Militares começam a distribuir combustível na segunda-feira no Reino Unido

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

Mais de um quarto das gasolineiras independentes do Reino Unido estavam esta sexta-feira com as bombas vazias. Militares começam a distribuir combustível já na segunda-feira.

Os militares do Exército britânico começam esta segunda-feira a distribuição de combustível nas gasolineiras para amenizar a falta de transportadoras, que motivou o encerramento de muitos postos de gasolina, anunciou este sábado o Governo britânico.

Quase 200 membros das Forças Armadas, dos quais 100 são condutores, que receberam formação de emergência, serão destacados para aliviar a situação que tem provocado longas filas de horas de espera para reabastecer.

Apesar do Governo e das grandes petrolíferas terem insistido, nos últimos dias, que a situação se “estabilizou”, mais de um quarto das gasolineiras independentes do Reino Unido continuavam esta sexta-feira com as bombas vazias, segundo a Associação Nacional de Retalhistas.

Num comunicado de imprensa difundido este sábado, o Ministério do Gabinete (semelhante ao Conselho de Ministros), indicou que os 200 militares, que fazem parte do corpo de Tanques do Exército, darão “apoio temporário” dentro das medidas que o Governo tem adotado para combater a falta de motoristas.

O país “ainda enfrenta desafios”, apesar de a demanda “ter estabilizado e agora estar a ser mais repartido o combustível do que vendido”, refere a nota de imprensa.

Também será permitida a entrada temporária de imediato de 300 camionistas estrangeiros, que poderão permanecer no Reino Unido para trabalhar até ao final de março próximo, de 2022.

O executivo acrescenta que está a tomar outras medidas provisórias contra as pressões que a cadeia de distribuição alimentar está a sofrer, também causada pela falta de mão-de-obra, que é atribuída “à pandemia e à recuperação da economia global em todo o mundo”, refere o documento que não menciona o Brexit, ou seja, a saída do país da União Europeia.

Entre essas medidas, está a chegada, em finais de outubro, de outros 4.700 transportadores de alimentos, que ficarão até final de fevereiro, e 5.500 trabalhadores do setor avícola que também terão permissão para entrar no país, com visto até 31 de dezembro.

A introdução destes vistos temporários não nos desvia do nosso compromisso de elevar a qualificação e aumentar os salários do nosso mercado de trabalho, mas reconhece as circunstâncias extraordinárias que afetam a estabilidade da cadeia de abastecimento do Reino Unido”, sublinha o Governo.

O ministro das Empresas, Kwasi Kwarteng, destacou que “não há escassez de combustível” no país, pelo que as pessoas “deveriam continuar a abastecer com normalidade”, e pediu aos cidadãos que não se deixem levar pelo pânico para permitir que as coisas “possam voltar à normalidade”.

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Nuno Melo e Rodrigues dos Santos vão disputar a liderança do CDS

  • ECO
  • 2 Outubro 2021

Data do Congresso do CDS-PP ainda não está fechada e pode vir a ser mesmo antecipada para dezembro. Nuno Melo deverá anunciar a sua candidatura à liderança do partido na próxima semana.

O antigo vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo e o atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, vão disputar a liderança desse partido, podendo o congresso vir a ser antecipado para dezembro. Segundo avança, este sábado, o Público, Melo anunciará que é candidato na próxima semana, enquanto Rodrigues dos Santos já assumiu que quer renovar o mandato.

De acordo com o jornal, o atual líder e o ex vice-presidente divergem, sobretudo, em questões conjunturais, bem como na capacidade e liderança de Francisco Rodrigues dos Santos. O resultado da ida às urnas do último domingo veio, além disso, agravar as discordâncias entre a atual direção do CDS-PP e a oposição interna.

Nuno Melo deverá anunciar a sua candidatura, na próxima semana, e deverá juntar figuras de peso do partido, não sendo, contudo, a sua vitória dada como certa, nem mesmo dentro dessa entourage. Dentro do partido, cresce a consciência de que o atual líder tem trabalhado as estruturas e os militantes para que o congresso lhe seja favorável.

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Matos Fernandes: Galp teve “coração de pedra” no encerramento da refinaria de Matosinhos

  • ECO
  • 2 Outubro 2021

"A Galp, que tem como clientes todos os portugueses, tinha de ir além da lei", diz o ministro do Ambiente, sobre a forma como foi conduzido o encerramento da refinaria de Matosinhos.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, acusa a Galp de ter tido um “coração de pedra” na modo como conduziu o processo de encerramento da refinaria de Matosinhos. Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o governante defende que a empresa em causa “tinha de ir além da lei”, já que tem “como clientes todos os portugueses”.

