Gás na Europa cai 7% para mínimos de dois meses
Preço do gás natural na Europa recua para mínimos de dois meses, perante os esforços dos governos para enfrentar a temporada de inverno. Países têm cerca de 86% dos stocks preenchidos.
O preço de referência do gás natural na Europa recua 7% para mínimos de dois meses, com o intensificar os esforços dos países da região para aliviar a crise energética, isto quando se aproximam os meses de maior frio e, por conseguinte, de maior consumo, de acordo com os analistas.
O contrato Dutch TTF Gas para entrega em outubro desvaloriza 7,19% para 174,295 euros MWh, prolongando as quedas das últimas sessões. Negoceia agora no valor mais baixo desde o final de julho.
Alemanha, Reino Unido e outros países preveem gastar milhares de milhões de euros para reduzir a sua dependência do gás russo, com planos que envolvem nacionalizações de empresas energéticas e tetos nos preços para aliviar a fatura das empresas e famílias com a energia.
“A situação nos mercados de energia europeus começou a melhorar nas últimas três semanas com a ação política no terreno”, afirmam os analistas da Timera Energy numa nota divulgada esta segunda-feira citada pela agência Bloomberg.
A Comissão Europeia prepara-se para apresentar propostas para reduzir o impacto da crise energética na região, incluindo a introdução de uma taxa sobre lucros excessivos no setor energético com a qual espera receber 140 mil milhões de euros e restrições obrigatórias no consumo nas horas de pico.
Os analistas referem ainda que as elevadas entregas de gás liquefeito também estão a contribuir para uma baixa da cotação da matéria-prima, dando ainda o exemplo do recém-inaugurado terminal Eemshaven LNG que vai aumentar a capacidade da Europa de receber gás por esta via.
Por outro lado, a decisão anunciada pela Alemanha na passada sexta-feira de controlar a refinaria alemã da russa Rosneft está a ser encarada como um primeiro passo para Berlim passar a ter um maior controlo sobre o setor energético na maior economia europeia. O Governo está em negociações para nacionalizar os maiores importadores de gás, incluindo a Uniper e a VNG, de acordo com a agência.
Já o Reino Unido está a preparar um plano para cortar as tarifas energéticas às empresas. A nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, está a finalizar um pacote de apoios de 40 mil milhões de libras (cerca de 46 mil milhões de euros). O Governo francês também prepara apoios que deverão custar 16 mil milhões no próximo ano, revelou o ministro das Finanças, Bruno le Maire.
Estes esforços surgem numa altura em que a Europa se prepara para a temporada de inverno, deixando os investidores atentos aos níveis de stocks de gás na região. De acordo com a Gas Infrastructure Europe, os países têm cerca de 86% dos stocks preenchidos, ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos.
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