Angola nacionaliza participações de Isabel dos Santos e do general Dino na Unitel

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

O Estado angolano fica detentor do total do capital da Unitel, já que cada participação correspondia a 25% e os restantes 50% já eram controlados pela petrolífera estatal Sonangol.

O Presidente angolano transferiu para o Estado, por via de nacionalização, as participações da Vidatel e da Geni na operadora de telecomunicações angolana Unitel, que eram detidas pela empresária Isabel dos Santos e pelo general Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido por “Dino”.

Na prática, o Estado angolano fica detentor do total do capital social da Unitel, já que cada participação correspondia a 25% e os restantes 50% já eram controlados pela petrolífera estatal Sonangol, através da Unitel.

O anúncio foi feito através da página oficial da Presidência angolana no Facebook que justifica as decisões presidenciais com o “excecional interesse público” da Unitel para o Estado tendo em conta a sua posição estratégica do setor, por um lado, e as ações judiciais contra parte dos acionistas da Vidatel (Isabel dos Santos) e as fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro contra o beneficiário efetivo da Geni (general ‘Dino’).

Tanto Isabel dos Santos como o general “Dino” já tinham perdido, no entanto, o controlo acionista destas participações e não estavam a receber dividendos da Unitel, tendo as quotas respetivas sido aprendidas pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR) em janeiro deste ano.

No caso de Isabel dos Santos, a empresária e filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos perdeu o controlo da Vidatel em dezembro de 2020, por decisão do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas onde estava registada aquela empresa, passando a ser representada nas assembleias-gerais por um administrador judicial daquela jurisdição

Segundo o semanário Expansão, também o general Dino já tinha dissolvido e liquidado a sua quota antes de ter sido apreendida pela PGR. A operadora nunca clarificou quem são os seus atuais acionistas.

No decreto em que formaliza a nacionalização da Vidatel, João Lourenço refere que se encontram ações judiciais pendentes contra parte dos acionistas, dificultando o estabelecimento de relações comerciais e deteriorando a situação financeira da empresa.

Quanto à Geni, o decreto salienta que “o beneficiário efetivo se encontra sujeito a fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro”, e é alvo de sanções por parte do US Office Foreign Assets Control (departamento norte-americano de controlo de ativos no exterior)

Tanto num como noutro caso foram “esgotadas todas as possibilidades de acordo com o acionista visado” e houve concordância de outro acionista, “sendo por isso a apropriação considerada o meio mais adequado, necessário e proporcional para a salvaguarda da situação jurídica da empresa e garantia do interesse do Estado”.

As ações apropriadas através do diploma presidencial são “transmitidas para o Estado independentemente de quaisquer formalidades, livres de quaisquer ónus ou encargos, sendo oponíveis a terceiros após o registo”. Vão ser geridas pelo Instituto de Gestão de Ativos do Estado (IGAPE), sendo o ministério das Finanças responsável pelo pagamento de indemnização, “quando e se devida, nos termos da lei”.

(atualizada às 20h21 com mais informação)

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Ramo Vida: Taxas de juro e PEPP são boas notícias para a poupança

  • ECO Seguros
  • 26 Outubro 2022

Marta Graça Ferreira da Real Vida, Nelson Machado, do Grupo Ageas Portugal e Isabel Castelo Branco da BPI Vida e Pensões, acreditam em estímulos que contrariem o abandono da poupança pelos portugueses

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Seguradores Marta Graça Ferreira, Nelson Machado e Isabel Castelo Branco querem relançar cultura de poupança.Hugo Amaral/ECO

Vida/poupança/reforma – O virar da página nos seguros de Vida e Pensões foi tema que juntou num painel seguradores Vida com características diferentes, mas as mesmas preocupações com a falta de mentalização dos portugueses e dos seus atuais governantes em relação à poupança. Marta Graça Ferreira, presidente da Real Vida, Nelson Machado, CEO Vida e Pensões do Grupo Ageas Portugal e Isabel Castelo Branco presidente da BPI Vida e Pensões foram participantes exaustivos na análise do setor e têm esperança que taxas de juro mais elevadas tornem mais percetível o Ramo Vida junto dos segurados.

Foi tratada a desilusão provocada pelo do Orçamento de Estado para 2023, a importância dos benefícios fiscais, a mentalidade de poupar, a importância da estabilidade fiscal, necessidade de produtos PPR com a liquidez apropriada, que é possível viver melhor com taxas de juro de 2 e 3% que com taxas negativas, os desincentivos do Governo, por que com a volatilidade dos mercados ainda é prematuro definir produtos mais interessantes, que só há valor percebido pelas pessoas com taxas positivas por que não há condições de oferecer taxas garantidas como há uns anos, há clientes para seguradoras porque o setor é estável e seguro, a guerra consumo versus poupança e curto prazo versus longo prazo, interessar trabalhadores e empresários pelo 2ª pilar da segurança social e a esperança no PEPP.

