Hoje nas notícias: Secretário de Estado, sondagem e ruturas

  • ECO
  • 26 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O novo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro terá autorizado um pagamento adiantado de 300 mil euros quando era autarca de Caminha, sem garantias específicas, ao abrigo de um contrato-promessa de arrendamento para um projeto que ainda não teve concretização nem se conhecem os acionistas. PSD e PS surgem em empate técnico na mais recente sondagem da Pitagórica para TVI e CNN. Conheça estas e outras notícias em destaque esta quarta-feira.

Secretário de Estado acusado de adiantamento duvidoso de 300 mil euros quando era autarca

Miguel Alves, atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, assinou um contrato-promessa de arrendamento enquanto presidente da Câmara de Caminha que implicou um adiantamento de 300 mil euros ao futuro senhorio, sem quaisquer garantias específicas, denuncia o Público. O contrato foi negociado e assinado em outubro de 2020, e o pagamento feito em março do ano seguinte, correspondendo à renda de que a autarquia deverá ser, eventualmente, devedora daqui a mais de 25 anos pelo futuro arrendamento de um pavilhão multiúsos, orçado em cerca de oito milhões de euros, mas que ainda não teve qualquer concretização dois anos depois. Miguel Alves assegurou também que os acionistas “têm, comprovadamente, parcerias estratégicas celebradas com instituições financeiras de referência, cujo principal acionista é, de forma direta e indireta, o Estado português”, mas ainda não são conhecidos e Miguel Alves não responde se sabe ou não quem são.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Nova sondagem dá empate técnico entre PS e PSD

PS e PSD surgem em empate técnico na nova sondagem da Pitagórica para a TVI e CNN, com o partido liderado por Luís Montenegro a ser o único a subir nas intenções de voto. Incluindo os indecisos, o inquérito dá 32,9%-39,5% para os socialistas e 26,8%-33,2% para os sociais-democratas. O Chega aparece como terceira força política, mas baixou de 9,5% em agosto para 9,3%, sendo seguido da IL (com 7,9%), BE (3,9%), PCP (3,8%), CDS (1,6%), PAN (1,2%) e Livre (1%). A amostra foi de 828 entrevistas por telefone, realizadas entre 11 e 17 de outubro, com uma margem de erro de cerca de 3,48%.

Leia a notícia completa na CNN Portugal (acesso livre).

Problemas na produção geram rutura de 858 medicamentos

Os números da última segunda-feira mostram que havia 858 medicamentos em situação de rutura nas farmácias, 8% do total de 9.545 fármacos comercializados e sujeitos a receita médica. Desses medicamentos indisponíveis, 33 não têm alternativa dentro da mesma molécula, segundo os dados avançados pelo Jornal de Notícias esta quarta-feira.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Outubro com recorde de aposentações de professores

Outubro é o segundo mês consecutivo com um número recorde de aposentações de docentes: 257 em setembro e, até ao final de outubro, serão 280, acima dos meses anteriores, em que a média se encontrava nas 185 saídas. A estes dados soma-se ainda o número de reformados pelo regime da Segurança Social, que não é conhecido. E, à medida que o ano letivo avança, torna-se cada vez mais difícil encontrar professores para assumir os horários libertados.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Chuva reforça 60% das reservas de água

A chuva que caiu entre 17 e 24 de outubro fez aumentar nove das 15 bacias hidrográficas (60%) do país. Ou seja, a subida do volume de água armazenado subiu 0,99%, o equivalente a 131 hectómetros cúbicos. Ainda assim, os armazenamentos continuam abaixo das médias de armazenamento de outubro de 1990/91 a 2020/21. As exceções únicas são as bacias Ave, Douro e Arade.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Lucros da EDP Renováveis disparam 181% para 416 milhões até setembro

Elétrica justifica este resultado com a "performance de ativos com parceiros minoritários, nomeadamente na Europa". EBITDA foi de 1.482 milhões de euros, 62% mais.

O resultado líquido da EDP Renováveis EDPR 0,00% nos nove meses até setembro disparou 181% face ao mesmo período do ano passado. Foram 416 milhões de euros de lucros, de acordo com o comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa justifica este resultado com a “performance de ativos com parceiros minoritários, nomeadamente na Europa”.

Entre janeiro e setembro, a elétrica alcançou 416 milhões de euros de lucros, um aumento de 181% face ao período homólogo. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 1.482 milhões de euros, 62% acima do ano passado, “suportado pela forte performance dos resultados operacionais com um aumento de 10% de capacidade instalada e de 14% de produção renovável”. As receitas aumentaram 46%, para 1.743 milhões, no referido período.

A contribuir ainda para estes resultados está o crescimento de 10% da capacidade instalada renovável, que aumentou para 14,3 GW, uma “forte recuperação” do preço médio de venda de energia para os 66 euros por MWh (mais 29% face ao período homólogo), “sobretudo nos mercados europeus”, e o “contributo positivo” da conclusão de três transações de rotação de ativos em Espanha, Polónia e Itália, detalha a empresa.

