PSD chama ao Parlamento novo regime remuneratório dos médicos nas urgências

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Sociais-democratas apresentaram pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que estabelece um novo regime remuneratório do trabalho suplementar dos médicos nas urgências.

O PSD apresentou esta terça-feira um pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que estabelece um novo regime remuneratório do trabalho suplementar dos médicos nas urgências, dizendo que “não aceita nem pactua com falsas soluções”.

A apreciação parlamentar permite aos deputados discutir, alterar e, no limite, anular um decreto-lei, diploma que é da responsabilidade do Governo e não passou pela votação na Assembleia da República.

No pedido, assinado pelo líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, o PSD não adianta ainda se pretende alterar ou revogar o diploma do Governo, que foi promulgado no domingo pelo Presidente da República, por Marcelo Rebelo de Sousa considerar que o regime excecional de remuneração nos serviços de urgência constitui “um paliativo fundamental” e é “justo pela sobrecarga de trabalho” dos médicos.

“O PSD não aceita nem pactua com falsas soluções que, parecendo resolver problemas, apenas os multiplicam e agravam, descredibilizando ainda mais a atual política de saúde”, referem os sociais-democratas, no pedido hoje entregue na Assembleia da República.

Para os deputados do PSD, “parecendo que este novo regime remuneratório aplicável à prestação de trabalho suplementar representa um avanço positivo relativamente ao regime excecional de trabalho suplementar consagrado na Lei do Orçamento do Estado, tal não sucede, verdadeiramente”.

O PSD aponta uma norma do decreto, segundo a qual os custos com o trabalho suplementar e aquisição de serviços médicos “não podem exceder, em cada serviço ou estabelecimento de saúde, os montantes pagos a título de trabalho suplementar e de prestação de serviços médicos no último semestre de 2019, corrigidos dos encargos decorrentes das atualizações salariais anuais”.”

“Trata-se, pois, de um cerceamento dos potenciais efeitos úteis que o novo regime do trabalho suplementar médico poderia conter, em ordem a contrariar ou, pelo menos, a atenuar, a degradação que está a atingir o funcionamento dos serviços de urgência do SNS e, bem assim, de mais uma infeliz demonstração da ausência de genuína vontade de compromisso leal do executivo do Partido Socialista com aqueles profissionais de saúde”, criticam os deputados sociais-democratas.

O novo regime foi publicado na segunda-feira em Diário da República e vai vigorar até 31 de janeiro. “Esta medida é um paliativo fundamental, essencial, num domínio. O resto é muito mais vasto, passa por organização, passa pela capacidade de resposta em várias estruturas, em vários momentos, por todo o país. Portanto, tem de ser um esforço conjugado”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, no fim de uma visita à Sé de Lisboa, na segunda-feira.

Interrogado se não teve dúvidas de constitucionalidade sobre este decreto-lei, ao contrário da Federação Nacional dos Médicos, que lhe pediu que enviasse o diploma para o Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Se eu tivesse dúvidas assim flagrantes, óbvias, de constitucionalidade, pediria ao Tribunal Constitucional para se pronunciar. Eu entendi que, de facto, havia uma justificação de urgência para o diploma”.

A Federação Nacional dos Médicos entende que, “ao poder obrigar os médicos a trabalharem muito para além de 150 horas anuais de trabalho suplementar, limite que se encontra definido legalmente, na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas e no Código do Trabalho, deita-se por terra todo e qualquer respeito pela sua vida familiar e pelo seu direito ao repouso e ao lazer, impondo-lhes o trabalho infinito, sem limites e sem direitos”.

Na prática, o diploma determina o valor de 50 euros a ser pago a partir da 51.ª hora e até à 100.ª hora de trabalho suplementar, 60 euros a partir da 101.ª hora e até à 150.ª hora e 70 euros a partir da 151.ª hora de trabalho extraordinário dos médicos nas urgências.

Nas últimas semanas, serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos em vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.

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Há condições para amplo acordo social sobre competitividade e rendimento até outubro, diz CES

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

"Estou convencido que há todas as condições para aprovarmos até setembro/outubro um amplo acordo social incidente sobre as questões da competitividade e dos rendimentos", disse Assis.

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, disse esta terça estar convencido de que “há todas as condições” para ser aprovado até setembro/outubro um “amplo acordo social” sobre as questões da competitividade e rendimentos.

