Agricultura deverá render menos 12% este ano

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Descida de 10,7% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) foi determinante para a quebra do rendimento da atividade agrícola em 2022, segundo o INE.

O rendimento da atividade agrícola deverá decrescer 11,8% em 2022, segundo a estimativa das Contas Económicas da Agricultura para 2022, que aponta mais 30,5% de exportações de produtos agrícolas entre janeiro e outubro, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de estatística (INE).

“Prevê-se que o rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano, registe um decréscimo acentuado (-11,8%), situação que não ocorria desde 2011”, destaca o INE, na publicação hoje divulgada.

Para esta queda foi determinante o decréscimo de 10,7% do Valor Acrescentado Bruto (VAB), diz o instituto, lembrando que durante este ano persistiu, e até agravou, o diferencial positivo de crescimento entre os preços de produtos de consumo intermédio e os preços da produção.

O INE destaca que, por um lado, a atividade agrícola enfrentou dificuldades excecionais ao nível climático, registando o ano mais quente desde 1931, e por outro, em consequência do contexto internacional de guerra na Ucrânia, registaram-se “aumentos pronunciados” dos preços, especialmente os cereais, energia e outros produtos utilizados na atividade agrícola.

As exportações de produtos agrícolas, entre janeiro e outubro deste ano, aumentaram 30,5% face ao período homólogo anterior, enquanto as exportações totais de bens aumentaram 25,2%. No mesmo período, as importações de produtos agrícolas aumentaram 32,2%, um acréscimo menos intenso do que o das importações totais de bens, 35,7%.

Quanto à produção agrícola, os dados do INE estimam que a produção de cereais diminua 12,9% em volume, destacando o decréscimo de 43,5% na cevada, e uma redução da produção de arroz de cerca de 15%.

Para os vegetais e produtos hortícolas, o instituto prevê uma diminuição de 4,2% da produção em volume, refletindo um aumento de 2,5% das plantas e flores e uma diminuição de 8,2% dos hortícolas frescos, destacando ainda o decréscimo de 15% no tomate para indústria.

O INE diz ainda que a área contratada entre os produtores e a indústria transformadora decresceu 4,5%, face à campanha anterior, e estima que o preço no produtor tenha aumentado 28,6%.

“No computo geral, os vegetais e produtos hortícolas apresentaram um acréscimo de preços de 14,2%”, informa, estimando que a produção de batata tenha decrescido 17,3% em volume, comparativamente a 2021, em consequência das altas temperaturas, que causaram uma quebra da produtividade. O instituto destaca ainda que os preços deverão ter aumentado 40,2%, refletindo a redução da produção e o aumento dos custos de produção.

No que respeita aos frutos, as estimativas apontam para um decréscimo de 6,6% em volume, principalmente devido à menor produção de maçã (-20%), pera (-45%) e pêssego (-20%), fruto que registou uma das piores campanhas dos últimos anos.

No sentido oposto, o INE estima uma produção de cereja próxima da alcançada na campanha anterior, a mais produtiva dos últimos 49 anos.

Contrariamente à generalidade da produção vegetal, os preços dos frutos deverão diminuir 2,1%.

Em relação ao vinho, as altas temperaturas e a falta de humidade em fases decisivas do ciclo vegetativo da vinha, prejudicaram a produção de uvas, que terá diminuído 15% em volume. No entanto, o INE antevê “vinhos bem estruturados, equilibrados” em álcool, acidez, açúcares e taninos.

As estimativas para a produção de azeite este ano (abrangendo parte das campanhas 2020/2021 e 2021/2022) apontam para um decréscimo em volume de 9,1%, em consequência da diminuição da produção de azeitona da campanha em curso (2021/2022). “Note-se que na campanha anterior foi atingida a produtividade mais elevada dos últimos 30 anos”, destaca o instituto.

O INE adianta ainda que, em resultado da seca extrema, o olival tradicional, apesar de ser uma cultura predominantemente de sequeiro, revelou dificuldades no desenvolvimento dos frutos, originando a queda prematura da azeitona. Já nos olivais intensivos, a colheita indicia quebras de produção menos acentuadas, segundo o INE.

Também a produção animal deverá registar um decréscimo em volume de 0,1% e um aumento dos preços de base de 23%, resultando num acréscimo nominal de 22,8%, para o qual contribuem fundamentalmente os bovinos (+15,4%), os suínos (+22,4%), os ovinos e caprinos (+9,8%), as aves (+29,4%) o leite (+22,5%) e os ovos (+66,3 %).

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Taxas Euribor caem a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Esta quinta-feira, a Euribor a seis meses caiu para 2,493%, enquanto nos prazos a três e 12 meses desceu, respetivamente, para 2,062% e 2,867%.

