Posição de Montenegro sobre regionalização “foi notícia má para futuro da Administração Pública portuguesa”

Luísa Salgueiro considera posição de Montenegro sobre regionalização “uma notícia má para o futuro da Administração Pública". Carlos Moedas defende que primeiro se deve fazer a descentralização.

Foi uma notícia má para o futuro da Administração Pública Portuguesa, mas temos de respeitar”. Foi desta forma que a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, reagiu esta tarde, no final da reunião extraordinária do Conselho Geral desta associação, à posição do novo líder do PSD, Luís Montenegro, sobre a regionalização.

A socialista Luísa Salgueiro estava presente no Congresso do PSD, quando o novo líder social-democrata defendeu que um referendo sobre a regionalização em 2024, com a atual situação, será “uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro”. Esta tomada de posição apanhou Luísa Salgueiro de surpresa: “É uma novidade em relação àquilo que tínhamos ouvido no congresso da ANMP em que saiu uma mensagem de convergência no sentido de se fazer um referendo em 2024″.

Para a também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, “é claro que esse processo requer uma grande convergência política, sobretudo ao nível dos dois grandes partidos”.

É uma novidade em relação àquilo que tínhamos ouvido no congresso da ANMP em que saiu uma mensagem de convergência no sentido de se fazer um referendo em 2024.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

Moedas defende descentralização antes de regionalização

Carlos Moedas defendeu, à saída da reunião do Conselho Geral da ANMP que preside, que “o país não está preparado para tomar uma decisão sobre a regionalização”. Primeiro, “é necessário fazer bem a descentralização para que os autarcas possam trabalhar e a população saiba quem faz o quê“, defendeu Moedas na qualidade de presidente da Câmara de Lisboa. “Sou mais municipalista do que regionalista”, reiterou o social-democrata.

“Como presidente da Câmara de Lisboa, não darei o meu apoio a um referendo em 2024 a nível da regionalização“, assegurou Carlos Moedas, indo ao encontro da posição do líder do PSD. Ainda esta tarde, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Luís Montenegro afirmou que o referendo sobre a regionalização não deve avançar, pelo menos até 2026.

Carlos Moedas partilha da mesma opinião. “Acredito que há um caminho da regionalização que também pode ser feito, mas não podemos passar as coisas à frente umas das outras“. Mais, defendeu o autarca social-democrata: “Estamos no caminho da descentralização e vamos fazê-la; falaremos mais tarde sobre regionalização”. Notou ainda que “não faz sentido abrir outra frente de batalha muito difícil”.

Se eu tenho a responsabilidade das escolas, dos assistentes técnicos, e depois não tenho dos professores, a população não percebe quem faz o quê. É uma questão de princípio como presidente da Câmara de Lisboa.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Para o autarca, “a descentralização deve ser total e é esse o fim deste caminho. Ou então é um erro muito grande para o país, se não levarmos a descentralização ao total destas atividades que são de proximidade”. Carlos Moedas tem, contudo, uma “visão diferente” de como deveria ser a descentralização no terreno. “Se eu tenho a responsabilidade das escolas, dos assistentes técnicos, e depois não tenho dos professores, a população não percebe quem faz o quê. É uma questão de princípio como presidente da Câmara de Lisboa”. Para Moedas, a descentralização deveria, por isso, “ser feita logo de uma vez só, em termos de todas as competências”.

Ainda assim, o presidente da Câmara de Lisboa é apologista de que os autarcas devem estar “unidos e trabalhar em conjunto“. Por isso mesmo, disse “respeitar” o caminho que está a ser traçado. “A solução não é sair da ANMP [como fez a Câmara do Porto], mas sim, trabalhar com a associação“, defendeu, advertindo, contudo, que entende as razões do presidente da autarquia portuense, Rui Moreira.

Entretanto, está agendada uma nova reunião na ANMP para dia 20 de julho “para analisar melhor a documentação”, adiantou Moedas que divulgou ainda que vai decorrer o Dia Nacional dos Autarcas, a 17 de setembro. “Neste encontro, que não é tão formal como o congresso [da ANMP], poderemos falar da descentralização, mas há muitos outros temas como a lei das finanças locais e o orçamento para o ano que vem.”

A propósito do processo da descentralização, Moedas reiterou que estão a ser dados passos importantes: “Avançámos. Ainda não estamos lá, mas vamos continuar a trabalhar”. Também Luísa Salgueiro manifestou estar satisfeita por haver unanimidade nos dois Conselhos da ANMP. “Há grande apoio e sintonia com o trabalho que está a ser feito pelo Conselho Diretivo [da ANMP], uma grande convergência e união de todos os membros“.

Sem, contudo, adiantar data para o fecho do acordo com o Governo, Luísa Salgueiro apenas garantiu que “está prestes a acontecer, não há nenhuma data fechada“.

