Hoje nas notícias: competitividade, cigarros e drones

  • ECO
  • 18 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal é o terceiro pior país da OCDE em termos de competitividade fiscal. O Estado já arrecadou quase oito milhões de euros com os cigarros eletrónicos, desde 2015. A GNR pediu um avião à Frontex para patrulhar mar dos Açores, mas a decisão apanhou a Marinha e a Força Aérea de surpresa. Conheça estas e outras notícias em destaque esta terça-feira.

Portugal entre os países menos competitivos a nível fiscal

Portugal é o terceiro pior país da OCDE em termos de competitividade fiscal. A tributação sobre as empresas — considerada muito elevada –, o limite ao montante de prejuízos fiscais que as empresas podem abater nos lucros futuros e as diferentes taxas de IVA são consideradas as três principais dificuldades do país. Entre os 38 países avaliados, o melhor é a Estónia, seguido pela Letónia, de acordo com a pontuação elaborada pela Tax Foundation e pelo think tank Instituto + Liberdade.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Cigarros eletrónicos rendem oito milhões ao Estado desde 2015

Desde janeiro de 2015, o Estado já arrecadou praticamente oito milhões de euros com os cigarros eletrónicos. 2021 foi o ano em que foi obtida maior receita fiscal sobre o líquido contendo nicotina, no valor de 2,01 milhões de euros. A Associação Portuguesa de Vaporizadores lamenta que a carga fiscal sobre este produto seja superior à média europeia, ao contrário do que acontece com o maço de tabaco, em que o imposto português fica abaixo da média comunitária.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Em seis anos uso de drones aumentou mais de 123 vezes

Se em 2016, a ANAC tinha dado 457 autorizações para uso de de drones na captação de fotografias e vídeos, em 2021 o número de autorizações já ultrapassava as 56.500. Contas feitas, o número de autorizações de levantamento de aeronaves não tripuladas para captação de imagens aumentou mais de 123 vezes. Entre 2017 e 2021, a autoridade de aviação civil recebeu 181 denúncias que deram origem a 75 processos de contra-ordenação. Multas ascendem a 21.300 euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

GNR pede avião à Frontex para patrulhar mar dos Açores. Marinha e Força Aérea surpreendidas

A GNR pediu à Frontex (Agência de Fronteiras Europeia) um avião para patrulhar o mar do Açores, onde a sua competência termina nas 12 milhas. Em causa está a aeronave Beechcraft C-12, que está a operar desde domingo. Contudo, a situação causou um mal-estar na Marinha e Força Aérea que não receberam qualquer pedido de apoio da GNR e têm meios de vigilância que ultrapassam as 12 milhas. Questionada pelo Diário de Notícias, a GNR não explica porquê, nem que ameaças específicas prevê para outubro e novembro para efetuar o pedido.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Governo “não tem vergonha de dizer tudo e o seu contrário. É populismo light”, diz Moedas

O Presidente da Câmara de Lisboa acusou António Costa e o PS de representarem “um tipo de socialismo que não tem vergonha”, dizendo “tudo e o seu contrário” e lamentou as decisões tomadas sobre o novo aeroporto e a forma como tem sido gerido o dossiê TAP. “O Governo não decidiu absolutamente nada. E não tem desculpa. É uma decisão que o Governo tem de tomar”, afirmou, sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, nas jornadas parlamentares do PSD. Carlos Moedas deixou ainda rasgados elogios a Luís Montenegro.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

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YouTube contribuiu com 50 milhões para a economia nacional em 2020

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

estudo reforça papel do YouTube na internacionalização do conteúdo dos portugueses: 72% dos criadores conseguem exportar conteúdo para audiências internacionais que, de outra forma, não alcançariam.

O YouTube contribuiu, em 2020, com 50 milhões de euros para a economia portuguesa, contando com cerca de 3.900 postos de trabalho associados à sua atividade, de acordo com um estudo da consultora Oxford Economics.

Segundo um post de Francesca Mortari, diretora do YouTube Southern Europe, uma das principais conclusões do estudo “aponta para que o ecossistema criativo do YouTube tenha contribuído com cerca de 50 milhões de euros para o Produto Interno Bruto Português (PIB) em 2020”, sendo que, “além do contributo financeiro, 3.900 postos de trabalho em Portugal (o equivalente a tempo completo) estão vinculados ao ecossistema do YouTube”.

A mesma fonte referiu que “o estudo reforça também o papel do YouTube na internacionalização do conteúdo dos portugueses: 72% dos criadores conseguem exportar conteúdo para audiências internacionais que, de outra forma, não conseguiriam alcançar”.

“Com cerca de mil milhões de horas de vídeo visualizadas no YouTube todos os dias, em todo o mundo, estas visualizações geram receitas substanciais para os criadores do YouTube e outros negócios que, por sua vez, geram atividade económica e empregos nas suas cadeias de valor e na economia em geral”, lê-se na mesma nota, segundo a qual “57% dos criadores portugueses entrevistados dizem que o YouTube lhes proporciona a oportunidade para criar conteúdo e ganhar dinheiro que não poderiam obter dos media tradicionais”.