Em simultâneo, os custos operacionais da EDP Renováveis subiram 49% até setembro, para 695 milhões de euros.

O investimento bruto, 100% focado em energias renováveis, mais do que duplicou para os 4,4 mil milhões de euros até setembro, face aos dois mil milhões de euros registados no período homólogo. Este aumento reflete “o atual período de forte crescimento”.

Nos últimos 12 meses, foram adicionados mais 2,6 GW de capacidade renovável e a setembro de 2022, a EDP Renováveis atingiu o montante recorde de 4,3 GW de capacidade renovável em construção em 15 mercados na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia Pacifico.

No mesmo comunicado, a empresa destaca como “importante” a pré-cobertura de cinco anos que realizou a uma taxa de juro fixa para 1,5 mil milhões de euros de dívida com maturidade pós-2022, “reduzindo a sua exposição ao aumento de taxas de juro a médio-prazo”.

(Notícia atualizada às 8h21 com mais informação)

Evolução das ações da EDP Renováveis em Lisboa

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Wall Street fecha no vermelho. Ações da dona da Google tombam mais de 9%, após resultados

  • ECO
  • 26 Outubro 2022

Wall Street fechou no vermelho pressionado pelos resultados das big tech. Em Lisboa, as energéticas deram ânimo à bolsa, que fechou a subir 0,73%. BCE reúne quinta-feira para nova subida dos juros.

A recuperação das bolsas norte-americanas nos últimos três dias perdeu gás. Os resultados da Alphabet e da Microsoft conhecidos na terça-feira atiraram Wall Street para o vermelho, com as ações da dona da Google a tombarem mais de 9% no final da sessão desta quarta-feira.

Já em Lisboa, o principal índice português fechou em alta com um avanço de 0,73% para 5.692,79 pontos, à boleia do desempenho positivo da família EDP e da Galp Energias. A família EDP deu ânimo à bolsa de Lisboa com a EDP Renováveis a liderar com uma subida de 4,98% e a EDP a valorizar 2,02%. Também a Galp fechou a subir 3,09%.

Na quinta-feira, há mais uma reunião do Banco Central Europeu (BCE), que deverá determinar nova subida dos juros na Zona Euro.

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Mais de 40% dos seniores portugueses dá dinheiro aos filhos todos os meses

Desperdiçada no emprego e ávida de viagens, a população com mais de 55 anos é “rede de apoio" vital para os mais jovens, mas teme perder qualidade de vida com subida de preços na habitação e energia.

Mais de metade dos agregados familiares seniores em Portugal (55,3%) tem duas fontes de rendimento mensal – e em 13,4% dos casos até mais do que isso –, sendo que esta população composta por pessoas com mais de 55 anos de idade constitui “uma rede de apoio para aqueles que lhes são mais próximos”.

De acordo com o Barómetro do Consumidor Sénior em Portugal, a que o ECO teve acesso, 53% dos seniores portugueses ajuda economicamente algum membro da sua família ou do círculo próximo. Sobretudo os filhos (42%), enquanto o restante auxílio é prestado a outros familiares ou amigos. Os resultados deste inquérito mostram que 74% dessas ajudas são mensais e que um em cada três beneficiários depende mesmo delas para sobreviver.

Realizado pelo Centro de Investigación Ageingnomics, que foi criado há cerca de dois anos pela Fundação Mapfre, este que é apresentado como o primeiro estudo a medir as prioridades e os padrões de consumo dos portugueses com mais de 55 anos, aponta que quase metade dos inquiridos (48,8%) consegue poupar ao final do mês. Entre os que têm capacidade de o fazer, a maioria (78%) diz poupar menos de 30% dos rendimentos.

Se surgisse uma “despesa imprevista e inevitável” no valor de 1.000 euros no agregado familiar, 50% teria de recorrer a poupanças e 23% admite que não a conseguiria suportar. Sem dinheiro, quase metade pediria emprestado a um familiar ou amigo, 22% recorreria ao cartão de crédito e 27% a um empréstimo bancário – uma opção que adquire maios importância à medida que o montante aumenta.

Previsão da evolução das despesas em 2023

Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis; alimentação e bebidas não alcoólicas; e saúde. São estas as três áreas em que é percecionada uma maior despesa, seguidas das comunicações e dos transportes/mobilidade. É também com a casa e com a energia que mais preveem gastar no próximo ano, sendo estas as rubricas que, “tendo em conta os preços atuais, mais põem em risco a qualidade de vida” destas pessoas. Por outro lado, as despesas mais sacrificadas em 2023 serão nas áreas do ensino / educação, bebidas alcoólicas e tabaco, tecnologia e lazer.

