Gelados “sem culpa” da Swee procuram estômago sem ir tanto ao bolso
Depois de se conhecerem no ginásio, Diogo Gouveia e Tiago Rebelo transformaram um evento saudável cancelado pela pandemia num gelado com menos açúcar do que um pacote - e sensível a vários bolsos.
A Swee quer conquistar todos os portugueses com um gelado pronto para qualquer estômago e sensível às carteiras. À venda desde julho de 2021 com sabor de chocolate e de caramelo, o produto português já está disponível em cerca de 500 lojas físicas e virtuais em todo o país. Entre o final deste ano e o início de 2023 será a vez de o mercado espanhol conhecer o gelado de 500 ml e que tem menos açúcar do que um pacote.
“O nosso gelado mantém todo o sabor, cremosidade e textura, através da redução de calorias, açúcar e gorduras retirando toda a culpa. Desta forma, o vegan e saudável torna-se acessível à população”, destaca ao ECO um dos fundadores da marca, Diogo Gouveia, em conjunto com Tiago Rebelo.
Os dois empreendedores são os únicos trabalhadores da empresa até este momento porque todas as outras funções do negócio foram externalizadas. Produção incluída. O gelado, mesmo assim, é 100% português. Também há preocupação com o desperdício alimentar porque “todas as perdas industriais são recolhidas em baldes, armazenadas em congeladores e voltamos a utilizar nas produções seguintes”.
Em março foram vendidos 15 mil copos e o negócio já é rentável. Diariamente são produzidas até 12 mil unidades para garantir que nunca falta oferta no mercado.
O copo de gelado pode ser encomendado através das plataformas digitais Uber Eats, Getir e Bairro, em Lisboa; nos espaços físicos, os gelados da Swee podem ser comprados em cerca de 250 lojas do Pingo Doce, no El Corte Inglés e também em algumas lojas do Intermarché, Amanhecer e Meu Super. O preço de referência está nos 4,99 euros.
Tudo começou no ginásio
Diogo Gouveia e Tiago Rebelo têm apenas 23 anos, mas já estão a apostar no segundo negócio da carreira. Os dois fundadores conheceram-se enquanto treinavam num ginásio, em 2018. Com o fascínio pelo empreendedorismo como interesse comum, criaram a primeira empresa com 18 anos, em 2018. No ano seguinte, puseram em marcha o evento Health Market Cascais, dedicado à alimentação saudável.
O sucesso da primeira edição resultou num “calendário cheio de ativações” para 2020. Só que a pandemia de Covid-19 acertou em cheio no negócio. “Perdemos 99% da faturação”, recorda Diogo Gouveia ao ECO.
Ainda assim, nem tudo estava perdido: os dados recolhidos no mercado revelaram-se valiosos para o futuro dos dois empreendedores. “Apercebemo-nos de que o local com maior interesse no evento tinha a ver com os produtos vegetarianos.”
O nosso gelado mantém todo o sabor, cremosidade e textura, através da redução de calorias, açúcar e gorduras retirando toda a culpa. Desta forma, o vegan e saudável torna-se acessível à população
Analisadas as tendências de consumo a nível internacional, os dois empreendedores concluíram outra coisa. “É curioso que queiramos que as pessoas sejam mais saudáveis e tenham uma alimentação mais sustentável e depois cobramos três ou quatro vezes mais do que um produto normal”, resume o gestor.
Estava dado o mote para criar um produto “guloso” como o gelado, mas que fosse “saudável” e que respondesse a alguns problemas da concorrência. “Um gelado barato resolve a situação mas não é o melhor do mundo; os mais luxuosos são perfeitos para lidar com desgostos, mas são caros e diabetes em forma de colher; o que existe de vegan e saudável é aborrecido, caro e normalmente são uma obrigação e não uma escolha”, aponta.
Com capitais próprios de 30 mil euros, os dois fundadores trabalharam na receita entre a segunda metade de 2020 e o princípio de 2021. Os primeiros gelados chegaram ao mercado em julho de 2021, mas a fórmula tem sido melhorada.
Já depois disso, a empresa ganhou a categoria alimentar no programa de aceleração From Start-to-Table, promovido pela associação Startup Lisboa, e ainda obteve a certificação V-Label, dedicada a produtos vegetarianos e veganos.
Olho no estrangeiro e no pastel vegan
Diogo Gouveia e Tiago Rebelo já estão a pensar como levar a Swee para lá da fronteira. Espanha já está na mira do negócio para ainda este ano. Mas também há alvos como França e o Reino Unido. Por causa do Brexit, está a ser equacionada uma parceria com um produtor local para o mercado britânico.
Para que a marca chegue ao estrangeiro, contudo, será necessário levantar uma ronda de capital, assumem os fundadores. Com a injeção de fundos também poderão reforçar a equipa própria, de forma a gerir o crescimento do negócio.
Antes disso, ainda no primeiro semestre, haverá um novo produto saudável pronto a consumir na casa dos portugueses depois das refeições. “Vamos pôr à venda nos supermercados embalagens de pastel de nata ultracongelado. Bastam sete minutos no forno em casa e a sobremesa estará pronta”, antecipa Diogo Gouveia. Tal como nos gelados, a receita contém muito pouco açúcar e menos calorias do que o costume, “mas sem perder o sabor”.
A mais longo prazo, a Swee quer ainda criar um “ponto de encontro e de experiências para as pessoas terem contacto com a marca”.
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