A autarca socialista adiantou que “falta agora afinar alguns detalhes para se validar e assinar um acordo [com o primeiro-ministro António Costa] que registe estas condições que agora estão estabilizadas”. Luísa Salgueiro referia-se às áreas da educação e da saúde. “Os detalhes [que faltam] têm sobretudo a ver com os equipamentos a reabilitar, as intervenções a fazer em termos de investimento nos equipamentos”, explicou a presidente da ANMP. “Temos estado a trabalhar muito intensamente com o Governo, no sentido de avançarmos para as respostas que são necessárias para estabilizar algumas das reivindicações em matéria de descentralização de competências focadas, neste momento, na área da educação e da saúde“, assegurou Luísa Salgueiro.

Só mais tarde se trabalha em detalhe a área da ação social, já que estas competências podem ser assumidas por quem pretender a partir de 1 de janeiro do próximo ano”, arrematou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Problemas na página das finanças “sem resolução à vista”

  • Lusa
  • 5 Julho 2022

Nova página da Autoridade Tributária está a gerar problemas para os contribuintes e funcionários dos impostos, lamenta sindicato.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) disse que os constrangimentos da nova página eletrónica da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) continuam “sem resolução à vista”, apontando relatos de “autêntico caos” nos serviços, segundo um comunicado.

“Persistem os problemas informáticos que dificultam acesso às aplicações da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”, denunciou o STI, garantindo que tem recebido, desde segunda-feira, “relatos do autêntico caos experienciado nos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira”.

“Os constrangimentos, assumidos pela própria Direção-Geral da AT, continuam assim sem resolução à vista, e a desesperar os trabalhadores da AT, que se sentem impedidos em fazer face às solicitações dos contribuintes”, criticou o sindicato,

Na mesma nota, o STI vincou que 24 horas depois de “ter alertado para o caos gerado pela implementação da nova página informática de aplicações e alterações aos mecanismos de contextualização – a verdade é que os inúmeros constrangimentos sentidos pelos trabalhadores dos impostos não estão desbloqueados e muito menos resolvidos”.

O STI lamentou “a falta de planeamento na gestão da AT”, criticando “que se invista em aplicações informáticas que causam mais entropia no trabalho e tornam mais moroso e burocrático o serviço prestado” em vez “de se investir, por exemplo, na renovação do parque informático que está completamente desatualizado”.

“Isso sim poderia ajudar a satisfazer as solicitações dos contribuintes de forma mais rápida e eficaz”, concluiu a estrutura sindical, que já tinha alertado para o problema esta segunda-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um em cada quatro desempregados europeus encontrou emprego no primeiro trimestre

O número de europeus que, entre o último trimestre de 2021 e o primeiro de 2022, passaram do desemprego para o emprego foi mais elevado do que o inverso, conclui o Eurostat.

Cerca de 25% dos europeus que estavam desempregados entre outubro e dezembro do ano passado conseguiram encontrar um novo posto de trabalho entre janeiro e março de 2022. Em causa estão 3,6 milhões de pessoas, sendo que este fluxo supera o registado quanto aos trabalhadores que passaram do emprego para o desemprego (2,3 milhões), de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

Entre o último trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, 7,2 milhões de europeus mantiveram-se no desemprego. Ou seja, 51,3% dos desempregados não conseguiram encontrar um novo posto de trabalho. No entanto, 25,2% (as tais 3,6 milhões de pessoas) conseguiram fazer essa transição entre o desemprego e o emprego, enquanto 3,3 dos milhões de desempregados (23,6%) passaram para a inatividade. Segundo o Eurostat, são consideradas inativas as pessoas que estavam fora do mercado de trabalho, ou seja, nem estão empregadas nem estão desempregadas. Desse universo, constam, por exemplo, os estudantes e os pensionistas, que não trabalham nem estão disponíveis para trabalhar.

Por outro lado, entre aquelas pessoas que estavam empregadas entre outubro e dezembro do ano passado, 1,2% (2,3 milhões) ficaram desempregadas, e 2,4% (4,7 milhões) transitaram diretamente para a inatividade económica.

Em contrapartida, 4,5% dos europeus que estavam inativos (cerca de 5,4 milhões de pessoas) conseguiram encontrar um novo emprego e 3,2% (3,8 milhões de pessoas) passaram ao desemprego.

Feitas as contas, o fluxo mais expressivo foi o relativo aos europeus que saíram da inatividade rumo à empregabilidade. Mas, logo a seguir, foi o dos que saíram do emprego diretamente para a inatividade. A União Europeia fechou, assim, o primeiro trimestre com 192,5 milhões de empregados, 7,2 milhões de desempregados e 109 milhões de inativos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FC Porto contrata central David Carmo ao SC Braga por 20 milhões

  • Lusa
  • 5 Julho 2022

Esta é a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses, superando outras duas que também tiveram o Sporting de Braga como vendedor.