De acordo com o estudo, “em Portugal, 80% dos criadores de conteúdos concordam que o acesso a audiências fora de Portugal é essencial para a sustentabilidade do seu canal até porque 50% do tempo de visualização de conteúdo produzido por canais em Portugal vem de audiências fora” do país.

Além disso, indicou a mesma nota, “83% dos professores que usam o YouTube afirmam que usam conteúdos do YouTube nas suas aulas e 78% dos utilizadores com crianças com menos de 13 anos (que usam o YouTube Kids em aulas e para tarefas) concordam que o YouTube Kids torna a aprendizagem mais divertida”, sendo que “os vídeos de faça você mesmo (DIY) e como fazer são também bastante procurados no YouTube com 62% dos utilizadores a dizerem que veem regularmente este tipo de vídeos na plataforma o que mostra que canais educacionais podem ter um grande impacto”.

A mesma fonte garantiu que “a plataforma continua a crescer em Portugal contando hoje com mais de 700 canais com mais de 100.000 subscritores e mais de 60 canais com mais de um milhão de subscritores – e ambos a crescer 15% ao ano”.

Para este estudo, “a Oxford Economics utilizou os resultados dos inquéritos e dados publicados para estimar o contributo do YouTube para métricas económicas populares, como o PIB e o emprego”, tendo realizado “um inquérito anónimo a 2.000 utilizadores em Portugal” e sondou “500 negócios do sul da Europa e mais de 1.460 criadores de conteúdo sul-europeus, dos quais 180 em Portugal”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Pelos mercados, a Mota-Engil apresenta os resultados da Oferta de Subscrição de Obrigações e há a divulgação das contas da Goldman Sachs e da Netflix.

Será um dia marcado pela discussão à volta da crise energética, com a Comissão Europeia a discutir um pacote de medidas e o Eurostat a divulgar dados sobre os stocks. Pelos mercados, a Mota-Engil apresenta os resultados da Oferta de Subscrição de Obrigações e há a divulgação das contas da Goldman Sachs, bem como da Netflix.

Bruxelas discute medidas para crise energética

A Comissão Europeia vai reunir esta terça-feira para discutir o pacote das medidas para combater crise energética, sendo que mais tarde irá dar uma conferência de imprensa para apresentar as conclusões finais sobre como enfrentar os preços elevados da energia que se têm registado no continente.

Mota-Engil apresenta resultados das obrigações

A construtora portuguesa Mota-Engil, em conjunto com a gestora da bolsa Euronext Lisbon, onde está cotada, apresentam esta terça-feira os resultados da Oferta de Subscrição de Obrigações ligadas a sustentabilidade, Mota-Engil 2022-2027, bem como da Troca de Obrigações Taxa Fixa Mota-Engil 2018-2022.

Época de resultados continua em Wall Street

Durante esta semana continuam a ser divulgados os resultados das cotadas nas bolsas norte-americanas. Esta terça-feira chega a altura de conhecer as contas do terceiro trimestre da Goldman Sachs, bem como da Netflix, que na última divulgação mostrou que perdeu vários assinantes, apesar de ter sido em menor proporção do que o esperado.

Como estão os stocks de emergência do petróleo?

O Eurostat divulga esta terça-feira dados sobre as reservas de emergência de petróleo, para este ano, na União Europeia. Estes stocks ganham uma relevância importante nesta altura em que se veem ainda grandes flutuações nos preços energéticos, bem como preocupações à volta do corte de produção da OPEP.

Eurostat divulga dados sobre situação laboral dos migrantes

O gabinete de estatísticas da União Europeia vai também publicar neste dia dados estatísticos sobre a situação laboral dos migrantes e os seus descendentes imediatos ao longo do ano de 2021. No ano anterior, a taxa de emprego regional mais elevada em 2020 para os cidadãos de outros Estados-membros da UE foi de 95,6% em Mecklenburg-Vorpommern (Alemanha).

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PlanApp gastou 1,7 milhões em formação. Ainda não há bolsa de peritos externos

Ainda não foram financiados estágios em organizações internacionais. “O assunto está a ser estudado e a expectativa é iniciar esse processo em 2023”, avança fonte oficial ao ECO.

Lembra-se do PlanApp? A consultora do Estado criada para ajudar os governos a tomar decisões, sem necessitar de especialistas externos e que a oposição denunciou serem as funções que Sérgio Figueiredo ia desempenhar junto do ministro das Finanças, Fernando Medina? Esta entidade já recebeu 1,7 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que gastou na formação de técnicos. Mas ainda não criou a bolsa de consultores externos que estava prevista, nem arrancou o programa de estágios em instituições internacionais.

No PRR está inscrito um investimento de 11,69 milhões de euros, a fundo perdido, que têm como beneficiário o PlanAPP que tem por objetivo levar a cabo uma “reforma funcional e orgânica da Administração Pública, nomeadamente, em organismos de suporte do Estado”, explicou ao ECO fonte oficial da instituição. Entre estes organismos de suporte estão, “entre outros, os serviços partilhados, como é o caso dos centros de competências, no qual o PlanAPP se insere”, precisa a mesma fonte.

