Turismo desacelera em maio no número de hóspedes e dormidas
Depois de ter registado em abril melhores números do que no período pré-pandemia, o turismo voltou a números abaixo dos de 2019 em maio, segundo o INE.
O alojamento turístico registou 2,5 milhões de hóspedes e 6,5 milhões de dormidas em maio, correspondendo a aumentos homólogos de 162,1% e 221,8%, respetivamente, mas ficando abaixo dos níveis de 2019, divulgou o INE esta quinta-feira.
Segundo as estatísticas da atividade turística do Instituto Nacional de Estatística (INE), os aumentos registados em maio comparam com a subida de 426,4% nos hóspedes e de 552,1% nas dormidas obtidas em abril, ficando 3,2% e 0,7%, respetivamente, abaixo de maio de 2019, antes da pandemia.
No mês de abril, o total de hóspedes e de dormidas tinha ficado, primeira vez desde o início da pandemia, acima do período homólogo pré-Covid-19.
Em maio, o mercado interno contribuiu com 1,8 milhões de dormidas (mais 47,7% do que no mesmo mês do ano passado) e os mercados externos predominaram, com 4,7 milhões de dormidas e um aumento de 489,5%.
“Comparando com maio de 2019, as dormidas de residentes aumentaram 11,6%, mas as de não residentes diminuíram 4,7%”, detalha o INE.
Os dados da atividade turística em maio apontam para “aumentos expressivos” das dormidas em todas as regiões do país, com o Algarve a concentrar 28,6% das dormidas, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (26,3%), o Norte (16,4%) e a Região Autónoma da Madeira (12,1%).
Comparando com maio de 2019, registaram-se aumentos na Madeira (+18,8%), Norte (+6,5%) e Alentejo (+1,2%), tendo o maior decréscimo sido observado no Centro (-7,4%).
“Relativamente às dormidas de residentes, registaram-se aumentos em todas as regiões, destacando-se a RA Madeira (+66,2%), Norte (+14,2%) e Alentejo (+10,0%)”, refere o INE, acrescentando que as dormidas de não residentes aumentaram na RA Madeira (+12,6%) e no Norte (+2,4%), enquanto as maiores diminuições ocorreram no Centro (-23,1%) e Alentejo (-11,1%).
A análise por municípios revela, por seu lado, que Lisboa registou 1,3 milhões de dormidas (19,5% do total do país). Na comparação com maio de 2019, as dormidas diminuíram 4,6% (+3,3% nos residentes e -5,9% nos não residentes).
O município de Albufeira concentrou 11,4% do total de dormidas, atingindo 743,9 mil, o que representa uma redução de 11,6% face a maio de 2019 (-5,9% nos residentes e -12,6% nos não residentes).
No Funchal e no Porto, as 524,1 mil e 452,4 mil dormidas registadas em maio, respetivamente, traduzem acréscimos de, pela mesma ordem, 16,5% e 1,6% face ao mesmo mês de 2019.
No conjunto dos primeiros cinco meses de 2022, as dormidas aumentaram 355,2% (+128,5% nos residentes e +775,8% nos não residentes), mas continuam abaixo (-9,0%) dos níveis do mesmo período de 2019, como consequência da diminuição dos não residentes (-14,4%), já que as dormidas de residentes aumentaram 4,9%.
No mesmo período, e considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 9,1 milhões de hóspedes e 23,1 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 282,9% e 320,6%, respetivamente.
Segundo o INE, em maio os proveitos totais do setor do alojamento turístico aumentaram 264,3%, para 456,1 milhões de euros, e os proveitos de aposento atingiram 338,4 milhões de euros, crescendo 275,1%. Comparando com maio de 2019, registaram-se aumentos de 11,8% e 11,9%, respetivamente.
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 56,5 euros em maio e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 96,1 euros. Em relação a maio de 2019, o RevPAR aumentou 8,0% e o ADR cresceu 9,4%.
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (48,1%) aumentou 27,5 pontos percentuais em maio (+34,7 pontos percentuais em abril), ficando abaixo dos 50,1% observados em maio de 2019.
As taxas líquidas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (68,0%) e na AM Lisboa (59,2%), correspondendo também aos maiores acréscimos neste indicador (+43,6 pontos percentuais e +39,2 pontos percentuais, respetivamente).
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