“Acho que a lição está dada, é não poder voltar a acontecer. É inaceitável comunicar o encerramento de uma instalação como esta antes do Natal. É preciso um coração de pedra para fazer uma coisa destas. A Galp, que tem como clientes todos os portugueses, tinha de ir além da lei. Não sentimos que isso tivesse sido feito”, sublinha Matos Fernandes. Ainda assim, atira: “Mas isso não retira a relevância que a Galp tem na transição energética em Portugal“.

Por outro lado, o ministro garante que o Executivo não interfere nas decisões de gestão da energética e assume que não há planos para vender a participação pública. “Não há nenhum plano até porque essas contas foram feitas há dois anos, pelo Ministério das Finanças. Depois de um tempo de baixo dividendos, este foi um tempo em que os dividendos cresceram e o Estado estará a ser agora mais bem remunerado pela participação“, salienta.

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Mais de 50 mil alunos continuam à espera de professor

  • ECO
  • 2 Outubro 2021

A falta de professores continua a fazer-se sentir e 50 mil alunos ainda estão à espera de professor, calcula a Fenprof.

Duas semanas depois do arranque do novo ano letivo, ainda há mais de 50 mil alunos à espera de professor, avança, este sábado, o Correio da Manhã (acesso pago), que cita dados disponíveis na plataforma eletrónica do Ministério da Educação que indicam que ainda há 763 horários a concurso.

Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), cada horário a concurso tem em média 14 horas. Ora, “se fizermos uma média de quatro horas semanais por disciplina, dá mais de três turmas por cada horário. Com 22 alunos por turma, dá 66 alunos, o que multiplicando pelos 763 horários em causa vai dar 50.358 alunos afetados, numas contas feitas muito por baixo”, sublinha o sindicalista Vítor Godinho.

É importante notar que, na semana anterior, havia 1.848 docentes a concurso, o que significa que, numa semana, caiu para menos de metade o número de horários a concurso e, consequentemente, de alunos afetados pela falta de professores. Lisboa, Setúbal e Algarve continuam a ser as regiões do País com maior falta de docentes, frisa o Correio da Manhã.

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Patrões e sindicatos juntos por choque fiscal no OE2022

  • ECO
  • 2 Outubro 2021

Diferem nas medidas concretas a tomar, mas concordam no essencial: patrões, sindicatos e economistas entendem que OE tem de trazer redução dos impostos, a bem da retoma pós pandémica.

Empresários, trabalhadores e economistas estão de acordo: o Orçamento do Estado para 2022 tem de trazer uma redução dos impostos de modo a garantir a recuperação da economia pós crise pandémica, indicam as fontes ouvidas pelo Dinheiro Vivo.

Se concordam no essencial, estas fontes diferem, contudo, nos caminhos a tomar para chegar a ao alívio em questão. Os representantes dos trabalhadores defendem um corte da carga fiscal aplicada atualmente sobre os rendimentos do trabalho. Já as empresas reclamam a multiplicação dos escalões de IRS e medida de recapitalização e para captar investimento.

Por exemplo, Isabel Camarinha, da CGTP, afirma que o OE deve “promover medidas no plano fiscal que garantam mais meios financeiros com recurso à taxação dos rendimentos de capital e alívio da fiscalidade sobre os rendimentos do trabalho”. E João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, diz ser urgente “uma política fiscal que estimule a tesouraria das empresas e o investimento, condições essenciais para um crescimento robusto, que permita a Portugal recuperar convergindo para a média da União Europeia”. A proposta de Orçamento terá de ser entregue no Parlamento até dia 11 de outubro.

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Brexit. Agricultores apreensivos com controlos e falta de preparação das autoridades

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

Confederação dos Agricultores de Portugal entende que os “sucessivos adiamentos” da aplicação das medidas de controlo são “sintomáticos dessa falta de preparação”.

Os agricultores estão apreensivos com a entrada em pleno funcionamento dos controlos aduaneiros e fitossanitários no Reino Unido e alertam para a falta de preparação do Governo britânico e para a eventual necessidade de corredores verdes, adiantou a CAP.

“Estamos apreensivos e atentos quanto ao momento em que entrarem em pleno funcionamento as regras no âmbito dos controlos aduaneiros e fitossanitários e quanto à capacidade de resposta das entidades competentes britânicas e até da nossa administração, dado o volume de requisitos que passa a ser exigido”, apontou o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, em resposta à Lusa. Para a confederação, os “sucessivos adiamentos” da aplicação das medidas de controlo são “sintomáticos dessa falta de preparação”.

