Vacinação contra a covid-19 e gripe arranca hoje. Isto é o que precisa de saber
Arranca esta quarta-feira a campanha sazonal contra a Covid-19 e a gripe. No total, serão vacinadas cerca de três milhões de pessoas. O ECO preparou um guia de perguntas e respostas sobre o tema.
Arranca esta quarta-feira a campanha sazonal contra a Covid-19 e a gripe. À semelhança do que tem sido habitual, o processo vai realizar-se por faixa etária decrescente, priorizando também as pessoas com comorbilidades associadas.
Esta campanha abrange cerca de três milhões de portugueses, sendo, que, pela primeira vez, serão utilizadas vacinas adaptadas à variante Ómicron, mas apenas para efeito de reforço vacinal. O processo vai prolongar-se durante 100 dias, estando previsto terminar a 17 de dezembro. O ECO preparou um guia com cinco perguntas e respostas para que nada lhe escape sobre a vacinação simultânea da Covid e da gripe.
1. Que vacinas vão ser utilizadas?
Nesta campanha de vacinação, e para quem já tem o esquema primário completo (isto é, duas doses da vacina, no esquema vacinal mais comum), serão utilizadas duas vacinas mais adaptadas à variante Ómicron, dado “que estas vacinas têm um perfil de eficácia e segurança adaptado às atuais variantes de SARS-CoV-2 em circulação”, explicou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, durante a conferência de imprensa de apresentação do plano de vacinação contra a Covid e gripe para o próximo outono inverno.
Em causa está a vacina da Pfizer/BioNTech adaptada à linhagem B.A.1 da variante Ómicron, bem como a vacina “bivalent Original/Omicron BA.1″, desenvolvida pela Moderna, aprovadas na quinta-feira passada pela Agência Europeia do Medicamento, e recomendadas para utentes a partir dos 12 anos.
Por outro lado, quem ainda não completou o esquema primário de vacinação contra a Covid será vacinado com “as vacinas originais”. Para o efeito, já chegaram a Portugal cerca de 650 mil doses da vacina Comirnaty (desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech) adaptada à variante Ómicron, estando previsto que cheguem as primeiras 110 mil doses da vacina Spikevax, da farmacêutica Moderna, também adaptada à variante Ómicron, na sexta-feira.
Já no que toca à vacina contra a gripe também vai ser utilizada, pela primeira vez, uma vacina de “dose elevada”, com composição antigénica “quatro vezes superior à fórmula padrão”, que lhe confere “eficácia superior”, sinalizou Graça Freitas.
2. Quem está elegível para ser vacinado?
Os grupos elegíveis para vacinação contra a Covid e contra a gripe divergem um pouco, sendo que no total estão abrangidos cerca de três milhões de portugueses, num processo que se prevê que dure 100 dias. Neste contexto, e após ser ouvida a comissão técnica da vacinação, bem como outros peritos, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a vacinação sazonal contra a Covid-19 aos seguintes grupos:
- Pessoas com 60 ou mais anos de idade;
- Residentes ou profissionais de Estabelecimentos Residenciais Para Idosos (ERPI) e na Rede Nacional de Cuidados Continuados;
- Pessoas com 12 ou mais anos de idade com patologias de risco (nomeadamente pessoas que sofrem de imunossupressão, transplantados, entre outros)
- Grávidas com 18 ou mais anos de idade e doenças definidas pela norma 002/2021 publicada pela Direção Geral da Saúde;
- Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.
Já no que toca à vacinação contra a gripe, a DGS recomenda a vacinação dos seguintes grupos populacionais:
- Pessoas com 65 ou mais anos de idade;
- Residentes em ERPI e na rede nacional cuidados continuados;
- Crianças com seis ou mais meses com patologias crónicas associadas;
- Doentes crónicos e imunodeprimidos:
- Grávidas sem limite de idade;
- Profissionais de saúde e outros profissionais prestadores de cuidados;
De notar que a vacinação sazonal contra a Covid-19 será administrada com 3 meses de intervalo desde a última dose ou infeção. “As pessoas elegíveis fazem apenas esta dose, independentemente dos reforços efetuados no passado”, explicou a diretora-geral da Saúde.
3. Estou elegível para receber a vacina. Quando vou ser vacinado?
O plano de vacinação está pensado, sobretudo, para se dirigir à população mais vulnerável, num contexto em que as autoridades de saúde antecipam um “aumento da procura de serviços de saúde nos próximos meses”. Nesse sentido, e tal como sido habitual, o processo vai realizar-se por faixa etária decrescente e priorizando as pessoas com comorbilidades.
Neste contexto, a partir desta quarta-feira inicia-se a vacinação dos utentes com idade igual ou superior a 80 anos, sendo que nesse dia “a vacinação será limitada aos centros de Braga, Gondomar, Aveiro, Pombal, Amadora, Cascais, Ajuda, Carnaxide, Mafra, Évora e Tavira”, mas no dia seguinte, 8 de setembro, o processo generaliza-se a todo o dispositivo, segundo explicou o coordenador do Núcleo de Coordenação de Apoio ao Ministério da Saúde (NCAMS), Coronel Carlos Penha-Gonçalves. Está previsto terminar a 17 de dezembro.
Assim, segundo revelou Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário semanal na SIC, o calendário de vacinação será o seguinte:
- Pessoas com 80 ou mais anos: a partir de 7 de setembro, num processo que durará quatro semanas;
- Pessoas com comorbilidades: a partir de 7 de setembro;
- Profissionais de saúde e outros profissionais: a partir de 21 de setembro;
- Pessoas com 70 ou mais anos: a partir de 7 de outubro, num processo que durará cinco semanas;
- Pessoas com 60 ou mais anos: de 12 de novembro a 17 de dezembro.
4. Como é feito o agendamento?
Ao contrário do que aconteceu anteriormente, neste momento não está previsto a modalidade “Casa Aberta”. Assim, a convocatória para o agendamento vai ser realizada por SMS ou por contacto telefónico, pelos que os utentes devem aguardar pelo contacto da autoridade de saúde. Para o efeito estão previstos 397 pontos de vacinação, com uma capacidade semanal para 280 mil pessoas, dos quais dois terços estarão em centros de saúde, e os restantes em centros de vacinação mais pequenos.
5. Vacinação poderá ser alargada a outros grupos?
Em declarações à RTP, a diretora-geral da Saúde sublinhou que “este é o plano montado para vacinar rapidamente três milhões de pessoas”, não descartando, no entanto, alguns “ajustes” no plano. Nesse sentido, Graça Freitas garantiu que Portugal, ao abrigo dos contratos assinados pela Comissão Europeia, tem à disposição vacinas suficientes se se demonstrar vir a ser necessário efetuar um alargamento da população-alvo a vacinar contra a Covid. “Se for considerado o alargamento existem vacinas já das adaptadas bivalentes para muito mais que estes três milhões”, sinalizou.
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