Grupo Primavera e Cegid anunciam acordo de união

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Esta operação valoriza a "empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros”. O Grupo Primavera e a Cegid terão receitas pro forma na região ibérica de mais de 150 milhões de euros este ano.

A Cegid e o grupo Primavera anunciaram esta terça-feira um acordo de união, para reforço na Península Ibérica como fornecedor de software de gestão empresarial, valorizando a empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros.

“A Cegid, Cegid Meta4 em Portugal – um dos principais especialistas globais em soluções de gestão na cloud para profissionais nas áreas das finanças (ERP, tesouraria, impostos), recursos humanos (processamentos salariais e gestão de talentos), contabilidade, retalho, para empreendedores e pequenas empresas – anuncia hoje o acordo definitivo para unir-se ao Grupo Primavera – plataforma líder de ‘software’ de gestão em cloud na região ibérica”, referem as empresas, num comunicado conjunto.

De acordo com a mesma fonte de informação, “esta transação de ações cria um poderoso fornecedor de software de gestão empresarial na Península Ibérica e acelera a expansão internacional da Cegid, valorizando a empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros”.

As empresas informam que a Silver Lake continuará a ser o acionista maioritário da empresa, enquanto a Oakley Capital, que criou o Grupo Primavera através de uma série de 12 aquisições e que é o seu acionista maioritário, irá juntar-se à KKR e AltaOne como accionistas minoritários da Cegid. “Juntos, estes acionistas tornar-se-ão parceiros do CEO da Cegid, Pascal Houillon, do CEO do Grupo Primavera, Santiago Solanas, e do resto da equipa de gestão na próxima fase de crescimento da Cegid”, assinalam.

Espera-se que a transação esteja concluída no terceiro trimestre deste ano, estando sujeita aos processos de informação e consulta dos órgãos representativos de trabalhadores. De acordo com as empresas, juntos, o Grupo Primavera e a Cegid terão receitas pro forma na região ibérica de mais de 150 milhões de euros este ano.

“Atualmente, o Grupo Primavera tem 800 colaboradores distribuídos por cinco países, trabalha com 165.000 clientes ativos e alcançou uma receita de 76 milhões de euros em 2021”, referem. “Unir forças com o Grupo Primavera é uma enorme oportunidade para ambas as empresas e para os seus respetivos clientes. Tal como a Cegid, o Grupo Primavera oferece soluções úteis e inovadoras a parceiros e clientes na ‘cloud’, e alcançou um crescimento impressionante especificamente na Península Ibérica e em África”, destaca Pascal Houillon, CEO da Cegid, citado em comunicado.

“Estamos muito alinhados com a visão e ambição da Cegid e admiramos esta empresa há muito tempo. Tal como a Cegid, temos uma cultura empreendedora e apaixonada focada na excelência do produto, um forte compromisso com os clientes e uma visão orientada para o crescimento”, acrescenta Santiago Solanas, CEO do Grupo Primavera.

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Dona do Pingo Doce lucra 261 milhões de euros, mais 40% em seis meses

Na primeira metade do ano, o grupo retalhista Jerónimo Martins, que tem também operações na Polónia e na Colômbia, viu o resultado líquido crescer 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os primeiros seis meses do ano foram de ganhos para a Jerónimo Martins. A dona do Pingo Doce comunicou uma subida dos lucros de 40,3%, com o resultado líquido a ascender a 261 milhões de euros e a comparar com os 186 milhões que tinha registado no mesmo período de 2021.

Entre janeiro e junho, as vendas consolidadas do grupo retalhista de origem portuguesa, que tem operações também na Polónia e na Colômbia, ascenderam a 11,9 mil milhões de euros. Equivale a uma subida de 20% em termos homólogos, de acordo com a informação prestada à CMVM, na qual reporta um crescimento de 19,1% do EBITDA do grupo que em Portugal detém o Pingo Doce e o Recheio.

Num “contexto de muita incerteza, com elevada inflação alimentar, uma crise energética sem precedentes neste século e disrupções ao nível das cadeias de abastecimento internacionais”, sublinha Pedro Soares dos Santos, este desempenho “reflete o acerto da aposta estratégica na defesa da competitividade de todas as companhias do grupo e a resiliência das suas próprias cadeias de abastecimento, bem como dos modelos de eficiência com que [opera]”, notando que o grupo está a “investir em margem como forma de mitigar o aumento dos preços alimentares e os seus efeitos no comportamento dos consumidores”.

“Apesar da acentuada queda da confiança dos consumidores polacos, o mercado alimentar na Polónia continuou resiliente, enquanto em Portugal e na Colômbia a inflação generalizada teve impactos mais imediatos sobre o consumo. Já a crise energética acarreta aumentos continuados e significativos nos custos de eletricidade e dos transportes, que exigem um foco acrescido das equipas na gestão rigorosa da produtividade e da eficiência. Esta situação aconselha prudência quando projetamos a evolução da inflação em geral e as suas consequências socioeconómicas”, avisa o presidente e administrador-delegado.

O esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das insígnias.

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo Martins

E face aos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias e na confiança dos consumidores, Soares dos Santos refere nesta nota que “a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança adicional tornam-se ainda mais preponderantes na agenda comercial e de marketing” destas marcas. E promete que “o esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das insígnias” do grupo.

A dívida líquida da Jerónimo Martins ronda 1,9 mil milhões de euros, sublinhando o grupo que “o balanço permanece sólido, com a posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) a cifrar-se em 593 milhões de euros no final de junho, já após o pagamento de 493 milhões de euros de dividendos realizado em maio“. O investimento rondou os 318 milhões nos primeiros seis meses deste ano.

Inflação pressiona consumo em Portugal

Em Portugal, a subida generalizada dos preços pressionou o consumo e originou trading down no setor alimentar (redução do número de artigos ou da qualidade, para diminuir o valor do cesto), tendo aumentado o peso das marcas próprias nas vendas totais. No caso do Pingo Doce, que na primeira metade do ano abriu três lojas e encerrou uma localização, as vendas cresceram 8,5% (+10,9% no segundo trimestre), para atingir os 2,1 mil milhões de euros.

o Recheio beneficiou com a recuperação do canal Horeca, contabilizando uma faturação de 513 milhões de euros. Ficou 29% acima dos primeiros seis meses do ano passado, que tinham ficado marcados pelas restrições ao funcionamento destes estabelecimentos de hotelaria e restauração, e pela quase ausência de atividade turística também por causa da pandemia.

Na Polónia, “a assertividade com que [a rede de supermercados Biedronka] assumiu o seu papel de ‘escudo anti inflação’ contribuiu decisivamente para o aumento das vendas em moeda local em 21,3% nos primeiros seis meses de 2022”, assinala no comunicado à CMVM. A outra insígnia polaca, a cadeia de beleza Hebe, beneficiou do levantamento de todas as restrições relativas à pandemia e registou igualmente um crescimento de vendas de 34,7% em moeda local (+40,4% no 2T).

Finalmente, na Colômbia, onde a inflação alimentar se mantém acima de 20%, a Ara “investiu em preço como forma de transformar as circunstâncias numa oportunidade para fortalecer a sua posição de mercado e o reconhecimento por parte dos consumidores”. Em moeda local, as vendas da retalhista sul-americana refletiram um aumento de 70,1% nos primeiros seis meses do ano.

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Portugal é o nono país do mundo com mais casos de Monkeypox

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Cerca de 12 mil casos prováveis ou confirmados foram reportados em países e territórios europeus, 8% dos quais resultaram em hospitalização.

Portugal é o nono país do mundo com mais casos acumulados de Monkeypox, informou esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), alertando que os contágios reportados aumentaram 48% na última semana a nível global.

“Até 22 de julho, os dez países que registaram o maior número acumulado de casos a nível mundial são a Espanha (3.125), os Estados Unidos da América (2.316), a Alemanha (2.268), o Reino Unido (2.137), a França (1.453), os Países Baixos (712), o Canadá (615), o Brasil (592), Portugal (588) e a Itália (374)”, refere a atualização epidemiológica da OMS sobre a Monkeypox. De acordo com a organização, estes dez países representam, no seu conjunto, 89% dos casos reportados globalmente até à data.

Numa declaração divulgada esta terça, o diretor da OMS para a Europa adiantou que, desde 13 de maio, cerca de 12 mil casos prováveis ou confirmados foram reportados em países e territórios europeus, 8% dos quais resultaram em hospitalização, não se tendo registado qualquer morte em consequência dessas infeções.

A nível mundial, o número de novos casos reportados semanalmente aumentou 48% na semana de 18 a 24 de julho em comparação com a semana anterior, totalizando 16.016 infeções pelo vírus Monkeypox em 75 países e cinco mortes este ano.

Segundo Hans Kluge, depois do OMS ter declarado o surto como uma emergência de saúde pública internacional, os países, quer tenham detetado casos ou não, devem “agora agir com urgência, aproveitando todas as oportunidades para antecipar, controlar e impedir a propagação de um vírus” do qual a própria organização reconhece que ainda tem muito para aprender.

“Embora reconheçamos incertezas sobre como este surto irá evoluir, temos de responder à epidemiologia que temos diante de nós, focando-nos no modo de transmissão mais dominante – contacto pele-a-pele durante encontros sexuais – e nos grupos com maior risco de infeção”, adiantou o responsável europeu da OMS.

A OMS declarou no sábado o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta. “Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, através de novos modos de transmissão, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde”, adiantou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Emergência que avaliou a evolução da doença no mundo.