Pode ver o painel aqui:

 

A 3ª Conferência Anual ECOseguros decorreu em Lisboa no passado dia 20 de outubro e contou com o apoio do Grupo Ageas Portugal, Allianz, Caravela Seguros, CA Vida, Cleva Inetum, EY, Fidelidade, Innovarisk, lluni, MPM, Real Vida Seguros e Tranquilidade.

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Estoril-Sol fica com casinos do Estoril e de Lisboa, após exclusão da Bidluck

Júri do concurso para a concessão dos casinos do Estoril e de Lisboa afasta proposta que propunha pagar ao Estado um total superior a 86 milhões de euros por ano.

O júri do concurso público internacional para a atribuição da concessão da Zona de Jogo do Estoril, que engloba os casinos do Estoril e de Lisboa, decidiu excluir a proposta que tinha sido apresentada pela Bidluck e entregar este negócio ao grupo Estoril-Sol, controlado pelos descendentes de Stanley Ho, que tinha oferecido menos cerca de 20 milhões de euros do que a concorrente.

Num comunicado enviado à CMVM esta quarta-feira, a Estoril-Sol informa ter sido notificada pelo júri do concurso, através de um relatório preliminar de análise das propostas que tinham sido apresentadas. Seguem-se agora “as fases subsequentes do procedimento, designadamente o prazo para audição prévia das entidades proponentes”, acrescenta nesta mesma nota o grupo que é o maior operador português do setor.

A quase desconhecida Bidluck, que aquando do lançamento do site de jogos online em Portugal foi apresentada como uma casa de apostas pertencente à B-Lucky Entertainment B.V., que tem registo comercial em Curaçau, uma pequena ilha holandesa no Caribe, entrou na corrida à exploração dos casinos do Estoril e de Lisboa com uma contrapartida global de 86 milhões de euros ao ano, entre valores fixo e variável.

Segundo noticiou o Público na semana passada, Jorge Manuel Galvão Miguel, administrador da Bidluck SA, com sede em Leiria, está a ser julgado no Tribunal de Viseu por um crime de exploração ilícita de jogo. Juntamente com mais quatro arguidos, de acordo com a acusação do Ministério Público, montou um esquema que consistia em “colocar máquinas de jogos de fortuna ou azar em cafés e snack-bares na região centro do país”.

As concessões das salas de jogo do Estoril e de Lisboa, assim como o da Figueira da Foz, deviam ter terminado no final de 2020, mas devido ao impacto da pandemia acabaram por ser prolongados por dois anos. No caso do casino figueirense, a concessão deverá manter-se nas mãos da Amorim Turismo por mais 15 anos, pelo menos. É que o grupo nortenho, que também detém 32,7% da Estoril-Sol, foi o único a apresentar proposta até ao final do prazo, a 30 de setembro.

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Hotéis do Algarve precisam de mais 8.000 trabalhadores até finais de 2023

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Os associados da AHETA têm cerca de 17.000 empregados, precisando de aumentar em cerca de 30% esse efetivo. O valor médio do salário bruto das empresas associadas foi de cerca de 1.013 euros em 2022.

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) estimou esta quarta-feira em quase 8.000 pessoas as necessidades de mão-de-obra dos seus associados até finais de 2023, esperando que o Governo tenha “visão” para resolver essa escassez.

“Gostaríamos que o Governo tivesse visão” para ajudar a resolver os problemas do setor, entre os quais a falta de mão-de-obra, disse o presidente da AHETA, Hélder Martins, em conferência de imprensa onde foi apresentado o estudo “O capital humano na hotelaria e empreendimentos turísticos do Algarve”.

O documento, encomendado à Universidade do Algarve através do Laboratório Colaborativo do Turismo e Inovação (KIPt COLAB), indica que “as necessidades de recursos humanos variam entre 4.484 e 7.906 até finais de 2023, nas empresas inquiridas”. O estudo tem por base uma amostra que representa 54% da capacidade de alojamento no Algarve, 52% da procura turística e 34% do emprego na região.

De acordo com os números divulgados, os associados da AHETA têm atualmente cerca de 17.000 empregados, precisando de aumentar em cerca de 30% esse efetivo. “As dificuldades de contratação são evidentes, principalmente nas áreas mais operacionais, como sejam a alimentação e bebidas, o alojamento e a manutenção”, segundo a responsável pelo relatório, a professora Antónia Correia, também presente.