As taxas Euribor desceram esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses face a quarta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, baixou esta quinta-feira para 2,493%, menos 0,026 pontos e contra 2,527% em 12 de dezembro, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também recuou hoje, ao ser fixada em 2,062%, menos 0,19 pontos e contra um novo máximo desde fevereiro de 2009, de 2,081%, verificado em 14 de dezembro. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.
  • No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor caiu esta quinta-feira, ao ser fixada em 2,867%, menos 0,004 pontos do que na quarta-feira, contra 2,892% em 28 e 29 de novembro, um máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Banco de Inglaterra sobe taxa de juro em 50 pontos base

Banco central inglês segue a Fed e anunciou esta quinta-feira uma subida de 50 pontos base da taxa de juro da libra para 3,5%, ficando dentro das expectativas dos analistas.

O Banco de Inglaterra decidiu seguir a Reserva Federal norte-americana (Fed) e anunciou esta quinta-feira uma subida de 50 pontos base da taxa de juro da libra para 3,5%, ficando dentro das expectativas dos analistas.

O Banco de Inglaterra revela que seis dos nove membros do Comité de Política Monetária votaram a favor de uma subida de 50 pontos base, com o intuito de trazer de volta a inflação para o nível de 2% e sustentar o crescimento e o emprego na economia britânica.

Dois membros preferiram manter a taxa de juro em 3%, e um membro preferiu aumentar a taxa em 0,75 pontos percentuais, para 3,75%.

A entidade monetária liderada por Andrew Bailey sustenta a sua decisão referindo que a taxa de inflação dos últimos 12 meses terminados em novembro figurou nos 10,7%, depois de em outubro ter atingido 11,1%.

Além disso, revela ainda que “as pressões internas sobre os salários e os preços são elevadas” e que as expectativas do Banco de Inglaterra apontam agora para um decréscimo de 0,1% do PIB do Reino Unido no quarto trimestre deste ano, 0,2 pontos percentuais mais elevado do que no relatório de novembro.

No entanto, o comunicado da autoridade monetária refere que “o consumo das famílias continua fraco e a maioria dos indicadores do mercado imobiliário continuou a abrandar.”

A equipa de Bailey revela ainda que “embora a procura de mão-de-obra tenha começado a diminuir, o mercado de trabalho continua estreito”, destacando que a taxa de desemprego subiu ligeiramente para 3,7% no período de três meses até outubro.

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Hotelaria espera taxa de ocupação de 82% para o Réveillon. Preço por noite está nos 167 euros

Preços estão iguais ou superiores aos praticados em 2019. Espanhóis, britânicos e franceses são as principais nacionalidades que escolhem Portugal para entrar em 2023.

O setor hoteleiro nacional está com uma taxa de ocupação de 61% para a passagem de ano, mas espera que chegue aos 82% nos próximos dias, de acordo com um inquérito feita pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

A esmagadora maioria dos players considera que as reservas para este ano são iguais ou até mesmo superiores às registadas em 2019. O preço médio de um quarto de hotel está nos 167 euros por noite e os cidadãos espanhóis e britânicos são os que mais rumam a Portugal para entrar em 2023.

Os dados resultam de um inquérito feito pela AHP entre os dias 2 e 12 de dezembro, apresentado esta quinta-feira à imprensa. Na totalidade, 56% dos inquiridos consideram que os preços para a Passagem de Ano serão superiores aos praticados em 2019.

Para o Natal, as reservas estão atualmente nos 42%, mas as expectativas apontam para os 59%. “Ainda há muito por encher”, diz Cristina Siza Vieira. Apesar disso, a esmagadora maioria dos players considera que as reservas de 2021 serão superadas.

O preço médio por noite está nos 120 euros, com destaque para Lisboa e para o Alentejo, que praticam os preços mais elevados — 166 euros e 142 euros, respetivamente. Para além dos residentes, Espanha, França e Reino Unido serão os principais mercados.

Cristina Siza Vieira nota que o Natal e a Passagem de Ano são sempre períodos “um bocado difíceis” e “um pouco delicados”. Assim, a falta de trabalhadores vai continuar a ser notória e que a solução passa por “fazer o melhor possível”. “É sempre necessário algum reforço [de pessoal]. Fácil não vai ser, vai haver muitas horas extraordinárias a serem praticadas“, notou a responsável.

(Notícia atualizada às 12h44 com mais informação)

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O choque com a realidade e o futuro da indústria

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  • 15 Dezembro 2022

Embora nem todos os responsáveis tenham a coragem de enfrentar a realidade, nunca como agora se colocaram tantos desafios económicos e sociais às famílias e às empresas portuguesas.