Para já o PlanAPP recebeu como adiantamento “10% desse valor, ou seja, cerca de 1,7 milhões de euros, de acordo com as regras previstas no regulamento do respetivo fundo comunitário”, avançou fonte oficial da entidade liderada por Paulo Areosa Feio.

E com este dinheiro foi paga a “formação inicial dos técnicos superiores que entraram no PlanAPP ao abrigo do recrutamento centralizado”, mas também a “contratação da OCDE para apoiar a instalação do PlanAPP como centro de competências fundamental da Administração Pública portuguesa, através do acesso à experiência de organismos homólogos noutros países da OCDE e às melhores práticas internacionais na área da governança pública”.

Na listagem de como o PlanAPP iria gastar as verbas do PRR estão especificados 1,35 milhões de euros para a aquisição de serviços de formação, nomeadamente, o “desenvolvimento de um programa de formação em 2021-2022 em áreas específicas associadas a prospetiva e avaliação de políticas públicas a toda a rede do PlanAPP (90 pessoas) para nivelamento das competências da rede”, uma iniciativa que tinha um custo definido de dez mil euros por pessoa; e ainda “a realização de 25 workshops técnicos de dinamização da Rede e de disseminação de conhecimento, entre 2022 e 2025, envolvendo 750 participantes, com um custo de 600 euros por participante (custos com a organização e participação)”.

A função deste centro de competências são as “políticas públicas em geral, sobretudo a elaboração de documentos de estratégia e do Programa Nacional de Reformas”, segundo o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Razão pela qual “o PlanApp não esgota atividade noutras áreas governativas. Não há sobreposição de representantes nas mesmas áreas”, dizia André Moz Caldas para tentar esvaziar a polémica em torno da contratação de Sérgio Figueiredo que acabou por não avançar já que o próprio desistiu do cargo.

E para elaborar estes documentos de estratégia o PlanAPP está desde maio à procura de especialistas para formar uma bolsa de consultores externos. O PlanAPP procurava consultores externos em cinco áreas: determinantes da produtividade; políticas e mercados de habitação; sustentabilidade climática e ambiental; demografia e condições de vida; governança, envolvimento público e ecossistema de políticas, tal como o ECO escreveu quando o despacho foi publicado em Diário da República. O objetivo é dar resposta técnica às áreas onde o centro não tem know how suficiente, tendo assim à sua disposição especialistas que podem ser contratados temporariamente consoante os projetos.

Mas, entretanto, já foram contratados “dois consultores ao abrigo da prestação de serviço no âmbito de projetos específicos”, confirmou fonte oficial. José Vítor Malheiros, ex-jornalista e ex-consultor de Comunicação de Ciência, foi a mais recente contratação como consultor associado. A lei determina que “o número máximo de consultores seniores, de consultores coordenadores, de consultores principais e de consultores associados que podem exercer funções no PanAPP é fixado, respetivamente, em 3, 4, 5 e 10”. E para pagar estas contratações o PRR tem reservados 6,5 milhões de euros. Estando prevista a “contratação de 13 consultores/ peritos/ ano, entre 2021 e 2025, com custo anual de 100 mil euros/ consultor/ perito”, pode ler-se no Portal da Transparência.

Outra fatia da verba alocada ao PlanApp está reservada para estágios de três e seis meses em organizações internacionais de referência para troca de experiências e capacitação. São 800 mil euros que têm por base um custo médio de cinco mil euros/ mês por pessoa, ou seja, dez estágios por ano ao longo de 4 anos entre 2022 e 2025 (média 4 meses).

Mas até agora ainda não foi realizado qualquer estágio. “Ainda não foram financiados estágios”, confirmou fonte oficial. “O assunto está a ser estudado e a expectativa é iniciar esse processo em 2023”, concluiu.

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Semana de quatro dias na Função Pública. Sindicatos exigem manter salários

A semana de quatro dias é vista com bons olhos, mas sem corte salarial ou distribuição da carga horária pelos restantes dias. Valorização da carreira é pela subida dos salários, dizem sindicatos.

O Governo anunciou no início da semana que está a estudar desenvolver um projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias na Administração Pública, à semelhança do que vai ser feito no setor privado. Os sindicatos aguardam uma “proposta concreta” e temem que a medida seja um “presente envenenado” se passar por corte salarial ou uma distribuição das horas semanais pelos restantes dias da semana. A semana de quatro dias não é suficiente para aumentar a atratividade da Função Pública, isso faz-se por via da remuneração, defendem em declarações ao ECO.

Para já, não me parece [que seja para levar a sério]. Vamos ver quando tivermos uma proposta concreta“, começa por dizer o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, em declarações ao ECO/Pessoas.

“Há uma coisa que é essencial: Que todos os trabalhadores da Administração Pública tenham uma carga horária máxima de 35 horas semanais. Isso é intocável. Se for para reduzir essa carga horária, não pode haver perda salarial ou aumento das horas nos restantes dias. Isto pode ser um presente envenenado”, acrescenta.

Maria Helena Rodrigues considera também que é uma situação a explorar. “O Governo saberá quais os objetivos que pretende atingir. Vamos ver”, diz a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). Ao mesmo tempo recorda que esta não seria, no entanto, a primeira vez que a Administração Pública teria uma semana de quatro dias de trabalho.