Mesmo assim, as condições de trabalho no turismo e hotelaria registam “uma melhoria progressiva, no que toca a estabilidade e salário”, assegurou, avisando que as “expectativas face ao futuro revelam um muito moderado otimismo”. O valor médio do salário bruto das empresas associadas da AHETA foi de cerca de 1.013 euros em 2022, 70% superior ao que os mesmos empreendimentos pagavam em 2015.

Para esta associação, a recente decisão do Governo em estabelecer um protocolo de livre circulação de trabalhadores para o setor com os países de língua oficial portuguesa, Marrocos e Índia deve ser agilizado, para assegurar a chegada de mais trabalhadores no próximo ano.

Hélder Martins referiu que “pode haver problemas” na capacidade dos consulados portugueses naqueles países de passarem os respetivos vistos, o que pode vir a atrasar a chegada da mão-de-obra em 2023. Este dirigente sugeriu que o executivo português estudasse “ajustes” a fazer na carga fiscal, de forma a que as empresas e trabalhadores tivessem mais incentivos ao emprego no setor.

O alojamento dos trabalhadores deslocados é outro grande problema que a AHETA gostaria de ver solucionado, nomeadamente, através da construção de habitação para essa mão-de-obra a um custo inferior aos alojamentos turísticos. “O custo do alojamento é o maior entrave para que as pessoas venham trabalhar para a nossa região”, concluiu.

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Houve 151 voos noturnos no aeroporto de Lisboa entre 18 e 23 de outubro

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

O número de voos noturnos, permitido no aeroporto de Lisboa entre 18 de outubro e 28 de novembro, ficou "abaixo dos 168 previstos”, segundo a NAV Portugal.

A NAV Portugal contabilizou 151 voos entre as 00:00 e as 06:00 de 18 a 23 de outubro, possibilitados por uma portaria do Governo para permitir mudanças no sistema de gestão aéreo, de acordo com um comunicado. Assim, “dos dias 18 a 23 de outubro 2022 o número de voos no aeroporto Humberto Delgado que utilizaram a derrogação (00:00/02:00-05:00/06:00 prevista pela portaria 252A/2022” resultou “num total de 151 movimentos, abaixo dos 168 previstos”, adiantou a gestora.

A NAV Portugal garantiu com sucesso a entrada em operação do novo sistema de gestão de tráfego aéreo Topsky, que se iniciou no dia 18 de outubro de 2022”, adiantou, explicando que “depois de mais de dois anos – que nem um contexto pandémico parou – de preparação das infraestruturas, instalação de equipamentos e formação dos operacionais, a trabalhosa migração que decorre desde a passada semana está a decorrer sem fatores críticos”.

Temos também consciência dos transtornos que a instalação deste novo sistema – essencial e imprescindível, quer pela regulamentação internacional, quer pelas futuras limitação do antigo sistema – poderá causar à população que habita junto ao Aeroporto Humberto Delgado”, indicou, salientando que tudo tem sido feito até agora, e continuará a ser feito “até ao dia 28 de novembro 2022, para minimizar qualquer perturbação que esta imprescindível transição possa acrescentar para além daquelas que decorrem da operação normal, como o mau tempo que se fez sentir desde dia 18 de outubro 2002 em Portugal e na Europa, bem como greves de alguns operadores (França) e outras disrupções não imputadas ao centro de controlo de tráfego aéreo de Lisboa ou ao novo sistema Topsky”.

De acordo com o comunicado, “no mesmo período foram registados 11 voos de operação não regular entre as 02:00 e as 05:00”, sendo que “devido às condições meteorológicas particularmente difíceis de 18 a 23 de outubro de 2022, a pista em utilização foi a 20 na maioria dos casos, tal como recomendado na portaria”.

“Este é, para a NAV Portugal, não a exceção na procura de soluções rumo a uma maior sustentabilidade da aviação, mas sim o nosso modelo de desenvolvimento para um melhor meio ambiente, com vista ao bem-estar da população e ao objetivo de conduzir a nossa atividade à neutralidade carbónica”, destacou.

O Governo autorizou mais voos noturnos no aeroporto de Lisboa a partir de 18 de outubro e até 28 de novembro, para mudar o sistema de gestão de tráfego aéreo, apesar do parecer negativo dos ambientalistas. O diploma cria um regime excecional relativo à operação de aeronaves no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, durante o período temporal “estritamente necessário para assegurar o processo de mudança de sistema de gestão de tráfego aéreo, tendo início no dia 18 de outubro e não se prolongando para além” do dia 28 de novembro de 2022.

