Novobanco volta a atribuir prémio de 1,6 milhões à gestão de Ramalho
Governo e Banco de Portugal já criticaram bónus no Novobanco no passado. Banco voltou a atribuir prémios diferidos à administração de António Ramalho no ano passado, no valor de 1,6 milhões.
Apesar de toda a polémica no passado, incluindo a oposição do Governo e regulador, o Novobanco voltou a atribuir prémios à administração liderada por António Ramalho no ano passado, totalizando os 1,6 milhões de euros (abaixo dos 1,9 milhões atribuídos em 2020), de acordo com o relatório e contas da instituição.
O banco salienta que este “prémio teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro” da administração e que “nenhum pagamento foi realizado”.
Aliás, acrescenta que este bónus está sujeito a ajustamentos futuros e que qualquer bónus só será pago se houver lugar a ele e após o fim do processo de reestruturação acordado com Bruxelas – está prestes a terminar.
Os prémios atribuídos à gestão do Novobanco nunca foram bem vistos nem pelo Governo, nem pelo Banco de Portugal, tendo em conta o período complicado que o banco atravessou nos últimos anos, implicando sucessivas injeções de capital através do Fundo de Resolução e com contributo dos cofres públicos. Aliás, o banco chegou a tentar imputar os bónus ao Fundo de Resolução, que se recusou a pagar.
Agora, o banco diz que virou a página dos prejuízos e está na rota dos lucros sustentáveis. 2021 foi o ano da viragem, com um resultado positivo de cerca de 185 milhões de euros, mas que não evitou, ainda assim, um novo pedido de capital de 209 milhões que o Fundo de Resolução e o ministro das Finanças já recusaram pagar.
O relatório e contas do Novobanco detalha ainda as remunerações auferidas quer pelo conselho de administração executiva, quer pelo conselho geral e supervisão do banco.
A administração recebeu cerca de dois milhões de euros no ano passado, com o demissionário CEO António Ramalho à cabeça: auferiu uma remuneração fixa de 371,86 mil euros, tendo-lhe sido atribuído uma verba diferida de 38,1 mil euros.
O CFO e candidato a substituir Ramalho na liderança do banco, Mark Bourke, também recebeu 371,86 mil euros, além do prémio diferido de 13,1 mil euros.
O administrador espanhol Andres Baltar Garcia recebeu 350 mil euros de remuneração fixa. Rui Fontes, Luís Alves Ribeiro e Luísa Soares da Silva receberam remunerações fixas de 297,5 mil euros, sendo que os dois primeiros receberam outros benefícios de reforma de 1.183 euros.
As remunerações do conselho geral e supervisão ascenderam a um milhão de euros. O presidente Byron Haynes recebeu 371,86 mil euros (tendo-lhe sido atribuído uma verba diferida de 53,1 mil euros). Karl-Gerhard Eick recebeu 300 mil euros. Mais quatro membros tiveram remunerações entre 75 mil euros e 110 mil euros.
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