O FC Porto assegurou a contratação do defesa David Carmo, proveniente do Sporting de Braga, por 20 milhões de euros, informou nesta terça-feira o campeão nacional de futebol, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 29.º Q do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a acordo com a Sporting Clube de Braga – Futebol, SAD para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol David Carmo pelo valor de 20 ME (vinte milhões de euros), acrescido de um valor variável máximo de 2,5 ME, dependente da concretização de objetivos desportivos“, refere a nota enviada ao regulador do mercado.

No mesmo comunicado, o FC Porto informou que o jogador assinou um contrato válido por cinco temporadas, até junho de 2027, tendo ficado ‘protegido’ por uma cláusula de rescisão de 80 milhões de euros.

O Sporting de Braga também confirmou os valores envolvidos no negócio, referindo não terá “qualquer tipo de encargo com serviços de intermediação” e que o mecanismo de solidariedade “é da responsabilidade do FC Porto”.

Esta é a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses, superando outras duas que também tiveram o Sporting de Braga como ‘vendedor’: Rafa, para o Benfica, por 16,4 ME, em 2016, e Paulinho, para o Sporting, por 16 ME, em 2021.

O central, de 22 anos, que é o primeiro reforço garantido pelos ‘dragões’ para a nova temporada, representava o Sporting de Braga desde 2015, após passagens pelos escalões de formação de Beira-Mar, Estarreja, Benfica, Anadia e Sanjoanense.

A estreia de David Carmo pela equipa principal dos minhotos sucedeu em janeiro de 2020, precisamente num encontro diante do FC Porto, no Estádio do Dragão, onde o conjunto então comandado por Rúben Amorim venceu por 2-1.

Um ano depois da estreia, e numa altura em que já tinha conquistado um lugar no ‘onze’ do Sporting de Braga – inclusive falando-se de uma eventual transferência para o Liverpool –, Carmo sofreu uma grave lesão, novamente num jogo com os ‘dragões’, que o levou a ficar afastado dos relvados durante praticamente um ano.

Pelo Sporting de Braga realizou 57 partidas (17 em 2021/22) e marcou um golo, tendo sido chamado recentemente à seleção portuguesa, com vista a quatro encontros na Liga das Nações, em junho. Contudo, não foi utilizado por Fernando Santos em qualquer um dos jogos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Continental Mabor exigem atualização salarial “imediata”

  • Lusa
  • 5 Julho 2022

Trabalhadores receberam aumento de 3% no início do ano. Com a inflação acima dos 8% "é fácil perceber que esse aumento salarial já foi há muito engolido", diz sindicato.

Os trabalhadores da fábrica de Vila Nova de Famalicão da multinacional alemã Continental Mabor reivindicaram esta terça-feira uma “atualização salarial imediata”, para fazer face ao aumento “brutal” do custo de vida e ao “disparar” da inflação, disse fonte sindical.

Em declarações à Lusa no final de um plenário de trabalhadores, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras (SITE) do Norte Joaquim Costa disse que a empresa aumentou os salários em 3% no início do ano.

Com uma inflação que já vai acima dos 8% e com o brutal aumento do custo de vida, é fácil perceber que esse aumento salarial já foi há muito engolido e que hoje os salários são muito mais curtos do que quando o ano começou”, referiu.

Por isso, os trabalhadores da Continental Mabor exigem uma atualização salarial “imediata”, para “reposição do poder de compra”. Segundo Joaquim Costa, a fábrica empresa cerca de 2.600 trabalhadores e regista todos os anos “muitos milhões de lucros”. “É preciso que se olhe também para o lado dos trabalhadores”, apontou.

No plenário, marcou presença a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, que reiterou a exigência de um aumento de 90 euros dos salários de todos os trabalhadores, já em 2022, e a subida do salário mínimo nacional para 800 euros já a partir deste mês.

Em declarações à Lusa, Isabel Camarinha sublinhou ainda a necessidade do aumento das pensões e reformas em “pelo menos” 20 euros. “O que se exige é um efetivo aumento de salários. Promessas e propaganda temos muitas”, referiu.

Assim, além do aumento de 90 euros para todos, a CGTP exige também aumentos intercalares para os trabalhadores que este ano já tiveram atualizações salariais. “Essas atualizações foram engolidas pelo aumento brutal do custo de vida, como aconteceu aqui na Continental Mabor”, apontou. Para a líder da CGTP, os salários, designadamente fruto da “galopante” inflação, “estão cada vez mais curtos”.

Isabel Camarinha defendeu que tem de haver medidas para travar a especulação dos grandes grupos económicos, para regulação de preços e para o aumento geral dos salários. “Isto interliga-se com a proposta de lei que está em discussão na Assembleia da República de alterações à legislação laboral, que tem um ou outro aspeto positivo mas não garante a resolução dos problemas de fundos existentes nas relações laborais”, acrescentou.

