BCE pede aos bancos para se prepararem para possíveis sanções contra a Rússia
BCE pede à banca para se preparar para possíveis sanções contra a Rússia, alertando para o possível corte do acesso dos bancos russos ao sistema de pagamento internacional Swift.
O Banco Central Europeu (BCE) pede aos bancos da Zona Euro para se prepararem para possíveis sanções económicas contra a Rússia se não houver um desanuviamento na crise com a Ucrânia.
Andrea Enria, presidente do conselho de supervisão do BCE, disse esta quinta-feira numa conferência de imprensa virtual que as exposições diretas dos bancos da Zona Euro à Rússia estão “contidas”, não são muito elevadas e, portanto, não constituem uma grande preocupação.
A preocupação tem mais a ver com sanções e possíveis turbulências nos mercados financeiros se as tensões entre a Ucrânia e a Rússia se agravarem ainda mais, segundo Enria.
Uma das medidas mencionadas nos meios de comunicação social é a possibilidade de bloquear o acesso dos bancos russos ao sistema de pagamento internacional Swift.
Enria considerou que bloquear o sistema Swift seria a medida mais impactante e disse que só foi aplicada uma vez no passado, ao Irão.
Em relação a esta crise Ucrânia-Rússia, mas não só por causa desta, “o risco tecnológico e o risco cibernético estão a tornar-se cada vez mais um foco importante da Supervisão Bancária do BCE”, acrescentou Enria.
O BCE apela, portanto, aos bancos para que, em geral, melhorem as medidas para mitigar estes riscos e para se protegerem de ataques cibernéticos.
Enria instou os bancos a “estabelecer uma estratégia tecnológica e a documentar a mesma, a afetar pessoal informático suficiente e a melhorar a formação dos seus empregados”.
Os bancos aumentaram recentemente os gastos em TI, em paralelo com o aumento da utilização de estratégias digitais, mas isto tem vindo a acontecer através do aumento da externalização, o que pode levar a problemas em assegurar a continuidade de funções críticas se os fornecedores externos interromperem a prestação de serviços devido a ataques cibernéticos.
Enria adverte também que, “apesar da pressão da supervisão nos últimos anos, as fragilidades da infraestrutura tecnológica dos bancos e da arquitetura de dados de risco continuam a ser um obstáculo importante à agregação eficaz de dados a nível de grupo”.
“Por exemplo, temos observado frequentemente que os grupos bancários utilizam diferentes sistemas informáticos para realizar as mesmas tarefas ou tarefas semelhantes”, acrescentou.
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