Assembleia de pilotos da TAP decide hoje sobre greve
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil realiza hoje uma assembleia de empresa para discutir a situação laboral na TAP e deliberar sobre o recurso a medidas de ação coletiva.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) convocou uma assembleia para esta tarde onde será discutida a situação laboral na TAP e votada a possibilidade do recurso à greve. Nos últimos dias, quer o ministro das Infraestruturas quer a presidente executiva da companhia têm-se oposto veementemente a esse caminho.
A sessão extraordinária, marcada para as 14h30, tem como ponto único “a apreciação e discussão da situação laboral da TAP, medidas a tomar, incluindo deliberação sobre o recurso a medidas de ação coletiva“. Ou seja, o recurso à greve.
O SPAC quer que os pilotos se pronunciem sobre os próximos passos a dar depois da decisão unilateral da TAP de reduzir de 45% para 35% o corte salarial aplicado este ano aos pilotos, que fica aquém do que era por estes pretendido. A companhia aérea anunciou também que vai repor o subsídio de aterragem (uma ajuda de custo) e subir para 1.410 euros a parte do vencimento que não é sujeita a cortes.
A decisão da comissão executiva da transportadora aérea foi muito contestada pelo SPAC. “A administração da TAP quer os pilotos a voar horas extra, com corte salarial por pilotos a mais. E quando propõe esta incongruência e ela é rejeitada pelos trabalhadores, a administração sente-se no direito de aplicá-la unilateralmente. A isto, chamamos ‘terrorismo empresarial’. Disse ainda que a comissão executiva estava a “tentar empurrar os pilotos para uma greve“. A possibilidade de uma paralisação tem sido contestada pela companhia e pelo Governo.
A CEO da TAP, Christine Ourmiéres-Widener, afirmou na semana passada que uma greve teria “um impacto crítico” para o futuro da companhia aérea. “Se estamos nisto juntos, se compreendemos como o país decidiu salvar a empresa e injetar tanto dinheiro… isso é uma grande responsabilidade”, acrescentou. Na quinta-feira a comissão executiva rejeitou também a realização de um plenário de pilotos, entretanto cancelado por estes.
Uma opinião partilhada pelo ministro das Infraestruturas, que na sexta-feira esteve várias horas reunido com o SPAC. “Esperamos que não haja greves no verão”, porque “as paralisações são altamente disruptivas para a empresa e para o país”, afirmou Pedro Nuno Santos. “Creio que o país não compreenderá depois do esforço que fez para salvar a TAP, que ao segundo ano do plano de reestruturação entre numa situação de conflitualidade social”, acrescentou.
Luís Marques Mendes considerou, no seu espaço de comentário de domingo à noite, na SIC, que uma greve seria “uma imoralidade”, depois de os pilotos terem aceitado cortes salariais para viabilizar a companhia.
A assembleia empresa, que terá lugar num hotel em Lisboa, arranca à hora marcada, desde que se encontrem presentes mais de um quarto do número de associados, ou meia hora depois, com qualquer número de associados.
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