O choque com a realidade é incontornável. As famílias e as empresas estão hoje a enfrentar uma situação silenciosa que é absolutamente assustadora e incontornavelmente dolorosa: a falta de liquidez, a inflação galopante, o aumento exponencial dos preços e das matérias-primas, incluindo de bens de primeira necessidade, a dificuldade no acesso ao financiamento, são alguns desses exemplos.

O País empobrece, as famílias veem o seu orçamento familiar minguar e não ser suficiente para as suas despesas básicas. A poupança cedeu o seu lugar à sobrevivência e o caminho das empresas não é mais suave. Dia após dia, mês após mês, ano após ano são obrigadas a reinventar-se.

É verdade que os últimos anos, concretamente a partir de 2019, não têm sido simpáticos para a economia global e particularmente para a nacional. Uma pandemia seguida de uma guerra são fatores bastantes para abalar qualquer economia e consequentemente as finanças das famílias e das empresas. Porém, não podem é servir de desculpa para falta de visão. Ou para aceitarmos falta de coragem confundindo-a com prudência e cautela. Não se procede a reformas estruturais e essenciais por força da ideia que o pior ainda está para vir. Até podia ser verdade, não tivesse este argumento mais de 2 décadas. E se não se fazem reformas estruturais com uma maioria absoluta então qual será o momento adequado para as fazer ?

Se o Governo não perceber isso com rapidez uma parte significativa da nossa indústria, especialmente a Norte, não aguentará o impacto destes efeitos devastadores na sua atividade. Arrisco-me mesmo a dizer que se nada for feito de estruturante e transversal, parte significativa da nossa indústria desaparecerá. Pelo menos, tal como a conhecemos hoje. Se é verdade que é difícil ter uma visão de longo prazo que permita recriar o hub industrial de bandeira portuguesa, é igualmente verdade que já nos seria suficiente, pelo menos por agora, se o Governo procurasse ajudar as empresas industriais existentes.

A situação é alarmante e não permite adiamentos.

Os mais recentes dados divulgados pelo Banco de Portugal registaram um abrandamento da atividade económica e do consumo privado em setembro. Recorde-se que estes indicadores estão em queda desde o verão. Por um lado, a subida sucessiva da inflação e das taxas de juro traduzem essa desaceleração e, por outro lado, verifica-se uma quebra generalizada da confiança, quer dos consumidores, quer do setor empresarial, com forte impacto na economia.

E se olharmos para as medidas implementadas para responder à crise económica provocada pela pandemia, então, a auditoria do Tribunal de Contas é esclarecedora quando assinala a insuficiência da execução financeira das medidas (84% do previsto), sendo que apenas sete apresentaram meta definida e só uma a atingiu. Em suma, as conclusões do Tribunal de Contas são preocupantes, sobretudo porque sinalizam a falta de transparência e ineficácia das medidas desenhadas pelo Governo. Significa isto que, uma vez mais, as medidas foram decididas em cima do joelho, sem qualquer rigor ou plano, e, como sempre, não chegaram a quem realmente sofreu os efeitos reais da crise, ou seja, as famílias e as empresas.

O cenário para 2023 não se afigura melhor. Há poucos dias o próprio Ministro das Finanças veio a público sinalizar o abrandamento da atividade económica. A proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2023 não entusiasma e mais não apresenta do que medidas pontuais, com efeito reduzido e sobretudo com pouco impacto na economia e no rendimento das famílias.

O Governo podia, e devia, ter ido mais longe. Podia, querendo, desde logo, promover uma alteração drástica no que respeita ao número de escalões existente em sede de IRS para que, de facto, trabalhar compense. Podia também aplicar a taxa zero sobre os bens alimentares essenciais para mitigar o efeito da inflação junto das famílias. Podia ter ido mais além na proposta de redução de IRC, procurando beneficiar, dessa forma, as empresas numa conjuntura particularmente aflitiva de aumento de custos, de matérias-primas, eletricidade, combustíveis, etc…. E podia também ter dado um sinal claro de aposta na tecnologia, assegurando que as empresas Portuguesas não ficam para trás no que respeita a competitividade, sobretudo internacional.

A realidade crua e nua diz-nos que a tempestade perfeita está aí à porta e que as dificuldades de sobrevivência de parte significativa da nossa indústria estão também aí.

As linhas de apoio Covid criadas no tempo da pandemia começam a ter os seus períodos de carência no fim, coincidindo no tempo com o aumento estapafúrdio dos custos de produção e de eletricidade. Em alguns casos são conhecidos aumentos dos custos de eletricidade para o dobro, para o triplo e até para o quádruplo.