O responsável falava no painel “Fim do emprego para a vida: perspetivas dos mais jovens em relação ao emprego”, no âmbito do Encontro Fora da Caixa “Os desafios da Economia e a Importância do Emprego”, iniciativa da CGD, que decorreu na Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras.

“Eu julgo que neste momento, pela forma como o Governo tem conduzido o processo e pela forma como os parceiros sociais se têm empenhado também nesta questão, eu estou convencido que há todas as condições para aprovarmos até setembro/outubro um amplo acordo social incidente sobre as questões da competitividade e dos rendimentos, sobretudo num contexto como este”, disse Francisco de Assis, aludindo ao impacto da guerra, inflação elevada, subida das taxas de juros, entre outros fatores.

“Confio na capacidade dos vários intervenientes neste processo”, rematou. A legislação relativa à Agenda do Trabalho Digno foi aprovada em Conselho de Ministros em 2 de junho último.

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“Tem-se cultivado” em Portugal uma cultura “que não premeia a meritocracia”, diz Pires de Lima

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

O presidente da Brisa diz ainda que as grandes empresas, "maltratadas do ponto de vista mediático", são as que têm possibilidade de pagar maiores salários.

O presidente da Brisa criticou esta terça-feira a existência de uma cultura em Portugal “que não premeia a meritocracia” e sublinhou que as grandes empresas, “maltratadas do ponto de vista mediático”, são as que têm possibilidade de pagar maiores salários. António Pires de Lima falava no painel empresas, no âmbito do Encontro Fora da Caixa “Os desafios da Economia e a Importância do Emprego”, iniciativa da CGD, que decorreu na Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras.

Questionado sobre o que representa o facto de o rendimento médio anual bruto ser de 9.665 euros, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE, o antigo ministro da Economia afirmou que isso diz que Portugal é um país onde “a maioria das pessoas, apesar de trabalhar e trabalhar muito, não têm através do seu trabalho acesso a uma vida digna” e isso “é um tema central”, quer na agenda política quer na empresarial.

O presidente da Brisa sublinhou ainda que Portugal é o país onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais, depois dos 30 anos, em média. “E não é porque os filhos, creio eu, queiram viver com a mãezinha e o paizinho até aos 31 ou 32 anos, é porque não têm possibilidades de sair”, apesar de terem um emprego, prosseguiu, referindo que saindo mais tarde de casa, mais tarde casam e dificilmente têm filhos, o que também se traduz num problema demográfico.

Trata-se de um “problema estrutural de dignidade e de sustentabilidade da nossa sociedade” e que “não tem solução fácil”, salientou o gestor. “Paralelamente em Portugal tem-se cultivado ao longo dos tempos, e eu acho que não tem melhorado o ambiente cultural a esse respeito, uma cultura que não premeia a meritocracia”, criticou Pires de Lima.

E quem é que tem “a possibilidade de pagar salários melhores? As boas empresas, as empresas que ganham dinheiro”, mas “o que é se ouve em Portugal quando uma empresa apresenta lucros fortes? Esses lucros são obscenos, devem ser taxados com uma taxa especial, o que é bom é termos um universo constituído só por pequenas e médias empresas e, portanto, uma cultura destas o que propicia é um sistema empresarial onde as pessoas têm vergonha de ganhar dinheiro”, apontou.

“Quem ganha dinheiro procura esconder que ganha dinheiro e cria estímulos fundamentalmente para eternizarmos um tecido de pequenas e médias empresas quando a ambição de uma pequena e média empresa devia ser de uma grande empresa”, prosseguiu o presidente da Brisa.

Pires de Lima sublinhou que “são as empresas que têm modelo de sustentabilidade, que produzem riqueza, que têm valor acrescentado bruto grande, que apresentam lucros, que têm obrigação e podem pagar salários mais altos”, mas “está tudo invertido”.

Aliás, “é difícil ambicionarmos ter uma economia rica que possa pagar bons salários se no final aquilo que cultivamos do ponto de vista de cultura política é uma cultura em que aquilo que valorizamos são pequenas empresas, empresas que não apresentam lucros”, considerou.

O tecido destas empresas, que não são muitas, “são 800 em Portugal, eu duvido – mas já agora gostava que apresentassem dados – que os salários médios dessas grandes empresas, aquelas que são mais maltratadas do ponto de vista mediático, tenham alguma coisa a ver com os salários médios que paga a economia nacional”.