Luís Mira sublinhou ainda que qualquer alteração, por exemplo, no transporte e na entrega dos produtos, causa consequências ao nível dos custos, cumprimento de prazos contratuais e quantidade de produtos, aspetos “particularmente relevantes” no caso da agricultura. Assim, a CAP reiterou ser necessário monitorizar o mercado e avaliar a eventual necessidade do estabelecimento de “corredores verdes” para determinados produtos.

Porém, o secretário-geral da CAP vincou que o Reino Unido é um mercado “muito importante” para Portugal e, em particular, para os produtos agroalimentares, com destaque para os vinhos, hortícolas ou as frutas. “No início do ano, verificaram-se alguns constrangimentos ao nível dos transportadores, entretanto ultrapassados”, indicou Luís Mira.

Neste sentido, a CAP considera prematuro concluir qual o impacto do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), tendo em conta os efeitos da pandemia de Covid-19, entre outros, acrescentando que os dados das exportações de julho “são bastante positivos”, com produtos como o azeite, vinhos e hortícolas a apresentarem crescimentos, face ao período homólogo.

Em 14 de setembro, o Governo britânico anunciou o adiamento da introdução de controlos de importação de produtos da União Europeia, em função de constrangimentos nas cadeias de abastecimento.

O executivo de Boris Johnson determinou assim, entre outros pontos, que o requisito de pré-notificação de importações agroalimentares, que deveria entrar em vigor no dia 01 de outubro deste ano, vai ser introduzido em 01 de janeiro de 2022, enquanto a exigência de certificados sanitários, fitossanitários e de verificações físicas de produtos nos postos de controlo de fronteira entra em vigor em 01 de julho de 2022, quando estava previsto o seu início para janeiro do mesmo ano. Já as declarações de proteção e segurança nas importações passam a ser obrigatórias a partir de 01 de julho de 2022, seis meses depois da data que estava agendada.

O Brexit efetivou-se em 31 de dezembro de 2020, praticamente um ano após o Reino Unido ter oficialmente deixado a União Europeia, depois de um referendo.

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Arranca hoje “Casa Aberta” para renovação do cartão de cidadão e passaporte

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

"Casa Aberta" para renovar cartão de cidadão ou passaporte arranca este sábado em nove Lojas de Cidadão e estende-se por mais sete sábados.

A modalidade “Casa Aberta” para entrega e renovação do cartão de cidadão e do passaporte arranca este sábado em nove Lojas do Cidadão que vão estar abertas com um horário alargado até às 22h00 durante oito sábados.

Até dia 20 de novembro, algumas Lojas do Cidadão vão estar abertas durante mais tempo ao sábado para ajudar a recuperar algum do tempo perdido quando as Lojas do Cidadão encerraram devido à pandemia de Covid-19.

A modalidade vai estar disponível em cinco cidades e abrange as lojas das Laranjeiras, Saldanha, Marvila e Odivelas (Lisboa), Porto, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Braga e Faro, além dos balcões de atendimento ao público do Instituto de Registos e Notariado (IRN), no Campus da Justiça de Lisboa que também vão estar abertos com o mesmo horário.

As Lojas vão estar abertas todos os sábados até 20 de novembro, entre as 09h00 e as 22h00, para a entrega e renovação dos cartões de cidadão ou passaportes.

Para as renovações, os cidadãos terão disponível um sistema de senhas digitais, obtidas através do site Mapa do Cidadão. Para o levantamento dos documentos, a distribuição das senhas é presencial.

Nas Lojas de Lisboa e Porto será disponibilizada informação em tempo real sobre os tempos de espera nos serviços mais próximos, com o objetivo de permitir uma dispersão mais equilibrada da procura.

Na sexta-feira, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, explicou, em declarações à agência Lusa, que a modalidade “Casa Aberta” vai permitir recuperar algumas das pendências acumuladas durante o período em que as Lojas do Cidadão estiveram encerradas devido à pandemia de Covid-19. “Muitos mais balcões abertos, durante mais tempo, para que consigamos, desejavelmente, escoar o acumulado de entregas e de emissões de cartão de cidadão”, resumiu a ministra Alexandra Leitão.

A medida estará em vigor durante oito sábados, ou seja, até ao dia 20 de novembro, mas a expectativa do Governo é que até ao final do mês de outubro “as coisas estejam praticamente regularizadas”.

Questionada sobre a possibilidade de prolongar a duração da “Casa Aberta” caso esse objetivo não seja conseguido, a ministra considerou que “não é expectável que isso seja necessário”, mas assegurou que a situação será acompanhada e que e que o executivo fará “o que for necessário para ir ao encontro das necessidades dos cidadãos e dar serviços de maior qualidade”.