O limite de voos noturnos é derrogado pela portaria, permitindo a operação de aeronaves no Aeroporto Humberto Delgado entre as 00:00 e as 02:00 e entre as 05:00 e as 06:00, não sendo estes movimentos aéreos contabilizados, mas os movimentos aéreos têm limites máximos semanais.

Na primeira semana, entre 18 e 23 de outubro, não podem exceder 168, na segunda semana 86 voos, na terceira 75, na quarta 45, na quinta 30 e na última semana, entre 21 e 28 de novembro, mais 20 voos. O projeto Top Sky, comum a mais outros seis países e coordenado pelo Eurocontrol, foi apresentado pela NAV em 2019 e prevê um investimento de 103,8 milhões de euros, até 2023.

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Ramo Saúde: Como sustentar inflação, tecnologia e longevidade

  • ECO Seguros
  • 26 Outubro 2022

Maria João Sales Luís, da Multicare, Eduardo Consiglieri Pedroso do Grupo Ageas Portugal e Luis Prazeres da Advance Care, disseram o que esperam do ramo saúde no difícil ano de 2023. Veja aqui.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Inflação é apenas um dos desafios para Maria João Sales Luís, Eduardo Consiglieri Pedroso e Luís Prazeres.Hugo Amaral/ECO

O painel da 3ª Conferência ECOseguros denominado Longevidade, Seguros de saúde ou planos de saúde levou a um debate mais alargado entre especialistas do Ramo Vida/Doença. Maria João Sales Luís (CEO da Multicare), Eduardo Consiglieri Pedroso (Chief Healthcare Ecosystem Officer do Grupo Ageas Portugal) e Luis Prazeres (Chief Technical Officer da Advance Care), focaram todos os temas que preocupam os responsáveis do setor.

No debate foi visto onde o mercado ainda pode crescer, se pode haver estagnação no crescimento, população a envelhecer e tarifas a aumentar, soluções de seguros com âmbitos alargados em relação aos seguros de tradicionais, os seguros como ferramenta importante para recrutamento e retenção de talentos nas empresas, a inflação e o desenvolvimento tecnológico no incremento dos custos com sinistros, automatizar, simplificar mas manter contacto humano, a importância de captar Jovens, crianças, mais velhos. Ainda foi abordado como está a ser praticado o direito ao esquecimento e o tratamento das patologias pré-existentes, as tendências da medicina e o papel dos seguros, Os custos da inflação, dos novos equipamentos e dos novos fármacos, a disponibilidade dos tomadores para aumentos de preços nos prémios, Vida saudável e premiação.

Pode ver o painel aqui:

A 3ª Conferência Anual ECOseguros decorreu em Lisboa no passado dia 20 de outubro e contou com o apoio do Grupo Ageas Portugal, Allianz, Caravela Seguros, CA Vida, Cleva Inetum, EY, Fidelidade, Innovarisk, lluni, MPM, Real Vida Seguros e Tranquilidade.

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Autarcas do Baixo Alentejo reivindicam do Governo dinamização do aeroporto

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo reivindica, junto do governo, a necessidade de dinamizar o aeroporto da região na vertente de passageiros.

“Fomos transmitir ao Governo a vontade que a ANA – Aeroportos de Portugal e a Vinci têm de investir no Aeroporto [de Beja] e perceber se o Governo está alinhado com esse tipo de desenvolvimento” para a infraestrutura, afirmou à agência Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), António Bota. A comunidade reivindicou, junto do governo, a necessidade de dinamizar o aeroporto da região na vertente de passageiros.

Uma comitiva da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo reuniu-se, na terça-feira, em Lisboa, com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes.

A reunião entre representantes da CIMBAL e o Governo surgiu depois de, em setembro, os autarcas terem reunido em Beja com responsáveis pela ANA e pela Vinci, onde avaliaram “a situação atual e perspetivas futuras” do Aeroporto de Beja e acertaram ações conjuntas para a sua “promoção e dinamização”.

Para o também presidente da Câmara Municipal de Almodôvar, o Aeroporto de Beja tem de ser como as restantes infraestruturas do género e, nesse âmbito, “conseguir negociar e convencer companhias aéreas a ir” para a região. “Temos de conseguir que as companhias aéreas, a ANA, a Vinci e a Força Aérea se entendam, para termos slots para certas horas do dia, que têm de estar sempre disponíveis para a aviação civil. É um trabalho que temos de estimular”, destacou.

