Aforradores voltam a contar com prémio nos certificados 15 meses depois
Tem Certificados do Tesouro? O ano novo traz boas notícias para si. Regressam os prémios destes produtos do Estado à boleia do crescimento da economia. Abril promete bónus ainda maiores.
Tem dinheiro aplicado nos antigos Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) ou Certificados de Tesouro Poupança Mais (CTPM)? Então, o novo ano traz uma boa notícia para o seu bolso. Estes produtos de poupança do Estado voltam a dar um prémio aos aforradores já neste mês de janeiro, à boleia da recuperação da economia no ano passado. É o regresso do bónus 15 meses depois ter sido completamente liquidado pela crise pandémica. Outra boa notícia: à medida que o impacto da pandemia vai ficando para trás, as famílias poderão contar com prémios bem mais generosos a partir de abril.
A novidade foi dada pela própria agência que gere a dívida pública, o IGCP, liderada por Cristina Casalinho, no penúltimo dia do ano passado. Enquanto os CTPC já dão direito a um bónus de 0,78% neste mês, os “mais velhinhos” CTPM conferem uma bonificação extra de 1,56%. Este prémio, que está ligado ao andamento da economia, vai manter-se em fevereiro e março e será revisto em forte alta em abril, já com novos dados do PIB, que vem recuperando nos últimos meses e prometem deixar para trás o choque pandémico.
O último mês em que estes certificados pagaram prémios foi em setembro de 2020, já lá vão cinco trimestres. Desde então os aforradores têm atravessado um autêntico “deserto”, por causa da contração histórica do PIB nacional. Quem manteve os títulos durante este período será agora recompensado.
Certificados voltam a pagar prémios 15 meses depois
Fonte: IGCP
Bónus vai disparar nos CTPM e atingir limite nos CTPC
O bónus dos Certificados do Tesouro é calculado com a média de crescimento dos últimos quatro trimestres em termos homólogos. Ou seja, ainda não “esqueceu” totalmente a pandemia, pois ainda contabiliza as quebras de 6,8% e 5,7% do PIB verificadas no quatro trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, respetivamente.
Ainda assim, quando esses dois trimestres negativos ficarem para trás e se passar a contar a informação mais recente, os prémios vão crescer consideravelmente, até tendo em conta que o PIB disparou 16% no segundo trimestre do ano passado, cresceu 4,2% no terceiro trimestre, e deverá continuar em expansão nos próximos tempos. O ISEG prevê que tenha crescido entre 4,5% e 5,1% entre outubro e dezembro do ano passado. A Comissão Europeia também prevê um crescimento de 5,1%.
Confirmando-se este crescimento no final de 2021, os bónus vão disparar em abril. Isto é sobretudo verdade para os CTPM, sendo expectável que ofereçam um prémio de quase 4% daqui a três meses. Em relação aos CTPC, importa lembrar que o prémio está limitado a um máximo 1,2% e é esta a bonificação máxima que poderão contar estes aforradores. Em julho o prémio é novamente revisto para contabilizar a evolução do PIB neste arranque de ano.
Bónus mais taxas
A esta bonificação acresce-se, claro, à taxa de juro oferecida por estes títulos, que depende do ano em que vai o investimento.
No caso dos CTPC, que foram recentemente substituídos pelos novos Certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV), pagam taxas crescentes de 0,75% até 2,25%, no sétimo ano, isto além do bónus correspondente a 40% do crescimento do PIB a partir do segundo ano.
Já os detentores dos CTPM, descontinuados em outubro de 2017 – ou seja, estão a entrar no último ano de maturidade –, contam com uma taxa de 3,25% no último e quinto ano de aplicação, mais o prémio equivalente a 80% do avanço médio da economia. Assim, em abril, estes certificados poderão render mais de 7%.
Estas taxas comparam muito favoravelmente, por exemplo, com remuneração de 0,411% que vão receber os subscritores dos tradicionais Certificados de Aforro em janeiro ou com o juro de 0,04% que oferecem os novos depósitos a prazo.
Aplicações perdem gás com novo produto
Os Certificados do Tesouro têm sido um dos principais canais de aforro das famílias portuguesas nos últimos anos. Desde 13 de setembro que os portugueses podem subscrever os novos CTPV, que substituíram os CTPC.
Em comparação com os anteriores certificados, este novo produto de poupança do Estado oferece uma remuneração mais baixa, em média 1% nos sete anos de maturidade, e um prémio que vem mais tarde e é inferior: vem apenas no terceiro ano e corresponde a 20% da média de crescimento da economia, sendo que há um limite até máximo de 1,5%.
Em setembro e outubro, ou seja, já com os novos CTPV no mercado, as aplicações em certificados do Tesouro até cresceram. Porém, recuaram em novembro pela primeira vez janeiro de 2020. Ainda assim, os portugueses têm investidos nestes produtos 17,86 mil milhões de euros.
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