Isabel dos Santos lembra apoio do pai “desde a primeira hora”
Isabel dos Santos destacou "a sorte" de ter tido José Eduardo dos Santos como pai, sublinhando que o ex-presidente de Angola, esteve sempre ao seu lado "desde a primeira hora".
Isabel dos Santos destacou este sábado “a sorte” de ter tido José Eduardo dos Santos como pai, sublinhando que o ex-presidente de Angola, falecido na sexta-feira, esteve sempre ao seu lado “desde a primeira hora”.
“És um homem simples e de grande gentileza que tive a sorte de ter como pai”, escreveu Isabel dos Santos numa mensagem na sua conta na rede social Instagram, naquela que é a sua primeira reação pública à morte, na sexta-feira, aos 79 anos, do pai e ex-presidente angolano.
Recorrendo à poesia, a filha de Eduardo dos Santos evoca o amor pelo pai: “Te amo pra todo sempre … serei sempre tua filha … serás sempre meu pai…. E um dia nos voltamos a ver …. E conversar como sempre…”
“Na tua última hora eu queria estar ao teu lado…/Como tu estiveste ao meu lado pra mim, desde a minha primeira hora/Como tu tiveste ao meu lado, e me apoiaste na minha vida nos momentos mais felizes e nos momentos mais difíceis”, escreveu Isabel dos Santos.
“Tu me guiaste-te na vitória e na derrota/Tu me ensinaste a ser corajosa e paciente/Conversamos… e sempre ficamos lado a lado/Partilhamos nossas esperanças, nossos medos e nossos sonhos”, prosseguiu.
Tribunal autoriza autópsia ao corpo de José Eduardo dos Santos, ainda sem data marcada
As autoridades judiciais espanholas concordaram com a realização de uma autópsia ao corpo do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, falecido na sexta-feira, em Barcelona, que tinha sido pedida pela filha Tchizé dos Santos.
A decisão do Juzgado de Guardia de Barcelona foi avançada à Lusa pela advogada de Tchizé dos Santos, Cármen Varela.
A equipa de advogados de Cármen Varela e Molins Defensa Penal denunciou igualmente a “pressão” do Governo de Angola, que fez viajar para Barcelona vários dos seus membros, juntamente com o Procurador-Geral da Republica, para levar o corpo para Angola e celebrar um funeral de Estado contra a vontade do Presidente de ser sepultado em Barcelona.
Tchizé dos Santos tem-se manifestado publicamente contra a realização de um funeral em Luanda, devido às desavenças entre alguns membros da família dos Santos e o governo angolano.
Tchizé, bem como a filha mais velha do ex-Presidente, Isabel dos Santos, que enfrenta processos judiciais em vários países, não vão a Angola há vários anos, alegando perseguições políticas e temerem pela própria vida. José Eduardo dos Santos tem oito filhos, de cinco mulheres, não tendo sido divulgada publicamente a opinião dos restantes familiares.
Na sexta-feira, o Presidente angolano, João Lourenço, disse que o governo angolano vai organizar as exéquias fúnebres do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, para as quais conta com a presença de todos, incluindo a família “que está lá fora”.
“Se tivermos em conta as atuais circunstâncias não vemos por que razão a família que está lá fora não [possa] acompanhar o seu ente querido, estamos a contar com a presença de todos sem exceção de ninguém”, disse João Lourenço, à saída de uma reunião de emergência do MPLA, partido do poder e do qual José Eduardo dos Santos foi presidente emérito.
Os filhos mais conhecidos do antigo chefe de Estado, Isabel dos Santos, Tchizé e o irmão desta, José Paulino dos Santos, mais conhecido pelo nome artístico Coréon Du, e habitualmente mais discreto, partilharam, nas suas páginas das redes sociais, palavras de homenagem e fotos recordando o pai.
O ex-presidente angolano morreu na sexta-feira aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou a presidência angolana, que decretou inicialmente cinco dias de luto nacional que depois aumentou para sete.
José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.
(Notícia atualizada às 15h03 com a indicação de que as autoridades espanholas autorizaram a autópsia ao corpo de José Eduardo dos Santos)
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