Aumento das passagens será avaliado rota a rota, diz CEO da TAP
Christine Ourmières-Widener reconhece que o aumento de custos com o combustível pressiona uma subida das tarifas, mas esta não será transversal. TAP está atenta à reação das outras companhias.
A CEO da TAP reconhece que o aumento do custo do combustível usado nos aviões levará a um aumento dos preços das passagens aéreas, mas a avaliação será feita rota a rota, em função da pressão da concorrência.
A Guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia levaram a cotação do petróleo para perto de valores recorde, arrastando o preço do jet fuel. O que significa custos mais elevados para as companhias áreas, que terão de ser passados aos consumidores.
Christine Ourmières-Widener reconhece que o preço das passagens vai subir, mas não de forma transversal. “Queremos ser competitivos. Os nossos preços estão ligados à procura e oferta em cada um dos mercados. Não é um aumento global, depende da capacidade”, começa por explicar a CEO da TAP, à margem da cerimónia que assinalou o 77º aniversário da TAP, no Museu do Ar, em Sintra.
“As companhias aéreas estão a diminuir a capacidade e se a capacidade diminui os preços vão subir. Não é uma perspetiva global, será feito rota a rota, dependendo da pressão da concorrência”, explicou. “É verdade que com o aumento do preço dos combustíveis, é ainda mais crítico, porque os nossos custos estão a subir, mesmo com o hedging [instrumentos financeiros para amortecer a subida do jet fuel]. Estamos a fazer tudo para mitigar”, garantiu a CEO.
A TAP fez contratos de hedging para metade do jet fuel que previa consumir na primeira metade do ano, como noticiou o ECO. Os contratos para a segunda metade do ano estavam, até há pouco tempo, ainda a ser negociados.
As mudanças podem acontecer também nas diferentes tarifas que existem em cada voo. “Em todos os voos temos passagens com preços baixos, porque temos várias tarifas. Temos tarifas que são muito baixas e outras que são mais elevadas. Podemos sempre jogar com a disponibilidade das diferentes tarifas. É muito complexo e o que estamos a fazer é seguir as melhores práticas da indústria”, afirmou a CEO. “Também estamos a aumentar a oferta, para Cabo Verde, Madeira. Aumentando a oferta também é mais fácil equilibrar tudo”, acrescentou.
A TAP está a acompanhar de perto a resposta da concorrência, garante Christine Ourmières-Widener. “Estamos num mundo competitivo e estamos a ver o que estão a fazer as outras companhias aéreas. Estamos a fazê-lo para garantir que cumprimos o plano [de reestruturação], que é feito de receitas e custos”, disse. “Todas as companhias aéreas estão a tentar encontrar soluções. A previsão dos analistas é de que estamos a viver algo muito extremo e que no longo prazo haverá uma estabilização“.
“A TAP é uma companhia de aviação que funciona no mercado liberalizado, que tem uma política de preços igual a todas as outras companhias aéreas. E continuará a praticar”, afirmou o ministro das Infraestruturas, também presente na cerimónia.
A CEO da companhia aérea foi também questionado sobre o interesse de outras transportadoras na TAP, mas remeteu a resposta para o acionista Estado. “Temos vários interessados na TAP e temos interesse que a TAP não fique sozinha”, respondeu o ministro.
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