Sentimento na indústria automóvel alemã “arrefece visivelmente” em setembro

  • Lusa
  • 4 Outubro 2021

"Os últimos números mostram que a indústria automóvel é a indústria mais seriamente afetada pelos estrangulamentos de fornecimento de produtos intermédios", diz o Ifo.

O sentimento entre os fabricantes alemães de automóveis e os seus fornecedores “arrefeceu visivelmente” em setembro, com o indicador ifo correspondente a cair para 13,2 pontos, contra 32,0 pontos em agosto, anunciou esta segunda-feira o instituto alemão ifo.

Num comunicado, o ifo salienta que em julho, o indicador se tinha situado em 52,9 pontos.

“Os últimos números mostram que a indústria automóvel é a indústria mais seriamente afetada pelos estrangulamentos de fornecimento de produtos intermédios”, diz Oliver Falck, diretor do centro de organização industrial e novas tecnologias do ifo.

O único impulso positivo vem do estrangeiro, já que as expectativas de exportação melhoraram significativamente, com o indicador a subir para 34,5 pontos em setembro, contra 17,0 pontos em agosto, refere o ifo, adiantando que este fator pode estar a ter um impacto positivo nas expectativas de produção, que aumentaram para 37,4 pontos em setembro, contra 35,4 pontos em agosto.

“Contudo, isto não deve esconder o facto de que a incerteza de muitos consumidores na China, devido à crise do promotor imobiliário Evergrande, está a pesar nos fabricantes alemães de automóveis, que agora produzem mais carros na China do que na Alemanha”, diz Falck.

A situação na Alemanha continua crítica, tendo a carteira de encomendas caído de 17,1 pontos em agosto para 5,3 pontos em setembro. Em julho, o indicador da carteira de encomendas tinha atingido 52,5 pontos.

O indicador da procura diminuiu pela primeira vez desde maio de 2020, ao cair para -15,7 pontos em setembro, contra 1,7 pontos em agosto, adianta o ifo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Acredito que Portugal” pode vir “a ser um hub digital”, diz Pablo Ruiz-Escribano

  • Lusa e ECO
  • 4 Outubro 2021

"Acredito que Portugal tem um dos melhores fatores para vir a ser um hub digital, o que tem de fazer é uma estratégia de país", diz Pablo Ruiz-Escribano.

Pablo Ruiz-Escribano, um dos vice-presidentes da Schneider Electric Iberia, considera, em entrevista à Lusa, que “Portugal tem um dos melhores fatores para vir a ser um hub digital“, mas é preciso ter “uma estratégia de país”.

O vice-presidente das áreas de secure power & field services da Schneider Electric para o mercado ibérico afirma que Portugal tem vantagens competitivas e a empresa quer fazer parte do processo de digitalização do país. “Acredito que Portugal tem um dos melhores fatores para vir a ser um hub digital, o que tem de fazer é uma estratégia de país”. Ou seja, Portugal “tem que ter uma estratégia comum que ajude a trazer investimentos e que alinhe todos os diferentes atores da cadeia de valor”.

E quando isso acontecer haverá “um ecossistema que tem uma economia, uma indústria do digital sustentável“, afirma, isto porque atualmente o que existe são “algumas coisas separadas, algumas empresas, alguns grandes projetos de data center [centro de dados], que é infraestrutura necessária para suportar” a transformação digital, “mas não tem tudo interconectado”.

Por exemplo, o projeto Sines 4.0 “é um projeto flagship, mas Portugal não pode ficar como um hub se só tem um flagship, tem que desenvolver uma indústria, um ecossistema, tem de ter uma visão holística“, defende Pablo Ruiz-Escribano.

Portugal “tem um posicionamento geoestratégico e condições: um país estável, onde as pessoas gostam de vir morar, que tem pessoas com boa formação, tem tudo, mas falta uma estratégia comum de país para trazer e alinhar todos os atores e trazer os investimentos“, sublinha o gestor da Schneider Electric. Pablo Ruiz-Escribano destacou a “oportunidade com o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]” para a transformação digital da economia, quer nas indústrias, cidades, edifícios inteligentes.

“Tudo isso será uma fonte para gerar dados que vai alimentar esses grandes hubs que podem ficar aqui [em Portugal] e que vão converter dados em valor”, tornando-se numa “indústria que será sustentável e que vai estar continuamente a crescer“, afirmou.

No entanto, Portugal também tem concorrência, alerta, dando exemplos de Madrid, Marselha e outras cidades que estão a trabalhar na mesma linha”. A transição digital “não é só uma aposta de Portugal, é uma necessidade de Portugal, uma necessidade de todas as economias”, afirma o responsável ibérico da Schneider Electric.

