Governo reforça papel do administrador da insolvência

Administrador da insolvência vai ter a responsabilidade de apresentar ao tribunal uma proposta de graduação dos créditos reconhecidos.

O administrador da insolvência vai passar a ter a responsabilidade de apresentar uma proposta de graduação dos créditos reconhecidos, de acordo com o decreto-lei aprovado esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros. É uma medida que vai agilizar os processos de liquidação e recuperação de empresas.

“Foi aprovado o decreto-lei que simplifica a tramitação do incidente de verificação do passivo e graduação de créditos no processo de insolvência”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros, relativo à reunião de hoje, publicado no site do Governo.

“Esta medida, prevista na Componente 18 do Plano de Recuperação e Resiliência («Justiça Económica e Ambiente de Negócios»), vem atribuir ao administrador da insolvência a responsabilidade de, conjuntamente com a lista de créditos reconhecidos, apresentar uma proposta de graduação destes, permitindo ao juiz, em caso de concordância e na falta de impugnações, limitar-se a homologar ambos os documentos”, explica.

Num processo de insolvência, a graduação dos créditos determina quem recebe primeiro.

Para o Executivo, esta medida vai “aumentar a eficiência dos processos de insolvência e recuperação de empresas”, umas das áreas que mais atenção tem merecido da parte das instituições internacionais. É o caso do Fundo Monetário Internacional, que tem insistido na revisão deste regime em Portugal.

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Goldenergy e Endesa foram as comercializadoras que ganharam mais clientes em 2021. EDP perdeu

A Goldenergy ganhou 50 mil clientes e a Endesa, que está envolta em polémica com o Governo, conquistou 46 mil no ano passado. Somam o mesmo número de clientes perdido pela EDP: um total de 96 mil.

A EDP manteve-se como o comercializador de energia que mais clientes perdeu em 2021, em oposição à Goldenergy e à Endesa, que foram as que mais clientes ganharam no mesmo ano, de acordo com o balanço dos mercados retalhistas de eletricidade e de gás, divulgado esta quinta-feira pela ERSE.

“Nas mudanças dentro do mercado liberalizado, em número de clientes, a EDP continua a ser o comercializador com mais perdas (96 mil), sendo o principal beneficiário a Goldenergy (50 mil clientes), seguida da Endesa (46 mil)”, informou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que divulgou o relatório sobre os mercados retalhistas de eletricidade e de gás, referente a 2021.

Miguel Checa, diretor-geral da GoldenergyD.R.

Apesar disso, em consumo, a EDP passou a registar o maior ganho em mudanças dentro do mercado liberalizado (ML) — 275 gigawatts-hora (GWh) –, sendo a Iberdrola o comercializador com mais perdas nas mudanças no ML (846 GWh).

Já no que diz respeito a trocas do mercado regulado para o liberalizado, em 2021 transitaram 55 mil clientes e 175 GWh do primeiro para o segundo, valores ligeiramente abaixo dos verificados no ano anterior, diz a ERSE. A EDP mantém-se como o principal comercializador em clientes e em consumo, enquanto a Endesa e a Galp são os segundos comercializadores em captação de clientes e de consumo do regulado para o liberalizado, respetivamente.

No mesmo ano ingressaram diretamente no mercado livre elétrico 200 mil novos clientes (8% acima do ano anterior), com um consumo de 593 GWh (35% inferior ao de 2020).

O consumo em mercado liberalizado de eletricidade representava assim, no final de 2021, cerca de 94% do consumo total de energia, com o segmento residencial a corresponder a 38% desse consumo. Já em número de clientes, o mercado liberalizado cresceu 1,9%, para mais de 5,4 milhões, mantendo um peso relativo de 85%. No gás, a quase totalidade dos consumos do segmento convencional (exclui os consumos associados a centros eletroprodutores em regime ordinário), isto é, 98%, estava já no mercado liberalizado. Correspondem a 1,3 milhões de clientes, 85% do total.

