pacto da Justiça tinha ficado na gaveta. Inês Sousa Real defendeu também a necessidade de garantir que o Tribunal Constitucional tenha as verbas necessárias para trabalhar e fiscalizar os partidos.

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Governo espanhol vai dar 250 euros por mês para os jovens pagarem a renda da casa

Medida faz parte do Orçamento do Estado para 2022 e é dirigida a jovens entre os 18 e os 35 anos, com rendimentos anuais abaixo de 23.725 euros. 

O Governo espanhol vai dar 250 euros por mês aos jovens para ajudar com o arrendamento de uma casa. A proposta, que faz parte do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), será válida pelos próximos dois anos e acessível para os jovens entre os 18 e os 35 anos, com rendimentos anuais abaixo de 23.725 euros.

O objetivo desta medida é o de facilitar o começo de vida independente dos jovens, mas também diminuir a idade com que estes saem de casa dos pais, aproximando-a da média da União Europeia, que está atualmente nos 26 anos.

“É um grande sucesso do Governo focar-se no problema mais importante enfrentado pelos jovens. Estas ajudas diretas de arrendamento servirão para reduzir a idade de emancipação”, refere o portal de venda de casa, Fotocasa, citado pelo jornal espanhol.

A plataforma falou ainda no congelamento das rendas, que foi adotado, por exemplo em Barcelona, referindo tratar-se de uma “medida intervencionista”, que “pode originar uma diminuição da oferta de imóveis para arrendamento, o que tornaria ainda mais difícil o acesso à habitação”.

Além destes 250 euros mensais, o Governo espanhol vai ainda dar ajudas diretas de até 40% do valor da renda para as famílias mais vulneráveis.

Esta medida anunciada pelo Governo de Pedro Sánchez não é propriamente novidade no país vizinho, uma vez que, no início de 2008, o Governo de José Luis Rodríguez Zapatero já tinha criado algo semelhante. O “cheque habitação” de Zapatero era uma ajuda de 210 euros mensais para ajudar a pagar a renda a jovens dos 22 aos 30 anos, incluindo ainda um empréstimo de 600 euros para pagar a caução.

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