“Há uma necessidade de todas empresas, sejam pequenas, médias e grandes, é uma necessidade sem dúvida da indústria, a tecnologia hoje é muito mais disponível, então para ganhar competitividade, para fazer produto é preciso integrar a tecnologia, é preciso integrar a digitalização no ADN e nos processos das empresas”, continua.

Mas ainda há “muito caminho a percorrer”, as empresas, quer em Portugal como em Espanha, ainda não têm uma estratégia integrada da digitalização, pois ainda estão a “trabalhar em parcelas e não têm uma estratégia holística”. Ou seja, “as empresas estão a trabalhar em silos e, para mim, o que a tecnologia hoje fornece é a possibilidade de mais dados, mas que fluam e sejam conectados entre si” e por isso “acho que temos muito a fazer”.

A Schneider Electric quer fazer parte do processo e, neste momento, está a ajudar os seus clientes, também em Portugal, a “fazer essa transformação” digital. “Estamos a pôr [a experiência do grupo na digitalização] na ajuda às empresas pequenas e médias de Portugal, temos uma equipa ibérica que está a seguir o PRR e o NexGenerationEU” para que os apoios cheguem “ao maior número de empresas possível” e ajudar a definir qual deve ser a estratégia de digitalização”, conta.

A transformação digital “é uma questão de sobrevivência, se uma empresa não tomar agora a decisão para digitalizar, em cinco anos poderá desaparecer”, porque tudo “está a mudar completamente”, sublinha Pablo Ruiz-Escribano. A pandemia, refere, acelerou duas necessidades: “desenvolver um mundo mais sustentável e também um mundo mais digital”. E isso também teve efeitos no modelo de trabalho, que será tendencialmente híbrido. “Acho que o modelo híbrido com flexibilidade ficará como um novo sistema de trabalho”, considera, uma medida que terá impacto no meio ambiente e na sustentabilidade. Em Portugal, a Schneider Electric tem “até três dias de teletrabalho possível”.

Apesar de no ano passado a empresa em Portugal ter sido impactada pela pandemia, este ano está “a crescer mais do que em 2019”, adianta. “A nossa estratégia de digitalização e de sustentabilidade foi reforçada, estamos a ganhar quota de mercado”, acrescenta, salientando que o mesmo está a acontecer em Espanha. Com quase 200 trabalhadores no mercado português, a Schneider Electric prevê o reforço da equipa. Para o próximo ano, a Schneider Electric pretende ampliar a equipa em Portugal com a contratação de aproximadamente 15 pessoas.

“Tenho duas responsabilidades [no mercado português], uma delas é o negócio de secure power, que suporta a infraestrutura crítica para os data centers, sem dúvida gostaríamos de ficar como parceiros estratégicos das empresas no processo de digitalização”, afirma, quando questionado sobre as metas para Portugal.

Além disso, pretende “ganhar quota de mercado” e se Portugal se tornar “um gateway de dados para a Europa, nós queremos acompanhar” o país “nesse processo”. Na área dos serviços, o objetivo é duplicar as receitas.

5G? É crítico que façamos o desenvolvimento o mais rapidamente possível”

Pablo Ruiz-Escribano defende também, em entrevista à Lusa, que “é crítico” que o desenvolvimento da rede 5G seja feita “o mais rapidamente possível”, sob pena de perder a corrida.

O processo de atribuição das licenças em Portugal dura há mais de oito meses, tendo a licitação principal arrancado em 14 de janeiro e, atualmente, nos países da União Europeia, só Portugal e a Lituânia é que não têm ofertas comerciais de 5G (quinta geração).

“É crítico que façamos um desenvolvimento do 5G o mais rapidamente possível porque se não vamos chegar tarde e algumas outras economias vão desenvolver muito mais rapidamente as soluções, as aplicações”, tendo uma vantagem competitiva, considera o vice-presidente de secure power & fiel services para o mercado ibérico da Schneider Electric.

“Para o mercado informático, [o 5G] é uma grande oportunidade”, sublinhou, salientando que esta tecnologia vai impulsionar a Internet das Coisas (IoT – Internet of Things, em inglês) e algumas aplicações “que hoje parecem um sonho e que vão ser realidade”, salienta Pablo Ruiz-Escribano.

Há grande oportunidade para desenvolver a era da computação, algumas aplicações que hoje não são possíveis, graças ao 5G e à tecnologia ficarão possíveis daqui a poucos anos“, reitera o responsável da Schneider Electric,

Para Pablo Ruiz-Escribano “é um risco” o atraso na implementação da tecnologia. Na tecnologia, atualmente, “se não ficamos na ponta do desenvolvimento corremos o risco de que alguém desenvolva mais rápido e assuma a liderança”, alerta. Por exemplo, os Estados Unidos e a China “tomaram a liderança do comércio eletrónico e dos dados pessoais, agora têm uma posição dominante” com a qual “a Europa não pode competir contra”.