A par disso, o presidente da CIMBAL – que reúne 13 dos 14 municípios do distrito de Beja -, defendeu a possibilidade de “negociar” para o aeroporto alentejano “um fundo de apoio para estas companhias aéreas”, através do Turismo de Portugal, tal como existe “para os Açores ou para a Madeira”. Aliás, reforçou o autarca: “Não podemos simplesmente deixar as coisas acontecer, temos de ir atrás dessas coisas”.

O edil foi ainda informado, durante a reunião com os governantes, do concurso público que será lançado, “já no próximo ano”, para “alargamento e melhoria” do Itinerário Principal 8 (IP8), “que vai permitir uma acessibilidade maior ao Aeroporto de Beja”.

Já sobre a linha férrea entre Casa Branca a Beja, António Bota revelou à Lusa que está a ser feito um estudo prévio “para perceber os custos e o que se pode fazer” nesta ligação. Ainda em matéria de transporte ferroviário, o presidente da CIMBAL defendeu, junto do Governo, que sejam criadas ligações “entre todas as capitais de distrito”. Mais, reiterou António Bota: “Será fundamental para os nossos filhos e netos terem ligações rápidas, para que possam trabalhar nas capitais de distrito ou viver numa zona e trabalhar noutra. A ligação por ferrovia entre as capitais de distrito é uma realidade que tem de acontecer”.

Durante a reunião com Pedro Nuno Santos, a comitiva da CIMBAL apelou ainda ao investimento na região nas redes de telecomunicações 4G e 5G, para que o distrito não fique para trás “na transição digital”.

“Não podemos permitir que o nosso distrito fique atrás de outros distritos, porque, senão, os nossos jovens não vão querer trabalhar cá e as empresas não vão querer estar cá”, conclui.

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Reforço do PART insuficiente para manter preço dos bilhetes em 2023

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

“Os 50 milhões permitem não haver aumento do preço dos passes. Não são suficientes para a bilhética ocasional. Estamos a discutir isto com o Governo”, indica a Área Metropolitana de Lisboa.

O reforço de 50 milhões de euros do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) nos transportes públicos é insuficiente para manter o preço dos bilhetes ocasionais em 2023, disse esta quarta-feira o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa.

Numa audição na Assembleia Municipal de Lisboa, Carlos Humberto, primeiro secretário da AML, considerou que a promessa do Governo de assegurar que não haverá aumento tarifário no próximo ano nos transportes públicos não consegue ser cumprida com o reforço de 50 milhões de euros (ME) para o PART, que constam na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Os 50 milhões permitem não haver aumento do preço dos passes. Não são suficientes para a bilhética ocasional. Estamos a discutir isto com o Governo”, disse. Carlos Humberto considerou que tem existido “um certo consenso político” à volta da redução tarifária dos transportes públicos, mas defendeu ser necessário que os partidos “procurem influenciar um reforço desta verba adicional, porque não faz sentido não aumentar os passes, mas aumentar a bilhética ocasional”.

Além dos 50 milhões extra para manter o preço dos transportes públicos para os utilizadores, a proposta de OE2023 contém ainda mais 60 milhões para cobrir o défice em caso de necessidade devido à pandemia de covid-19. Carlos Humberto destacou ainda que a procura de transportes públicos tem vindo a aumentar e em setembro atingiu um pouco mais de 90% relativamente ao mês homólogo antes da pandemia (setembro de 2019).

O responsável defendeu ainda que “é preciso estabilizar” os fundos atribuídos ao PART: “Estamos a conversar com o Governo sobre esta matéria. (…) Estou convencido de que em 2023 é possível montar uma solução de estabilização”, disse. Na proposta de OE2023, o Governo manteve um financiamento base de 138,6 milhões para o PART, com o reforço de uma verba até 50 milhões para garantir a manutenção do preço dos passes, “como medida excecional de mitigação dos efeitos da inflação”.

Segundo a proposta, a Área Metropolitana de Lisboa vai receber até 1.147.980 euros do Fundo para o Serviço Público de Transportes para financiamento das autoridades de transportes, enquanto a Área Metropolitana do Porto poderá receber até 912.420 euros, os mesmos valores previstos no OE2022.

O Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte PROTransP, para aumentar a oferta de transporte coletivo nas comunidades intermunicipais e nos territórios de baixa densidade, vai contar com um orçamento de 20 milhões de euros, um aumento de 4,5 milhões euros em relação ao OE2022, segundo a proposta de OE2023.