Apontou, como exemplos, “a norma que faz com que não haja efetiva negociação da contratação coletiva, fazendo com que as carreiras sejam completamente desvalorizadas”. “Precisamos de efetivar a negociação da contratação coletiva. O Governo não resolve a norma da caducidade nem retira da legislação a capacidade de manter a precariedade, que é das mais altas da União Europeia”, criticou.

A CGTP tem vindo a promover ações junto dos trabalhadores um pouco por todo o país para “tomar o pulso” aos problemas e preparar uma manifestação nacional marcada para quinta-feira, em Lisboa. Segundo Isabel Camarinha, o aumento geral dos salários surge à cabeça das reivindicações. “Se os salários já eram curtos no início do ano, agora são ainda muito mais curtos, fruto da guerra na Ucrânia e da inflação que já vai nos 8,7%”, referiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Elétricos crescem 62,7% no pior semestre para o setor automóvel

Setor automóvel em queda no primeiro semestre de 2022 face aos valores pré-pandemia, mas número de elétricos, plug-in e híbridos elétricos cresce 17,2%, com puros elétricos a aumentar 62,7%.

O número de novas matrículas de veículos elétricos, plug-in e híbridos elétricos cresceu 17,2% no primeiro semestre do ano, avançou esta segunda-feira a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), um crescimento de destaque num período marcado por quedas no mês de junho. Só os veículos puramente elétricos cresceram 62,7% no primeiro semestre de 2022.

Em junho foram matriculados em Portugal 5.011 automóveis ligeiros de passageiros novos elétricos, plug-in e híbridos elétricos, um valor que ficou 11,2% abaixo do registado no mês anterior. Já no primeiro semestre do ano, as matrículas deste tipo totalizaram as 27.041 unidades, ou mais 17,2% face ao mesmo período de 2021. Só as matrículas de veículos ligeiros de passageiros novos e elétricos cresceram 62,7% nos primeiros seis meses do ano, em termos homólogos, o que representa 7.637 unidades.

No ramo dos veículos ligeiros de mercadorias também houve um aumento do mercado de elétricos, plug-in e híbridos elétricos, com 33 unidades matriculadas em junho, tendo chegado às 350 unidades em termos acumulados. Já no que toca a veículos pesados, não houve qualquer variação no número de veículos elétricos no mês de junho, nem nos primeiros seis meses de 2022, havendo apenas uma unidade matriculada.

Apesar do crescimento do segmento de veículos elétricos no primeiro semestre do ano, a oferta deste tipo de veículos tem sido asfixiada por diversas questões que se agravaram com a guerra na Ucrânia. Enquanto a pandemia levou a uma crise global nas cadeias de abastecimento, conduzindo a uma falta de chips, esta carência foi agora exacerbada pelo recente confinamento em Xangai, na China, onde se encontram algumas das principais fábricas do setor automóvel.

A agravar a falta de chips está também a guerra na Ucrânia, que atirou para níveis históricos o valor de metais usados no fabrico de componentes eletrónicos. Como resultado, as marcas automóveis estão agora a ser forçadas a colocar os clientes em longas listas de espera enquanto esperam pelos fornecimentos, e mesmo a construção de novos postos de carregamento também está a enfrentar atrasos de até meio ano.

Em termos globais, o mercado automóvel português registou uma queda 9,4% no primeiro semestre do ano (89.982 novos veículos), face a igual período de 2021, embora a queda ascenda a 27,5% face aos dados pré-pandemia de 2019. Só em junho de 2022, as novas matrículas caíram 18,6% (total de 18.087 registos) face ao mesmo mês de 2021. Face a junho de 2019, a queda corresponde a 39,2%.

Mercado de duas rodas, triciclos e quadriciclos afunda em junho

O mercado de ciclomotores, triciclos e quadriciclos caiu 9,2% em junho de 2022, face ao mês anterior, tendo sido matriculadas 3.922 unidades. Já a variação acumulada correspondente ao primeiro semestre do ano registou um aumento de 12,3%, face ao primeiro semestre de 2021.

A nível individual, os ciclomotores afundaram 4% em junho deste ano, em termos homólogos, com 143 novas unidades. Já de janeiro a junho de 2022 o acréscimo foi de 0,4%, um aumento marginal e em linha com o verificado em igual período homólogo de 2021, correspondendo a 791 novas matrículas.

Os motociclos também registaram uma variação semelhante com uma queda de 10% em junho face ao mesmo mês de 2021 (3.654 registos), sendo que no primeiro semestre do ano a variação já é de mais 12%, com 18.999 novos motociclos, em termos homólogos. No que respeita aos motociclos até 125 cm3, estes verificaram também um aumento 1,2% em junho, face ao mesmo mês de 2021; em termos semestrais, este aumento foi de 16,1% (10.162 unidades) face aos primeiros seis meses de 2021.

