Ex-gestor do Novo Banco contra tentativa de “saque” ao Fundo de Resolução
Vítor Fernandes, que foi escolhido pelo Governo para o Banco de Fomento, mas ficou pelo caminho, criticou a um colega do Novo Banco a tentativa de "saque" ao Fundo de Resolução.
Vítor Fernandes, ex-gestor do Novo Banco, foi apanhado nas escutas da investigação às relações de Luís Filipe Vieira com o setor bancário a dizer a um colega que era contra o “saque ao fundo”, revela o Público (acesso condicionado) esta quarta-feira. Em causa está o dinheiro que o Novo Banco viria pedir ao Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente previsto na venda do banco ao Lone Star.
Neste caso em concreto estava em cima da mesa um pedido de 147,5 milhões de euros relativo à venda da operação do Novo Banco em Espanha. Vítor Fernandes é apanhado em julho de 2021 nas escutas a dizer a Rui Fontes, atual gestor do Novo Banco (com o pelouro do risco), a dizer que o pedido é legal, mas não é ético. O pedido acabou por ser feito, a operação foi analisada durante mais tempo pelo Fundo de Resolução, e os valores não foram ainda pagos porque estão em análise num Tribunal Arbitral.
De acordo com o jornal, Vítor Fernandes chegou a ser o braço direito de António Ramalho, o CEO do banco detido em 75% pelo Lone Star, mas um desentendimento levou à sua saída do Novo Banco em outubro de 2020 porque “já não fazia parte da equipa core [estratégica] da Lone Star”. A conversa apanhada pelas escutas mostra como a gestão do Novo Banco tinha como objetivo acelerar e acentuar as chamadas de capital ao abrigo o mecanismo de capital contingente, cujos 3,9 mil milhões de euros foram quase esgotados.
(Notícia atualizada às 11h12 com informação sobre os valores a pagar pelo Fundo de Resolução)
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