Na véspera do arranque da nova modalidade, a ministra Alexandra Leitão deixou também um apelo aos cidadãos: “Pedia às pessoas que não acorressem todas à primeira hora do primeiro dia porque não só há muitas horas do dia como há muitos sábados”.

Nestes dias, a Agência para a Modernização Administrativa terá, também, em permanência nas Lojas equipas de apoio para auxiliar os cidadãos sempre que necessário. Além da modalidade de “Casa Aberta”, continua a ser possível renovar e levantar o cartão de cidadão e o passaporte durante a semana, nos locais e horários normais. Os documentos cuja validade tenha expirado a partir de dia 24 de fevereiro continuam, ainda assim, a ser aceites até 31 de dezembro.

As Lojas do Cidadão voltaram a encerrar no início do ano devido ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal e só puderam reabrir em abril mediante marcação prévia. Depois disso, o funcionamento normal, sem necessidade de agendamento, só foi retomado no início do setembro.

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OE2022: IVA da luz é matéria que vai ser “naturalmente discutida”, diz ministro

  • Lusa
  • 2 Outubro 2021

“Em sede de Orçamento do Estado, poderá ser discutido o ‘plafond’ abaixo do qual o IVA que tem uma taxa reduzida pode ou não ser variado”, adiantou o ministro do Ambiente.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética defendeu que o IVA da eletricidade é uma matéria que, “naturalmente”, vai ser discutida em sede de Orçamento do Estado, notando que este imposto desceu para quase 85% dos contratos domésticos.

“Em sede de Orçamento do Estado, poderá ser discutido o ‘plafond’ abaixo do qual o IVA que tem uma taxa reduzida pode ou não ser variado”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo. No entanto, o governante sublinhou que o IVA desceu para “um número significativo de contratos, quase 85% dos contratos domésticos”.

Assim, conforme defendeu, o ganho que as famílias tiveram foi “muito superior” ao aumento de 1,6% da eletricidade, no mercado regulado, ao longo deste ano. A subida de 1,05 euros por mês, em média, para a maioria dos consumidores de eletricidade em mercado regulado entrou em vigor na sexta-feira.

Numa nota, publicada em 15 de setembro, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) explicou que a “tarifa de energia reflete o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso (CUR) nos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”.

De acordo com a ERSE, face ao aumento de preços de energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel), a entidade “atualizou o preço da tarifa de energia do mercado regulado, em cinco euros por MWh, com efeitos a partir de 01 de outubro de 2021”, salientando que “para a maioria dos clientes domésticos do mercado regulado, com potência contratada de 3,45 kVA, a atualização será cerca de 1,05 euros na fatura média mensal”. Por outro lado, no caso de uma potência contratada de 6,9 kVA, o aumento rondará os 2,86 euros, indicou o regulador. Em julho a entidade já tinha aumentado o preço.

Na entrevista concedida à parceria entre a TSF e o Dinheiro Vivo – A Vida do Dinheiro, Matos Fernandes admitiu ainda que o prazo da consulta pública sobre o lítio pode ser adiado um mês para até 10 de dezembro. “A decisão que eu, de facto, tomei foi de só abrir esta consulta pública, sem conversar com autarca algum, depois das eleições municipais”, notou.

Referindo que, em algumas autarquias vai haver mudanças de executivo, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, apontou que a previsão de 10 de dezembro para o fim da consulta pública pode “perfeitamente ser adiada para 10 de dezembro”.

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Baixar as taxas seria mais eficaz que desdobrar os escalões do IRS, diz Paulo Núncio

  • Lusa e ECO
  • 2 Outubro 2021

"Um IRS com muitos dos escalões é um IRS que pode no futuro penalizar os acréscimos de rendimento das famílias", alerta o ex-secretário de Estado Paulo Núncio.

O desdobramento dos escalões de rendimento do IRS vai complicar o imposto, defende o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio que considera mais eficaz uma descida das taxas que incidem sobre os atuais sete escalões.

Sublinhando que, “tipicamente, um IRS com muitos dos escalões é um IRS que pode no futuro penalizar os acréscimos de rendimento das famílias”, Paulo Núncio entende que aumentar o número dos escalões vai tornar o imposto “mais complexo de aplicar e de administrar”.

Em entrevista à Lusa, o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Pedro Passos Coelho considera por isso, que, numa perspetiva de desagravamento fiscal, seria “mais adequado” haver “menos escalões, mas com taxas mais baixas” do que aumentar o seu número. “Na minha perspetiva, em termos de desenho do IRS, seria mais adequado termos menos escalões com taxas efetivamente mais baixas”, sublinha.