Nos motociclos com cilindrada superior a 125 cm3, a variação correspondeu a um decréscimo expressivo de 22,3% (1.516 veículos) em junho de 2022, face ao mesmo mês de 2021. Em termos acumulados, o crescimento situou-se nos 7,7% face ao primeiro semestre de 2021, o que representa 8.837 novos registos.

O mercado de triciclos, do grupo em análise, foi o que mais caiu percentualmente em junho deste ano com um decréscimo de 54,5% face a maio, com apenas 15 unidades matriculadas. Em termos acumulados a variação também é negativa com uma queda de 14,1% face ao primeiro semestre de 2021 (110 veículos). Já os quadriciclos ficam em contraciclo com um aumento de 44,7% em junho de 2022, face ao mesmo mês de 2021, com 110 unidades. Na variação do primeiro semestre o crescimento é de 56%, em termos homólogos, contanto com 652 registos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministra da Agricultura admite “maiores restrições ao uso” da água no setor

  • Lusa
  • 5 Julho 2022

“Se esta situação continuar", diz a Maria do Céu Antunes, poderá ser necessário acionar um "dos planos de contingência das albufeiras que são de fins agrícolas”.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, admitiu esta terça que o Governo pode avançar, a curto prazo, com “maiores restrições ao uso” da água no setor, devido à situação de seca que atravessa o país. “Estamos preocupados com esta situação” de seca no país e “as medidas de curto prazo, infelizmente, podem passar por maiores restrições ao uso” da água no setor da agricultura, afirmou a governante, em Évora.

Maria do Céu Antunes, que falava aos jornalistas no final do Fórum Regional do Alentejo do Programa Bairros Saudáveis, referiu que “as situações difíceis” na área da agricultura “estão identificadas” e têm medidas de contingência previstas. “Se esta situação continuar, vamos ter necessidade, a todo o tempo, de rever a situação e de aplicar aquilo que está previsto em cada um dos planos de contingência das albufeiras que são de fins agrícolas”, sublinhou.

Porém, segundo a ministra, os responsáveis das albufeiras com as características hidroagrícolas “têm estado a colaborar de forma bastante ativa, nomeadamente para o abastecimento humano”, quando “não existe outra fonte de abastecimento”. Além de medidas de curto prazo para minimizar os efeitos da seca meteorológica, a titular da pasta da Agricultura defendeu que também é preciso “pensar no futuro próximo” com soluções a longo prazo.

Nesse sentido, revelou, o Ministério da Agricultura “está a abrir um aviso de 12 milhões de euros” para apoiar a instalação de sistemas de precisão para o uso da água nas explorações agrícolas. “É fundamental que possamos ter sistemas de regadio cada vez mais eficientes”, quer “do ponto de vista do uso da água, mas também da energia”, disse. Reconhecendo que, devido à seca, já “há quebras na produção” agrícola, a ministra assinalou que o Governo tem, desde 1 de março deste ano, um conjunto de apoios para os agricultores.

Maria do Céu Antunes deu como exemplos as ajudas concedidas aos produtores de arroz, aos agricultores que plantem em terrenos que estejam em pousio, à produção animal biológica e para a instalação de sistemas de abeberamento para os animais. “Existe ainda um conjunto de medidas financeiras, a fundo perdido, que está a ser ultimado”, salientou, indicando que estes apoios, num total de 27 milhões de euros, consistem na “utilização da reserva de crise”.

De acordo com a responsável, o Governo português, que aguarda agora “autorização da Comissão Europeia para fazer os pagamentos”, vai utilizar esta verba nos setores da suinicultura, das aves e ovos e do leite. O ministério está também a “preparar a utilização de 51 milhões de euros dos fundos de desenvolvimento rural”, com mais sete milhões do Orçamento do Estado, para “ajudar, de forma mais transversal, todos os setores”, acrescentou.

O Fórum Regional do Alentejo do Programa Bairros Saudáveis foi um dos cinco realizados de norte a sul do país para partilhar experiências e apresentar os primeiros resultados dos projetos apoiados. Criado em 2020, o Programa Bairros Saudáveis é um programa público, de natureza participativa, multissetorial, que visa a melhoria das condições de saúde, bem-estar e qualidade de vida em territórios vulneráveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Paulo Azevedo vê escola “desadequada à sociedade e expectativa dos jovens”

Presidente da Fundação Belmiro de Azevedo frisa que falta de capacidade financeira “condiciona os jovens” nos estudos e “acaba por espartilhar as suas escolhas logo nos níveis mais baixos do ensino”.