Muitas vezes pagam “o dobro ou o triplo” e têm “um papel fundamental na agenda da inovação”, portanto, “aquilo que nós devíamos procurar admirar, copiar são os exemplos das boas empresas e isso nem sempre está estabelecido na nossa cultura”, disse, referindo que “o que seria chocante é que uma empresa que apresenta lucros tivesse como bitola pagar” salário mínimo aos colaboradores.

Ou seja, é preciso trabalhar para criar cultura “que ponha a competitividade, o crescimento, a valorização das empresas, a criação de modelos de negócio que tenham o valor acrescentado bruto como prioritário, em vez de valorizarmos aquilo que é pequenino”, rematou.

O presidente executivo da Mota-Engil, Gonçalo Moura Martins, referiu concordar com o tinha sido referido pelo presidente da Vila Galé e por Pires de Lima relativamente à meritocracia. “Temos uma cultura no contexto mediático de mediocridade e esse conceito alimenta a mediocridade e é muitas vezes difícil sair desse círculo vicioso como explicou muito bem o António [Pires de Lima]”, referiu o líder da construtora. As empresas “é que fazem a economia de um país”, sublinhou Gonçalo Moura Martins.

“Um contexto que não alimente o crescimento dessas empresas, o mérito dessas empresas (…), é uma sociedade que não cuida de si própria”, salientou, porque só as grandes empresas “é que têm futuro”. Por sua vez, Francisco Cary, da CGD, salientou que um dos grandes desígnios é ter uma política de crescimento económico pois só assim é que as empresas “conseguem desenvolver mais e pagar maiores salários”.

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Futebol espanhol atrai investidores estrangeiros

  • Servimedia
  • 26 Julho 2022

Há cada vez mais investidores estrangeiros interessados pela liga espanhola. O facto de ser uma das competições desportivas mais atrativas a nível económico tem contribuído para este interesse.

A Liga Espanhola é uma das competições mais famosas do mundo, não só dentro do futebol, mas na área desportiva. O nível das suas equipas e o facto de os melhores jogadores do mundo quererem fazer parte dela, tornaram-na uma das competições mais seguidas do mundo, facto que tem suscitado interesse a investidores estrangeiros, noticia a Servimedia.

Este interesse dos investidores surge não só pelo aspeto desportivo, mas também pelo facto de esta competição ser uma das mais atrativas a nível económico e financeiro. Prova disso é todo o investimento estrangeiro que chegou a Espanha através das diferentes equipas que o compõem.

Atualmente, existem oito clubes da primeira divisão e seis clubes LaLiga SmartBank que têm empresários, empresas ou fundos de investimento estrangeiros como acionistas, ou seja, 33% dos quarenta e dois que participam nestas duas competições.

Estes números foram recentemente completados com operações dos Estados Unidos na Real Zaragoza, Leganés, recentemente comprada pelo mexicano Jeff Luhnow e a sua empresa Blue Crow Sports, e Sporting de Gijón, com Alejandro Irarragorri no comando.

Singapura, Argentina e China são outros países estrangeiros com representação no futebol espanhol, com equipas como Valência, Elche e Espanyol, respectivamente. Além disso, os três clubes recentemente promovidos a LaLiga Santander partilham a condição de ter um proprietário de fora das fronteiras espanholas – Almeria de Turki, Valladolid de Ronaldo e Girona do Grupo da Cidade.

Também na segunda divisão estão Málaga, ainda nas mãos de Al Thani, que aguarda uma venda, e Oviedo, com o bilionário mexicano Carlos Slim. Além disso, Albacete, cujo maior acionista é o grupo Qatari Skyline International, subiu da Primera RFEF.

Mas nem todas as operações estrangeiras se destinam a assumir a propriedade dos clubes, elas vêm também reforçar os orçamentos de algumas equipas, como é o caso da American Ares Management e Quantum Pacific Group, da israelita Idan Ofer, no Atlético de Madrid; ou o caso de Sevilha, que, graças ao seu acordo com 777 Partners, um grupo de investimento dos Estados Unidos, espera poder assumir novos projetos a curto prazo.

Além disso, a atratividade financeira da LaLiga não se limita apenas aos seus clubes individuais. A própria competição beneficiou da entrada dos fundos CVC na LaLiga Impulso, o que significou uma injeção de capital de 1.994 milhões de euros na competição espanhola, encabeçando assim o ranking das operações de private equity no primeiro semestre do ano, segundo o último relatório publicado pela Capital&Corporate.