As linhas de acesso a financiamentos continuam demasiado restritivas, quase de impossível cumprimento, e o acesso ao financiamento é cada vez mais limitado aos de sempre.

Para se perceber esse choque com a realidade bastaria visitar algumas dessas empresas industriais e que por estes meses se debatem entre sobreviver, mantendo postos de trabalhos, pagar faturas de eletricidade, aplicar lay-off’s temporários ou mesmo encerrar áreas de atividade.

Essa é a realidade que os nossos empresários estão a viver por estes dias. O impacto social e laboral do que aí vem é difícil de prever e se nada for feito com rapidez a situação será ainda mais delicada.

É por isso importante perceber que cada dia conta para a maioria das indústrias em Portugal, em especial aquelas que estão muito expostas a mercados externos e de produtos altamente penalizados com a atual conjuntura mundial, como sejam o têxtil, calçado e sector metalúrgico.

A realidade económica que os analistas e os governantes perspetivam para um futuro mais ou menos próximo, é já uma difícil e triste realidade para essas empresas portuguesas, que estão hoje mesmo confrontadas com uma redução e em alguns casos total diminuição da atividade por força de quebra abruta das encomendas de clientes externos.

Vive-se hoje um cenário de despedimentos diários (que em breve estarão refletidos nos números do desemprego), de encerramento de unidades industriais (que em breve se refletirão inevitavelmente no aumento dos processos de PERs e insolvências) e de desinvestimento total das empresas (que em breve terá um efeito dominó e devastador sobre toda a sociedade ao nível da atividade económica ).

É chegado o momento dos nossos governantes atuarem de forma disruptiva e contrária à que tem sido pratica corrente da governação dos últimos anos, que é tentar encontrar soluções tardias e muitas vezes desadequadas (como por exemplo colocar o ónus da decisão do apoio às empresas em dificuldades na banca tradicional, quando todos estão conscientes de que a banca tradicional é avessa ao risco e procura sempre a maximização dos seus lucros e não tem, por regra, uma preocupação social ou de apoio ao tecido empresarial per si) e sem um contexto bem delineado e focado numa estratégia global concertada.

Para isso terão hoje mesmo de implementar medidas de apoio às empresas economicamente viáveis, cuja decisão passe por organismos competentes mas independentes de centros de decisão antagónicos com o propósito de tais linhas, apoios estes que terão de chegar às empresas em tempo útil.

Este é o momento em que o tecido empresarial mais necessita de um apoio governamental, não só ao nível de instrumentos financeiros, mas também e fundamentalmente de enquadramento e desenvolvimento estratégico.

Bastaria que o nosso responsável governativo máximo pela Economia em vez de se entreter a ser enxovalhado por um grupo pseudo-ambiental ligado ao Bloco de Esquerda, se pusesse a caminho do Norte e organizasse umas visitas a algumas dessas empresas de Fafe, Guimarães, Barcelos, Braga, Felgueiras ou mesmo a zonas industriais como as da Maia, Santa Maria Feira e S. João da Madeira. E tantas outras.

Bastaria que saíssem do Terreiro do Paço e que se pusessem a caminho desse País que trabalha todos os dias para perceber as dificuldades reais e adotar as medidas e incentivos necessários à realidade.

 

Filipe Lobo d’Avila

Advogado

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Metsola diz aos líderes da UE que conduzirá reforma profunda contra corrupção

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, garantiu aos chefes de Estado e de Governo da UE que liderará um “processo de reforma forte” na instituição, após o escândalo de corrupção.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, garantiu esta quinta-feira aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia que liderará um “processo de reforma forte” na instituição que lidera, na sequência do escândalo de corrupção que atingiu a assembleia.

Como é tradicional, a presidente do Parlamento Europeu dirigiu-se aos líderes dos 27 antes de estes iniciarem mais um Conselho Europeu, em Bruxelas, tendo iniciado a sua intervenção abordando precisamente a “semana difícil” vivida, à luz da investigação policial que levou à detenção de membros da assembleia, entre as quais uma vice-presidente, a deputada grega Eva Kaili, por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões políticas do parlamento.

“Posso dizer-lhes que as informações que recebemos das autoridades belgas indicam que existem sérias suspeitas de pessoas ligadas a governos autocráticos que praticam um tráfico de influência de uma forma que suspeitamos ter a intenção de subjugar os nossos processos”, apontou a dirigente maltesa.

Metsola apontou que os serviços do Parlamento Europeu trabalharam em sincronia com as autoridades belgas e regozijou-se por, no seu entender, ter sido impedida a intenção de “subverter os processos” democráticos da assembleia, assinalando que “os suspeitos foram detidos, interrogados e acusados, como não poderia deixar de ser”.