A Fundação Belmiro de Azevedo (FBA) ambiciona promover a mudança e a transformação nos percursos sociais e educativos dos jovens mais excluídos em Portugal, “adotando abordagens que influenciem positivamente e os motivem pela definição de expectativas em relação ao futuro”.

Na abertura da conferência internacional “Teacher Education – Building an Agenda for the 21st Century”, na Fundação de Serralves, no Porto, o presidente da FBA, Paulo Azevedo, salientou que a falta de capacidade financeira “condiciona os jovens” no acesso às melhores condições de ensino e no apoio aos estudos, e “acaba por espartilhar as suas escolhas logo nos níveis mais baixos do ensino”.

“Sabemos que o baixo nível sociocultural das famílias, a ausência de modelos e a priorização de necessidades básicas secundarizam, por vezes, a educação em determinados contextos. E sabemos também que a escola está desadequada à dinâmica da evolução da sociedade e às expectativas dos próprios jovens”, sublinhou o ex-presidente executivo da Sonae.

A FBA apoia várias entidades e projetos que estão no terreno ao nível do desenho de programas de formação para educadores e professores, e no estudo de percursos educativos alternativos, com o presidente a dar o exemplo do ensino profissional orientado para o mercado de trabalho. “Queremos intervir por antecipação, enquanto os jovens estão na sua formação base, combatendo a desigualdade educativa e gerando impacto sistemático e sustentável”, frisou Paulo Azevedo.

O meu pai não perdia uma oportunidade para relembrar o papel determinante que o professor de instrução primaria teve na sua vida: pelo que lhe ensinou, porque o obrigou a pensar sobre as expectativas de futuro e por ter convencido os pais que valia a pena apostar na sua educação.

Paulo Azevedo

Presidente executivo da Fundação Belmiro de Azevedo

Criada em 1991, esta fundação tem-se destacado pelo think tank Edulog, que integra vários especialistas nesta área e tem como missão divulgar conhecimento científico sobre a educação, promover o debate e estimular a mudança nas políticas públicas. E que criou o Edustat – Observatório da Educação, apresentado como a maior plataforma de recolha e disponibilização “transparente” de dados no setor, incluindo mais de 50 indicadores quantitativos para a formulação de políticas públicas.

“A promoção da educação é o propósito central da Fundação. Quem conheceu a vida do meu pai não esperaria outra coisa. Acreditava que é o melhor recurso que uma sociedade moderna tem para oferecer. Um dos combates da sua vida foi participar no desenvolvimento de um modelo educativo de excelência e estável — e também pugnar para que todos tivessem acesso a esse recurso fundamental”, frisou Paulo Azevedo.

No arranque deste evento subordinado ao tema da formação de professores”, organizado em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), o líder da FBA recordou ainda como o pai “colocava o papel do professor no mesmo patamar de importância do acesso de todos a um modelo educacional de excelência”.

“Não perdia uma oportunidade para relembrar o papel determinante que o professor de instrução primaria teve na sua vida: pelo que lhe ensinou, porque o obrigou a pensar sobre as expectativas de futuro e por ter convencido os pais que valia a pena apostar na sua educação”, concluiu o gestor durante esta intervenção na Fundação de Serralves, no Porto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prémio Nacional de Literacia em Saúde vai ter 1ª edição

  • ECO Seguros
  • 5 Julho 2022

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde lançou um prémio com vista a destacar as estratégias que contribuam para uma literacia ativa na área da saúde.

O Prémio Nacional de Literacia em Saúde (PNLS) vai ter a sua primeira edição, numa iniciativa da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS). A distinção pretende destacar “projetos e estratégias relevantes na promoção de uma literacia ativa nesta área”, esclarece a PNLS.

Em concreto, o prémio tem como principal objetivo distinguir equipas de trabalho que desenvolvem a sua atividade de investigação ou no terreno, em Portugal, e que tenham implementado ou venham a implementar estratégias de literacia em saúde, as quais deverão incidir em intervenções relacionadas com o melhor acesso, compreensão e utilização da informação e dos recursos de saúde, traduzindo-se em ganhos no plano da saúde e bem-estar dos destinatários.

Para a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida, este é um “excelente momento” para dinamizar esta iniciativa, “tendo em conta os esforços feitos nos últimos anos pela literacia em saúde por parte de tantos profissionais e das intervenções evidentes no terreno”.

As inscrições para a apresentação de candidaturas à primeira edição do prémio lançado pela SPLS, o qual consta, aliás, dos estatutos da sociedade, já se encontram abertas, sendo 7 de setembro a data-limite para aderir à iniciativa. Cada uma das duas categorias em que se reparte o regulamento do concurso receberá um prémio de 5 mil euros.

As inscrições estão abertas a equipas ou entidades que exerçam atividade profissional na área da saúde, do social, da educação, na academia, em empresas de comunicação e outros organismos ligados à economia do terceiro setor, como IPSS, associações de moradores, associações de doentes, empreendedores sociais, entre outros.