No entanto, “acho que tudo o que tem a ver com dados industriais, dados que tenham a ver com empresas, a Europa ainda tem a possibilidade de ganhar essa batalha” e agora “é o momento de fazer todo esse desenvolvimento”, defende.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Forças Armadas podem admitir 2.190 militares este ano

Os encargos financeiros resultantes das admissões de militares em regime de voluntariado e regime de contrato "são suportados pelos orçamentos dos respetivos ramos" das Forças Armadas.

As Forças Armadas vão poder admitir 2.190 militares este ano seja através do regime de voluntariado ou do regime de contrato. De acordo com o despacho do Ministério das Finanças, publicado esta segunda-feira em Diário da República, é fixado o número de militares a admitir para que as Forças Armadas possam cumprir as missões que lhe são confiadas.

Os encargos financeiros resultantes das admissões de militares em regime de voluntariado e regime de contrato “são suportados pelos orçamentos dos respetivos ramos” das Forças Armadas, sublinha o mesmo despacho que é publicado todos os anos com o número de efetivos necessário para “assegurar a manutenção do efetivo militar necessário ao cumprimento das missões legalmente cometidas às Forças Armadas”.

A admissão de 2.190 militares prende-se com “o objetivo central do Governo, no que ao recrutamento diz respeito, de estabilização das admissões em cada ano”. O número é proposto pelo Chefe do Estado-Maior do respetivo ramo das Forças Armadas e fixado por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e Defesa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Facebook coloca lucros à frente da segurança dos utilizadores, diz delatora

  • ECO
  • 4 Outubro 2021

Relatórios internos do Facebook mostram que esta gigante tem conhecimento dos efeitos negativos que está a causar nos seus utilizadores. Documentos foram divulgados por ex-trabalhadora.

Uma antiga trabalhadora do Facebook trouxe a público milhares de documentos internos da empresa de Mark Zuckerberg, que garante mostrarem que a rede social falhou na proteção dos seus utilizadores, colocando o lucro como prioridade.

De acordo com a Bloomberg, os documentos “partilhados” por Frances Haugen mostram que o Facebook tinha conhecimento do impacto negativo nos utilizadores de serviços como o Instagram, mas não fez nada para o dar a conhecer. Aliás, foi a opção do Facebook de repetidamente colocar os lucros à frente do bem-estar dos internautas que levou a ex-trabalhadora a levar a cabo a denúncia em questão, assegurou a mesma. “O Facebook escolheu, vezes e vezes sem conta, otimizar [os serviços] com vista aos seus próprios interesses, como os lucros“, sublinhou Haugen, na sua primeira entrevista.

O Financial Times acrescenta que esta ex-trabalhadora acusou mesmo o Facebook de mentir, exagerando os progressos que tem feito em relação à luta contra o ódio, violência e desinformação nas redes sociais.

Esta denúncia está já gerar polémica em Washington, com os legisladores a acusarem agora o Facebook de “encobrir” os relatórios sobre os efeitos negativos desta rede social. De notar que os documentos divulgados pela ex-trabalhadora referem-se, por exemplo, ao impacto do Instagram na saúde mental dos mais jovens, à moderação de conteúdo e à diferenciação no tratamento entre os perfis mais populares e os demais.

Frances Haugen deverá dar o seu testemunho, esta terça-feira, no Senado dos Estados Unidos, no subcomité dedicado à proteção dos consumidores, no âmbito de uma audição dedicada à proteção dos mais jovens no mundo digital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Evergrande tenta encaixar 4,4 mil milhões de euros com venda de unidade

A venda de 51% da Evergrande Property Services Group à Hopson Development por 4,4 mil milhões de euros encaixa-se na estratégia de desinvestimento da Evergrande. Ações foram suspensas em Hong Kong.

O gigante imobiliáriochinês Evergrande vai vender metade da sua unidade de gestão de propriedades à Hopson Development por mais de cinco mil milhões de dólares, avançam esta segunda-feira os media chineses, depois de a Evergrande e a Hopson terem pedido a suspensão das transações das suas ações na bolsa de Hong Kong. Inicialmente o pedido de suspensão não foi acompanhado de qualquer explicação.

O preço das ações da empresa caiu cerca de 80% desde o início do ano. Estrangulado por uma dívida de 260 mil milhões de euros, o grupo privado tem vindo a lutar há várias semanas para cumprir os pagamentos. Esta segunda-feira vencia mais uma nota de dívida de 260 milhões de euros, que apenas tem um período de graça de cinco dias e se não houver sinais de que o pagamento será cumprido os rumores negativos vão voltar a aumentar. A bolsa de Hong Kong afundou 2,55% esta segunda-feira devido à instabilidade gerada pela empresa chinesa e os futuros dos índices de Wall Street estão em terreno negativo. Também as bolsas europeias abriram a semana em terreno negativo.

