Empresas ibéricas pedem urgência nas interligações energéticas com o resto da Europa
Dizem tratar-se de uma "alternativa significativa ao abastecimento de gás natural da Rússia, bem como fornecer gases renováveis como o hidrogénio verde ou o biometano"
“É urgente empreender as ligações de gás e eletricidade da Península Ibérica com França, e com o resto da Europa”. Esta é a mensagem sublinhada esta quarta-feira pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), a Câmara de Comércio e Indústria Hispano-Portuguesa e a Câmara de Comércio Hispano-Portuguesa.
“O desenvolvimento destas infraestruturas beneficiaria o resto da União Europeia, podendo representar uma alternativa significativa ao abastecimento de gás natural da Rússia, bem como fornecer gases renováveis como o hidrogénio verde ou o biometano”, referem, num comunicado conjunto.
As quatro organizações declaram assim o seu “apoio a todas as ações que os Governos de Espanha e Portugal venham a empreender para melhorar, o mais rapidamente possível, as interligações de gás e eletricidade da Península Ibérica com a França e, também com o resto da União Europeia”.
Falam também de possíveis melhorias no funcionamento dos mercados da eletricidade e do gás, em virtude da grave situação do setor energético europeu, agravada pela invasão russa da Ucrânia.
As confederações que representam as empresas portuguesas e espanholas, que são as que mais têm sofrido com os preços altos da eletricidade e do gás, lembram que os investimentos para melhorar estas interligações sofreram um atraso significativo nos últimos anos, especialmente no que diz respeito às interligações elétricas através do Golfo da Biscaia e às interligações de gás através do gasoduto Midcat através dos Pirenéus Catalães.
“Estas circunstâncias mudaram significativamente. As interligações dos sistemas de gás da Península Ibérica e França são agora essenciais para a segurança do abastecimento do mercado europeu de gás natural e serão essenciais no âmbito da futura rede europeia de partilha de gases renováveis, em particular o hidrogénio verde”, refere o comunicado conjunto.
E sublinham que “o seu maior desenvolvimento permitiria a utilização da capacidade de regaseificação das oito centrais existentes na Península Ibérica, e otimizar a capacidade de armazenamento de gás existente em Espanha e Portugal”.
No que diz respeito ao sistema elétrico, o aumento da capacidade de interligação da Península Ibérica com a França “impulsionaria decisivamente a importante capacidade de produção renovável da Península Ibérica, contribuindo assim para um melhor funcionamento tanto do mercado ibérico da
electricidade (MIBEL) como do mercado do gás (MIBGAS)”.
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