Numa das categorias o prémio vai destacar entidades que tenham atuado na promoção da vigilância em saúde e da vacinação através do patrocínio da Ciência Viva. Já na categoria do domínio da segurança e da capacitação do doente, das associações representativas de doentes e dos cuidadores, a SPLS conta com o apoio da Roche. A distinção assume assim, nas suas duas categorias, uma componente transversal.

Segundo o regulamento, que pode ser consultado aqui, o júri é constituído por sete membros — quatro elementos da SPLS, duas personalidades de reconhecido mérito nacional e um representante da organização patrocinadora. As inscrições terminam a 7 de setembro e a atribuição pública do prémio acontece em março de 2023, em data e local ainda a anunciar.

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), criada em janeiro de 2022, é uma associação dotada de personalidade jurídica sem fins lucrativos, de caráter científico e formativo. Prossegue fins científicos, formativos, técnicos, organizativos, éticos e humanos na promoção, desenvolvimento e aperfeiçoamento da prática da Literacia em Saúde.

Com o objetivo de contribuir, através de um conjunto de estratégias, para a literacia em saúde individual, organizacional e pública, para uma melhor saúde e bem-estar das pessoas, no seu ciclo de vida, com arte, técnicas e comunicação, adota uma “abordagem integrada, inclusiva e multidisciplinar, promovendo e desenvolvendo competências”, refere a SPLC ao explicitar a sua missão.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fidelidade é novamente seguradora oficial do NOS Alive

  • ECO Seguros
  • 5 Julho 2022

A seguradora, reforçando o seu posicionamento junto das gerações mais jovens, vai desenvolver várias iniciativas no seu 'stand', que tem uma localização privilegiada no recinto do festival.

Frente ao palco principal do generoso recinto de Alcântara do NOS Alive posiciona-se o stand da Fidelidade. A seguradora, líder no mercado português, é, na edição deste ano do festival, uma vez mais a sua seguradora oficial.

Durante o evento seguradora vai desenvolver várias iniciativas no recinto do festival, sob o tema Fidelidade PETS, promovendo o contacto direto com o público através de animações no stand, as quais envolverão embaixadores da marca, como a Marisa Liz e a Isabel Silva, clientes, colaboradores e a rede de mediadores da empresa.

A Fidelidade vai igualmente vincar a sua aposta no digital e desenvolver uma “forte campanha de ativação da marca” ao longo dos dias do festival. Tal permitirá, refere a seguradora, partilhar as experiências vividas no NOS Alive e ainda desenvolver passatempos.

Para Sérgio Carvalho, diretor de Marketing da Fidelidade, citado numa nota da seguradora, “na Fidelidade procuramos inovar continuamente, estando atentos às tendências do mercado, o que passa por criar um maior envolvimento com os jovens e os públicos tradicionalmente ligados a estes eventos musicais como o NOS Alive, a quem procuramos proporcionar uma experiência única com a marca”.

O grupo Fidelidade lidera o setor segurador português, posição que saiu reforçada em 2021 com a sua quota a aumentar para 29,1% do mercado total. A produção atingiu, no último exercício, 3,88 milhões de euros, mais 44% que no ano anterior.

Engloba diversas marcas solidamente implantadas no mercado. O símbolo da seguradora, o cão da Fidelidade, foi renovando-se ao longo de várias épocas, acompanhando o ‘espírito do tempo’.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investidores portugueses ficaram com 42% das novas ações da GreenVolt

Empresa de energias renováveis liderada por João Manso Neto completa aumento de capital de 100 milhões que vai acelerar investimentos. Procura ascendeu a 186,8% da oferta nesta operação.

A GreenVolt anunciou esta terça-feira ter “concluído com sucesso” o aumento de capital no valor de quase 100 milhões de euros, uma operação marcada por uma forte procura dos investidores e que vai permitir à empresa liderada por João Manso Neto “realizar mais depressa os investimentos, bem como estar atenta a oportunidades que surjam no desenvolvimento da estratégia de crescimento nas energias renováveis”.

De acordo com a informação enviada à CMVM, a procura global pelas 17.252.191 novas ações ascendeu a 186,8% da oferta. Os atuais acionistas garantiram a quase totalidade do aumento de capital – só com os direitos de subscrição ficaram garantidos 97% dos 99,9 milhões pedidos aos investidores –, com as ordens de subscrição pelas restantes 540.385 novas ações a superarem em 30 vezes o valor disponível.

Nesta operação coordenada pelo BNP Paribas e pelo Santander, que contou ainda com o CaixaBank, JB Capital e Mediobanca no sindicato bancário, e com Caixa BI como intermediário financeiro – a Lazard atuou como assessora financeira e a Vieira de Almeida como assessor legal –, a GreenVolt diz ter colocado 42% das novas ações junto de investidores portugueses, e o restante junto de britânicos (27,2%), norte-americanos (3%) e o remanescente na Europa Continental (27,8%).