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Ucranianos abrem segundo escritório tech em Portugal

A completar duas décadas, tecnológica ucraniana Sigma já conta com mais de 20 trabalhadores em Portugal, divididos entre Lisboa e Cascais.

A ucraniana Sigma Software acaba de abrir o segundo escritório em Portugal. Depois de Cascais, a tecnológica apostou num espaço em Lisboa, passando a contar com mais de 20 trabalhadores no nosso país.

Lisboa é uma das capitais de startups europeias com um ecossistema tecnológico muito desenvolvido. Queremos fazer parte deste movimento. Além disso, o fuso horário conveniente facilita consideravelmente a comunicação com os nossos clientes europeus e dos Estados Unidos”, salienta Volodymyr Chyrva, sócio e cofundador da tecnológica, fundada na Ucrânia em 2002, que desenvolve produtos de software e presta consultoria a empresas.

A empresa aposta em Portugal depois de no final do ano passado ter participado pela primeira vez no evento principal da Web Summit, em Lisboa. Em 2022, serão um dos organizadores do espaço da Ucrânia na cimeira tecnológica.

Com mais de 2000 funcionários espalhados por 16 países, a Sigma Software tem pelo menos seis vagas abertas para programadores em Portugal, segundo a página oficial.

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Espanha revê em baixa crescimento para 2023

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Quanto à inflação em 2022, o executivo espanhol subiu de 6,1% para 7,8% a estimativa para este indicador.

O Governo espanhol manteve esta terça-feira a estimativa de crescimento de 4,3% da economia de Espanha este ano, mas baixou em 0,8 pontos a previsão para 2023, para 2,7%.

As previsões do Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, são mais otimistas do que as divulgadas esta terça pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo as quais o Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha deverá crescer 4% este ano e 2% em 2023. O FMI reviu em baixa o crescimento de Espanha, em relação ao que havia estimado em abril, baixando em 0,8 pontos percentuais a previsão para este ano e em 1,3 a estimativa para 2023.

O Governo espanhol manteve, por outro lado, as expectativas para o défice das contas públicas, que estima que seja 5% este ano e 3,9% em 2023, sempre acima dos 3% que ditam as regras europeias que estão, no entanto, suspensas desde 2020 por causa da pandemia.

Quanto à inflação em 2022, o executivo subiu de 6,1% para 7,8% a estimativa para o indicador de referência em Espanha.

As novas estimativas do Governo espanhol foram conhecidas no final de um Conselho de Ministros em que foi também aprovado o teto para as despesas do orçamento do Estado de Espanha para 2023, que será de 198.211 milhões de euros, mais 1,1% do que este ano.

Este será o último orçamento da legislatura do atual governo espanhol, uma coligação do partido socialista (PSOE) com a plataforma de partidos de esquerda Unidas Podemos. A confirmarem-se os números avançados, o orçamento de 2023 será também o terceiro consecutivo com aumento da despesa.

A ministra das Finanças de Espanha, María Jesús Montero, disse na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros que “a inflação é o principal desafio da economia espanhola” e atribuiu a revisão em baixa do crescimento de 2023 aos impactos da guerra na Ucrânia, ao agravamento das taxas de juro ou a desaceleração na zona euro.

 

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Draghi prevê “outono complicado”

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Apesar de estar com funções limitadas, o primeiro-ministro italiano disse que "há muito a fazer", antes de um outono "muito complicado".

O primeiro-ministro cessante de Itália, Mario Draghi, garantiu esta terça-feira que o seu Governo, apesar de estar com funções limitadas, não pára porque “há muito a fazer”, antes de um outono “muito complicado”. Draghi falava durante uma reunião com organizações empresariais, com que abriu uma ronda de consultas com os parceiros sociais que irá prosseguir na quarta-feira com os principais sindicatos do país.

Após essa reunião, Draghi presidiu a um Conselho de Ministros em que a ministra da Economia, Daniele Franco, informou que nos primeiros seis meses do ano houve uma melhoria da tendência das contas públicas, com a dívida para 2022 “por enquanto” a baixar.