No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) afirmou que Portugal já adotou as medidas fundamentais para responder à Monkeypox. “Não implica muito mais do que aquilo que está a ser feito. Todas as medidas têm sido tomadas, mesmo sem essa declaração” de emergência de saúde pública de preocupação internacional decidida hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), disse à Lusa a porta-voz da DGS para o surto em Portugal.

Apesar de Portugal ser um dos países do mundo mais afetados pela Monkeypox, em termos do número de casos diagnosticados, “não se pode dizer que estamos num crescimento exponencial nem nada que se pareça”, adiantou a médica Margarida Tavares. “O que temos assistido é um número constante semanal e até com uma tendência ligeiramente decrescente”, destacou Margarida Tavares, que é também a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.

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Pedro Nuno Santos escolhe ex-secretário de Estado de Leão para a IP

Miguel Cruz será o novo homem-forte da empresa que gere a rede rodoviária e ferroviária. Arranque do projeto para a nova linha Porto-Lisboa e conclusão do Ferrovia 2020 são prioridade do mandato.

Pedro Nuno Santos escolheu o ex-secretário de Estado do Tesouro para liderar a Infraestruturas de Portugal (IP). Miguel Cruz é o novo presidente do conselho de administração da empresa pública que gere a rede ferroviária e a rede rodoviária, segundo apurou o ECO. A IP vai voltar a ser presidida por uma pessoa ligada à área financeira, tal como aconteceu em 2015, com António Ramalho.

Miguel Cruz tornou-se conhecido dos portugueses em 2020 e 2021 como um dos rostos que surgiram nas conferências de imprensa relativas ao plano de reestruturação da TAP.

Doutorado em Economia pela London Business School, em 1998, Miguel Cruz tem passado por várias entidades do Estado nas últimas duas décadas. Antes de assumir a secretaria de Estado do Tesouro, em junho de 2020, foi presidente do conselho de administração da Parpública durante quatro anos.

Previamente à liderança da sociedade que gere as participações do Estado em empresas, Miguel Cruz presidiu ao IAPMEI (2014-2017) e à Agência de Inovação (2012-2014). Na década de 2000, o financeiro foi vogal do conselho diretivo do Programa de Incentivos à Modernização da Economia (2003-2005) e do Programa Operacional da Economia (2000-2003)

A carreira de Miguel Cruz também contou com a parte do ensino, dando aulas na Universidade Católica, Universidade Autónoma e Escola de Gestão do Porto.

Pôr as obras nos carris

Miguel Cruz vai presidir a uma das maiores empresas públicas do país: a IP gere mais de 15 mil quilómetros de estradas (14 mil dos quais de forma direta) e uma rede ferroviária com 3.600 quilómetros (dos quais 2.527 em exploração).

No mais curto prazo, o novo presidente da IP tem de concluir as obras do programa de investimentos Ferrovia 2020. Avaliado em 2,1 mil milhões de euros, o programa foi apresentado em fevereiro de 2016 e já deveria ter ficado concluído. No entanto, no final de junho, apenas 15% das obras estavam prontas, segundo dados da empresa – e já há obras que só vão ficar prontas no final de 2025.

Mas o próximo pacote de investimentos na ferrovia será bem mais avultado: até ao final desta década, estão previstos 8,72 mil milhões de euros só para a construção e modernização de linhas ferroviárias em todo o país, ao abrigo do PNI 2030.

A nova linha Porto-Lisboa é o projeto mais badalado, com 4,5 mil milhões de euros orçamentados. Mas também está prevista a modernização da Linha do Alentejo e partes das linhas do Douro e do Oeste; a quadruplicação de troços nas Linha do Norte, de Cintura e do Minho; e ainda a primeira fase da construção da nova linha entre Porto e Vigo.

Nas estradas, há projetos para concretizar fechos de malha (missing links), no valor de 425 milhões de euros, assim como a conclusão do IP8, entre Sines e Beja.

A nomeação de Miguel Cruz interrompe um ciclo de mais de ano e meio sem um presidente efetivo na IP. O antecessor, António Laranjo, concluiu o mandato no final de 2020 e esteve em gestão todo o ano de 2021, até sair para coordenar a candidatura ibérica ao Mundial 2030.

Nessa altura, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, optou por deixar a sucessão para o futuro Governo – o executivo já estava em gestão. Quase quatro meses depois de tomar posse, é o mesmo ministro que escolheu um financeiro para liderar uma das maiores empresas públicas em Portugal.

Contactada pelo ECO, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação recusou-se a comentar a nomeação.

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BCP cai 2,61% após anúncio de prejuízos na Polónia

Banco presidido por Miguel Maya desvalorizou na bolsa de Lisboa após anunciar prejuízos com o negócio na Polónia. PSI fechou com queda marginal, à espera de mais resultados, menos gás e também da Fed.