O PART, criado em abril de 2019, é um programa de financiamento das autoridades de transporte para a implementação e desenvolvimento de medidas de apoio à redução tarifária nos sistemas de transporte público coletivo de passageiros, visando reduzir a fatura das famílias com a mobilidade, bem como aumentar a oferta de serviço e a expansão da rede.

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Pedro Sanchéz declara apoio a candidatura de Lula da Silva

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Depois de António Costa, também o líder espanhol apoiou a candidatura à presidência de Lula da Silva, "uma voz de abertura ao mundo e não de desconfiança. De esperança e não de medo".

O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sanchéz, declarou esta quarta-feira apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa no próximo domingo a segunda volta da eleição presidencial no Brasil contra o atual governante, Jair Bolsonaro. “No próximo 30 de outubro, o Brasil o elege seu futuro e quero enviar todo o meu apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva nesta eleição decisiva para o futuro de uma terra tão ligada à Espanha”, afirmou Sanchéz, identificado como secretário-geral do PSOE, num vídeo divulgado nas redes sociais de Lula da Silva.

“O Brasil é a maior economia da América Latina e a sua voz é essencial face aos grandes desafios globais que nos unem. Uma voz de abertura ao mundo e não de desconfiança. De esperança e não de medo, de compromisso com a igualdade e não da aceitação da desigualdade. Contra os que pregam o ódio e o negacionismo climático. Contra aqueles que querem um Brasil isolado e fechado”, acrescentou o chefe do Governo espanhol. Segundo Sanchéz, a eleição de Lula da Silva será um momento de abertura e esperança.

“O Brasil merece esta perspetiva de progresso. O Brasil merece Lula. A sua vitória, querido amigo, será a dos progressistas do mundo inteiro e também dos que esperam uma vitória aqui na Espanha. Um abraço muito grande de Madrid,” concluiu.

Na segunda-feira, António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, também apoiou Lula da Silva num vídeo divulgado pela candidatura do ex-presidente brasileiro. “O primeiro-ministro de Portugal, obviamente, não se pronuncia nem interfere nas eleições dos nossos irmãos brasileiros, mas o secretário-geral do PS, o amigo do Brasil, tem muitas saudades das relações de proximidade, de amizade, entre Portugal e o Brasil”, disse Costa.

“O mundo precisa de um Brasil forte, um Brasil que participe das grandes causas da humanidade, mas que combata a desigualdade, na luta pela saúde, para enfrentar as alterações climáticas. O Brasil e o mundo precisam de Lula da Silva. Lula conte comigo”, acrescentou Costa.

A média das últimas sondagens realizadas no país indica que Lula da Silva lidera a corrida presidencial com cerca de cinco pontos à frente de seu adversário, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.

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Bruxelas quer obrigar bancos a baixar comissão sobre transferências imediatas

A Comissão Europeia publicou um diploma que obriga todos os bancos a disponibilizarem transferências imediatas aos seus clientes a um preço não superior ao cobrado nas transferências normais.

Os bancos que cobram pela realização de transferências imediatas terão de, em breve, rever o seu preçário. E aqueles que não oferecem este serviço aos seus clientes terão de passar a disponibilizar. As instruções são da Comissão Europeia que adotou esta quarta-feira uma proposta legislativa para fomentar a realização de transferências e pagamentos instantâneos em euros para todos os cidadãos e empresas com uma conta bancária na União Europeia e nos países do espaço económico europeu.

A proposta visa assegurar que as transferências e os pagamentos instantâneos em euros sejam acessíveis, seguros e processados sem entraves em toda a União Europeia“, refere a Comissão, sublinhando que atualmente apenas 11% das transações realizadas no espaço do euro são feitas de forma imediata ou instantânea.

De acordo com dados da Comissão, todos os dias ficam presos entre transferências bancárias cerca de 200 mil milhões de euros, só no espaço da União Europeia.

“Não há razão para que muitos cidadãos e empresas na União Europeia não possam enviar e receber dinheiro de imediato, quando a tecnologia para gerar pagamentos instantâneos está em vigor desde 2017”, refere Mairead McGuinness, comissária para os serviços financeiros, a estabilidade financeira e da União dos Mercados de capitais.

De acordo com dados da Comissão, cerca de um terço dos prestadores de pagamentos no espaço da União Europeia ainda não disponibiliza pagamentos instantâneos e os bancos chegam a cobrar até 30 euros por transferências imediatas. A ideia da Comissão é não só obrigar bancos e prestadores a disponibilizarem pagamentos e transferências imediatas como também impedir que preço deste serviço ultrapasse o cobrado pelos pagamentos e transferências tradicionais.