Tarifa social recebe mais 21.000 clientes

No âmbito da tarifa social, o número de beneficiários aumentou em 21 mil, passando a contar-se com mais de 806 mil clientes a auferir desta tarifa no setor elétrico e 54 mil no do gás. Isto decorreu da alteração das condições de elegibilidade aprovada no final de 2020, no sentido de incluir os beneficiários de prestações de desemprego, explica o regulador.

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Governo recusa sobreposição entre consultores do PlanApp e de Medina

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

Governo considera que centro de competências do Estado (PlanAPP) serve para elaborar documentos de estratégia e não impede iniciativas de outros ministérios, como a contratação de Sérgio Figueiredo.

O Governo defende que não há sobreposição entre o trabalho dos consultores do centro de competências do Estado (PlanAPP) e os consultores contratados pelos Ministérios. O tema ganha importância depois de ter sido divulgada a contratação de Sérgio Figueiredo como consultor do ministro das Finanças, Fernando Medina.

“O centro de competências [PlanApp] ocupa-se de políticas públicas em geral, sobretudo na elaboração de documentos de estratégia e do Programa Nacional de Reformas. O PlanApp não esgota atividade noutras áreas governativas. Não há sobreposição de representantes nas mesmas áreas”, argumentou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, depois da reunião do Executivo realizada esta quinta-feira.

Ex-diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo foi contratado para preparar “estudos e propostas, nomeadamente a auscultação dos stakeholders [intervenientes] relevantes na economia portuguesa, no âmbito da definição, implementação e acompanhamento de políticas públicas e medidas a executar, da avaliação e monitorização dessas políticas” e aconselhar “nos processos internos de tomada de decisão”, segundo informação do Ministério das Finanças. Para esse cargo, vai receber um total de 139.990 euros, mais IVA, pagos em 24 prestações mensais. Ou seja, 5.832 euros, por mês

Desde 2021 que o Estado conta com o Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP), que reúne especialistas de várias áreas e pretende “acompanhar e reforçar cada uma das fases da intervenção ao nível das políticas públicas – planeamento, desenho, adoção e implementação, monitorização e revisão – criando as metodologias e as competências internas e na estrutura pública que são necessárias a uma atuação pública de qualidade”, segundo a sua lei orgânica, de março de 2021.

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Rotatividade dos professores é superior a 20% na escola pública

A análise da NOVA SBE permitiu aferir, entre outros aspetos, uma "relação entre a rotatividade e o aproveitamento dos alunos medido pelas notas nos exames nacionais".

A rotatividade dos professores na escola pública é, em média, superior a 20% e “está diretamente relacionada com a percentagem de alunos com apoio social, as classificações em exames nacionais e o nível de educação dos pais”, aponta um estudo da Centro de Economia da Educação da Nova SBE, divulgado esta quinta-feira.

“Tendo em conta os impactos negativos que uma maior rotatividade dos professores tem no desempenho dos alunos, os elevados níveis de rotatividade observados são preocupantes e sugerem a importância de alterar as atuais políticas de recrutamento por forma a aumentar a estabilidade do corpo docente nas escolas públicas portuguesas”, aponta Luís Catela Nunes, professor catedrático da Nova SBE, um dos autores do estudo, juntamente com Ana Balcão Reis, Pedro Freitas e Diogo Conceição, citado em comunicado.

O setor de educação debate-se, à semelhança de outros, com escassez de talento. E, sendo a estabilidade “um fator determinante na atração de docentes para a carreira, é particularmente importante conhecer o grau de rotatividade dos atuais docentes em diferentes tipos de escolas”, de forma a “sustentar políticas públicas que conduzam a uma maior estabilidade dos docentes nas escolas”, justifica a NOVA SBE.

O que diz o estudo?

Incidindo entre os anos letivos de 2008/2009 e 2017/2018, o estudo analisou a rotatividade de professores em todos os agrupamentos de escolas públicas em Portugal Continental, com os resultados a revelar uma média de rotatividade entre 17% e 36%.

