Imobiliário comercial com 600 milhões de investimento até junho
Logística e hotéis foram os segmentos responsáveis pelas maiores fatias dos resultados alcançados, com cerca de 200 milhões de euros de investimento cada um.
O mercado imobiliário comercial fechou o primeiro semestre com 600 milhões de euros de volume de investimento, um aumento de 19% face ao mesmo período do ano passado, mostram os dados da consultora Savills. Logística e hotéis foram os segmentos responsáveis pelas maiores fatias dos resultados alcançados, com cerca de 200 milhões de euros de investimento cada um.
O primeiro semestre “ficou marcado por uma evolução a duas velocidades”, diz a consultora, em comunicado enviado esta quinta-feira. No primeiro trimestre houve um “incremento do consumo pós-pandemia”, mas o cenário mudou no segundo trimestre devido à guerra na Ucrânia. “A subida da inflação, alavancada por fatores externos, veio alterar as regras do jogo, levando o BCE a aumentar as taxas de juro“.
Assim, no segundo trimestre, alcançou-se o patamar dos 391 milhões de euros, 62% acima do mesmo período de 2021, e recuperando da quebra de 21% registada no primeiro trimestre. Os segmentos de Logística e Hotéis foram responsáveis por 65% do volume de investimento no primeiro semestre.
No segmento logístico foram registadas nove transações, num total aproximado de 200 milhões de euros. Aqui, destaque para o fundo logístico lançado pela Aquila Capital no início do ano, com um volume de investimento de 1,5 mil milhões de euros e para a compra de dois ativos pela Bedrock Capital e Europi Property Group (EPG).
Por sua vez, no segmento de Hotéis, foram fechadas oito transações, num montante total de 197 milhões de euros, diz a Savills. A consultora destaca a venda do Hotel Pestana Blue Alvor à Azora como a maior transação do setor hoteleiro, no valor de 75 milhões de euros.
O “e-commerce e o crescente interesse em modernizar o parque logístico nacional têm impactado positivamente o segmento logístico”, que tem registado uma “performance consistente de aumento dos volumes de absorção e dos projetos em pipeline“, lê-se. Já o setor de hotéis foi alavancado pelo bom desempenho do turismo a partir do quarto trimestre de 2021, atraindo principalmente investidores internacionais e nacionais.
Os dados da Savills mostram que o investimento estrangeiro continua a ser dominante no mercado nacional, com 77% de market share, com capital proveniente de países como Espanha, Alemanha, Suíça e China a ser alocado às maiores transações.
O mercado de escritórios “já superou o período pandémico, vendo cada vez mais reforçada a importância dos espaços de escritórios”. As empresas estão a apostar na mudança ou expansão de instalações como ações integradas nas suas estratégias ESG. Os ocupantes internacionais que se deslocam ou expandem a sua atividade para o mercado nacional têm reconhecido em Portugal sólidos fundamentos de mercado.
O setor de retalho “observou comportamentos distintos” no primeiro semestre. No primeiro trimestre, os “planos de expansão dos operadores mantiveram-se estáveis, após um período de contenção provocado pela pandemia”. Contudo, a guerra na Ucrânia, o aumento da inflação e as ruturas nas cadeias de abastecimento “trouxeram uma nova realidade, conduzindo à adoção de estratégias mais conservadoras“.
Paulo Silva, diretor-geral da Savills Portugal, afirma que “a confiança dos investidores em relação às perspetivas económicas atuais irá influenciar a dinâmica do mercado” e que “os dois últimos trimestres de 2022 vão elevar o volume de investimento por via da conclusão da venda de portefólios e ativos de peso”.
O responsável nota ainda que “o mercado de investimento nacional continua a beneficiar dos fortes fundamentos de mercado que sustentam uma procura ativa alavancada por elevados níveis de liquidez“.
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