“Mas devo também dizer que, embora possamos sempre procurar reforçar a dissuasão e a transparência, e eu vou liderar um forte processo de reforma, haverá sempre alguns para quem um saco de dinheiro vale sempre o risco. É essencial que estas pessoas compreendam que vão ser apanhadas. Que haverá consequências. Que os nossos serviços funcionarão e que enfrentarão toda a extensão da lei”, concluiu Roberta Metsola.

À chegada à sede do Conselho, a dirigente maltesa já adiantara que a sua principal mensagem aos líderes dos 27 seria a de garantir que “não vai haver impunidade” e a justiça será aplicada, até para que todos os atores estrangeiros com objetivos maliciosos saibam que “o Parlamento Europeu não está à venda“.

Na passada segunda-feira, ao abrir a sessão plenária do Parlamento que ainda decorre em Estrasburgo, França, Metsola já havia assumido a sua “fúria, raiva e tristeza” com o caso de corrupção que envolve membros da assembleia e anunciou uma reforma interna a nível de transparência, com uma séria de medidas tais como uma investigação interna e uma reforma do acesso dos grupos de pressão (lóbis) às instalações parlamentares, assim como a proteção de denunciantes de atos criminosos.

No mesmo dia, o Parlamento Europeu destituiu do cargo a vice-presidente Eva Kaili, detida pela polícia belga por alegado envolvimento num escândalo de corrupção. A decisão que a eurodeputada socialista grega não pode exercer o cargo foi aprovada por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o hemiciclo.

A votação foi realizada ao abrigo do artigo 21.º das regras de procedimento do PE, na sequência de investigações que as autoridades belgas estão a realizar no âmbito de suspeitas de corrupção que envolvem a eurodeputada helénica, entre outros suspeitos.

Eva Kaili, que já tinha sido suspensa e posteriormente expulsa do grupo parlamentar dos Socialistas e Democratas (S&D), encontra-se detida na Bélgica por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à realização da edição de 2022 do Mundial de futebol naquele país.

O seu companheiro, Francesco Giorgi, também permanece detido, depois de ter comparecido perante um tribunal de Bruxelas, juntamente com o ex-deputado socialista italiano Antonio Panzeri.

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Medina cria condições para apoiar tesouraria de entidades públicas

O ministro das Finanças aprovou a constituição de Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo para que várias entidades públicas não transitem dívidas que vencem em 2022 para o próximo ano.

O setor da administração central e da segurança social vão ver alargadas as suas opções de financiamento de muito curto prazo, para conseguirem dar resposta às responsabilidades financeiras que têm por cumprir até 2 de janeiro do próximo ano.

De acordo com um despacho do ministro das Finanças, publicado esta quinta-feira em Diário da República, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tem até 30 de dezembro a competência para “excecionalmente, determinar e executar a aplicação em CEDIC [Certificados de Dívida de Curto Prazo] de disponibilidades de tesouraria das entidades da administração central e da segurança social, com maturidade máxima a 2 de janeiro de 2023”

Os CEDIC foram introduzidos em 2017 com o intuito de proporcionar às empresas um meio de financiamento de curto prazo alternativo ao crédito bancário.

A decisão de Fernando Medina prende-se, segundo o despacho do ministro, por o Governo antecipar que, caso nada fosse feito, parte significativa das atuais disponibilidades financeiras de várias entidades do setor público administrativo transitasse para o próximo ano.

O despacho assinado pelo governante não determina valor máximo para a emissão dos CEDIC. Apenas que cabe ao IGCP “determinar as entidades e os montantes das disponibilidades de tesouraria aplicados em CEDIC”, até ao limite do montante necessário para cobrir as necessidades de financiamento do ano.

Medina autoriza também que “até 30 de dezembro de 2022, exclusivamente para a constituição de CEDIC, as alterações orçamentais, excluindo as que sejam financiadas por receitas gerais de impostos, a realizar aos orçamentos das entidades que decorram de CEDIC constituídos exclusivamente para os efeitos e no estrito cumprimento dos limites referidos no número anterior”, lê-se no despacho.

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Portuguesa myMentor quer ajudar 120 mil portugueses com as suas carreiras

A plataforma portuguesa é gratuita e vai, a partir desta quinta-feira, disponibilizar conteúdos e ferramentas para o desenvolvimento de competências de empregabilidade e gestão de carreira.

Vem aí uma nova plataforma destinada a quem pretende aceder ao mercado de trabalho, nomeadamente desempregados e pessoas com trabalho precário e baixas qualificações, bem como a quem queira evoluir ou mudar o rumo da sua carreira. A myMentor é de utilização gratuita e vai, a partir desta quinta-feira, disponibilizar conteúdos e ferramentas para o desenvolvimento de competências de empregabilidade e gestão de carreira. A curto prazo, a plataforma pretende chegar a 120 mil portugueses.