Uma coisa que para nós é essencial: que todos os trabalhadores da Administração Pública tenham uma carga horária máxima de 35 horas semanais. Isso é intocável. Se for para reduzir essa carga horária não pode haver perda salarial.

Sebastião Santana

Coordenador da Frente Comum

O Decreto-Lei n.º 325/99, aprovado no Governo de António Guterres e revogado em 2014, previa a possibilidade de os funcionários de nomeação definitiva pedirem para trabalhar quatro dias por semana, o que implicava um corte no salário de 20%.

A medida, que esteve em vigor 15 anos, era apresentada como uma forma de renovar a estrutura etária dos trabalhadores da Administração Pública e promover o emprego, permitindo que, quando pelo menos cinco pessoas entravam no regime da semana de quatro dias, o dirigente podia contratar um trabalhador a termo certo. Contudo, “neste momento, com perda salarial não é possível que as pessoas aceitem”, acredita Maria Helena Rodrigues. “Ou a adesão seria mínima.”

Apenas “se a ideia for aumentar de dois para três os dias de descanso, sem que isso se traduza em perda de remuneração”, a medida é “bem vista”, refere o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão.

Além de bem-vista, considera mesmo que a semana de trabalho reduzida poderá trazer aumentos de produtividade para o país. “Sempre defendemos que não é por trabalhar mais tempo que a produtividade aumenta. Hoje, com os avanços tecnológicos, é possível gerir o tempo de uma forma diferente.”

Todavia, e apesar de acreditar que a semana de trabalho reduzida poderia promover o bem-estar dos trabalhadores portugueses, José Abraão direciona as suas atuais preocupações para outro tema: “A nossa preocupação neste momento tem mais a ver com a inflação, com os aumentos dos salários…”.

A nossa preocupação neste momento tem mais a ver com a inflação, com os aumentos dos salários…

José Abraão

Secretário-geral da Fesap

Sobre estes assuntos, o secretário-geral da Fesap tem considerado insuficiente a proposta do Governo para aumentos salariais, defendendo que cria condições para que, nos anos seguintes, haja uma perda do poder de compra dos trabalhadores.

Resolver a pouca atratividade dos empregos públicos

Um problema que está na base da pouca atratividade da Função Pública, e que nem a semana de quatro dias poderá resolver. “Só há uma forma de tornar o emprego público mais atrativo. Claramente que é pagar melhor e estarmos dotados de carreiras profissionais que sejam atrativas e que não conduzam à estagnação”, afirma.

Helena Rodrigues está de acordo. “A atratividade da Funções Públicas tem de ser por via da remuneração. É escusado pensar que conseguimos cativar os nossos jovens qualificados para ficarem aqui, sem que seja com remunerações muito superiores às que estamos a praticar atualmente.”

Sebastião Santana, por sua vez, considera que reduzir a semana de trabalho poderia até levar a um aumento da atratividade da Administração Pública. Contudo, apenas se a proposta respeitasse as duas premissas fundamentais: não existir perda de vencimento e não acumular horas nos restantes dias. Algo que deixa claro ter “dúvidas de que o Governo proponha”. “Vamos ter de ver a proposta concretamente”, reforça.

A atratividade da Funções Públicas tem de ser por via da remuneração. É escusado pensar que conseguimos cativar os nossos jovens qualificados para ficarem aqui, sem que seja com remunerações muito superiores às que estamos a praticar atualmente.

Helena Rodrigues

Presidente do STE

Defensor da semana de quatro dias de trabalho, o economista e professor da Universidade de Londres Pedro Gomes, que vai coordenar o projeto-piloto para avaliação de novas formas de organização dos tempos de trabalho no setor privado, considera que a semana de trabalho reduzida é “universal”. Ou seja, tem espaço — e deve ser avaliada — no “setor público e privado”, para “homens e mulheres”, “trabalhadores mais velhos e trabalhadores mais novos”, “em todas as indústrias e ocupações”.

“A medida está a ser implementada e testada em empresas que destacam resultados positivos em vários níveis: reduz os problemas de absentismo; reduz o stress e o esgotamento dos trabalhadores, favorecendo a retenção e facilitando a contratação de novos trabalhadores; melhora a qualidade de serviço e aumenta a criatividade; permite a diminuição do número de queixas de clientes, de acidentes de trabalho, de gastos com energia ou desperdício de matéria primas”, explica. “Naturalmente muitos destes benefícios que ocorrem no setor privado também ocorrem no setor público”, acrescenta, nomeadamente o reforço da atração e retenção de talentos.

Apesar de concordar que a semana de trabalho de quatro dias possa ter um impacto positivo para o país, nomeadamente ao nível da atratividade e transposição para o digital, o advogado Pedro Antunes não acredita que a medida seja capaz de, pelo menos numa primeira fase, resolver o problema da produtividade.

“O primeiro desafio ainda passa por não se sentir uma quebra de produtividade. Após essa fase, e com uma maior motivação dos trabalhadores, essa produtividade irá aumentar porque os trabalhadores vão-se sentir motivados e focados na execução das suas tarefas, terá de haver uma maior autorresponsabilização de cada um”, afirma o sócio responsável da área de laboral da CCA Law Firm.