Em 2017/18, em 90% dos agrupamentos a rotatividade atingiu níveis acima dos 20%, ou seja, em cada cinco docentes pelo menos um deles não estava no agrupamento no ano anterior”, aponta a NOVA SBE.

O estudo “Rotatividade de Docentes nas Escolas Públicas Portuguesas” indica ainda uma “relação direta” entre a rotatividade do corpo docente e o desempenho escolar dos alunos, nas suas classificações nos exames nacionais, o nível de educação dos pais e o número de alunos com apoio social escolar.

A análise permitiu aferir uma “relação entre a rotatividade e o aproveitamento dos alunos medido pelas notas nos exames nacionais”, com a rotatividade mais elevada a fazer-se sentir “nos agrupamentos em que os alunos têm notas mais baixas nos exames nacionais de Português e Matemática” e com os “agrupamentos com melhores notas a apresentar uma média de rotatividade cerca de 3 p.p. abaixo da rotatividade dos agrupamentos com piores resultados nos exames”.

Mas também com o nível de educação dos pais — há uma maior rotatividade nos agrupamentos onde “as mães dos alunos têm um nível de educação mais baixo, existindo uma diferença de cerca de 5 p.p. ” — e nível de apoio social escolar. Também há uma maior rotatividade nos agrupamentos em que há uma maior percentagem de alunos que beneficiam de Apoio Social Escolar, uma diferença de cerca de 5 p.p., aponta o estudo.

São os professores contratados os que apresentam maiores mudanças entre agrupamentos, sendo a rotatividade semelhante para os vários níveis de ensino.

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Governo reforça abono de família e altera escalões

Governo quer "garantir que todas as famílias com crianças têm, por ano, pelo menos 600 euros de apoio do Estado", disse a ministra do Trabalho. Medida custa 16 milhões de euros.

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros “dois instrumentos determinantes” para as famílias com crianças. Um deles é o reforço do abono de família, garantindo que todas as crianças recebem, pelo menos, 600 euros por ano de apoio do Estado, e ainda uma “prestação adicional ao abono” para as famílias com crianças em risco de pobreza extrema, paga já em setembro. Pacote de medidas estruturais custa 16 milhões de euros.

Em causa está o reforço do abono de família para “garantir que todas as famílias têm, por ano, pelo menos, por cada criança, 600 euros de apoio do Estado, seja através do abono de família, seja através do sistema fiscal de IRS“, disse a ministra do Trabalho esta quinta-feira, em conferência de imprensa após Conselho de Ministros.

Esta medida, detalhou Ana Mendes Godinho, abrange cerca de 400 mil crianças e “será implementada de forma faseada no último trimestre”. O Governo vai pagar retroativos desde o dia 1 de julho de 2022. O apoio será equivalente a 50 euros mensais por cada criança, “independentemente da idade”. “Até aqui o valor decrescia em função da idade e, assim, passa a ser para todas as idades”, disse a ministra.

Haverá, ainda, uma “alteração dos escalões para permitir a correção dos escalões do abono”, de forma a “adequar à evolução do salário mínimo nos últimos anos, permitindo que as famílias se enquadrem nestes escalões”, explicou Ana Mendes Godinho.

Recorde-se que o terceiro escalão de abono diz respeito a agregados de família com rendimentos entre 6.204,80 euros e 9.307,20 euros, enquanto o quarto escalão equivale a famílias com rendimentos entre 9.307,20 euros e 15.512 euros. A alteração dos escalões de abono terá efeitos em cerca de 80 mil famílias abrangidas pelos terceiro e quarto escalões de abono.

Uma família do quarto escalão de abono, com 2.260 euros de rendimento mensal, e com uma criança de cinco anos e outra de sete anos, recebia até agora, exclusivamente, 19,47 euros por mês. Com esta alteração aos escalões, exemplificou o primeiro-ministro, um dia depois de anunciar estas medidas, essa mesma família vai passar a receber, 40,98 euros já a partir de 1 de setembro, com efeitos retroativos a julho deste ano.