Um aumento dos escalões, refere, reduz o seu âmbito o que “significa que um pequeno acréscimo de rendimento de uma família determinará ou poderá determinar um aumento de tributação imediata”, porque há uma passagem para o escalão superior.

No atual modelo (de sete escalões) “16% dos agregados com mais rendimentos já suportam cerca de 65% do valor total do IRS”, acentua, para justificar que tal mostra que o imposto já é “altamente progressivo”.

Em 2012, quando Paulo Núncio estava à frente da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, o número de escalões foi reduzido para cinco. Já durante o primeiro Governo de António Costa o número aumentou para sete, sendo que o primeiro-ministro já sinalizou que está a ser estudado o desdobramento dos 3 .º e 6 .º escalões no âmbito do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). Paulo Núncio acentua ainda que se o objetivo for devolver 200 milhões de euros, a medida terá um impacto muito reduzido na carteira das famílias.

“É uma medida que servirá certamente para encher noticiários, mas que terá um impacto muitíssimo reduzido na vida das pessoas e das famílias portuguesas”, refere, salientando que 200 milhões de euros representam menos de 1,5% da receita de IRS que anualmente é cobrada.

Além de uma descida das taxas em vez da criação de mais escalões no IRS, Paulo Núncio entende que, a nível fiscal, a prioridade deveria ir para a descida da taxa do IRC – o imposto que incide sobre o lucro das empresas. “Neste momento as empresas portuguesas continuam a estar sujeitas a uma taxa de IRC altíssima, de 31,5% [soma da taxa nominal e das derramas, municipal e estadual]. É a segunda taxa mais elevada da União Europeia, ficando só atrás da França”, refere Paulo Núncio, considerando que tal situação faz Portugal ser menos competitivo do que outros países com os quais concorre na atração de investimento.

Neste contexto, considera que seria “central” retomar a reforma de 2013, “que foi acordada pelo PSD, pelo CDS e pelo PS, no sentido de reduzir gradualmente a taxa das empresas”, defendendo também a redução gradual das derramas, “até à sua extinção”.

Relativamente a uma descida do IVA, como tem sido reclamado pelas empresas de restauração – como forma de mitigar os efeitos da pandemia –, Paulo Núncio recusa a ideia. “Não sou favorável a reduções seletivas de tributação em função do setor”, refere para sustentar que, na sua opinião, “os impostos são gerais e abstratos”, pelo que “devem ser aplicados da mesma forma para todos os setores”.

O IVAucher, programa lançado pelo Governo para estimular o consumo nos setores da restauração, hotelaria e cultura, merece o elogio do antigo governante. “Tenho uma boa opinião sobre o programa IVAucher. É um programa que assenta no sistema e-fatura e que permitiu dar um conjunto de incentivos para os consumidores em geral, para as famílias em geral, consumirem e fazerem mais compras em determinados setores muito atingidos pela pandemia. Acho que isso é positivo”, precisa.

No entanto, e uma vez que o saldo acumulado pelos consumidores e que pode agora ser descontado em novas compras naqueles setores rondou os 84 milhões de euros – abaixo dos 200 milhões de euros estimados –, Paulo Núncio considera que a medida deve ser reintroduzida no próximo ano e até alargada a outros setores.

Despesa não pode continuar a subir como se não houvesse amanhã, diz ex-antigo secretário de Estado

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio critica a rapidez com que partidos de esquerda propõem medidas que aumentam despesa e alerta que país não aguenta o ritmo atual de subida dos gastos públicos. “A gestão orçamental tem que se basear sempre num princípio de prudência, porque nós não sabemos o dia de amanhã, e o país não se pode endividar e a despesa pública não pode continuar a crescer como se não houvesse amanhã” refere o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Passos Coelho, em entrevista à Lusa.

Lembrando que atualmente o país está ainda a beneficiar da suspensão das regras orçamentais balizadas pelo Pacto de Estabilidade, Paulo Núncio considera que, se este cenário “não for bem gerido”, pode ser “muito perigoso no futuro”.

“Está previsto que este ano a despesa pública ultrapasse pela primeira vez o patamar dos 100 mil milhões de euros por ano”, refere, concluindo que esta é uma situação que impede qualquer redução sustentada ou mais relevante de impostos.

Neste contexto, “qualquer redução de impostos que não seja acompanhada da correspondente redução de despesa pública, reconduz-se a um mero exercício de retórica com impactos muito pouco significativo na vida das pessoas”, refere, sustentando que “o aumento da despesa pública é o principal inimigo dos contribuintes”.