Ao mesmo tempo, relembra que o processo requer ser arquitetado com “todo o cuidado e rigor”. “É verdade que todos queremos surfar a onda da mudança para quatro dias por semana, mas temos de criar as condições certas para que o processo ocorra com sucesso. Para tal, as organizações têm de olhar para dentro e ver como se podem e devem organizar. A generalidade das pessoas não pode achar que o projeto-piloto da Função Pública passe por fechar determinado serviço ao público um dia por semana, mas acredito que a implementação destes projetos ocorra em determinados organismos, sem pôr em causa o normal funcionamento da atividade“, considera.

É certo que o Governo quer dar o exemplo, aplicando na própria Administração Pública a redução de horário, mas o que me parece que os privados gostavam de ver, nomeadamente no OE, eram medidas e ajudas financeiras que permitissem às empresas experimentarem o regime, nomeadamente, através de incentivos para contratação de mais pessoas para dar resposta ao volume de trabalho que já existe, beneficiando quem adote esta política, como aliás tem acontecido noutros países, como por exemplo em Espanha.

Pedro Antunes

Sócio responsável da área de laboral da CCA Law Firm

“É certo que o Governo quer dar o exemplo, aplicando na própria Administração Pública a redução de horário, mas o que me parece que os privados gostavam de ver, nomeadamente no OE, eram medidas e ajudas financeiras que permitissem às empresas experimentarem o regime, nomeadamente, através de incentivos para contratação de mais pessoas para dar resposta ao volume de trabalho que já existe, beneficiando quem adote esta política, como aliás tem acontecido noutros países, como por exemplo em Espanha”, conclui.

A notícia de que está a ser estudado um piloto na Administração Pública foi adiantada esta segunda-feira pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em entrevista ao Público (acesso condicionado), dias depois do Governo dar por fechado uma proposta salarial para os trabalhadores do Estado em 2023. “A nossa ambição é, a par do que vai acontecer no setor privado [com a semana de quatro dias], também fazer um trabalho na Administração Pública com algumas diferenças, porque temos muitos serviços que não são compatíveis com esse tipo de organização do tempo de trabalho“, afirmou a ministra, garantindo que está a trabalhar “com o Ministério do Trabalho” para desenvolver “um projeto semelhante”.

Mariana Vieira da Silva garantiu ainda que há instituições públicas que querem experimentar esta possibilidade, mas não as identificou. E sublinhou que “depende da metodologia que seja seguida”, nomeadamente “se será numa organização em particular ou num conjunto”, para se conseguir avaliar o impacto.

Questionada pelo ECO/Pessoas sobre quais as instituições que mostraram interesse em aderir e a data de arranque do possível piloto, bem como em que moldes que realizar-se, o Ministério da Presidência disse não ter mais nenhuma novidade sobre esta matéria além do que já foi comunicado. Mais detalhes, diz, só depois de diálogo com os sindicatos.

De momento não temos nenhuma novidade sobre esta matéria“, diz fonte oficial do Ministério. “O tema está a ser tratado numa perspetiva de convergência entre a Administração Pública e o setor privado, como acontece com outras matérias relativas à organização do tempo do trabalho e cujo calendário e metodologia resultarão de um diálogo a realizar com os representantes dos trabalhadores da Administração Pública”, adianta.

 

(Notícia atualizada às 13h10 com declarações de Pedro Antunes, sócio responsável da área de laboral da CCA Law Firm)

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Banco de Portugal ganha 109 milhões com ouro sem tocar nas barras

Cerca de metade das reservas estão disponíveis para operações de investimento. Banco de Portugal tem recorrido a instrumentos financeiros para as rentabilizar.

Portugal é o 14º país do mundo com as maiores reservas de ouro. O Banco de Portugal tem recorrido a instrumentos financeiros para ganhar com elas, mesmo sem vender uma única barra de ouro. Estratégia rendeu 109 milhões em quatro anos.

O Banco de Portugal tem vindo a gerir ativamente a carteira de ouro, recorrendo ao mercado de derivados. Desde 2016, o banco “tem estado particularmente ativo no mercado de swaps, com bons retornos”, afirmou esta segunda-feira o administrador Hélder Rosalino, numa conferência internacional em Lisboa. Estas operações permitem usar instrumentos financeiros complexos para conseguir rendimentos com o metal precioso, sem vender qualquer barra de ouro.

Uma consulta aos relatórios de atividades e contas do Banco de Portugal permite concluir que os rendimentos conseguidos concentram-se nos anos de 2018 a 2019, período em que conseguiu um ganho acumulado de 109 milhões de euros. Estes contratos permitem à instituição receber um juro em troca das barras, sem que o ouro chegue a sair do balanço.

O Banco de Portugal tem à sua guarda 382,6 toneladas de ouro, quantidade que se mantém inalterada desde final de 2006. Ao preço de ontem, de 1.686 euros por onça, valiam 20,7 mil milhões de euros, mais 4,5% do que no final de 2021. Já valeram mais. Em março, a onça chegou aos 1.880 euros (23 mil milhões).

