“Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo”, reage Fernando Medina
“Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo" e "não poder contar com o [seu] valioso contributo ao serviço do interesse público”, disse Fernando Medina numa declaração escrita.
O ministro das Finanças lamenta “não poder contar com o valioso contributo de Sérgio Figueiredo ao serviço do interesse público”. É desta forma que Fernando Medina reage à decisão de Sérgio Figueiredo de desistir do cargo de consultor das Finanças.
“Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo, mas compreendo muito bem as razões que a motivaram”, disse Fernando Medina numa declaração escrita enviada às redações.
Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo, mas compreendo muito bem as razões que a motivaram.
Num artigo de opinião no Jornal de Negócios, o antigo diretor da TVI explicou as razões da desistência. “Não há outra forma de o dizer: desisto. Ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações. Não tolero estes moralistas sem vergonha, analistas sem memória. Vergo-me aos assassínios de caráter, atingido pela manada em fúria, ferido por um linchamento público e impiedoso. É lixado desistir. É a forma mais definitiva de dizermos que não vale a pena – e não vale a pena, porque não vale tudo. E porque os ataques cobardes vêm de quem não vale nada”.
O ministro das Finanças, criticado pelo silêncio em torno deste caso, explicou a sua decisão de nomear Sérgio Figueiredo como consultor por considerar “que a melhoria da qualidade da decisão através do contacto regular e informado com os principais agentes económicos e sociais do país é uma necessidade específica do Ministério das Finanças, que acrescenta às avaliações já desenvolvidas por outros organismos públicos”.
Na nomeação do antigo diretor da TVI vinha discriminado que uma das funções que se pretendia que o consultor estratégico desempenhasse era a de “auscultação dos stakeholders relevantes na economia portuguesa, no âmbito da definição, implementação e acompanhamento de políticas públicas e medidas a executar, da avaliação e monitorização dessas políticas, tendo presente as atribuições legalmente atribuídas ao Ministério das Finanças, e, bem assim, o aconselhamento nos processos internos de tomada de decisão”, lia-se no despacho publicado em Diário da República.
Apesar da forte polémica em torno da escolha do nome de Sérgio Figueiredo para desempenhar estas funções, tendo em conta que foi o próprio que contratou Fernando Medina para comentador da TVI, o agora ministro das Finanças elogia o currículo do ex-diretor do Jornal de Negócio e do Diário Económico. “Sérgio Figueiredo reúne excelentes condições para desempenhar tais funções. A sua formação em Economia; a experiência de quase três décadas como jornalista e diretor de diversos órgãos de comunicação social, incluindo dois jornais económicos – tendo-se afirmado nessa qualidade como um dos mais destacados analistas nacionais de política económica; e a liderança de cerca de sete anos e meio de uma fundação nacional conferem-lhe experiência e qualificações que o distinguem”.
Sérgio Figueiredo reúne excelentes condições para desempenhar tais funções.
Sérgio Figueiredo deveria ter ocupado o cargo durante 24 meses, com um salário mensal bruto de 5.800 euros, muito próximo ao do próprio ministro das Finanças, uma opção que caiu mal junto dos partidos, mas que tanto o primeiro-ministro como o Presidente da República recusaram comentar.
“Não comento a composição dos membros dos gabinetes do Governo. Os membros do Governo têm direito a um gabinete, para o qual contratam pessoas da sua confiança”, disse António Costa quando questionado pelos jornalistas a semana passada sobre a escolha de Sérgio Figueiredo. “Cada um deve procurar fazer o que lhe compete. Giro o meu gabinete, não o dos outros membros do Governo”, acrescentou.
Já o Chefe de Estado anunciou que não vai fazer nenhum comentário à contratação por ajuste direto pelo Ministério das Finanças de Sérgio Figueiredo. Em resposta ao Correio da Manhã (acesso pago), o Palácio de Belém fez saber que Marcelo Rebelo de Sousa não quer falar do assunto.
Além da questão salarial, as funções que o antigo presidente da Fundação EDP iria desempenhar já eram realizadas por um outro organismo do Estado, o centro de competências de planeamento do Estado (PlanAPP)
(Artigo atualizado com mais informação)
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