A bolsa de Lisboa fechou praticamente inalterada esta terça-feira, recuando uns ligeiros 0,06%, num período em que os investidores estão focados nos resultados trimestrais das empresas, mas também na expectativa do anúncio de mais uma subida das taxas de juro pela Fed americana já esta quarta-feira.

O BCP penalizou o desempenho do índice nacional, ao cair 2,61%, para 14,18 cêntimos, em reação aos prejuízos de 56 milhões de euros registados pelo negócio do banco na Polónia no primeiro semestre. A empresa continua a enfrentar dificuldades e a constituir provisões para riscos legais relacionados com a carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira.

O principal índice nacional fechou nos 5.998,98 pontos e a queda marginal acompanhou a tendência das principais praças europeias. Enquanto o europeu Stoxx 600 e o britânico FTSE 100 fecharam na linha de água, o francês CAC-40, o alemão DAX e o espanhol IBEX-35 caíram, respetivamente, 0,4%, 0,8% e 1%.

Além dos resultados e da subida dos juros, as negociações continuam condicionadas pelo risco de corte no abastecimento de gás natural à Europa pela Rússia, no contexto da guerra na Ucrânia, cenário que poderia atirar o continente para uma recessão.

Esta semana, a Gazprom anunciou que o fluxo no gasoduto Nord Stream 1 será reduzido para 20% da capacidade, dando gás a esses receios. Numa reunião esta terça-feira, os ministros da Energia da União Europeia chegaram a um acordo no Conselho para a redução do consumo de gás.

Por Lisboa, além do efeito do BCP, a sessão foi marcada pelas quedas da Nos (-1,01%) e CTT (-0,93%). Os Correios apresentam resultados do semestre esta quarta-feira, após o fecho das bolsas europeias. Em sentido inverso, a Greenvolt liderou os ganhos ao subir 1,94%, acompanhada pelo avanço de 1,53% da EDP e pela valorização de 0,79% da EDP Renováveis. A Galp Energia registou uma subida ligeira de 0,05%.

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Espanha: Consumidores estão mais contidos durante inflação

  • Servimedia
  • 26 Julho 2022

De acordo com o estudo ‘mystery shopping’ da IO Research, a inflação tem levado a que os espanhóis estejam mais contidos no seu consumo. Promover cuidados no atendimento ao cliente pode ser a solução.

Oito em cada dez proprietários de empresas hoteleiras já estão a notar a mudança nas atitudes dos consumidores devido ao aumento significativo da inflação, de acordo com a Associação Espanhola de Empregadores de Hotelaria e Restauração, noticia a Servimedia.

Esta mudança pode ser resumida em gastos médios mais baixos e num menor número de clientes que visitam estabelecimentos. E, tendo em conta que em Espanha existem mais de 315 mil estabelecimentos que empregam 1,7 milhões de pessoas e que o setor representa 6,4% do PIB, as soluções que existem para remediar a situação, como as compras mistério, são fundamentais, especialmente durante o período de férias.

Num contexto de aumento dos preços, os consumidores estão à espera de um melhor serviço quando se dirigem a algum estabelecimento, pelo que a compensação esperada deve vir de uma excelente prestação de serviço, que começa na entrada do estabelecimento.

De acordo com dados da IO Research, líder na utilização de compras misteriosas para pesquisa de mercado, um bom acolhimento do cliente ao entrar num café, restaurante ou hotel aumenta a sua satisfação com o espaço em 1,7 pontos, reduz consideravelmente a saída do estabelecimento e aumenta a probabilidade de regressarem.

Mais especificamente, de acordo com a MSPA (Mystery Shopping Professionals Association) existem histórias de sucesso que atingem aumentos de vendas de até 300% num mês, tais como alguns restaurantes nos aeroportos internacionais mais importantes.

As compras mistério aplicadas à indústria hoteleira, além de aumentarem a probabilidade de atrair clientes, são também fundamentais para verificar se os estabelecimentos cumprem os protocolos e normas estabelecidas, tais como saúde e limpeza, ar condicionado, se as normas de qualidade são respeitadas, se os produtos estão em boas condições, e se o tratamento oferecido aos trabalhadores corresponde aos padrões estabelecidos pela estratégia empresarial.

Esta estratégia de cuidar de todos os detalhes do atendimento, de acordo com o IO Research, acaba por ser a melhor solução numa altura em que o gasto médio de cada consumidor é menor e se torna extremamente necessário aumentar as hipóteses de os consumidores regressarem. Constituir um bom serviço torna-se, por isso, fundamental para este setor.

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Há obras no aeroporto de Lisboa “que já se deviam ter feito e que se podem fazer já”, diz Montenegro

Presidente do PSD afirma que se podiam ter aproveitado os últimos dois anos para se avançar com obras no aeroporto de Lisboa. "Não há mais tempo a perder", diz Luís Montenegro.