Fonte: Reuters

Cerca de metade das nossas reservas de ouro, que estão localizadas no Banco de Inglaterra, no Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) e no Banco de França estão, atualmente, disponíveis e a ser usadas para investimento, em Londres e Paris”, explicou Hélder Rosalino. A estratégia foi reforçada no ano passado, com a transferência do ouro depositado na Reserva Federal de Nova Iorque para o Banco de França, justamente com “o objetivo de obter rentabilidades futuras”, indica o relatório e contas. A maior parte do ouro nos cofres do Banco de Portugal, situados no Carregado, também poderá ser usada para aquele fim.

“Olhando para o futuro, o ouro continuará a ser um elemento central na estratégia de gestão das nossas reservas, especialmente considerando o nível de incerteza sobre as perspetivas para a economia”, afirmou o administrador do Banco de Portugal na sua intervenção durante a conferência da London Bullion Market Association, que termina esta terça-feira.

Hélder Rosalino considera que no contexto de incerteza criado pela guerra na Ucrânia, a elevada inflação e condições financeiras mais restritivas, “a procura por ouro deverá crescer”. Aponta duas razões:

  • “Por um lado, porque o ouro foi em várias ocasiões do passado uma cobertura eficiente contra a inflação, principalmente ao longo da década de 1970, quando os choques do preço do petróleo levaram a inflação média anual nos EUA para cerca de 8,8%. Os investidores que desejam proteger os seus portfólios contra as pressões crescentes dos preços podem considerar a inclusão de ouro no seu portfólio.”
  • “Por outro, porque em tempos de turbulência, os investidores recorrem a ativos seguros e o ouro é considerado um dos ativos mais seguros. Durante a crise da dívida soberana e mais recentemente durante a crise da covid-19, como mencionei anteriormente, o preço do ouro subiu e o retorno deste investimento foi superior ao de outras alternativas de refúgio, nomeadamente a dívida soberana”.

Se isso foi verdade no início da guerra, a partir da segunda semana de março o metal precioso iniciou uma tendência de queda, recuando cerca de 10% desde o pico. O que o administrador do Banco de Portugal justifica com “a valorização do dólar em relação à maioria das moedas, impulsionado pelo aperto mais rápido da política monetária nos EUA” e a procura de refúgio em ativos na moeda norte-americana. “Mesmo neste contexto de força do dólar, o ouro superou o desempenho das ações e obrigações”, notou.

Para os bancos centrais, “o ouro é um ativo muito líquido, que pode ser vendido facilmente em caso de emergência para fazer face a necessidades urgentes de liquidez do governo ou para conduzir operações cambiais”, explicou Hélder Rosalino. “O ouro é o único ativo de reserva sem risco de crédito ou político”, realçou.

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TAP rejeita envolvimento da CEO na contratação de amiga para cargo de direção

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

A comissão executiva da TAP rejeita ainda que a nova diretora ganhe um salário de 15 mil euros e ameaça com processos por "difamação" e "aproveitamento ilegítimo".

A comissão executiva da TAP, em nota interna, confirma a contratação de uma nova diretora de processos, real estate e sustentabilidade em outubro, amiga da CEO da empresa, mas rejeita qualquer envolvimento de Christine Ourmières-Widener no processo de seleção. “O processo de seleção foi conduzido exclusivamente pela administradora do respetivo pelouro e pela diretora de recursos humanos, tendo sido entrevistados três candidatos para esta posição, sem que a atual CEO tivesse tido qualquer participação na decisão”, refere a nota a que o ECO teve acesso. Mas não deu mais esclarecimentos, nomeadamente se houve comunicação do concurso, os respetivos termos e se algum trabalhador da TAP se candidatou ao cargo.

A TVI avançou esta noite que a presidente executiva da TAP tinha contratado Isabel Nicolau, sua amiga e alegadamente companheira do personal trainer do marido, para dirigir o departamento de melhoria contínua e sustentabilidade da transportadora aérea portuguesa por 15 mil euros mensais. A nota, sem revelar o nome da nova diretora e confirmado o “relacionamento pessoal recente” com a CEO, vem esclarecer que o valor “referido para salário auferido não corresponde à realidade, sendo substancialmente inferior”. Mas também não esclarece qual é o salário e se está abrangido pelo regime de cortes salariais de que são alvo todos os trabalhadores da companhia, no âmbito do plano respetivo plano de reestruturação.

Em resposta ao ECO, fonte oficial da TAP detalha que a nova diretora “terá a cargo também as áreas de eficiência de processos e de gestão de património imobiliário, sendo Engenheira Civil de Formação com experiência na área, tendo transitado de uma empresa do setor” e reitera que “foi considerada a melhor opção para o lugar”.

O núcleo duro da administração da TAP, ainda na nota interna, indica que é “natural” que o atual processo de transformação da empresa encontre “resistências”, mas faz uma ameaça, ao mesmo tempo, de processos judiciais perante “reações de aproveitamento ilegítimo e de difamação como tal”. Sem explicar se se está a referir a meios de comunicação social ou a outros visados.

