Facebook afunda 20% em bolsa após resultados que dececionam
Investidores não gostaram do que viram nos resultados do Facebook, cortando 20% ao valor da empresa em bolsa nas negociações após o fecho dos mercados de capitais.
Meta, a holding que controla a Facebook e a Instagram, apresentou lucros de 10,3 mil milhões de dólares (9,1 mil milhões de euros) no quarto trimestre, menos 8% homólogos.
A informação do conglomerado das redes sociais, divulgada em comunicado, dececionou os investidores, que estavam a penalizar fortemente o título nas negociações após o fecho da bolsa, o qual apresentava uma queda de 20%.
O grupo californiano tinha apresentado uma previsão de faturação cujo intervalo tinha como ponto superior os 33,67 mil milhões de dólares. Mas no trimestre em causa não excedeu os 29 mil milhões.
A Meta admitiu que teve problemas em reter a atenção dos utilizadores, por causa da concorrência e por estes passarem mais tempo com os Reels, um formato de vídeo curto inspirado da aplicação TikTok, “que gera taxas de remuneração menos elevadas” do que os formatos da Instagram.
Acima de tudo, o grupo tinha avisado que as regras impostas pela Apple, em 2021, em termos de seleção de destinatários para envio de mensagens publicitárias, podiam ter consequências negativas para os seus resultados financeiros no último trimestre do ano.
Na atualização do iOS, o seu sistema de exploração móvel, a marca da maçã impôs aos editores de aplicações a apresentação de um pedido de autorização antes de recolherem os dados dos utilizadores, para grande transtorno de sociedades como a Meta, cujo modelo económico repousa sobre a venda de publicidade muito dirigida em função dos gostos e hábitos dos consumidores.
Esta mudança ética e técnica “afeta a capacidade de a Meta de avaliar o desempenho das campanhas publicitárias”, explicou Debra Aho Williamson, analista da eMarketer. “Estimamos que alguns anunciantes começaram a sair da Meta no final de 2021 e no início de 2022, para testarem canais digitais alternativos”.
Estes são os primeiros resultados que o grupo publica desde que mudou de nome, no final de outubro. O presidente da Meta, Mark Zuckerberg, tinha então anunciado que a sociedade ia concentrar-se sobre o “metaverso” (contração de “meta” e “universo”), considerado em Silicon Valley como o futuro da internet, depois da era dos computadores e da dos smartphones.
Neste futuro, que remete para a ficção científica, o público vai utilizar óculos de realidade aumentada e capacetes de realidade virtual para se encontrar, trabalhar ou divertir. Mas a sua construção implica investimentos de dezenas de milhares de milhões de dólares no ramo Facebook Reality Labs, sem obter lucros durante um prazo longo.
Adam Mosseri, que dirige a Instagram, anunciou que os utilizadores já podiam criar o seu avatar, destinado a servir de identidade a cada um no “metaverso”, em vez de ter um perfil diferente em cada aplicação, pertença à Meta ou não. Em termos de utilizadores, a empresa continuou a expandir-se, mas a um ritmo moderado.
Em 2021, as suas plataformas e serviços de mensagens – Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp – foram frequentadas por 2,8 mil milhões de utilizadores pelo menos uma vez por dia (aumento de oito por cento homólogos) e 3,6 mil milhões pelo menos uma vez por mês (mais nove por cento).
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