O presidente do PSD afirma que “não há mais tempo a perder” no que toca ao novo aeroporto de Lisboa e que, enquanto não há uma decisão sobre a localização da nova infraestrutura, se podiam avançar com “obras imperiosas” no aeroporto Humberto Delgado. O partido tem estado a ouvir técnicos e entidades especializadas no assunto e Luís Montenegro diz que uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) “vai ter de se fazer”.

O líder dos sociais-democratas esteve reunido na passada sexta-feira com António Costa para discutir a questão do novo aeroporto na capital e, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas, adiantou que nessa reunião informou o primeiro-ministro que o PSD está a fazer “um conjunto de audições” sobre o tema do aeroporto. “No final desta semana já teremos ouvido cerca de uma dezena de pessoas e entidades”, disse.

Mas Luís Montenegro recusa qualquer pressão sobre o partido. “Tentarei ser o mais rápido que for capaz para ter uma decisão exequível”, continuou. “Mas não aceito pressões de ninguém, nem chantagens psicológicas ou políticas. Não vamos impor ao PSD um prazo apertado para se decidir uma coisa em sete dias que o Governo não conseguiu decidir em sete anos“, disse.

Enquanto não há uma decisão quanto à escolha da localização do futuro aeroporto de Lisboa, o social-democrata defende que se “pode ir fazendo alguma coisa”. “Há coisas que já se deviam ter feito e que se podem fazer já e uma delas são as obras imperiosas no aeroporto de Lisboa“, notou, referindo que se “podiam ter aproveitado os dois anos de pandemia” para isso, quando o tráfego aéreo foi praticamente nulo.

Para o presidente do PSD, o aeroporto Humberto Delgado “tem problemas que são hoje notícia negativa” e que o país não está a passar uma “boa imagem” em termos turísticos. “Não há mais tempo a perder”, defendeu.

Luís Montenegro acredita que a AAE pedida pelo Governo quanto às possíveis localizações não vai acontecer – “está na cara que a AAE não se vai realizar”, disse –, mas afirma: “Uma AAE vai ter de se fazer”.

O presidente do PSD disse ainda ser contra a criação de uma nova taxa sobre os lucros extraordinários em setores como a banca ou as energéticas. “Era se calhar muito mais popular – e demagógico – dizer que se deviam taxar estes rendimentos excecionais, mas infelizmente vivemos num país onde todas as empresas já pagam muitos impostos, como o IRC, a derrama estadual, derrama local, e, no caso do setor energético, uma contribuição extraordinária suplementar que no Orçamento deste ano será de 125 milhões de euros”, disse.

Montenegro acrescentou que “não há justificação para criar mais impostos e será um sinal incorreto aos que investem no setor da energia em Portugal” e lembrou que “havendo lucros superiores haverá também uma arrecadação de impostos superior”.

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Barragem em Chaves está no limite e rega pode estar comprometida

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

As culturas predominantes são o milho, que necessita de muita rega, e ainda a batata e cereais, sendo que estes já foram praticamente todos colhidos. Capacidade da albufeira está nos 7%.

A albufeira da barragem de Arcossó está “no limite”, com apenas “7%” da capacidade e a rega poderá ficar comprometida nos próximos dias, segundo a Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves. “Estamos no limite mesmo, praticamente não temos água, temos 7% da capacidade da albufeira”, afirmou esta terça-feira à agência Lusa José Teixeira, presidente daquela associação de regantes do distrito de Vila Real.

Este aproveitamento hidroagrícola está incluído na lista anunciada já em junho, pelo Governo, com restrições para a campanha de rega no país. A Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves possui à volta de 2.500 sócios e as cerca de 16.000 parcelas existentes estão organizadas por dois blocos, um abastecido pela barragem de Arcossó, localmente conhecida como Nogueirinhas, e outro pelo rio Tâmega.

Neste território as culturas predominantes são o milho, que necessita de muita rega, e ainda a batata e cereais, sendo que estes já foram praticamente todos colhidos.

José Teixeira descreveu um ano agrícola muito complicado por causa da falta de chuva na região e disse que, no início da campanha, em maio, a albufeira tinha apenas “32 a 33%” da sua capacidade. “A partir do momento em que não há água acaba a rega e não há alternativas. Se a barragem não tem água, não há outra alternativa”, lamentou.

E continuou: “A minha previsão é que esta semana vamos ter que fechar a barragem, nomeadamente o bloco dois. No bloco um, enquanto o rio Tâmega quiser e nos der água, vamos continuando”.