Esta redução, que ascende a 14.300 milhões de euros, do endividamento deve-se “inteiramente aos rendimentos mais elevados” e será influenciada pela nova ajuda às famílias e às empresas, para aliviar os efeitos da inflação, que deverá ser aprovada na próxima semana no parlamento, segundo a ministra.

A falta de apoio ao anterior decreto de ajuda por um dos parceiros da coligação do Governo de “unidade nacional” que apoiou Draghi, o Movimento 5 Estrelas (M5S, partido anti-sistema), que o considerou insuficiente, esteve na origem da crise que levou à queda, na semana passada, do executivo liderado pelo ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

O Governo está também a trabalhar nos decretos de implementação das reformas ligadas ao Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR), dotado de 221.500 milhões de euros, dos quais 191.500 milhões serão provenientes da União Europeia (UE).

Enquanto se aguardam as eleições antecipadas, marcadas para 25 de setembro, Draghi e o seu Governo continuam em funções, para tratar de “assuntos urgentes”, incluindo o PNRR, uma vez que a falta das reformas pedidas pela UE poria em risco a entrega dos fundos dos quais a Itália (a terceira maior economia do bloco europeu) é o maior destinatário.

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GNR passou 1.700 contraordenações em fiscalização de pesados de mercadorias e passageiros

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Das mais de 1.700 contraordenações, 639 foram relacionadas com a utilização de tacógrafos e incumprimento dos tempos de condução e repouso.

Uma operação de fiscalização a veículos de transportes rodoviários de mercadorias e de passageiros efetuada a nível europeu, entre 18 e 24 de julho, registou em território português 1.720 contraordenações, informou esta terça-feira a Guarda Nacional Republicana (GNR).

A GNR divulgou o balanço nacional da operação europeia “RoadPol – ECR Truck & Bus II”, durante a qual registou nas estradas sob sua jurisdição 1.720 contraordenações, das quais 639 relacionadas com a utilização de tacógrafos e incumprimento dos tempos de condução e repouso.

Os militares da guarda efetuaram ainda 224 contraordenações por excesso de peso transportado nos veículos e 215 por excesso de velocidade, adianta um comunicado da GNR

Naquela semana de fiscalização seletivo, a GNR orientou as ações de fiscalização para as vias mais críticas e onde se verifica um maior volume de tráfego deste tipo de veículos, em todo o continente.

No final de 2021, a GNR tornou-se membro da RoadPol, passando a integrar no seu planeamento operacional, as operações planeadas por aquela organização europeia.

No âmbito do planeamento anual efetuado pela RoadPol e pelo Euro Contrôle Route (ECR), a GNR realiza desde há dois anos uma operação de fiscalização direcionada para veículos pesados, com o objetivo de melhorar a segurança rodoviária, a sustentabilidade, a concorrência e as condições de trabalho em transporte rodoviário.

O Euro Contrôle Route (ECR) é um grupo Europeu de Inspeção de Transportes, que tem por objetivo melhorar a segurança rodoviária e a sustentabilidade, a concorrência leal e as condições de trabalho no transporte rodoviário.

Por seu turno, a RoadPol é uma organização que foi estabelecida pelas polícias de trânsito da Europa, com a finalidade de melhorar a segurança rodoviária e o cumprimento das normas rodoviárias.

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Grupo Primavera e Cegid anunciam acordo de união

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Esta operação valoriza a "empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros”. O Grupo Primavera e a Cegid terão receitas pro forma na região ibérica de mais de 150 milhões de euros este ano.

A Cegid e o grupo Primavera anunciaram esta terça-feira um acordo de união, para reforço na Península Ibérica como fornecedor de software de gestão empresarial, valorizando a empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros.

“A Cegid, Cegid Meta4 em Portugal – um dos principais especialistas globais em soluções de gestão na cloud para profissionais nas áreas das finanças (ERP, tesouraria, impostos), recursos humanos (processamentos salariais e gestão de talentos), contabilidade, retalho, para empreendedores e pequenas empresas – anuncia hoje o acordo definitivo para unir-se ao Grupo Primavera – plataforma líder de ‘software’ de gestão em cloud na região ibérica”, referem as empresas, num comunicado conjunto.

De acordo com a mesma fonte de informação, “esta transação de ações cria um poderoso fornecedor de software de gestão empresarial na Península Ibérica e acelera a expansão internacional da Cegid, valorizando a empresa conjunta em cerca de 6,8 mil milhões de euros”.