A agravar a situação está também o facto de ainda não haver sinais sobre o que o Governo chinês pretende fazer em relação ao destino da Evergrande, sublinha Jeffrey Halley, senior Market Analyst, Asia Pacific, da Oanda, sublinhando, porém, que o lento mas firme desmantelamento da empresa parece ser o caminho escolhido para já.

A venda de 51% da Evergrande Property Services Group à Hopson Development por 40 mil milhões de dólares de Hong Kong (4,4 mil milhões de euros), avançada pelo jornal com apoio estatal Global Times, citando outros meios de comunicação sem especificar, encaixa-se nesta estratégia. A Hopson Development pediu a suspensão da transação das suas ações devido a uma grande aquisição de uma empresa cotada em Hong Kong e uma possível oferta vinculativa.

Na semana passada, o grupo anunciou que iria vender uma participação de 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) num banco regional para angariar capital. Mais outra operação de desinvestimento numa tentativa de travar o risco de contágio do setor imobiliário chinês para toda a economia e até para a economia mundial.

As autoridades pediram aos governos locais para se prepararem para o potencial colapso da Evergrande, sugerindo que é improvável um grande salvamento estatal. O grupo já admitiu que enfrenta “desafios sem precedentes” e advertiu que poderá não ser capaz de cumprir os seus compromissos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa em alta ligeira com Galp a valorizar mais de 1%

A praça nacional arrancou a primeira sessão da semana em baixa, mas, entretanto, já passou para "terreno positivo". Galp Energia valoriza mais de 1% e puxa por Lisboa.

A bolsa de Lisboa arrancou sessão a desvalorizar, mas, entretanto, já passou para “terreno positivo”, com a Galp Energia a destacar-se ao somar mais de 1%. Do outro lado da linha de água, a GreenVolt a lidera as perdas. E também o BCP está no “vermelho”.

O índice de referência na bolsa lisboeta, o PSI-20, arrancou a cair 0,15% para 5.468,87 pontos, mas, entretanto, passou aos ganhos. Avança agora 0,17% para 5.486,270 pontos. Nas demais praças europeias, a tendência é negativa, com o STOXX 600 a perder 0,28% para 451,63 euros, o francês CAC 40 a recuar 0,43% para 6.489,94 pontos e o alemão DAX a descer 0,48% para 15.084,17 pontos.

Por cá, em “terreno positivo”, está a Galp Energia, cujos títulos somam 1,09% para 9,832 euros. Isto apesar de, em Londres, o Brent (que serve de referência europeia) estar a cair em torno de 0,3%.

Destaque também para a GreenVolt, que protagoniza as maiores perdas, entre as cotadas do PSI-20. Os títulos desta energética recuam 1,35% para 5,86 euros. No mesmo setor e também no “vermelho”, as ações da EDP caem 0,59% para 4,556 euros e as da EDP Renováveis perdem 0,55% para 21,58 euros.

A liderar os ganhos esta segunda-feira está, por outro lado, a Ibersol, cujas ações sobem 4,86% para 6,04 euros. No “verde” está também a Jerónimo Martins. Os títulos da dona do Pingo Doce sobem 0,66% para 17,475 euros. Também no retalho, mas do outro lado da linha de água, as ações da Sonae recuam 0,66% para 0,904 euros.

Nota ainda para os títulos do BCP, que desvalorizam 0,44% para 0,1574 euros. E entre as papeleiras, as ações da Navigator sobem 0,27% para 3,026 euros enquanto as da Altri descem 0,37% para 5,315 euros. Por outro lado, o dia está a ser de ganhos para os CTT, cujos títulos avançam 1,21% para 4,615 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer escolaridade obrigatória a começar aos três anos

  • ECO
  • 4 Outubro 2021

A versão preliminar da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza também prevê o alargamento do acesso ao abono de família e o aumento das prestações sociais a agregados com crianças.

Integrar o pré-escolar no ensino obrigatório é uma das propostas que integra a versão preliminar da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, avança o Público (acesso condicionado). A ideia do Executivo é alargar a escolaridade obrigatória aos três anos de idade, de acordo com o documento que vai ser colocado em discussão pública.

No programa eleitoral do PS já estava inscrito o objetivo da universalização do pré-escolar, mas agora o Governo quer ir mais longe e torná-lo mesmo obrigatório a partir dos três anos e não seis como é hoje. Uma estratégia que é seguida em França também que, em Setembro de 2019 decidiu tornar a escolaridade obrigatória a partir dos três anos.