José Teixeira disse que “também já há muitas dificuldades no rio Tâmega”, o qual “vai acumulando um bocadinho durante a noite, mas por volta das 12:00 já não se consegue regar”.Quanto às culturas, disse que “se não chover vai ser um problema” porque, apesar de “estarem um pouco avançadas”, algumas delas poderão “não chegar a bom termo”.

Questionado sobre se se recorda de um outro ano com tantas dificuldades, o responsável apontou para 2017. “Houve um ano parecido que foi em 2017, mas a capacidade inicial era de cerca de 65% e, no final da rega, tínhamos mais água do que temos agora. Isto é, em setembro tínhamos mais água do que temos agora a 26 julho”, afirmou.

A sensibilização aos agricultores para a poupança de água é feita, salientou, já há alguns anos e, na opinião de José Teixeira, estes “têm tido um comportamento exemplar”. O Governo aprovou na semana passada novas medidas de combate à seca, que contemplam redução de consumos em empreendimentos turísticos no Algarve e obras em albufeiras em Trás-os-Montes.

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Moody’s alerta que incêndios e seca irão piorar inflação e contas públicas no sul da Europa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Julho 2022

A Moody's prevê que os incêndios e a seca em vários países do sul da Europa, devido às altas temperaturas que se têm feito sentir, vão intensificar a inflação e aumentar os gastos públicos.

As temperaturas recorde registadas nas últimas semanas no continente europeu, que têm provocado incêndios e agravado a situação de seca sobretudo nos países do Sul, inclusive em Portugal, irão intensificar a inflação e aumentar os gastos públicos, com um provável efeito negativo no crédito a longo prazo, alerta a agência de notação financeira Moody’s.

Num relatório divulgado esta terça-feira em que avalia o impacto dos incêndios e da seca nas despesas governamentais em Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia, a agência norte-americana sublinha que “o aumento esperado em número, intensidade e duração das secas e dos incêndios nos próximos anos terá provavelmente um efeito negativo a longo prazo em termos de crédito“.

Partindo de um estudo publicado este mês pela Comissão Europeia, que afirma que uma intensificação de eventos extremos num cenário padrão de 1,5°C apresentará custos orçamentais anuais adicionais de 4,5% do PIB em Espanha, 2,1% em Portugal, 1,7% em Itália e 1,2% em França, a Moody’s aponta que a seca e os incêndios florestais também terão “consequências importantes” para o turismo destes países, dado o peso deste setor no PIB de cada um (mais de 20% do PIB na Grécia; 18% em Portugal; 15% em Espanha; 13% em Itália; e 9% em França). “Por conseguinte, uma maior exposição aos riscos climáticos físicos é suscetível de contribuir para uma erosão da sua força fiscal e económica“, reitera.

Seca e incêndios com impacto negativo na agricultura e na produção de energia

Estas condições “irão enfraquecer a produção agrícola” a curto prazo, considera a Moody’s, lembrando que a Península Ibérica é a região mais atingida pelos incêndios até à data (Portugal e Espanha contavam com cerca de 180 mil hectares queimados até 16 de julho), enquanto a Itália vive a sua pior seca dos últimos 70 anos.

Embora o setor agrícola represente uma pequena parte do valor acrescentado bruto na maioria dos países (1,85% em França; 2,18% em Itália; 2,54% em Portugal; 3,02% em Espanha; e 4,46% na Grécia a partir de 2021), “o declínio da produção irá exercer uma pressão adicional sobre os preços dos alimentos“, afirma a agência de rating.

Abordando também o impacto da seca na energia, numa altura em que a Europa atravessa uma crise energética desencadeada sobretudo pela invasão russa da Ucrânia, a Moody’s refere que as secas “reduziram a produção hidroelétrica em Portugal, Espanha e Itália em mais de 20%” quando comparado com a média de julho do período entre 2015 e 2021.

Os preços mais elevados da energia e dos alimentos irão exercer mais pressão sobre a inflação e corroer as despesas discricionárias, o que, por sua vez, abrandará o crescimento económico“, argumenta a agência.

Por outro lado, os governos destes cinco países irão incorrer em custos adicionais para extinguir incêndios e replantar árvores, sendo ainda “provável”, segundo a Moody’s, que seja necessário alargar as medidas de apoio aos territórios mais afetados pelos fogos. O Executivo italiano, exemplifica, adotou recentemente um pacote de ajuda humanitária de 36,5 milhões de euros (0,002% do PIB nominal) para ajudar as regiões afetadas pela seca.

Altas temperaturas “suscetíveis” de afetar saúde da população

O aumento das temperaturas é também suscetível de desencadear riscos sociais através dos seus efeitos na saúde humana, avisa também a agência. Aqui, Portugal e Espanha são mais uma vez exemplo: até 19 de julho, os dois países registaram mais de mil mortes relacionadas com o calor.