As empresas informam que a Silver Lake continuará a ser o acionista maioritário da empresa, enquanto a Oakley Capital, que criou o Grupo Primavera através de uma série de 12 aquisições e que é o seu acionista maioritário, irá juntar-se à KKR e AltaOne como accionistas minoritários da Cegid. “Juntos, estes acionistas tornar-se-ão parceiros do CEO da Cegid, Pascal Houillon, do CEO do Grupo Primavera, Santiago Solanas, e do resto da equipa de gestão na próxima fase de crescimento da Cegid”, assinalam.

Espera-se que a transação esteja concluída no terceiro trimestre deste ano, estando sujeita aos processos de informação e consulta dos órgãos representativos de trabalhadores. De acordo com as empresas, juntos, o Grupo Primavera e a Cegid terão receitas pro forma na região ibérica de mais de 150 milhões de euros este ano.

“Atualmente, o Grupo Primavera tem 800 colaboradores distribuídos por cinco países, trabalha com 165.000 clientes ativos e alcançou uma receita de 76 milhões de euros em 2021”, referem. “Unir forças com o Grupo Primavera é uma enorme oportunidade para ambas as empresas e para os seus respetivos clientes. Tal como a Cegid, o Grupo Primavera oferece soluções úteis e inovadoras a parceiros e clientes na ‘cloud’, e alcançou um crescimento impressionante especificamente na Península Ibérica e em África”, destaca Pascal Houillon, CEO da Cegid, citado em comunicado.

“Estamos muito alinhados com a visão e ambição da Cegid e admiramos esta empresa há muito tempo. Tal como a Cegid, temos uma cultura empreendedora e apaixonada focada na excelência do produto, um forte compromisso com os clientes e uma visão orientada para o crescimento”, acrescenta Santiago Solanas, CEO do Grupo Primavera.

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Dona do Pingo Doce lucra 261 milhões de euros, mais 40% em seis meses

Na primeira metade do ano, o grupo retalhista Jerónimo Martins, que tem também operações na Polónia e na Colômbia, viu o resultado líquido crescer 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os primeiros seis meses do ano foram de ganhos para a Jerónimo Martins. A dona do Pingo Doce comunicou uma subida dos lucros de 40,3%, com o resultado líquido a ascender a 261 milhões de euros e a comparar com os 186 milhões que tinha registado no mesmo período de 2021.

Entre janeiro e junho, as vendas consolidadas do grupo retalhista de origem portuguesa, que tem operações também na Polónia e na Colômbia, ascenderam a 11,9 mil milhões de euros. Equivale a uma subida de 20% em termos homólogos, de acordo com a informação prestada à CMVM, na qual reporta um crescimento de 19,1% do EBITDA do grupo que em Portugal detém o Pingo Doce e o Recheio.

Num “contexto de muita incerteza, com elevada inflação alimentar, uma crise energética sem precedentes neste século e disrupções ao nível das cadeias de abastecimento internacionais”, sublinha Pedro Soares dos Santos, este desempenho “reflete o acerto da aposta estratégica na defesa da competitividade de todas as companhias do grupo e a resiliência das suas próprias cadeias de abastecimento, bem como dos modelos de eficiência com que [opera]”, notando que o grupo está a “investir em margem como forma de mitigar o aumento dos preços alimentares e os seus efeitos no comportamento dos consumidores”.

“Apesar da acentuada queda da confiança dos consumidores polacos, o mercado alimentar na Polónia continuou resiliente, enquanto em Portugal e na Colômbia a inflação generalizada teve impactos mais imediatos sobre o consumo. Já a crise energética acarreta aumentos continuados e significativos nos custos de eletricidade e dos transportes, que exigem um foco acrescido das equipas na gestão rigorosa da produtividade e da eficiência. Esta situação aconselha prudência quando projetamos a evolução da inflação em geral e as suas consequências socioeconómicas”, avisa o presidente e administrador-delegado.

O esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das insígnias.

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo Martins

E face aos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias e na confiança dos consumidores, Soares dos Santos refere nesta nota que “a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança adicional tornam-se ainda mais preponderantes na agenda comercial e de marketing” destas marcas. E promete que “o esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das insígnias” do grupo.