No comunicado do Conselho de Ministros, pode ler-se ainda que as crianças estrangeiras com menos de 18 anos, “não nascidas em território português, mas que aqui se encontrem, beneficiam de estatuto de residente idêntico ao concedido àquelas pessoas que sobre eles exerçam as responsabilidades parentais ou a cuja guarda se encontrem ao abrigo de medida de promoção e proteção ou medida tutelar cível”.

Crianças em pobreza extrema têm prestação adicional de 840 euros este ano

Outra das novidades é a criação, “pela primeira vez”, de um mecanismo de garantia para a infância, destinado às crianças em risco de pobreza extrema. Este mecanismo prevê o pagamento de uma “prestação adicional ao abono” de família, “paga automaticamente”, de forma faseada — 70 euros por mês em 2022 e 100 euros por mês em 2023. O Governo estima que este apoio adicional abranja cerca de 123 mil crianças.

Assim, as famílias com crianças (até aos 18 anos) em risco de pobreza extrema vão receber 840 euros este ano e 1.200 euros em 2023, “para permitir que [as crianças] possam sair desta situação critica”, disse a ministra do Trabalho, na mesma conferência de imprensa.

Ana Mendes Godinho adiantou que o pacote de medidas “estruturais” aprovado esta quinta-feira custará aos cofres do Estado cerca de 16 milhões de euros, naquele que representa o “maior investimento de sempre do ponto de vista de medidas de apoio às famílias com crianças”.

(Notícia atualizada a 12 de agosto com mais informação)

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Chanceler da Alemanha apela à construção de gasoduto de Portugal para Europa Central

  • ECO
  • 11 Agosto 2022

"Este gasoduto iria aliviar massivamente a situação atual do abastecimento", assinalou o chefe do Governo alemão, que pretende libertar a Europa da dependência energética da Rússia.

O chanceler alemão, Olaf Scholz insistiu esta quinta-feira na construção de um gasoduto em Portugal e Espanha, para ligar a Península Ibérica à Europa central, através de França, a fim de libertar a Europa da dependência energética da Rússia.

“Este gasoduto iria aliviar massivamente a situação atual do abastecimento”, assinalou o chefe do Governo alemão durante uma conferência de imprensa em Berlim, segundo declarações citadas pela Reuters.

Esta questão terá sido abordada em conversações com os líderes de Espanha, Portugal, França e a Comissão Europeia em Bruxelas. Na mesma ocasião, Olaf Scholz fez também um forte apelo para que se crie um projeto desta dimensão.

Sobre estas declarações, o Governo português recordou que “as interligações são uma grande prioridade estratégica nacional. É uma questão que tem sido colocada no centro das prioridades do Governo”, referiu o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, após a reunião desta quinta-feira.

Alemanha prepara medidas para lidar com inflação

Na mesma sessão, o líder alemão prometeu um novo pacote de medidas para aliviar os impostos, tendo em conta a forte subida dos preços e das faturas da energia após a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia. Apesar disso, está assegurado o controlo da dívida pública do país.

Olaf Scholz disse ainda que a Alemanha enfrentará a crise energética em solidariedade com a União Europeia. Sobre a proposta para limitar o preço do petróleo russo, aprovada na última cimeira do G7, o chefe do Governo alemão assinalou que precisaria do apoio de outros países para haver avanços.

(Notícia atualizada às 13h33 com mais informação)

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Oferta de residências de estudantes em Portugal continua abaixo da média europeia

Investimento feito em residências estudantis em Portugal representa cerca de 6% do total de investimentos do primeiro trimestre. Mas oferta continua a ser escassa.

A falta de camas para estudantes não é novidade em Portugal e, embora este setor tenha vindo a crescer nos últimos quatro anos em termos de investimento, a oferta de residências estudantis no país continua abaixo da média europeia, mostra um estudo da consultora Cushman & Wakefield.

