Portugueses “podem estar descansados” sobre gás no inverno, diz Marcelo
"Podemos ter confiança, os portugueses não vão ficar sem gás neste inverno", afirmou também o ministro João Gomes Cravinho.
O Presidente da República e o ministro dos Negócios Estrangeiros consideraram esta quinta-feira que os portugueses “podem estar descansados” em relação à disponibilidade de gás no inverno, apesar dos problemas no fornecimento por parte da Nigéria.
Em declarações aos jornalistas, em Dublin, o ministro João Gomes Cravinho referiu que “há um processo em curso que o Ministério do Ambiente está a liderar juntamente com as empresas especializadas” para procurar “equilibrar com outros fornecedores”, sem indicar quais, salientando que Portugal recebe gás “de múltiplas fontes” como os Estados Unidos da América, Trinidad e Tobago ou Argélia.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, “a própria Nigéria, a empresa nigeriana, não tem ainda certeza absoluta daquilo que poderá ou não ser o prejuízo em termos de fornecimento de gás” na sequência das inundações neste país, “mas de qualquer maneira não vai pôr em causa o fornecimento de gás a Portugal ao longo do inverno”.
“Podemos ter confiança, os portugueses não vão ficar sem gás neste inverno”, afirmou João Gomes Cravinho. “Os portugueses podem estar descansados com isso”, reforçou. Antes, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que os portugueses podem “estar descansados” em relação à disponibilidade de gás no inverno: “Acho que sim, com as reservas existentes e com o que existe de alternativas possíveis em todos os cenários, penso que sim”.
O chefe de Estado voltou a dizer que “Portugal está a desenvolver a nível oficial diligências, e aparentemente com algum acolhimento por parte das entidades oficiais nigerianas, para até ao fim do ano haver ao menos em parte uma recuperação daquilo que não foi entregue”. “Por outro lado, há junto de outras economias também outras diligências bem sucedidas para, se for necessário, e apesar de a reserva de gás ser muito elevada, substituir os fornecimentos nigerianos“, acrescentou.
Questionado se os interesses da Galp não são os mesmos dos interesses do Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Todas as empresas portuguesas devem prosseguir os interesses do país, mas cabe às autoridades do país ter a palavra mais importante e mais responsável, porque verdadeiramente são elas, as autoridades, as eleitas pelo povo para tratar dos interesses do país”.
João Gomes Cravinho evitou uma resposta direta a esta pergunta: “A Galp, a EDP, outras grandes empresas são a forma como nós obtemos os nossos fornecimentos de energia e estamos todos a trabalhar para o mesmo, que é fornecer Portugal e os portugueses com aquilo de que precisam em termos de energia”. O ministro disse que “há uma predisposição muito favorável da parte dos nigerianos para minimizarem os efeitos negativos das inundações que houve na Nigéria” e admitiu que “pode ser que haja aí alguma variação”.
“Mas todos os anos há variações. Se olharmos para 2021, também houve variações em relação ao contratualizado. Isto é uma parte normal, infelizmente estas circunstâncias acontecem”, relativizou.
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