“Em termos de projeção, gostaríamos de, no curto prazo, chegar a 20% das pessoas com baixas qualificações, ou seja, 60 mil pessoas. Adicionalmente, a plataforma poderá ser uma ferramenta interessante para todas a população desempregada. Gostaríamos de ter capacidade de atingir também 20% desta população, que resultaria em mais 60 mil pessoas. Em resumo, a plataforma myMentor tem potencial para alcançar, a curto prazo, 120 mil portugueses”, avança Inês Menezes, fundadora da myMentor e presidente da Associação Better Future, em declarações à Pessoas.

A plataforma nasce para dar resposta ao problema da falta de qualificação dos portugueses, relativamente às atuais necessidades do mercado de trabalho, cada vez mais instável e imprevisível. “Cerca de 300.000 portugueses com baixas qualificações, ou sem qualificações, estão em risco de perderem os seus empregos nos próximos anos, em consequência das mudanças tecnológicas, demográficas e outras. Sabemos que vão desaparecer uma série de profissões e surgir outras tantas, até 2030. Mais de um milhão de postos de trabalho podem estar em risco de desaparecer, ao mesmo tempo que serão criados milhares de novos empregos. Este contexto obriga a que se encare esta nova realidade com pragmatismo e se procurem soluções que ajudem os portugueses a adquirir novas competências, a par das necessidades do mercado — ou a mudar de ocupação”, justifica.

Mais de um milhão de postos de trabalho podem estar em risco de desaparecer, ao mesmo tempo que serão criados milhares de novos empregos. Este contexto obriga a que se encare esta nova realidade com pragmatismo e se procurem soluções que ajudem os portugueses a adquirir novas competências, a par das necessidades do mercado – ou a mudar de ocupação.

Inês Menezes

Fundadora da myMentor e presidente da Associação Better Future

“Acreditamos que a maioria das pessoas poderá sentir necessidade de apoio para gerir a sua carreira, isto é, identificar as suas competências e interesses e tomar decisões significativas, seja em relação à educação, formação e ao próprio trabalho. Por outro lado, a generalidade dos serviços de apoio/orientação está disponível num número restrito de locais e em formatos essencialmente presenciais, restringindo, assim, o acesso a este tipo de serviço”, acrescenta a responsável.

Profissões, e competências, formação e mercado de trabalho

Desenvolvida pela Better Future, a plataforma, lançada hoje, está assente em quatro pilares: profissões, competências, formação e mercado de trabalho. A partir desta estrutura, a myMentor auxilia na pesquisa de emprego, na preparação para o mercado de trabalho, atualização de competências e mudança de carreira.

“Uma das funcionalidades que se destaca pela sua utilidade e pelo seu caráter inovador é a informação diariamente atualizada sobre as profissões com mais ofertas de emprego em Portugal (…) através da análise da informação de várias plataformas de emprego online, em tempo real, e com a apresentação das oportunidades de emprego disponíveis, organizadas por profissão, localidade e data de publicação”, detalha a Better Future.

A plataforma é também útil para que, quem a consulta, adquira um maior autoconhecimento, através de questionários dirigidos, que lhe permitirão fazer uma avaliação de competências profissionais — o utilizador consegue elencar as competências profissionais desenvolvidas, as que necessitam de ser desenvolvidas, e explorar formações para adquirir as competências em falta — competências transversais e competências digitais. Existe ainda uma área que permite ao utilizador avaliar o seu perfil e skills para seguir um caminho de empreendedorismo.

A myMentor disponibiliza a descrição de cerca de 3.000 profissões, incluindo as respetivas competências e conhecimentos associados, informação detalhada sobre mais de 10.000 competências e uma base de dados com mais de 10.000 cursos associados a competências, selecionados a partir de várias entidades formadoras e plataformas de cursos online.

A associação entre cursos e competências permite indicar quais as formações mais apropriadas para o desenvolvimento de determinadas competências. “Este é um dos aspetos mais inovadores da plataforma, e permite ajudar a população portuguesa a encontrar formação adequada ao desenvolvimento de competências em falta (isto é, diminuir o gap entre competências da população e necessidades das empresas/mercado de trabalho)”, refere.