O documento prevê também o alargamento do acesso ao abono de família e o aumento das prestações sociais a agregados com crianças, em especial nas famílias monoparentais. O objetivo é retirar as crianças da condição de pobreza.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Evergrande, apoios e impostos

  • ECO
  • 4 Outubro 2021

Fumio Kishida toma posse como primeiro-ministro do Japão e os NFT estão a impulsionar o mercado da arte.

O gigante imobiliário da China Evergrande, estrangulado por uma dívida de 260 mil milhões de euros, suspendeu as transações na bolsa de Hong Kong. O colosso chinês continua à beira do colapso e a sua potencial falência pode abalar o setor imobiliário chinês, a economia nacional e global. Na Europa, o ministro britânico das Finanças vai apresentar um apoio de mais de 584 milhões de euros para promover o emprego, após o fim do mecanismo de desemprego parcial em vigor durante a pandemia. E a Áustria decidiu agravar a tributação sobre as emissões de CO2: a partir de julho de 2022, cada tonelada emitida de dióxido de carbono vai pagar mais com 30 euros. A medida visa acabar com as energias poluentes até 2040.

BBC

Evergrande suspende comércio na bolsa de Hong Kong

O gigante imobiliário da China Evergrande suspendeu as transações na bolsa de Hong Kong, sem explicar quais os motivos desta decisão. O preço das ações da empresa caiu cerca de 80% desde o início do ano. Estrangulado por uma dívida de 260 mil milhões de euros, o grupo privado tem vindo a lutar há várias semanas para cumprir os pagamentos. “A negociação das ações do Grupo Evergrande na China será interrompida”, disse a empresa à bolsa de valores. “Como resultado, a transação de todos os produtos estruturados relacionados com a empresa será interrompido ao mesmo tempo”. O colosso chinês permanece à beira do colapso e a sua potencial falência pode abalar o setor imobiliário chinês e mesmo a economia nacional e global.

Leia a notícia completa na BBC (acesso livre, conteúdo em inglês)

Sky News

Governo britânico vai promover emprego com apoio de 584 milhões de euros

O ministro das Finanças britânico vai apresentar um apoio de mais de 584 milhões de euros para promover o emprego, após o fim do mecanismo de desemprego parcial em vigor durante a pandemia. Reunido em congresso, em Manchester (noroeste de Inglaterra), o Partido Conservador, no poder no Reino Unido, indicou que a medida visa apoiar “as centenas de milhares” de trabalhadores que já não podem recorrer ao desemprego parcial, os desempregados com mais de 50 anos, os jovens trabalhadores e as pessoas com baixos salários. Nos 18 meses de duração da crise pandémica, o dispositivo de desemprego parcial, com um custo de 70 mil milhões de libras (81,8 mil milhões de euros), permitiu estimular perto de 12 milhões de empregos nos setores em risco de encerramento ou diminuição de atividade devido à Covid-19.

Leia a notícia completa na Sky News (acesso livre, conteúdo em inglês)

Reuters

Áustria agrava imposto sobre CO2 e compensa cidadãos com alívio fiscal

O uso de combustíveis fósseis na Áustria, tanto para transporte como para aquecimento, será tributado a partir de julho de 2022 com 30 euros por cada tonelada emitida de dióxido de carbono (CO2). A medida destina-se a acabar com as energias poluentes até 2040 e contempla também várias compensações fiscais. O Governo, formado pelo Partido Popular da Áustria e Os Verdes, informou que o novo imposto afetará o gasóleo, a gasolina, o gás natural, o carvão e o combustível para aquecimento. O imposto de 30 euros por tonelada de CO2 significará um aumento estimado de oito cêntimos por cada litro de combustível. Uma tonelada de CO2 equivale ao consumo de, por exemplo, 430 litros de gasolina. O montante da taxa aumentará progressivamente para que os consumidores se possam ir adaptando e mudando para energias alternativas, até chegar aos 35 euros por cada tonelada de CO2 em 2023, 45 euros em 2024 e 55 euros em 2025.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

CNN

Fumio Kishida toma posse como novo primeiro-ministro do Japão

Fumio Kishida tomou posse esta segunda-feira como novo primeiro-ministro do Japão, numa sessão parlamentar extraordinária após a sua vitória nas primárias do Partido Liberal Democrático (LDP). A nomeação de Kishida foi formalmente ratificada numa votação em ambas as casas, na qual a coligação governante tem uma grande maioria. Kishida ganhou 311 votos na Câmara Baixa, contra 124 votos para o principal líder da oposição Yukio Edano. A Câmara Alta também lhe deu uma grande maioria com 141 votos, em comparação com os 65 de Edano. Fumio Kishida, de 64 anos, sucede a Yoshihide Suga, que se demitiu em bloco com o seu gabinete após pouco mais de um ano no poder.