A dívida líquida da Jerónimo Martins ronda 1,9 mil milhões de euros, sublinhando o grupo que “o balanço permanece sólido, com a posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) a cifrar-se em 593 milhões de euros no final de junho, já após o pagamento de 493 milhões de euros de dividendos realizado em maio“. O investimento rondou os 318 milhões nos primeiros seis meses deste ano.

Inflação pressiona consumo em Portugal

Em Portugal, a subida generalizada dos preços pressionou o consumo e originou trading down no setor alimentar (redução do número de artigos ou da qualidade, para diminuir o valor do cesto), tendo aumentado o peso das marcas próprias nas vendas totais. No caso do Pingo Doce, que na primeira metade do ano abriu três lojas e encerrou uma localização, as vendas cresceram 8,5% (+10,9% no segundo trimestre), para atingir os 2,1 mil milhões de euros.

o Recheio beneficiou com a recuperação do canal Horeca, contabilizando uma faturação de 513 milhões de euros. Ficou 29% acima dos primeiros seis meses do ano passado, que tinham ficado marcados pelas restrições ao funcionamento destes estabelecimentos de hotelaria e restauração, e pela quase ausência de atividade turística também por causa da pandemia.

Na Polónia, “a assertividade com que [a rede de supermercados Biedronka] assumiu o seu papel de ‘escudo anti inflação’ contribuiu decisivamente para o aumento das vendas em moeda local em 21,3% nos primeiros seis meses de 2022”, assinala no comunicado à CMVM. A outra insígnia polaca, a cadeia de beleza Hebe, beneficiou do levantamento de todas as restrições relativas à pandemia e registou igualmente um crescimento de vendas de 34,7% em moeda local (+40,4% no 2T).

Finalmente, na Colômbia, onde a inflação alimentar se mantém acima de 20%, a Ara “investiu em preço como forma de transformar as circunstâncias numa oportunidade para fortalecer a sua posição de mercado e o reconhecimento por parte dos consumidores”. Em moeda local, as vendas da retalhista sul-americana refletiram um aumento de 70,1% nos primeiros seis meses do ano.

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Portugal é o nono país do mundo com mais casos de Monkeypox

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Cerca de 12 mil casos prováveis ou confirmados foram reportados em países e territórios europeus, 8% dos quais resultaram em hospitalização.

Portugal é o nono país do mundo com mais casos acumulados de Monkeypox, informou esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), alertando que os contágios reportados aumentaram 48% na última semana a nível global.

“Até 22 de julho, os dez países que registaram o maior número acumulado de casos a nível mundial são a Espanha (3.125), os Estados Unidos da América (2.316), a Alemanha (2.268), o Reino Unido (2.137), a França (1.453), os Países Baixos (712), o Canadá (615), o Brasil (592), Portugal (588) e a Itália (374)”, refere a atualização epidemiológica da OMS sobre a Monkeypox. De acordo com a organização, estes dez países representam, no seu conjunto, 89% dos casos reportados globalmente até à data.

Numa declaração divulgada esta terça, o diretor da OMS para a Europa adiantou que, desde 13 de maio, cerca de 12 mil casos prováveis ou confirmados foram reportados em países e territórios europeus, 8% dos quais resultaram em hospitalização, não se tendo registado qualquer morte em consequência dessas infeções.

A nível mundial, o número de novos casos reportados semanalmente aumentou 48% na semana de 18 a 24 de julho em comparação com a semana anterior, totalizando 16.016 infeções pelo vírus Monkeypox em 75 países e cinco mortes este ano.

Segundo Hans Kluge, depois do OMS ter declarado o surto como uma emergência de saúde pública internacional, os países, quer tenham detetado casos ou não, devem “agora agir com urgência, aproveitando todas as oportunidades para antecipar, controlar e impedir a propagação de um vírus” do qual a própria organização reconhece que ainda tem muito para aprender.

“Embora reconheçamos incertezas sobre como este surto irá evoluir, temos de responder à epidemiologia que temos diante de nós, focando-nos no modo de transmissão mais dominante – contacto pele-a-pele durante encontros sexuais – e nos grupos com maior risco de infeção”, adiantou o responsável europeu da OMS.

A OMS declarou no sábado o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta. “Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, através de novos modos de transmissão, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde”, adiantou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Emergência que avaliou a evolução da doença no mundo.

No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) afirmou que Portugal já adotou as medidas fundamentais para responder à Monkeypox. “Não implica muito mais do que aquilo que está a ser feito. Todas as medidas têm sido tomadas, mesmo sem essa declaração” de emergência de saúde pública de preocupação internacional decidida hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), disse à Lusa a porta-voz da DGS para o surto em Portugal.