A myMentor é uma plataforma totalmente portuguesa, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Santander e da Câmara Municipal de Cascais, desenvolve-se ao abrigo do Portugal Inovação Social, e conta com a parceria do Instituto de Emprego Formação Profissional e da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional. Será apresentada esta quinta-feira, às 16h00, num evento, aberto ao público, que terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian e conta com vários intervenientes em painéis de discussão temáticos como António Leite, secretário de Estado da Educação, Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho e Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

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Portugal tem uma dependência crónica do Turismo e Imobiliário, diz guia de investimento Why Portugal

A Macedo Vitorino lançou uma nova edição do guia de investimento Why Portugal. Este relatório orienta investidores estrangeiros que queiram investir em Portugal.

A Macedo Vitorino lançou uma nova edição do guia de investimento Why Portugal. Este relatório anual contém informações sobre temas fundamentais a ter em conta pelos investidores estrangeiros que considerem investir em Portugal, nomeadamente sobre a criação e organização de empresas, regulação do trabalho, direito fiscal, proteção da propriedade intelectual, investimento imobiliário e o sistema judicial.

“A edição de 2023, começa por realçar que Portugal já superou o impacto económico da pandemia, mas enfrenta as pressões inflacionistas provocadas provocada pelas perturbações nos canais de distribuição, pela pressão dos custos laborais, pelo excesso de liquidez que resultou dos apoios públicos durante a pandemia e pela guerra na Ucrânia”, refere o escritório em comunicado.

O relatório sublinha ainda que os investidores continuam a mostrar-se “confiantes” nos investimentos de longo prazo, nomeadamente energia, turismo e imobiliário, apesar das “perspetivas pouco otimistas para a economia europeia e portuguesa em 2023”. “O PRR melhora também as perspetivas para 2023″, acrescentam.

O relatório Why Portugal destaca como fatores de atração do investimento a segurança, a baixa conflitualidade social e a natureza inclusiva e aberta da sociedade portuguesa, com baixos níveis de racismo, tensões religiosas e preconceitos sexuais, o que “contrasta com a agitação social vivida em muitos outros países desenvolvidos nos últimos anos”.

O relatório Why Portugal reflete a realidade de um país ainda marcado pela pandemia e por uma dependência já crónica do turismo e do imobiliário. O PRR promete investimentos significativas, principalmente na administração pública e no setor público. Esperemos que se concretizem e tragam melhorias ao funcionamento da administração e da justiça” sublinhou António de Macedo Vitorino, sócio responsável pelo projeto.

A Macedo Vitorino publica anualmente o relatório Why Portugal, disponível online desde 2018, numa plataforma que contem informação jurídica e económica, nomeadamente: legislação, formulários oficiais, relatórios internacionais e nacionais. Pode consultar a edição deste ano aqui.

Continuamos pessimistas quanto à capacidade de Portugal ultrapassar os seus défices crónicos na regulação, justiça e administração. Mas acreditamos e fazemos o nosso melhor para promover o investimento estrangeiro em Portugal e oferecer ferramentas inovadoras e uteis para os investidores. O relatório Why Portugal faz parte desse esforço” acrescentou António Vitorino.

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Oeiras estima prejuízos de pelo menos cinco milhões com as cheias

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2022

Câmara de Oeiras prevê que as cheias da semana passada, na noite de 7 para 8 de dezembro, e as desta terça-feira, tenham provocado estragos no valor de pelo menos cinco milhões de euros.

As fortes chuvas registadas desde a semana passada em Oeiras provocaram prejuízos de pelo menos cinco milhões de euros no concelho, disse esta quinta-feira o presidente do município, num balanço provisório.

A estimativa foi indicada por Isaltino Morais em declarações aos jornalistas durante uma visita da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a locais afetados pelo mau tempo no concelho, no distrito de Lisboa.

A verba refere-se aos estragos provocados na semana passada, na noite de 7 para 8 de dezembro, e na terça-feira (dia 13). Isaltino Morais espera que os primeiros apoios possam começar a ser entregues no “início de janeiro”.

Um primeiro relatório preliminar após a precipitação registada na semana passada tinha contabilizado 3,6 milhões de euros de prejuízo no comércio local, o que levou a autarquia a anunciar um fundo de apoio de 1,5 milhões de euros.

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Navigator sobe prémio de desempenho e antecipa, em média, 1.633 euros ainda este mês

Papeleira decidiu aumentar para até 4,5 salários o prémio de desempenho e vai antecipar o pagamento de um desses ordenados extra ainda este mês de dezembro, no valor médio de 1.633 euros.

A Navigator decidiu aumentar o prémio de desempenho para 3,5 a 4,5 salários no próximo ano e antecipou já para este mês o pagamento de um dos ordenados relativos a este benefício, um valor que pode atingir, em média, 1.633 euros. Em janeiro, os trabalhadores vão ainda receber o montante em falta do prémio de produtividade criado em 2022. A Navigator tem 3.200 colaboradores.