Leia a notícia completa na CNN (acesso livre, conteúdo em inglês)

Les Echos

Mercado de arte contemporânea “dopado” pelos NFT

Os NFT, os certificados de autenticidade associados a um objeto virtual (imagem, vídeo, tweet estão a revolucionar o mercado de arte mundial, dopado pela arte contemporânea, a sua “locomotiva”, revela o relatório anual da sociedade Artprice. Graças aos NFT, as vendas públicas registaram um recorde de 2,7 mil milhões de dólares no ano fiscal 2020-2021, o que representa um aumento de 117%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europa ajuda PJ a procurar Rendeiro

  • ECO
  • 4 Outubro 2021

João Rendeiro fugiu à Justiça portuguesa. PJ está agora a investigar os possíveis destinos, com a colaboração das autoridades europeias.

O antigo presidente do BPP João Rendeiro está fugido à Justiça e é atualmente alvo de dois mandados de detenção internacionais, estando a Polícia Judiciária à procura do ex-banqueiro com a colaboração das autoridades europeias, no âmbito dos acordos celebrados pelos países que compõem o espaço Schengen, avança esta segunda-feira o Correio da Manhã (acesso pago).

De acordo com o jornal, esta é a grande prioridade da PJ neste momento. As autoridades investigam os destinos possíveis de João Rendeiro. Caso o fugitivo seja detetado num país com o qual Portugal não tem acordo de extradição, os Estados que façam fronteira serão avisados, para o caso do ex-banqueiro se movimentar.

Sobre João Rendeiro pendem três penas de prisão: uma de cinco anos e oito meses por ter falsificado a contabilidade do BPP; outra de dez anos por fraude fiscal e branqueamento de capitais e outra de três anos e meio por burla qualificada. A primeira já transitou em julgado, mas estas duas últimas ainda não.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: escolaridade obrigatória, vistos gold e Rendeiro

  • ECO
  • 4 Outubro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As empresas apelam a uma revisão das alterações previstas ao regime dos vistos gold, mas o Governo está irredutível. Esta segunda-feira fica ainda marcada pela nota de que o Governo quer a escolaridade obrigatória a começar aos três anos, de que as autoridades europeias estão a colaborar com a PJ a procurar João Rendeiro e de que há quase oito mil crianças à espera de apoio para deficiências. Papa Francisco deverá visitar Portugal em agosto de 2023.

Governo quer escolaridade obrigatória a começar aos três anos

Integrar o pré-escolar no ensino obrigatório é uma das propostas que integra a versão preliminar da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030. A ideia do Executivo é alargar a escolaridade obrigatória aos três anos de idade, de acordo com o documento que vai ser colocado em discussão pública. No programa eleitoral do PS já estava inscrito o objetivo da universalização do pré-escolar, mas agora o Governo quer ir mais longe e torná-lo mesmo obrigatório a partir dos três anos e não seis como é hoje. O documento prevê também o alargamento do acesso ao abono de família. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Governo ignora empresas e vistos gold mudam em janeiro

As empresas dos setores que beneficiam dos vistos gold apelam a uma revisão das alterações previstas, mas o Governo está irredutível. A partir de janeiro, as regras vão mesmo mudar, o que significa que os estrangeiros que pretendem investir em imóveis para obter um visto só poderão fazê-lo nas ilhas ou nos territórios do interior. Isto uma vez que, no final de 2020, o Executivo aprovou um diploma que impede a concessão de vistos gold a quem adquira imóveis nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como no litoral. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Europa ajuda PJ a procurar Rendeiro

O antigo presidente do BPP João Rendeiro está fugido à Justiça e é atualmente alvo de dois mandados de detenção internacionais, estando a Polícia Judiciária à procura do ex-banqueiro com a colaboração das autoridades europeias, no âmbito dos acordos celebrados pelos países que compõem o espaço Schengen. Esta é a grande prioridade da PJ neste momento. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Quase oito mil crianças à espera de apoio para deficiências

O Governo alterou, em 2019, as regras de acesso à bonificação do abono de família para crianças com deficiência, mas a portaria que viria a definir os critérios da atribuição dessa prestação só foi publicada em maio deste ano. Resultado: os serviços da Segurança Social estão agora a despachar os processos que deram entrada desde 2019 (cerca de 33 mil), estando 24% desses requerimentos ainda pendentes. Em causa estão 7.961 processos. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Papa em Portugal na primeira semana de agosto de 2023

O Papa Francisco vai estar em Portugal na semana de 1 a 6 de agosto de 2023, datas em que se realizarão as Jornadas Mundiais da Juventude. Esse evento chegou a estar previsto para 2022, mas a crise pandémica levou a um adiamento. As inscrições deverão abrir no próximo ano e estarão disponíveis para as pessoas dos 14 anos aos 30 anos, católicos ou não. Leia a notícia completa no iNevitável (link indisponível).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que o Governo se reúne com os sindicatos da Função Pública, os ministros das Finanças da Zona Euro encontram-se para discutir a escalada dos preços da energia.