O antigo governante manifesta-se preocupado pelo facto de os temas em discussão em torno do Orçamento do Estado representarem “sempre aumentos” de despesa pública: “Os partidos de esquerda e também os partidos de extrema-esquerda são sempre lestos a propor medidas que significam aumento da despesa pública, mas esquecem sempre do outro lado. Esquecem-se sempre de que meios é que o Estado dispõe para pagar essa despesa pública, que são os impostos na prática” ou, na ausência dessa capacidade, um aumento do endividamento.

Esta situação, acentua, impede que as medidas de redução de impostos que muitas vezes são aprovadas ou propostas tenham “um âmbito de aplicação muito diminuto” e frequentemente sejam “desdobradas em vários anos”.

Paulo Núncio afirma também que “um caminho de governação de aumento de despesa, de aumento do endividamento, de manutenção de uma carga tributária elevadíssima”, retira margem ao país para enfrentar uma nova crise.

Para o antigo governante, as notícias que têm vindo a público dando conta de que o próximo Orçamento do Estado pode trazer alterações ao nível do englobamento de rendimentos, nomeadamente de capitais, como dividendos e mais-valias, poderão traduzir-se “num aumento substancial de impostos” para muitos contribuintes, considerando que esta medida, sendo concretizada, “poderá mais do que compensar a perda de receita no desdobramento dos escalões [do IRS]”.

Ressalvando a necessidade de ser preciso esperar para se conhecer a medida, Paulo Núncio refere, numa primeira análise, que terá “um defeito grave” se o englobamento incidir apenas sobre alguns dos rendimentos sujeitos a taxas liberatórias. “Se se mantém as taxas especiais sobre o arrendamento e se englobam rendimentos capitais, no fundo volta novamente a haver esta divergência em termos de tratamento destes dois tipos de rendimentos e não faz sentido”, porque “em termos fiscais deveria ser neutro apostar em produtos de poupança ou investir no imobiliário”, sustenta.

Dar um tratamento diferente a estes rendimentos e obrigar a que os de capitais sejam englobados (e sujeitos às taxas progressivas do IRS), irá levar, afirma, a que o país perda competitividade fiscal.

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Passo a passo, como Rendeiro conseguiu fugir à justiça

Da sentença de condenação aos recursos, passando pela Costa Rica e Reino Unido e acabando no aviso da fuga e no mandado de detenção. Estes foram os passos dados por Rendeiro e pela juíza.

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, anunciou na passada terça-feira que estava fora de Portugal e não pretendia regressar para cumprir as três penas de prisão efetiva a que foi condenado, num total de 18 anos de prisão efetiva.

A juíza Tânia Loureiro Gomes, titular do processo que o condenou a 10 anos de prisão, quebrou o silêncio sobre o sucedido. Através de um comunicado do Conselho Superior da Magistratura (CSM), a magistrada explicou todos os passos por si dados até à emissão dos mandados de detenção.

Neste processo, dos três em que Rendeiro foi condenado, a decisão instrutória foi anunciada a 13 de março de 2017, um ano e dois meses depois da acusação. O ex-presidente do BPP foi pronunciado por seis crimes de fraude fiscal qualificada, um de abuso de confiança e um de branqueamento de capitais. O caso foi “parar às mãos” da juíza no dia 30 de março de 2017.

O julgamento de João Rendeiro teve início a 2 de março de 2020 e foi desdobrando-se por diversas sessões até 27 de janeiro de 2021. Para que Tânia Loureiro Gomes ficasse focada no processo, e por determinação do CSM, ficou em exclusividade entre 2 de setembro de 2020 e 27 de abril de 2021. A leitura do acórdão foi feita a 28 de abril de 2021.

Mas quais foram os passos subsequentes? A Advocatus explica.

