Novobanco? “Não estamos a olhar. Queremos manter as coisas como estão”, diz dono do BPI
Administrador-delegado do grupo Caixabank falou dos planos ambiciosos para o crescimento do negócio em Portugal que não passa nem por aquisições de outros bancos nem por saídas de trabalhadores.
O Novobanco interessa ao Caixabank? “Não estamos a olhar. Queremos manter as coisas como estão”, respondeu desta forma Gonzalo Gortázar, administrador-delegado do grupo espanhol que detém o português BPI, na apresentação do plano estratégico para 2024.
“O plano estratégico não contempla nenhuma operação inorgânica”, reforçou Gortázar aos jornalistas esta terça-feira na sede do banco, em Madrid.
Segundo o responsável, o banco português encontrou o caminho que deve continuar a seguir nos próximos anos. “Tem apresentado resultados e quota de mercado ano após ano e em toda linha. Tem os melhores rácios de qualidade da banca. A prioridade que temos neste momento seguir por esse caminho, essa senda de qualidade”, adiantou o líder executivo do grupo espanhol.
O Caixabank está satisfeito com a operação em Portugal, que já deu dividendos de 460 milhões desde que comprou a totalidade do BPI em 2017. Mas os espanhóis pretendem mais da equipa liderada por João Pedro Oliveira e Costa (que foi elogiada por Gortázar). As receitas deverão crescer 9% ao ano (partindo de uma base de cerca de 700 milhões), enquanto deve convergir para as metas do grupo em termos de rentabilidade (acima de 12%, contra os 6,8% do BPI no final de 2021) e de eficiência (rácio de eficiência abaixo dos 48%, contra os 57% no final de 2021) nos próximos três anos. É o que diz a estratégia do Caixabank para Portugal.
Questionado se estes objetivos vão implicar uma redução do número de trabalhadores, Gonzalo Gortázar afastou esse cenário de forma perentória: “Não prevemos nenhum exercício de reestruturação do quadro de pessoal em Portugal”. Para o grupo espanhol, os ganhos de eficiência virão de dois caminhos: aumento das receitas e melhoria das sinergias.
Em relação a Angola, onde o BPI há algum tempo tenta vender o BFA por pressão dos reguladores, o administrador-delegado do Caixabank diz que será uma operação para manter por agora e que continua a ter um bom desempenho independentemente ser um negócio não core para o grupo.
“Não há uma data e não há necessidade imperiosa de vender”, esclareceu, admitindo que se analisar todos os cenários se as condições forem as mais adequadas para o banco, incluindo a possibilidade de colocar os 48% em bolsa.
O jornalista viajou a Madrid a convite do Caixabank.
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