“Num ano particularmente desafiante, esta é a maior atribuição de prémios da história da Navigator em termos de compensação total por desempenho e produtividade. As medidas anunciadas vêm reconhecer a entrega e o compromisso das ‘pessoas que fazem a Empresa’ na obtenção dos bons resultados de 2022″, justifica a empresa em comunicado.

“Todos os colaboradores, técnicos operacionais, quadros médios e quadros superiores, poderão auferir em 2022 um total de 18,5 salários, um aumento substancial em comparação com os 15,9 salários pagos, em média, nos últimos cinco anos”, reforça a companhia.

O prémio de desempenho vai ser majorado para uma média de 3,5 a 4,5 salários, sendo feito adiantamento, já para dezembro, de um dos salários mensais deste prémio. Valor que, por norma, é atribuído após aprovação das contas da empresa.

A este benefício acresce o prémio de produtividade, medida avançada este ano pela Navigator e que representa o pagamento de mais um salário aos trabalhadores. “Aplicadas as regras de cálculo deste incentivo já beneficiaram 87% dos colaboradores, dos quais 70% já asseguraram 2/3 do montante global anual. Em janeiro de 2023, será apurada a percentagem de colaboradores que receberá 1/3 do valor em falta”, informa a Navigator.

Nos últimos dez anos, a empresa já distribuiu mais de 96 milhões de euros em prémios.

Com mais de 3.200 colaboradores, a Navigator atribui ainda um “conjunto de benefícios no valor de 1,11 salários, que representa um investimento médio anual de 1.815 euros por pessoa e um investimento anual de cerca de seis milhões de euros por parte da empresa”.

Seguro de Saúde, que abrange tanto os trabalhadores como os agregados familiares; Seguro de Vida, que inclui cobertura de morte e invalidez total e permanente; complemento de doença adicional ao subsídio concedido pela Segurança Social e Fundo de Pensões; Apoio à Família, que, no ano passado, abrangeu mais de 1.500 colaboradores e que se materializa através de subsídios para infantários; subsídios de apoio escolar e subsídios para filhos com necessidades especiais e Bolsas de Estudo, são alguns dos benefícios que fazem parte deste pacote.

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Poder de compra em Portugal afastou-se da média europeia em 2021. É o 16.º entre os países do euro

O Produto Interno Bruto "per capita" de Portugal, expresso em Paridades de Poder de Compra, recuou face à média europeia em 2021, para 75,1% da média europeia, revelou o INE.

O Produto Interno Bruto per capita (PIBpc) de Portugal, expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC), recuou face à média europeia em 2021, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Foi 75,1% da média da União Europeia (UE), o que representa uma queda face a 2020, quando tinha atingido os 76,2%.

Tendo em conta os valores apurados, “Portugal ocupava, assim, a 16.ª posição entre os 19 países da Zona Euro e a 20.ª da UE” no ano passado, nota o gabinete de estatísticas.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O impacto da pandemia no turismo foi um dos fatores a afetar o desempenho de Portugal, sendo que “com exceção da Croácia, os países cujas atividades relacionadas com o turismo tinham um peso mais expressivo em 2019 foram dos que apresentaram menor recuperação do PIBpc, medido em PPC, em 2021 face a 2019 (ano anterior à pandemia)”. Portugal foi o segundo país mais penalizado.

Apesar de se afastar da média europeia, em termos nominais, o PIB per capita de Portugal aumentou 7,1% em 2021, sendo que tanto o PIB como a população regressaram a níveis nominais equivalentes aos de 2019, período pré-pandemia.

O INE disponibilizou também dados da Despesa de Consumo Individual per capita, que “constitui um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias”, e que se fixou em 83,6% da média da UE, também inferior ao observado ano anterior (83,9%). Neste indicador, o país fica na 14.ª posição na Zona Euro e a 19.ª na UE.

Fazendo a comparação com os restantes países europeus, há uma “elevada dispersão do indicador de volume do PIBpc medido em PPC nos 27 Estados-Membros da UE”. O Luxemburgo (268,5) tem o índice mais elevado, correspondendo a mais de duas vezes e meia a média da UE27, sendo também quase cinco vezes superior ao da Bulgária (57,5), o país da UE com o valor mais baixo.

Alguns países registaram decréscimos neste indicador, como a Alemanha (-3,0 p.p.), Eslováquia (-2,4 p.p.) e Áustria (-2,2 p.p.), enquanto noutros se verificaram aumentos significativos dos índices de volume do PIBpc, como a Noruega (25,2 p.p), Irlanda (13,4 p.p.), e Luxemburgo (7,0 p.p.).

(Notícia atualizada às 10h45)

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