A procura por alojamento estudantil tem vindo a crescer devido ao aumento do número de estudantes estrangeiros em Portugal, que vêm para cá atraídos pelo clima, baixo custo de vida, excelentes níveis de segurança e qualidade e reconhecimento das universidades portuguesas. Se, em 2011, 7% dos alunos eram estrangeiros, em 2020 essa percentagem subiu para 15%.

O estudo da Cushman mostra, assim, que o setor privado já representa cerca de um terço do número de camas do alojamento estudantil no país, com um total de cerca de 6.700 camas. Esta oferta do setor privado é mais relevante nas principais cidades, representando cerca de 60% da oferta total, sendo que os provedores públicos e religiosos cobrem, principalmente, a restante área do país.

Apesar disso, a oferta no Porto e em Lisboa está muito abaixo da média europeia. Na capital, a oferta “é especialmente baixa, dada a dificuldade em identificar boas oportunidades de promoção a preços viáveis, uma vez que estas competem diretamente com o mercado residencial, cada vez mais caro”, refere a consultora. O investimento feito em residências estudantis representa cerca de 6% do total dos investimentos no primeiro trimestre.

Nos últimos quatro anos foram fechadas quatro transações de residências estudantis no país, duas das quais em 2022 — a aquisição do projeto da Milestone, em Carcavelos, pela Catella, por 15,5 milhões de euros, e a venda do Portfolio da Smart Studios, comprado pela Round Hill Capital.

Ana Gomes, Head of Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal, comenta que Portugal “reúne todas as condições para continuar a verificar um aumento do investimento nas residências de estudantes, uma vez que existe uma margem substancial para o crescimento da área e falta de oferta perante a quantidade de interessados, tendo em conta a escolha do país para a realização de planos de estudos, como o Erasmus”.

Citada em comunicado, a responsável explica que “isto faz com que exista um interesse crescente por parte de investidores, o que nos próximos anos deverá resultar no surgimento de novos empreendimentos que reforcem o número de camas disponíveis para os estudantes universitários. Aliás, o número de novas camas já programadas para entrar no mercado nos próximos três anos é superior ao número de camas privadas já em operação“.

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Como estão os jovens portugueses face ao resto da Europa?

Para o Dia Internacional da Juventude, o Eurostat preparou um conjunto de dados que exploram os jovens no que diz toca à educação, saúde, mercado de trabalho e condições de vida.

Sabia que 28% dos jovens portugueses, entre os 20 e os 24 anos, têm um curso superior? É mais do que a média da Europa (18,6%). E que 40,2% dos jovens na mesma faixa etária têm um emprego? Contudo, aqui, Portugal fica abaixo da média europeia (50,6%). Esta sexta-feira celebra-se o Dia Internacional da Juventude e o Eurostat preparou uma série de dados que revelam detalhes sobre os jovens ao nível da educação, saúde e mercado de trabalho.

Em 2019, 34% dos jovens da União Europeia, com idades entre os 20 e os 24 anos, eram estudantes a full-time, enquanto 33% eram trabalhadores a tempo inteiro, 19% eram trabalhadores-estudantes e 15% não trabalhavam nem estudavam. Nesse ano, a taxa de emprego da UE para os jovens entre os 15 e os 34 anos que deixaram de estudar nos cinco anos anteriores foi de 76%, com taxas de 85% para os que concluíram o ensino superior.

“Os jovens representam uma importante fonte de competências, criatividade e dinamismo e um melhor aproveitamento destas qualidades poderia ajudar a economia europeia a crescer e a tornar-se mais competitiva. No entanto, a taxa de desemprego juvenil aumentou de forma constante durante o período 2008-2013, tornando-se uma grande preocupação para a UE”, diz o gabinete de estatísticas da UE. Contudo, após 2013 e até 2019, “seguiram-se seis anos consecutivos de quedas consistentes nas taxas de desemprego juvenil”.

O Eurostat preparou uma ferramenta interativa chamada “Jovens Europeus”, que permite, através de um questionário, consultar dados sobre vida e bem-estar, saúde, trabalho e educação e o mundo digital. É possível criar um avatar e comparar a situação de cada jovem a outros jovens do mesmo país ou de outro país da Europa. A ferramenta pode ser consultada aqui.