Foi no início de junho que a empresa anunciou um aumento de capital no valor de 100 milhões de euros, resultante da emissão de quase 18 milhões de ações a um preço unitário de 5,62 euros. O período de subscrição das novas ações decorreu até 4 de julho, com o apuramento dos resultados a ser feito esta terça-feira e os novos títulos a estrearem-se em bolsa a 11 de julho.

“O sucesso desta operação traduz a confiança dos nossos investidores, que soubemos conquistar ao longo deste último ano, com o trabalho de excelência de uma equipa de verdadeiros profissionais. (…) Agora temos os meios para acelerar os investimentos nos projetos que conquistámos, mas também para estarmos atentos às inúmeras oportunidades que se avizinham nas energias renováveis”, resumiu o CEO, João Manso Neto, num comunicado enviado às redações.

Agora temos os meios para acelerar os investimentos nos projetos que conquistámos, mas também para estarmos atentos às inúmeras oportunidades que se avizinham nas energias renováveis.

João Manso Neto

CEO da GreenVolt

No primeiro trimestre deste ano, os lucros da GreenVolt aumentarem para 1,3 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 43% face a igual período de 2021. No arranque do ano, a subida das receitas foi impulsionada pelo segmento da biomassa residual, mas também pelo reforço dos projetos solares eólicos.

Além de produzir energia a partir de biomassa e de resíduos florestais, agroflorestais e urbanos, em Portugal e no Reino Unido, promove projetos eólicos e solares fotovoltaicos em vários mercados europeus e nos EUA, com um pipeline de 6,6 GW. Está também presente no segmento estratégico da geração distribuída, com soluções para reduzir a fatura energética dos clientes (empresariais e particulares) nos mercados ibéricos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cidade chinesa de Xi’an anuncia confinamento de uma semana para conter surto

  • Lusa
  • 5 Julho 2022

Xi’an é o destino da única ligação aérea entre Portugal e a China, que foi entretanto suspensa, por um período total de seis semanas.

A cidade de Xi’an, destino do único voo direto entre Portugal e China, vai encerrar, por uma semana, restaurantes, bares, escolas e locais religiosos, após ter diagnosticado cerca de 20 casos de covid-19, anunciaram esta terça-feira as autoridades.

Situada no centro da China, a cidade, com 13 milhões de habitantes, é conhecida pelo Exército de Terracota, enterrado com o primeiro Imperador da China. Xi’an é também o destino da única ligação aérea entre Portugal e a China, que foi entretanto suspensa, por um período total de seis semanas, após terem sido detetados casos de infeção pelo novo coronavírus em dois voos oriundos de Lisboa.

A China é um dos últimos países a aplicar uma estratégia de “zero casos” de covid-19, o que implica o bloqueio de cidades inteiras, testes em massa e o isolamento em instalações designadas de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos, sempre que é detetado um surto. O país mantém também as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020.

Os voos para a China estão sujeitos à política “circuit breaker” (‘interruptor’, em português), em que quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso sejam identificados dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês.

A cidade de Xi’an registou 18 casos positivos, causados pela altamente contagiosa variante Ómicron, desde sábado, segundo as autoridades locais. Um alto funcionário do governo local, Zhang Xuedong, anunciou hoje a aplicação, por um período de sete dias, de “medidas de controlo”, destinadas a evitar o “movimento de pessoas”.

“Estamos numa corrida contra o tempo” e é necessário “evitar a propagação e o aumento dos casos”, sublinhou. Espaços de entretenimento como bares, cibercafés ou restaurantes irão encerrar a partir da meia-noite de quarta-feira na China, disse o governo local em comunicado.

Os estabelecimentos de restauração deixam de poder receber clientes durante uma semana, mas estão autorizados a fazer entregas ao domicílio. As escolas primárias e creches vão também fechar, assim como os locais religiosos. A cidade de Xi’an foi sujeita a medidas de bloqueio altamente restritivas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, devido a um surto do novo coronavírus.

O governo local foi então criticado pela gestão do confinamento, marcado por problemas de abastecimento de alimentos e outros bens básicos. As autoridades suspenderam nessa altura todos os voos internacionais, que só retomaram em junho passado.

A ligação aérea direta entre Portugal e a China foi retomada em 12 de junho, mas logo no primeiro voo foram detetados dez casos a bordo, acionando a suspensão de um mês, no âmbito da política do ‘circuit breaker’, aplicável a partir de 20 de junho. No segundo voo, realizado em 19 de junho, foram detetados cinco casos, pelo que foi aplicada nova suspensão de duas semanas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.