Ao mesmo tempo, os incêndios florestais constituem “uma das principais causas de poluição atmosférica” em toda a Europa do Sul, apresentando “graves efeitos para a saúde” da população.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h48)

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Probabilidade de EUA evitarem recessão é baixa, diz economista do FMI

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

"O ambiente atual sugere que a possibilidade de os Estados Unidos escaparem da recessão é realmente pequena. (...) É um caminho muito estreito", disse Pierre-Olivier Gourinchas.

A probabilidade de os Estados Unidos evitarem uma recessão nos próximos meses é baixa, afirmou esta terça-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas.

“O ambiente atual sugere que a possibilidade de os Estados Unidos escaparem da recessão é realmente pequena. (…) É um caminho muito estreito“, afirmou numa conferência de imprensa, após a publicação das previsões económicas atualizadas do FMI.

A previsão de crescimento dos Estados Unidos para 2022 foi revista em forte baixa para 2,3%, uma redução de 1,4 pontos percentuais em relação à anterior previsão da instituição publicada em abril.

O FMI reviu em baixa de 0,4 pontos percentuais a previsão de crescimento mundial para 3,2% este ano, devido ao impacto da guerra na Ucrânia, a uma desaceleração mais acentuada na China e a um aperto das condições financeiras.

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100 mil jovens sauditas vão receber formação em turismo

  • Servimedia
  • 26 Julho 2022

O Ministério do Turismo da Arábia Saudita fez uma parceria com escolas de hotelaria espanholas para formar 100 mil jovens sauditas em turismo. A iniciativa visa cumprir os objetivos do "Vision 2030".

O Ministério do Turismo da Arábia Saudita lançou um novo programa em Espanha – o ‘Tourism Trailblazers’ – para formar 100 mil jovens sauditas no ramo do turismo em colaboração com algumas escolas de hotelaria, como a Sommet Education, Les Roches, o Instituto Glion de Ensino Superior e a escola de culinária École Ducasse, noticia a Servimedia.

De acordo com o Ministério do Turismo da Arábia Saudita, através desta colaboração, os participantes deste programa podem desenvolver ainda mais as suas carreiras na indústria do turismo. O primeiro grupo de estudantes sauditas já está no Les Roches Global Hospitality Education, em Marbella.

Durante a sua estadia, os jovens sauditas vão apresentar os fundamentos do negócio e das operações turísticas, desde a compreensão da gestão doméstica até à experiência do cliente, e ainda terão que demonstrar as suas habilidades de vendas e negociação.

Ahmed Al Khateeb, ministro do Turismo da Arábia Saudita, salientou: “o programa ‘Tourism Trailblazers’ demonstra o nosso empenho em capacitar os jovens, proporcionando-lhes as competências, apoio e oportunidades certas para moldar o futuro da indústria do turismo”.

O responsável acrescentou ainda que é “vital investir na juventude para que o seu talento e ambições impulsionem o setor do turismo a nível regional e global” e ainda referiu a importância que esta iniciativa tem para ir de encontro aos ideais do “Vision 2030”, que, entre outros objetivos, pretende criar um milhão de novos empregos no setor do turismo até 2030.

“Esta iniciativa permite-nos, ao mesmo tempo, aproximarmo-nos do ‘Vision 2030’, um projeto único e transformador de reforma económica e social que está a abrir a Arábia Saudita ao mundo“, referiu, por isso, o ministro do Turismo.

O programa baseia-se em três pilares para fazer sobressair o pleno potencial dos jovens que aderiram ao programa. Em primeiro lugar, a iniciativa procura difundir uma cultura de profissionalismo, em segundo lugar, ajudar os novos profissionais a adquirir os conhecimentos e as competências necessárias para entrar no setor, e, em terceiro lugar, apoiar o seu sucesso através da melhoria das suas competências.

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Portugal com pelo menos 919 milhões do REPowerEU mas só depende 0,4% da Rússia

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

O REPowerEU não está adaptado "às necessidades de segurança energética e independência, está antes ligada à população, taxa de desemprego e PIB", indica o tribunal.

Portugal deverá receber pelo menos 919 milhões de euros em subvenções do pacote energético europeu REPowerEU, mas só representa 0,4% das importações de energia da União Europeia (UE) provenientes da Rússia, alerta o Tribunal de Contas Europeu (TCE).

A posição consta de uma opinião divulgada esta terça-feira pelo TCE sobre o plano para a UE ser independente dos combustíveis fósseis da Rússia, no qual o auditor europeu vinca que “a chave de atribuição de subvenções e empréstimos não está diretamente ligada aos objetivos da REPowerEU”, nomeadamente no que toca aos 20 mil milhões de euros a fundo perdido, provenientes do Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia.