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Euribor desce nos prazos de três meses, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 11 Agosto 2022

As taxas Euribor desceram hoje a três, a seis e a 12 meses, face a quarta-feira, depois de no dia anterior terem atingido máximos nos dois prazos mais curtos.

As taxas Euribor desceram hoje a três, a seis e a 12 meses, face a quarta-feira, depois de no dia anterior terem atingido máximos nos dois prazos mais curtos.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, desceu hoje, para 0,764%, menos 0,010 pontos do que na quarta-feira, dia em que se fixou nos 0,774%, superando o máximo registado desde agosto de 2012, de 0,706%, e que também se verificou em 22 de julho deste ano.

A média da Euribor a seis meses subiu de 0,162% em junho para 0,466% em julho. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

Em relação à Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, desceu hoje, ao ser fixada em 0,321%, depois de na quarta-feira ter atingido 0,325%, o que constituiu um novo máximo desde julho de 2014.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de -0,239% em junho para 0,037% em julho.

No prazo de 12 meses, a Euribor também desceu hoje, ao fixar-se em 1,141%, menos 0,011 pontos que na quarta-feira, contra o máximo desde agosto de 2012, de 1,200%, também verificado em 22 de julho deste ano.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 0,852% em junho para 0,992% em julho.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na reunião de política monetária realizada em 21 de julho, o BCE aumentou em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação. O BCE indicou também que nas próximas reuniões continuará a subir as taxas de juro.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Mercedes-Benz.io a recrutar um head of global recruitment

O hub tecnológico da Mercedes-Benz tem objetivos ambiciosos de recrutamento e prepara-se para mudar, depois do verão, para novo escritório em Lisboa, na zona do Parque das Nações.

A Mercedes-Benz.io está a recrutar um head of global recruitment para para trabalhar a partir de Portugal. Nessa posição o profissional será responsável por “estruturar e inovar os processos de recrutamento” do hub da marca automóvel com escritórios em Lisboa e Braga. O hub tecnológico tem objetivos ambiciosos de recrutamento e prepara-se para mudar, depois do verão, para novo escritório em Lisboa, na zona do Parque das Nações.

A Mercedes-Benz.io quando contactada não comenta esta informação, mas no LinkedIn lista o que é esperado do futuro head of global recruitment: irá liderar uma equipa de dez elementos no departamento de RH e “definir o tom para contratar a melhor e mais diversa equipa que representa os valores centrais da Mercedes-Benz.io”, pode ler-se. Gerir o orçamento para contratações e afinar estratégia de employer branding são outras das expectativas.

O profissional será integrado num hub que tem implementado um modelo de trabalho flexível, podendo trabalhar a partir dos escritórios de Lisboa ou Braga ou a partir de outra localização.

Em julho, a Mercedes-Benz.io anunciou que irá reforçar a sua unidade de pós-vendas, o que implica a abertura de cerca de 150 posições globais ainda este ano, a maioria das quais em Portugal.

“A par dos nossos centros em Estugarda e Berlim, Portugal tem vindo a solidificar a sua posição de relevância na operação da Mercedes-Benz.io, não apenas com este reforço, mas também com a recente abertura do centro em Braga”, disse Silvia Bechmann, CEO da Mercedes-Benz.io, citada em comunicado.

Depois do verão, o hub — que chegou a ponderar instalar-se no Hub Criativo do Beato — vai mudar-se, tal como avançou em maio a Pessoas — para o Parque das Nações.

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Presidente da Ryanair avisa que acabou tempo dos voos a dez euros

  • Lusa
  • 11 Agosto 2022

Michael O’Leary considera que não vão haver voos a dez euros nos próximos anos devido aos preços do petróleo. Ainda assim, acredita que as transportadoras low-cost, como a Ryanair, "vão sair-se bem".