  • A 28 de abril 2021, o Tribunal comunicou aos arguidos alterações não substanciais de factos e concedeu-lhes um prazo para a preparação da defesa, o dia 14 de maio de 2021.
  • A 14 de maio de 2021 foi lido e depositado o acórdão proferido, tendo Rendeiro sido condenado na pena única de 10 anos de prisão, resultantes de quatro anos pela prática de um crime de fraude fiscal qualificada; seis anos e seis meses de prisão pela prática de um crime de abuso de confiança qualificado; e de seis anos e seis meses de prisão pela prática de um crime de branqueamento.
  • Face à complexidade do processo, aos arguidos foi concedida, a pedido da defesa, a prorrogação, por 30 dias, do prazo de que dispunham para a interposição dos recursos. Também ao Ministério Público e ao Assistente foram estendidos os prazos de resposta.
  • Os recursos interpostos pelos arguidos condenados foram apresentados dentro dos prazos e, por isso, admitidos.
  • Desde a fase de inquérito que Rendeiro e os demais arguidos se encontram sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência.
  • No dia 19 de julho de 2021, João Rendeiro informou que entre 15 e 21 de julho estaria ausente do país, mais concretamente na Costa Rica, “podendo ser contactado através da representação consular naquele país”.
  • A juíza refere que, até 19 de julho de 2021, “nenhum facto foi trazido ao processo que fizesse fazer crer que não se sujeitaria às consequências que decorrem da sua posição processual, designadamente, que pretendesse furtar-se ao cumprimento da pena de prisão em que foi condenado nestes autos, embora o momento do respetivo trânsito em julgado se afigure, ainda, difícil de prever”.
  • No dia 13 de setembro de 2021, o ex-presidente do BPP informou novamente a sua ausência do país, “podendo ser contactado através da Embaixada naquele país”. Desta vez, entre 12 e 30 de setembro estaria no Reino Unido. O arguido forneceu a morada da Embaixada portuguesa em Londres, tal como o número de telefone e o e-mail desta mesma representação diplomática.
  • A 22 de setembro, o Ministério Público pede a audição de Rendeiro, tendo em vista a alteração da medida de coação, isto é, a eventual aplicação de medida de coação mais grave que o termo de identidade e residência. Nesta data, também o assistente BPP requereu o mesmo, designadamente, a “aplicação de outra medida de coação destinada a prevenir a ação da Justiça”.
  • Face a ausência de resposta, a 23 de setembro a juíza notificou Rendeiro para que, no prazo máximo de 48 horas, indicasse a morada completa do local concreto onde se encontrava, alegadamente no Reino Unido. Simultaneamente, designou o dia 1 de outubro, pelas 14 horas, para a sua audição presencial em tribunal, de forma a reavaliar a medida de coação.
  • A 28 de setembro, o arguido informou que a “é sua intenção não regressar a Portugal”.
  • Logo de manhã no dia 29 de setembro foi proferido despacho pela juíza que determinou a sua sujeição a prisão preventiva e a “imediata emissão de mandados de detenção europeu e internacional”. Para tal, foi solicitada a colaboração da Interpol e da Europol na localização e captura de Rendeiro. Também foi determinado a “emissão de mandados de detenção a cumprir pelos órgãos de polícia criminal portugueses, tal como a inserção dos seus elementos identificativos no sistema SIRENE e a comunicação ao SEF, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e a todas as entidades de controlo de fronteiras, com a expressa indicação da pendência de tais mandados”.
  • No dia 30 de setembro, a juíza e o Conselho Superior enviam comunicado.

Tânia Loureiro Gomes afirma assim que até ao dia 19 de julho de 2021 não foi trazida qualquer informação da qual pudesse antever-se “nem um concreto perigo de fuga do arguido (que esteve presente em algumas sessões da audiência de julgamento), nem a concretização da sua fuga, agora anunciada“.

A juíza acrescenta ainda que, face às informações prestadas por Rendeiro a 13 de setembro, ordenou as providências adequadas e que legalmente se impunham, designadamente, “tendentes ao ulterior agravamento do seu estatuto coativo”.

“Nenhum facto foi trazido aos autos, pelos meios processuais legítimos, que permitissem, fundadamente, prever o desfecho hoje ocorrido, isto é, a fuga concretizada e assumida pelo arguido. Acresce que, afigurando-se ainda longínquo o horizonte temporal do trânsito em julgado da condenação na pena única de 10 anos de prisão (….) não era, até este momento, previsível que o arguido pretendesse subtrair-se à ação da Justiça“, explica.

Recorde-se que este processo, em que Rendeiro foi condenado a 10 anos de pena de prisão efetiva, foi extraído do primeiro megaprocesso de falsificação de documentos e falsidade informática, no qual foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva. O tribunal condenou ainda Salvador Fezas Vital a nove anos e seis meses de prisão, Paulo Guichard a também nove anos e seis meses de prisão e Fernando Lima a seis anos de prisão.

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Wall Street fecha com ganhos à boleia do otimismo económico

As bolsas norte-americanas encerraram a semana com ganhos, com os investidores mais otimistas relativamente à recuperação económica. Merck dispara 8,37%, após apresentar medicamento contra a Covid-19.

Os principais índices norte-americanos encerram a primeira sessão do mês de outubro com ganhos ligeiros, numa altura em que os investidores estão a apostar em títulos economicamente mais sensíveis.