Apesar de Portugal ser um dos países do mundo mais afetados pela Monkeypox, em termos do número de casos diagnosticados, “não se pode dizer que estamos num crescimento exponencial nem nada que se pareça”, adiantou a médica Margarida Tavares. “O que temos assistido é um número constante semanal e até com uma tendência ligeiramente decrescente”, destacou Margarida Tavares, que é também a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.

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Pedro Nuno Santos escolhe ex-secretário de Estado de Leão para a IP

Miguel Cruz será o novo homem-forte da empresa que gere a rede rodoviária e ferroviária. Arranque do projeto para a nova linha Porto-Lisboa e conclusão do Ferrovia 2020 são prioridade do mandato.

Pedro Nuno Santos escolheu o ex-secretário de Estado do Tesouro para liderar a Infraestruturas de Portugal (IP). Miguel Cruz é o novo presidente do conselho de administração da empresa pública que gere a rede ferroviária e a rede rodoviária, segundo apurou o ECO. A IP vai voltar a ser presidida por uma pessoa ligada à área financeira, tal como aconteceu em 2015, com António Ramalho.

Miguel Cruz tornou-se conhecido dos portugueses em 2020 e 2021 como um dos rostos que surgiram nas conferências de imprensa relativas ao plano de reestruturação da TAP.

Doutorado em Economia pela London Business School, em 1998, Miguel Cruz tem passado por várias entidades do Estado nas últimas duas décadas. Antes de assumir a secretaria de Estado do Tesouro, em junho de 2020, foi presidente do conselho de administração da Parpública durante quatro anos.

Previamente à liderança da sociedade que gere as participações do Estado em empresas, Miguel Cruz presidiu ao IAPMEI (2014-2017) e à Agência de Inovação (2012-2014). Na década de 2000, o financeiro foi vogal do conselho diretivo do Programa de Incentivos à Modernização da Economia (2003-2005) e do Programa Operacional da Economia (2000-2003)

A carreira de Miguel Cruz também contou com a parte do ensino, dando aulas na Universidade Católica, Universidade Autónoma e Escola de Gestão do Porto.

Pôr as obras nos carris

Miguel Cruz vai presidir a uma das maiores empresas públicas do país: a IP gere mais de 15 mil quilómetros de estradas (14 mil dos quais de forma direta) e uma rede ferroviária com 3.600 quilómetros (dos quais 2.527 em exploração).

No mais curto prazo, o novo presidente da IP tem de concluir as obras do programa de investimentos Ferrovia 2020. Avaliado em 2,1 mil milhões de euros, o programa foi apresentado em fevereiro de 2016 e já deveria ter ficado concluído. No entanto, no final de junho, apenas 15% das obras estavam prontas, segundo dados da empresa – e já há obras que só vão ficar prontas no final de 2025.

Mas o próximo pacote de investimentos na ferrovia será bem mais avultado: até ao final desta década, estão previstos 8,72 mil milhões de euros só para a construção e modernização de linhas ferroviárias em todo o país, ao abrigo do PNI 2030.

A nova linha Porto-Lisboa é o projeto mais badalado, com 4,5 mil milhões de euros orçamentados. Mas também está prevista a modernização da Linha do Alentejo e partes das linhas do Douro e do Oeste; a quadruplicação de troços nas Linha do Norte, de Cintura e do Minho; e ainda a primeira fase da construção da nova linha entre Porto e Vigo.

Nas estradas, há projetos para concretizar fechos de malha (missing links), no valor de 425 milhões de euros, assim como a conclusão do IP8, entre Sines e Beja.

A nomeação de Miguel Cruz interrompe um ciclo de mais de ano e meio sem um presidente efetivo na IP. O antecessor, António Laranjo, concluiu o mandato no final de 2020 e esteve em gestão todo o ano de 2021, até sair para coordenar a candidatura ibérica ao Mundial 2030.

Nessa altura, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, optou por deixar a sucessão para o futuro Governo – o executivo já estava em gestão. Quase quatro meses depois de tomar posse, é o mesmo ministro que escolheu um financeiro para liderar uma das maiores empresas públicas em Portugal.

Contactada pelo ECO, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação recusou-se a comentar a nomeação.

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