Em declarações à TVI, o líder do sindicato dos pilotos (SPAC) disse que esta é a gota de água na saga de casos que envolvem a administração da TAP, exigindo ao primeiro-ministro, António Costa, que assuma responsabilidades e acabe de vez com estes danos na gestão dos dinheiros públicos.

Há duas semanas, a CEO da TAP teve de dar marcha-atrás numa operação de renting de 50 carros BMW e manter a atual frota de Peugeot. Ourmières-Widener garantia que a opção era a menos onerosa e representava uma poupança de 630 mil euros, mas a notícia foi mal recebida – por sindicatos e políticos – uma vez que a empresa se encontra a cumprir um plano de reestruturação.

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Nigéria avisa Galp de que vai haver uma “redução substancial” nas entregas de gás

Galp informa que recebeu da Nigéria GNL Limitada, o seu principal fornecedor de gás, um aviso de força maior baseado nas inundações que estão a ser vividas no país africano.

O principal fornecedor de gás da Galp, a Nigéria, invoca as condições extraordinárias causadas pelas inundações que assolam o país para justificar disrupções futuras no fornecimento, sem quantificar a dimensão das alterações.

“A Galp informa que recebeu da Nigéria GNL Limitada, o seu principal fornecedor de gás, um aviso de força maior baseado nas inundações alargadas que estão a ser vividas na Nigéria, causando uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito“, escreve a empresa portuguesa, num comunicado publicado na página do regulador dos mercados, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Galp indica que, para já, não tem qualquer informação que lhe permita calcular os impactos deste evento. Compromete-se contudo a informar sobre “qualquer desenvolvimento significativo”.

A 19 de setembro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, admitiu que, apesar de o Governo estar a tentar colmatar o risco no que toca ao fornecimento de gás ao país, um fornecedor chave, a Nigéria, poderia não entregar as quantidades de gás previstas, o que pode significar alterações do preço desta matéria-prima – inclusivamente, afirmou posteriormente que este ano já falharam quatro carregamentos, tal como foi avançado pelo Jornal de Negócios.

O Governo tem procurado mitigar este risco no fornecimento com a diversificação dos fornecedores, mas disrupções podem de facto significar um custo mais elevado de fornecimento de gás natural, que por sua vez influenciaria os preços do mercado regulado em alta.

De acordo com a agência Lusa, cinco milhões de pessoas em 19 países da África Ocidental e Central foram afetadas por chuvas acima da média e “inundações devastadoras” nos últimos meses, citando dados do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas. Entre os países mais atingidos encontra-se a Nigéria, onde as inundações afetaram 3,48 milhões de pessoas, causaram numerosas mortes e destruíram 637.000 hectares de terras agrícolas.

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ERSE propõe descida dos preços da mobilidade elétrica em 12,1% em 2023

  • Lusa
  • 17 Outubro 2022

As reduções propostas permitem que o preço médio da fatura final a pagar por quem tem carros elétricos se reduza em cerca de 0,11 euros por cada 100 km.

A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos apresentou esta segunda-feira uma proposta de redução dos preços das tarifas de mobilidade elétrica de 12,1% para o próximo ano face a 2022, segundo um comunicado. “Para o ano de 2023, a ERSE propõe que os preços das tarifas aplicáveis a CEME, OPC e DPC reduzam cerca de 12,1% face às tarifas praticadas no ano 2022”, referiu a entidade.

Os utilizadores de veículo elétrico (UVE) estabelecem contratos com os Comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica (CEME) para o serviço de carregamento, realizado em pontos de Operadores de ponto de carregamento (OPC). A Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME) garante os fluxos de dados necessários à faturação desses contratos. Esta operação abrange ainda os detentores de pontos de carregamento (DPC), segundo a ERSE.

As tarifas da EGME “fazem parte dos custos incorridos por CEME, OPC e DPC, que garantem o carregamento de veículos elétricos na rede de mobilidade elétrica, pelo que contribuem para o preço final pago pelos UVE ao realizarem carregamentos na rede de mobilidade elétrica”, indicou o regulador.

De acordo com a ERSE, “as reduções propostas nas tarifas da EGME permitem que o preço médio da fatura final a pagar pelos UVE se reduza em cerca de 0,11 euros por cada 100 km [quilómetro]”, a título de exemplo. No mesmo comunicado, o regulador recordou que, “no exercício dos poderes de regulação conferidos por lei, apresenta, até 15 de outubro de cada ano, uma proposta de tarifas da Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME) a vigorar no ano seguinte, que submete a parecer do Conselho Tarifário (CT)”.

“Após parecer e análise das questões levantadas por este órgão independente da ERSE e pelas entidades regulamentarmente previstas, o Conselho de Administração da ERSE aprova as tarifas da EGME que vigorarão a partir de 1 de janeiro de 2023, em todo o território português para carregamentos na rede pública de mobilidade elétrica (rede Mobi.E)”, indicou.

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Ordem dos Advogados quer instaurar processo disciplinar a diretor da PJ

Em causa as declarações de Luís Neves no programa "Justiça Cega", do Observador, em que acusa advogados de "terrorismo judiciário" por recorrerem a a expedientes dilatórios.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA), liderado pelo bastonário Luís Menezes Leitão, quer que o seu conselho de deontologia investigue as declarações do diretor da Polícia Judiciária, em que acusa os advogados de exercer o que chama de “terrorismo judiciário” ao recorrerem a expedientes dilatórios que arrastam processos.