O índice de referência S&P 500 somou 1,1% para 4.355,22 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 1,38% para 34.311,15 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq avançou 0,82% para 14.567,49 pontos.

Apesar dos ganhos no fecho da sessão, em termos acumulados Wall Street encerrou a semana no “vermelho”. O S&P 500 caiu 2,21%, o Dow Jones cedeu 1,35% e o Nasdaq desvalorizou 3,2%, a maior queda percentual desde fevereiro.

“Não houve grandes notícias de Washington, então os mercados foram forçados a concentrarem-se nos dados económicos positivos e no novo medicamento contra a Covid”, apontou David Carter, diretor de investimentos da Lenox Wealth Advisors, à Reuters.

Assim, entre as cotadas em destaque nesta sessão esteve a Merck & Co, depois de ter sido revelado que o seu comprimido experimental contra a Covid-19, o molnupiravir, reduz em cerca de 50% a probabilidade de hospitalização ou morte dos doentes com risco de sintomas severos. Neste contexto, os títulos da empresa avançaram 8,37% para 81,40 dólares.

Esta notícia representa “mais um motivo para estar otimista”, assinala ainda Peter Cardillo, economista-chefe da Spartan Capital Securities, em Nova Iorque. “Isso diminui a ameaça do vírus e, obviamente, significa que mais pessoas vão voltar ao trabalho, estimulando o consumo”, apontou em declarações também à Reuters.

Não obstante, os dados da inflação evitaram ganhos mais expressivos em Wall Street. Em agosto, o índice de preços ao consumidor subiu 0,3%, ou seja, o mesmo valor que tinha crescido no mês anterior, o que revela uma trajetória ascendente. No acumulado dos 12 meses até agosto, a inflação disparou 3,6%, igualando o registo de julho.

Além disso, os dados divulgados pelo departamento do Comércio norte-americano, esta sexta-feira, apontam para um aumento de 0,8% nos gastos dos consumidores em agosto, apesar da queda nas vendas de veículos motorizados na sequência da escassez global de semicondutores, que está prejudicar a produção de automóveis um pouco por todo o mundo. Estes dados superaram as expectativas dos analistas.

Estes dois indicadores aliados ao facto de a atividade nas fábricas ter acelerado podem levar a Fed a acelerar a retirada de estímulos à economia.

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Empresas com apoio à retoma caem quase 60% em setembro

  • Lusa
  • 1 Outubro 2021

O apoio à retoma abrange mais de 40 mil empresas e cerca de 295 mil trabalhadores, o que corresponde a 443,7 milhões de euros pagos.

O número de empresas a beneficiar do apoio à retoma está em queda há cinco meses e em setembro caiu quase 60% face a agosto, para 2.168, revelam as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.

Também o número de trabalhadores abrangidos pelo apoio à extraordinário à retoma progressiva registou uma queda de 59,1% em setembro face ao mês anterior, para 13.816.

Por sua vez, o valor pago às empresas caiu 58,2%, totalizando 6,54 milhões de euros em setembro.

Os dados disponibilizados mostram ainda que o número de empresas abrangidas pelo apoio à retoma progressiva está em queda desde abril, mês em que a medida abrangia 27.939 empresas e 190.547 trabalhadores.

Desde o início do ano, foram abrangidas pelo apoio à retoma mais de 40 mil empresas e cerca de 295 mil trabalhadores, a que corresponde o montante global de 443,7 milhões de euros pagos.

Em agosto, foi publicado um decreto-lei que mantém em vigor o apoio à retoma até ao final do mês em que vigorem restrições à atividade associadas à pandemia.

O apoio extraordinário à retoma progressiva é uma medida adotada pelo Governo para mitigar o impacto da pandemia de Covid-19 e destina-se às empresas com uma quebra de faturação igual ou superior a 25%, permitindo reduzir o horário dos trabalhadores.

A partir de outubro, as empresas que acederem ao apoio passam a estar impedidas de proceder a despedimentos no prazo de 90 dias após a cessação do apoio (contra os anteriores 60 dias).

Os dados da Segurança Social mostram ainda que o número de empresas em lay-off simplificado ascendia a 171 em setembro, menos de metade do verificado em agosto, quando 400 empresas estavam abrangidas.

O número de trabalhadores em lay-off simplificado caiu 52% face ao mês anterior, para 707 em setembro. O setor do alojamento, restauração e similares foi o que mais beneficiou da medida.

De janeiro a setembro, mais de 57 mil empresas e 300 mil trabalhadores estiveram em ‘lay-off’ simplificado, tendo sido pagos 356,5 milhões de euros às entidades empregadoras nesse período.

(Notícia atualizada com mais informação às 21h23)

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