Em declarações à Lusa, a membro do TCE responsável pela opinião, Ivana Maletić, observa que “esta chave de atribuição de subvenções está ligada ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência e, portanto, está ligada ao pacote que saiu da crise da covid-19 e não relacionada com a energia ou com esta guerra” da Ucrânia. “Não está adaptada às necessidades de segurança energética e independência, está antes ligada à população, taxa de desemprego e PIB, mas não, por exemplo, à dependência do gás russo”, acrescenta.

No caso de Portugal, Ivana Maletić fala num “exemplo de como esta chave de atribuição pode ser alterada”. Cálculos do TCE enviados à Lusa referem que Portugal deverá arrecadar 4,6% das subvenções da REPowerEU, o equivalente a cerca de 919 milhões de euros com base na fórmula tradicional de atribuição de subvenções do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, estando entre os 10 países que mais recebe.

De acordo com o tribunal, Portugal é responsável por 0,4% das importações de energia da UE provenientes da Rússia. Ivana Maletić salienta à Lusa que, “apesar de Portugal não ser tão dependente do gás proveniente da Rússia, também precisa de muitos investimentos relacionados com a segurança” energética, pelo que as verbas asseguradas, relacionadas com o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia, são “definitivamente pequenas”.

Tribunal de Contas Europeu alerta para “fraquezas” de plano energético da UE

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) alerta que o pacote energético europeu REPowerEU, para a União Europeia (UE) ser independente da Rússia, tem “fraquezas e riscos”, por demorar a ser implementado e depender “da vontade” financeira dos Estados-membros. “Estamos a sublinhar todas estas fraquezas e riscos potenciais porque os objetivos do REPowerEU poderão não ser cumpridos devido a esta abordagem”, afirma à agência Lusa Ivana Maletić, membro do TCE responsável por uma opinião hoje divulgada sobre o plano.

A responsável admite que, pela forma como o REPowerEU está desenhado, a UE possa “não conseguir identificar e implementar rapidamente os seus projetos estratégicos com impacto imediato e máximo na segurança e independência energética”, por estar dependente dos procedimentos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência. “Isso tem uma longa duração e leva tempo”, assinala Ivana Maletić.

“Já vemos medo em toda a Europa sobre o que acontecerá no inverno, por isso seria bom ter uma seleção rápida de projetos estratégicos com o maior impacto na segurança e independência europeias e começar de facto a implementação o mais depressa possível, mas com este procedimento […] só teremos os primeiros capítulos a serem aprovados em meados de 2023 ou mesmo em finais”, acrescenta a responsável, numa altura em que se teme rutura no fornecimento energético russo à Europa.

Da opinião do TCE, divulgada, consta também um alerta sobre o financiamento. “Quando se vê o financiamento total, o que está assegurado são estes 20 mil milhões de euros de subvenções que são provenientes do Sistema de Comércio de Emissões da UE, mas tudo o resto na proposta depende da vontade dos Estados-membros de utilizar realmente outros fundos”, adverte ainda Ivana Maletić.

Em causa está REPowerEU, o plano apresentado pela Comissão Europeia em meados de maio para melhorar a resiliência do sistema energético europeu e tornar a UE independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, no seguimento da guerra da Ucrânia e dos problemas no abastecimento.

Segundo as contas de Bruxelas, este pacote energético implica um investimento adicional de 210 mil milhões de euros até 2027 para a UE se tornar independente da energia russa e cumprir metas ambientais.

A instituição propõe que estas verbas sejam financiadas por várias fontes, num financiamento de quase 275 mil milhões de euros suportado por 20 mil milhões de euros de subvenções através do Sistema de Comércio de Emissões da UE, até cerca de 27 mil milhões de euros de subvenções provenientes de transferências voluntárias dos fundos de coesão, até 7,5 mil milhões de euros de subvenções a partir de transferências voluntárias dos fundos de desenvolvimento rural e até 220 mil milhões de euros dos restantes empréstimos (não solicitados pelos países) no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência.

Porém, o TCE salienta na opinião que “todas estas fontes, exceto as licenças do Sistema de Comércio de Emissões da UE, estão fora do controlo da Comissão, uma vez que dependem da transferência de fundos dos Estados-membros de outras áreas políticas ou da utilização da parte restante dos empréstimos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência”.

“Consequentemente, o financiamento total efetivamente disponível pode ser consideravelmente inferior e não há certeza de que seja suficiente para cobrir as necessidades de investimento estimadas em 210 mil milhões de euros”, adianta o auditor europeu.

Na proposta, a Comissão Europeia defende que o REPowerEU será “compensador”, já que juntamente com o pacote Objetivo 55 – que prevê uma transição ecológica com redução de 55% das emissões poluentes até 2030 –, permitirá à UE poupar 80 mil milhões de euros em despesas de importação de gás, 12 mil milhões de euros em despesas de importação de petróleo e 1,7 mil milhões de euros em despesas de importação de carvão por ano.

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