Na estreia do podcast “Justiça Cega”, da Rádio Observador, o Diretor Nacional da PJ, Luís Neves, defendeu mudanças na lei para evitar que os advogados possam recorrer a expedientes dilatórios que arrastam processos, classificando esta atitude como “terrorismo judiciário”.

“Tomou o Conselho Geral da Ordem dos Advogados conhecimento das declarações do Senhor Diretor Nacional da Polícia Judiciária, em que o mesmo acusa os Advogados de “terrorismo judiciário” para arrastar os processos. Salienta-se que o senhor Diretor Nacional da Polícia Judiciária é advogado inscrito na Ordem dos Advogados, encontrando-se presentemente com a inscrição suspensa a seu pedido”, disse o líder dos 36 mil advogados portugueses.

“Uma vez que o Estatuto da Ordem dos Advogados durante o tempo de suspensão da inscrição, o advogado continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem dos Advogados, e dado que constitui dever do advogado para com a Ordem dos Advogados, não prejudicar os fins e prestígio da Ordem dos Advogados e da advocacia, o Conselho Geral decidiu solicitar ao Conselho de Deontologia de Lisboa a apreciação da eventual relevância disciplinar destas declarações”.

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TAP contrata amiga da CEO para diretora

  • ECO
  • 17 Outubro 2022

A TAP contratou a companheira do 'personal trainer' do marido da CEO Christine Ourmières-Widener para diretora da companhia aérea.

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, terá contratado Isabel Nicolau, sua amiga pessoal e companheira do personal trainer do marido, para assumir a direção do departamento de melhoria contínua e sustentabilidade da transportadora aérea portuguesa por 15 mil euros mensais, revelou a TVI na noite desta segunda-feira.

Engenheira civil de formação, Isabel Nicolau nunca trabalhou no ramo da aviação, de acordo com a informação avançada pelo canal televisivo, que acrescenta que até outubro era diretora financeira da clínica de bem-estar do companheiro. Agora, reporta diretamente à administração da TAP.

Um mês antes de ser contratada pela transportadora aérea nacional, o companheiro abriu uma associação sem fins lucrativos, ligada ao triatlo, com o marido da presidente executiva da TAP.

A confirmação terá sido dada ao líder do SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil através da rede informática interna da TAP, que revelou uma fotografia de uma nova funcionária para funções ligadas à administração. Na sua conta na rede social LinkedIn, a própria Isabel Nicolau refere que desde há um mês é diretora de melhoria contínua e sustentabilidade da companhia.

Em declarações à TVI, o líder do sindicato dos pilotos disse que esta é a gota de água na saga de escândalos que envolvem a administração da TAP, exigindo ao primeiro-ministro, António Costa, que assuma responsabilidades e acabe de vez com estes danos na gestão dos dinheiros públicos.

(Notícia atualizada às 21h21)

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APROSE ABERTA aos mediadores de seguros arranca em Leiria

  • ECO Seguros
  • 17 Outubro 2022

Os dirigentes da única associação de agentes de corretores de seguros querem ouvir preocupações e e recolher ideias dos profissionais. Vai percorrer distritos e começa a iniciativa em Leiria.

A APROSE, Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, quer ouvir os profissionais da mediação de seguros e vai promover seminários por todo o país. A iniciativa APROSE ABERTA arranca já na tarde de 24 de outubro, no edifício NERLEI em Leiria.

1ª Conferência Anual ECOSEGUROS 2020 - 17NOV20
David Pereira: “É uma oportunidade para os profissionais da mediação em Portugal exporem e esclarecerem as suas dúvidas e proporem ideias à direção da APROSE”.Hugo Amaral/ECO

É uma oportunidade para os profissionais da mediação em Portugal exporem e esclarecerem as suas dúvidas e proporem ideias à direção da APROSE”, afirma David Pereira, presidente da associação, “o objetivo é ouvir os mediadores, as suas preocupações e os desafios que se colocam, atualmente, a este setor de atividade”.

A APROSE ABERTA está aberta à participação de todos os profissionais da área, sejam ou não associados. O presidente da associação sublinha “a importância desta iniciativa, sobretudo, nestes tempos de grandes mudanças e incertezas”. Diz que “é de extrema relevância criar esta proximidade com quem trabalha no setor e conhece a sua realidade distrito a distrito, dando oportunidade a que os profissionais da mediação se façam ouvir e, por outro lado, nos apresentem as suas sugestões. Sendo uma iniciativa aberta a toda a mediação profissional em Portugal, contamos com a participação de todos, em nome de um futuro melhor para o setor”.

O objetivo final da APROSE ABERTA é compilar, num único documento, todos os contributos, preocupações e problemas, registados nas diversas realidades locais e regionais, e incorporá-los no Plano de Ação da Associação, na tentativa de ajudar na sua resolução.

A inscrição nos seminários é gratuita e pode ser realizada no site da APROSE.

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