Esta segunda-feira vai ser marcada pelo início das reuniões entre o Governo e os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado, mas também pela reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro para discutir a escalada dos preços da energia. O dia vai ser ainda marcado pela retoma de produção na fábrica da Autoeuropa, assim como pela atribuição dos primeiros Prémios Nobel.

Ministros das Finanças da Zona Euro debatem escalada dos preços da energia

Os ministros das Finanças da Zona Euro debatem esta segunda-feira a escalada dos preços da eletricidade devido aos aumentos globais no gás na União Europeia, temendo que mais encargos atrasem a recuperação económica. Além de medidas imediatas que poderão ser adotadas pelos países (como impostos especiais de consumo, apoio direto aos consumidores e alívio para agregados familiares e pequenas empresas), a UE deverá reforçar compromissos para o aumento da eficiência energética, a utilização de energia de fontes renováveis e o combate à pobreza energética.

Ministra da Administração Pública reúne-se com sindicatos

O Ministério da Administração Pública reúne-se, esta segunda-feira, com os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado para a negociação anual. Este encontro acontece num momento em que o processo negocial em torno do sistema de avaliação de desempenho dos funcionários públicos está parado há mais de quatro meses. Esta será a primeira ronda da negociação coletiva anual. A segunda está marcada para dia 7 de outubro.

Autoeuropa retoma produção ao fim de uma semana

A Autoeuropa vai retomar esta segunda-feira a produção na fábrica de Palmela, depois de a ter suspenso desde o dia 27 de setembro devido à “continuidade de escassez de componentes”. Esta paralisação acontece numa altura em que a escassez de chips está a afetar muitas empresas automóveis em todo o mundo, sobretudo na Alemanha. Na semana passada, a Volkswagen, Opel e Ford anunciaram novos encerramentos temporários.

Prémios Nobel começam a ser atribuídos hoje

A Fundação Nobel vai começar esta segunda-feira a atribuir os primeiros prémios Nobel. No ano em que se comemora o 120.º aniversário desde que foram atribuídos os primeiros Prémios Nobel, em 1901, não haverá o tradicional banquete na Câmara de Estocolmo, mas sim duas pequenas cerimónias, adiantou a fundação. Os prémios serão anunciados entre 4 e 11 de outubro, sendo os primeiros o de medicina, física e química.

Bolsas da China continental fechadas

Os mercados da China continental estão fechados até quinta-feira para a celebração da Semana Dourada, que acontece duas vezes por ano: a primeira no ano novo chinês e a segunda a 1 de outubro com o dia nacional da China, um feriado que se prolonga por sete dias.

Nota: Por lapso o ECO escreveu que a apresentação de resultados da Corticeira Amorim eram esta segunda-feira. As contas referentes ao terceiro trimestre deste ano serão conhecidas a 4 de novembro. Aos visados e aos nossos leitores pedimos desculpa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

6 em cada 10 empresas portuguesas têm dificuldade em preencher vagas

Construção, comércio grossista e retalhista, restauração e hotelaria e indústria são os mais afetados pela escassez de talento. Especialistas falam em "valores históricos" de escassez de talento.

O problema não era novo, mas a pandemia da Covid-19 acabou mesmo por agigantá-lo. A escassez de profissionais qualificados está a dificultar a contratação por parte das empresas nacionais, que dizem sentir cada vez mais dificuldade em preencher as vagas que lançam para o mercado. 44% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sentem muita dificuldade na contratação. Especialistas falam em “valores históricos” de escassez de talento. Construção, comércio grossista e retalhista, restauração e hotelaria e indústria são os setores mais afetados.

“A pandemia veio provocar grandes mudanças no mundo de trabalho, relacionadas, entre outros aspetos, com a aceleração da transformação tecnológica nas organizações. As empresas tiveram que alterar e digitalizar os seus processos, e as que mais rapidamente se adaptaram a esta realidade conseguiram evoluir com maior sucesso. Esta transformação veio agravar a escassez de talento, tendo provocado um aumento na procura de competências técnicas, que o mercado de trabalho não está preparado para entregar. Como exemplo temos as competências nas áreas de cibersegurança, análise de dados, marketing digital, profissionais de saúde e especialistas em logística ou gestão de armazéns”, adianta Rui Texeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal, com base nas conclusões das questões extra do estudo “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, a que a Pessoas teve acesso.

A crescente digitalização e o esforço de transformação das empresas está também a gerar uma maior procura por competências humanas. Soft skills como a comunicação, adaptabilidade, pensamento analítico ou a empatia são hoje consideradas fundamentais para conseguir uma força de trabalho capaz de potenciar os efeitos da automatização, bem como ágil e resiliente em momentos de disrupção, considera o líder da empresa especializada em recrutamento.