Atualmente, muitos bancos já não cobram comissões por transferências bancárias (desde que sejam feitas pelo homebanking ou pelo ATM), embora os custos de transação não sejam nulos. Os bancos procuram subsidiar estes custos por outras fontes de receitas. Com este diploma haverá o risco de esta realidade mudar, por forma a aproximar os custos dos dois tipos de transferências.

“Espera-se, contudo, que a pressão competitiva, o escrutínio pelas organizações de consumidores e a pressão pública reduzam a probabilidade de tais aumentos de preços por parte dos bancos para antecipar o efeito das novas regras da União Europeia propostas hoje”, refere a Comissão em comunicado.

Uma ineficiência do mercado altamente dispendiosa para a economia

De acordo com dados da Comissão, todos os dias ficam presos entre transferências bancárias cerca de 200 mil milhões de euros, só no espaço da União Europeia. Trata-se de um valor próximo do PIB de Portugal que fica retido no sistema bancário no chamado “flutuador de pagamento” (payment float, do inglês) entre um e cinco dias para processamento bancário.

Conseguindo “libertar” mais rapidamente este dinheiro, mais facilmente o dinheiro chegará à economia e assim dinamizar de forma mais célere tanto o consumo como o investimento. No caso das empresas isto significará melhorar os seus fluxos de caixa e reduzir os custos operacionais.

A proposta de hoje irá reforçar a nossa economia, irá torná-la mais eficiente e ajudá-la a crescer”, refere Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da iniciativa da Comissão Europeia “Economia que Trabalha para as Pessoas”. Para as pequenas e médias empresas, a Comissão estima que a aplicação dos pagamentos e das transferências instantâneas irá produzir ganhos de eficiência nas suas operações entre 1,34 mil milhões e 1,84 mil milhões de euros por ano.

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EDP Renováveis garante estar a superar previsões do plano de negócios. “Estamos confortáveis”

Miguel Stilwell garante que o plano de negócios da energética está "completamente financiado", estando previsto para o próximo ano um aumento de 4 GW na capacidade de energia instalada.

A EDP Renováveis revelou que está a “superar” as previsões relativamente à execução do plano de negócios. Segundo Miguel Stilwell d’Andrade, o plano de negócios da energética portuguesa está “completamente financiado”, estando previsto para o próximo ano um aumento de 4 gigawatts (GW) na capacidade de energia instalada.

Estamos confortáveis, neste momento“, começou por garantir o CEO durante uma chamada com analistas, esta quarta-feira, na sequência da divulgação dos resultados da EDP Renováveis dos últimos nove meses. “Temos, a curto prazo, por vezes, volatilidade e dívida, de trimestre para trimestre, mas precisamos pensar a médio prazo. Nesse sentido, enquanto estivermos a cumprir com o nosso plano de negócios, tanto em termos de EBITDA [resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] como de dívida líquida, não nos devemos preocupar muito com a volatilidade trimestral. Temos um plano de negócios totalmente financiado”, frisou.

Dos 20 gigawatts (GW) de capacidade previstos para serem instalados até 2025, a EDP Renováveis revela que 40% estão já instalados ou encontram-se em construção, ao passo que 10,8% dos projetos estão já assegurados. Ao todo, a EDP Renováveis já cumpriu 55% do plano previsto para os próximos três anos.

Questionado sobre a instalação anual, Miguel Stilwell garantiu que, até ao final do ano, para além dos 4,3 GW já em execução, estão previstos serem instalados mais 2 GW de capacidade — estando 700 megawatts (MW) já em desenvolvimento e outros 1,3 GW em construção. Até ao momento, as previsões indicam que sejam instalados mais de 4 GW no próximo ano, valor que deverá ser replicado todos os anos doravante.

De acordo com os resultados divulgados esta quarta-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis obteve nos primeiros nove meses do ano um resultado líquido positivo de 416 milhões de euros, mais 181% do que em igual período de 2021. No mesmo documento, dão conta de que conseguiram aumentar a receita até setembro em 46% para 1,74 mil milhões de euros.

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Dona do Pingo Doce lucra 419 milhões, quase mais 30% até setembro

Grupo retalhista Jerónimo Martins, que tem também operações na Polónia e Colômbia, reforça ganhos nos primeiros nove meses do ano. Subida dos preços faz cair volumes e optar por artigos mais baratos.

A Jerónimo Martins acentuou os ganhos nos primeiros nove meses do ano, que ficaram marcados pelo início da guerra na Ucrânia e pela subida acentuada dos preços. A dona do Pingo Doce aumentou os lucros em 29,3% até setembro, com o resultado líquido a ascender a 419 milhões de euros. Compara com os 324 milhões que tinha registado no mesmo período em 2021 e que, na altura, já tinha representado um crescimento homólogo de 48%.