O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, avisou esta quinta-feira que o tempo dos voos a dez euros acabou, devido à subida dos preços da energia, que se acelerou com a guerra na Ucrânia.

Acho que não haverá voos a dez euros, porque os preços do petróleo estão muito mais altos, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. […] Acho que não vamos ver esses preços nos próximos anos”, disse o responsável da companhia aérea irlandesa, em entrevista à BBC Radio 4.

As transportadoras aéreas de baixo custo, como a Ryanair ou a sua concorrente britânica Easyjet, revolucionaram a aviação nos últimos vinte anos, reduzindo os preços e levando a um crescimento das viagens curtas.

Segundo Michael O’Leary, as tarifas médias dos bilhetes na Ryanair deverão aumentar cerca de 10 euros, para 50 euros por trajeto, nos próximos cinco anos.

O responsável disse, no entanto, acreditar que a procura por viagens aéreas vai continuar e que, mesmo com as restrições orçamentais dos consumidores, as transportadoras de baixo custo vão “sair-se bem”.

Na mesma entrevista, O’Leary protestou ainda contra o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia), que reduziu o acesso de trabalhadores europeus ao Reino Unido, onde anteriormente mantinham centenas de milhares de empregos.

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Salários reais caem 4,6% em Portugal devido à inflação

Ordenado bruto cresce para 1.439 euros por mês no segundo trimestre, mas aumento superior da inflação retira poder de compra aos portugueses. Funcionários públicos são quem mais perde face há um ano.

A remuneração bruta mensal média por trabalhador, que exclui outras componentes salariais e os subsídios de férias e Natal, aumentou 3,1%, para 1.439 euros, no segundo semestre deste ano, mas em termos reais diminuiu 4,6% devido à inflação registada neste período (8%), de acordo com os dados divulgados pelo INE esta quinta-feira, relativos à evolução dos rendimentos dos portugueses.

Estes resultados abrangem 4,4 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações. E assinalam que, no caso da remuneração base e regular, a queda real foi ainda superior (-5,1%) nos três meses terminados em junho.

Em junho, a remuneração total variou entre 888 euros na agricultura, floresta e pesca; e os 3.527 euros no setor da energia – foram, aliás, os que tiveram maior progressão salarial (21,2%) face a junho de 2021, seguidos dos que exercem atividades de consultoria, científicas e técnicas. As empresas até quatro trabalhadores (6,5%), do setor privado (4,4%) e que prestam “serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (6,1%) foram as que mais subiram os ordenados no espaço de um ano.

Ao invés, embora não tenham sido observadas variações negativas da remuneração total, as menores variações homólogas foram registadas nas áreas da administração pública, defesa, saúde e apoio social. A análise por dimensão mostra ainda que os menos beneficiados ao longo do último ano foram os trabalhadores das empresas com 250 a 499 trabalhadores, em que o ordenado subiu apenas 0,1%, em termos médios.

No setor institucional das Administrações Públicas (AP) houve um acréscimo homólogo de 1,4% na remuneração total, que atingiu 2.180 euros em junho (2.150 euros em junho do ano passado), enquanto os ordenados nas empresas do setor privado aumentaram de forma mais expressiva: a remuneração total registou uma variação homóloga de 4,4%, passando de 1.235 euros em junho de 2021 para 1.289 euros um ano depois.

“As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das AP e o setor privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado e nas qualificações dos trabalhadores que os integram”, justifica o INE. Os funcionários públicos têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: mais de metade (54,3%) tem o ensino superior (vs. 22% no privado). 25,5% completaram o secundário (vs. 31,4%) e 20,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico (vs. 46,6% no setor privado).

Na indústria transformadora, o valor mais elevado da remuneração bruta total é pago nas empresas de alta tecnologia industrial (1.966 euros). Por outro lado, no mesmo mês, o mesmo indicador salarial para quem presta serviços intensivos em conhecimento foi 1.815 euros, em termos médios, atingindo o montante mais elevado nas empresas de serviços financeiros com forte intensidade de conhecimento (2.535 euros).

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