No entanto, o que os empregadores dizem é que as soft skills são difíceis de identificar e de desenvolver. Enquanto 33% das organizações afirmam que é difícil formar nas competências técnicas mais procuradas, 54% declaram que é ainda mais difícil ensinar as competências comportamentais de que necessitam.

O que observamos é um mercado de trabalho que se encontra em valores máximos históricos de escassez de talento, com 62% dos empregadores portugueses a declarar que têm alguma ou muita dificuldade em preencher as vagas que lançam para o mercado.

Rui Texeira

Chief operations officer do ManpowerGroup Portugal

“Ainda que a escassez de talento já se fizesse sentir, a pandemia e as transformações no mundo do trabalho vieram agravar esta realidade, com as empresas a enfrentarem novos desafios e necessidades, que exigem competências cada vez mais especializadas e difíceis de encontrar. Nesse sentido, o que observamos é um mercado de trabalho que se encontra em valores máximos históricos de escassez de talento, com 62% dos empregadores portugueses a declarar que têm alguma ou muita dificuldade em preencher as vagas que lançam para o mercado”, continua Rui Teixeira.

Construção: “O país não está dotado de mão-de-obra capaz de cobrir as necessidades”

World of Wine - WOW

Ainda que a escassez de talento esteja, gradualmente, a atingir todos os setores de atividade, de forma transversal, segundo o estudo do ManpowerGroup, é no setor da construção que se verificam mais dificuldades em contratar (89%). “Este é um setor que tem conhecido taxas de crescimento importantes neste pós-pandemia e o país não está hoje dotado da mão-de-obra capaz de cobrir as necessidades lançadas para o mercado”, justifica.

Seguidamente, é nos setores do comércio grossista e retalhista, restauração e hotelaria e indústria que os empregadores relatam elevados problemas de atração de candidatos, com taxas de escassez de talento de 69%, 65% e 63%, respetivamente. Por outro lado, as funções tecnológicas são também cada vez mais difíceis de preencher.

Qualificação e requalificação da base de talento

“Há ainda um caminho a percorrer para que existam cada vez mais profissionais competentes e especializados nestas áreas e esse é cada vez mais o percurso que muitas empresas estão hoje a adotar, com a aposta no upskilling e reskilling dos seus colaboradores”, refere o chief operations officer do ManpowerGroup Portugal.

De acordo com as conclusões extra a que a Pessoas teve acesso, mais de metade dos inquiridos (54%) afirmam apostar na formação, desenvolvimento de competências e mentoria, como forma fazer face à atual escassez de talento, tanto em competências técnicas como em soft skills. Contudo, a maior barreira que enfrentam quando colocam a hipótese de aumentar este tipo de programas prende-se com fatores monetários (23%) e com as limitações de tempo (21%). O acesso aos parceiros mais adequados para desenvolver estes programas é também uma das principais barreiras identificadas, sendo sinalizada por 10% dos mais de 44 mil empregadores inquiridos em 43 países e territórios.

A resposta tem necessariamente de passar pela qualificação e requalificação da nossa base de talento, identificando as competências adjacentes que permitirão aos trabalhadores mover-se para funções com maior procura, e apostando na sua formação por forma a fomentar a sua empregabilidade (…).

Rui Texeira

Chief operations officer do ManpowerGroup Portugal

“A resposta tem necessariamente de passar pela qualificação e requalificação da nossa base de talento, identificando as competências adjacentes que permitirão aos trabalhadores mover-se para funções com maior procura, e apostando na sua formação por forma a fomentar a sua empregabilidade, ao mesmo tempo que dotamos as empresas do talento fundamental que necessitam para prosseguir o seu desenvolvimento”, considera o líder de operações.

Este cenário não é, contudo, exclusivo do mercado nacional. Na região EMEA, onde se insere Portugal, 72% dos inquiridos assumem dificuldade em atrair talento para as suas empresas, enquanto nível global, esse valor atinge os 69%. Rui Teixeira realça, no entanto, o gap de desenvolvimento face à região EMEA, tanto em tempo de concretização desses planos, como de potencial de capacitação.

“As empresas nacionais afirmam que só poderão lançar os seus planos de reskilling e upskilling dentro de mais de seis meses, enquanto as suas homólogas da região planeiam lançar essas ações já durante os próximos seis meses. Por outro lado, o foco das empresas nacionais vai estar nos trabalhadores de funções pouco especializadas, sendo esta opção referida por 37% das empresas, enquanto na EMEA 41% das empresas aposta no desenvolvimento das competências daqueles trabalhadores que já contam uma maior qualificação”, refere.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.