Entre janeiro e setembro, as vendas consolidadas do grupo retalhista de origem portuguesa, que tem operações também na Polónia e na Colômbia, ascenderam a 18,4 mil milhões de euros. Equivale a uma subida de 21% em termos homólogos, segundo a comunicação à CMVM feita esta quarta-feira, em que reporta um crescimento de 17,8% do EBITDA do grupo que em Portugal detém o Pingo Doce e o Recheio, para 1,3 mil milhões de euros.

“Com as acentuadas subidas dos preços dos alimentos e da energia a asfixiarem o poder de compra das famílias, tomámos a decisão, transversal a todas as companhias do grupo, de trabalhar para conter na medida do possível a subida dos preços nas prateleiras das nossas lojas, admitindo pressão adicional sobre as margens”, comenta o presidente e administrador-delegado, Pedro Soares dos Santos, para quem estes resultados “espelham essa opção e a agilidade e assertividade demonstradas pelas insígnias, que fecham o período com posições de mercado reforçadas e tráfego intenso nas lojas”.

Com as acentuadas subidas dos preços dos alimentos e da energia a asfixiarem o poder de compra das famílias, tomámos a decisão de trabalhar para conter na medida do possível a subida dos preços nas prateleiras das nossas lojas, admitindo pressão adicional sobre as margens.

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo Martins

Quando faltam pouco mais de dois meses para o final do ano, o líder da Jerónimo Martins frisa que “a elevada instabilidade geopolítica e as perturbações nas cadeias de abastecimento que resultaram da pandemia aumentam o nível de incerteza relativamente à evolução dos preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis e à extensão dos seus impactos sobre o consumo, num inverno que se antecipa com um nível de dificuldade sem precedentes nas últimas largas décadas”. Neste contexto, “suportados pela solidez financeira do grupo”, acrescenta, a prioridade passa por “assegurar a liderança em preço e continuar a merecer a confiança dos clientes e parceiros de negócio”.

Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo MartinsTIAGO PETINGA/LUSA

No comunicado divulgado esta tarde, a Jerónimo Martins insiste que manterá o “esforço de contenção dos preços de venda”, apesar de a inflação ao nível dos custos estar a aumentar a pressão sobre as margens percentuais das várias insígnias. E destaca precisamente a solidez do balanço do grupo, que no final de setembro se traduzia numa posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 763 milhões de euros. A dívida líquida ronda os 1,7 mil milhões de euros.

Queda de volumes e produtos de mais baixo custo em Portugal

Em Portugal, onde “a pressão da subida generalizada dos preços sobre o rendimento disponível das famílias levou à queda de volumes no consumo alimentar e a uma crescente tendência de trading-down, isto é, a escolherem produtos de mais baixo custo, o EBITDA do negócio da distribuição ascendeu a 241 milhões de euros, 12,5% acima do homólogo, mas com a respetiva margem a ficar em linha (5,9%). No terceiro trimestre, “ao investimento em preço acresceu a subida substancial dos custos de eletricidade, que pressionaram a margem EBITDA”.

Nos primeiros nove meses do ano, em que abriu sete novas lojas (quatro adições líquidas) e remodelou 25 localizações, as vendas do Pingo Doce cresceram 10,3% (+13,4% no 3T) para os 3,3 mil milhões de euros. Já o Recheio beneficiou da recuperação do canal HoReCa a acompanhar a recuperação do turismo em Portugal, o que fez com que as vendas do cash & carry crescessem 28,8% e atingissem 850 milhões de euros neste período.

Na Polónia, a rede de supermercados Biedronka aumentou 23% as vendas, em moeda local, o que corresponde a 12,7 mil milhões de euros em nove meses, refletindo igualmente a inflação registada no cabaz. Já a cadeia de beleza Hebe registou uma faturação que equivale a 252 milhões de euros, 30% acima do registado na mesma fase do ano anterior, subindo 33,6% em moeda local.

Finalmente, na Colômbia, onde a inflação alimentar se mantém acima dos 20% e “impactado significativamente o consumo”, a Ara “investiu consistentemente em preço para responder com assertividade à necessidade clara das famílias de ter acesso a oportunidades de valor”. Em resultado, as vendas aumentaram 66,2% em moeda local e levaram a insígnia retalhista a acelerar o plano de aberturas para este ano de 180 para 230 a 250 lojas.

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