DCIAP faz buscas na Douro Azul de Mário Ferreira
Em causa estarão indícios de alegada fraude fiscal e branqueamento no negócio da compra e venda do navio Atlântida.
O DCIAP realizou esta quarta-feira buscas na Douro Azul, empresa de Mário Ferreira, avançam o Expresso e a RTP. Porém, contactada pelo ECO, a Procuradoria-Geral da República ainda não confirmou as diligências.
Em causa estarão indícios de alegada fraude fiscal e branqueamento no negócio da compra e venda do navio Atlântida. Este processo, que envolve a empresa que se dedica ao negócio dos cruzeiros no Douro, está a ser conduzido pelo DCIAP e também pela Autoridade Tributária. As autoridades estarão a investigar suspeitas de eventual fraude fiscal na venda do ‘Atlântida’ por 17 milhões de euros a uma firma norueguesa.
O advogado de Mário Ferreira, Nuno Bizarro, diz que estão a colaborar com as autoridades e confirma as buscas: “Não posso confirmar mais porque está em segredo de Justiça”.
Numa publicação no Facebook, a propósito da manchete de hoje do Correio da Manhã, Mário Ferreira disse que “o Correio da Manhã uma vez mais lança um ataque feroz”, relembrando que “o meu ‘amigo’ Paulo Fernandes, em maio de 2020, prometeu-me que me destruiria a vida caso eu avançasse com a compra da Media Capital. Eles sabem que não estou acusado de nada, não sou arguido em nenhum processo”, diz.
Paralelamente, na passada sexta-feira, o Banco Português de Fomento anunciou que tinha aprovado as candidaturas de 12 empresas, entre as quais a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, ao Programa de Recapitalização Estratégica do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) no valor de quase 77 milhões de euros. Segundo o jornal “Público”, Mário Ferreira vai ficar com 40 milhões de euros para um “aumento de capital da empresa de navios turísticos Mystic Cruises”. Ao jornal, o empresário garantiu que se trata apenas de um empréstimo.
O empresário Mário Ferreira é um dos acionistas do ECO.
À luz da notícia das buscas, o Grupo Mystic Invest/Douro Azul, do empresário Mário Ferreira, manifestou “tranquilidade e total disponibilidade” para esclarecer as autoridades e facultar o “pleno acesso” à documentação e a uma auditoria interna sobre o negócio do navio Atlântida.
Num comunicado, o grupo empresarial “confirma a realização de buscas às suas instalações no Porto pela Autoridade Tributária e Aduaneira e pelo DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal], no âmbito das dinâmicas de denúncia da Dra. Ana Gomes sobre a aquisição do navio Atlântida e a concretização de uma solução para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo”.
“Depois de meses de reiteradas suspeitas, denúncias e afins nos media e nas redes sociais da Dra. Ana Gomes (…), na sequência da compra do Grupo Media Capital, há finalmente uma oportunidade para o esclarecimento total das autoridades, com pleno acesso à documentação existente e a uma auditoria interna realizada aos processos em causa”, lê-se no comunicado.
A nota salienta que, “depois das campanhas negras”, o Grupo Mystic Invest/Douro Azul está “totalmente disponível para esclarecer tudo” junto das autoridades.
“A auditoria realizada no quadro do rigor e exigência que norteiam as atividades das empresas do grupo comprometidas com o desenvolvimento regional e nacional, com a criação de emprego e com a valorização de ativos, certamente contribuirá para o cabal esclarecimento da campanha negra que alguns insistem em promover em relação a quem gera riqueza e desenvolvimento para o país”, sublinha o grupo empresarial.
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