Como crê que será a sua situação económica a partir de agora? 54% acredita que será igual ou melhor do que a atual. Menos divididos e mais preocupados estão os 1.100 inquiridos em agosto quanto ao atual sistema de pensões. Dois em cada três (65%) sentem que “está em risco em relação ao futuro” e há ainda 20% que não sabe responder a isso. São os mais jovens entre os mais velhos (faixa dos 55 – 60 anos) os que mais desconfiam da sustentabilidade da Segurança Social, com a percentagem a chegar aos 75%. Com que idade começaram a planear a reforma? 36% fê-lo antes dos 45 anos, enquanto 16% esperou até depois dos 60 – e percentagem semelhante assume que ainda não o fez.

Esta geração goza de boa saúde física e económica. Portugal está nas melhores condições para beneficiar da silver economy, um novo vetor económico que pode contribuir para o país com novos empregos e produção de riqueza.

Economia Prateada - Barómetro do Consumidor Sénior em Portugal

“A maioria dos seniores portugueses poupa todos os meses, é capaz de assumir despesas imprevistas e permitir-se ajudar pessoas próximas, geralmente os seus filhos. (…) Esta geração goza também de boa saúde física e económica, de acordo com os dados disponíveis e as conclusões deste barómetro. Assim sendo, Portugal está nas melhores condições para beneficiar da silver economy (economia prateada), um novo vetor económico que pode contribuir para o país com novos empregos e produção de riqueza”, lê-se nas conclusões deste estudo.

Do talento desaproveitado à vontade de viajar

Em Portugal, onde a esperança média de vida quase toca nos 81 anos, há 3,87 milhões de pessoas com mais de 55 anos, o que corresponde a 37% da população portuguesa. Mais de sete em cada dez possuem casa própria (em 52% dos casos já está paga), enquanto 18% arrenda a preço de mercado – uma percentagem que aumenta à medida que as pessoas envelhecem. A esmagadora maioria (71%) diz já não ter intenção de mudar de residência. E aceitaria viver num lar de idosos? Quase metade (47,3%) ainda não decidiu e 23% responde que não.

O estudo com o título “Economia Prateada” será apresentado esta manhã num hotel de Lisboa, num evento em que participam o CEO da Mapfre Portugal, Luís Anula, o secretário de Estado do Tesouro, João Nuno Mendes, ou José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS). Comprova que os portugueses com mais de 55 anos não deixaram de viajar com a pandemia (73% saiu durante dois ou mais dias em lazer nesse período) e que em 2023 tencionam fazê-lo com maior frequência (85,4%), sendo os destinos nacionais fora do seu distrito (57,9%) os favoritos, seguidos das viagens pela Europa (31,3%).

Frequência de viagens por lazer ou turismo desde o início da pandemia

Aliás, no que toca à perceção da imagem de Portugal, é nos aspetos relacionados com o turismo que surge a melhor classificação (média de 8,39, numa escala de 1 a 10). Pelo contrário, é no capítulo das oportunidades de emprego e empreendedorismo (5,55) e da atividade profissional (5,88) que o país pontua pior, na perspetiva dos maiores de 55 anos. Dois em cada três lamentam que o mercado de trabalho não valorize suficientemente a sua experiência e conhecimentos.

“A população silver é uma força motriz do turismo português, já que a maioria viaja e está disposta a viajar mais num futuro próximo. Ao mesmo tempo, valoriza muito Portugal como destino turístico, mas também como um destino de aposentação. Por outro lado, é muito crítica em relação ao mercado de trabalho e à falta de oportunidades para o talento sénior”, lê-se neste estudo elaborado pela Fundação Mapfre, que é a primeira atividade do Centro de Investigación Ageingnomics fora de Espanha.

Num capítulo feito em colaboração com a Google, este barómetro evidencia ainda que a população digital sénior portuguesa está informada sobre a atualidade política e económica: 29% está a par das últimas notícias online sobre estes grandes temas, sendo 56% mais provável encontrar alguém bem informado nesta faixa etária do que nas restantes idades; e 48% pertence ao segmento Avid Investors (investidores ativos que se informam online), enquanto abaixo dos 55 anos a percentagem fica-se pelos 39%.

E no campo da sustentabilidade, o que estão os seniores portugueses dispostos a fazer para assegurar uma produção mais sustentável e uma menor emissão de CO2 para o ambiente? 85% a modificar os hábitos de consumo, 81% no consumo energético e 75% a votar em partidos que deem prioridade à transição ecológica. Ao invés, alterar os hábitos de transporte (55%), investir no seu próprio sistema de produção e consumo de energia (49%) e assumir custos mais elevados em alguns aspetos do seu consumo diário (37,6%) estão entre as opções menos escolhidas pelos maiores de 55 anos.

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Microsoft vê lucros caírem 14% no terceiro trimestre

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Arrefecimento do mercado de computadores pessoais penalizou tecnológica, que viu os lucros caírem 14% no trimestre mais recente. Mesmo assim, superaram as estimativas dos analistas.

A Microsoft divulgou resultados trimestrais, que indicam uma baixa homóloga de 14% dos lucros, a refletir um mercado enfraquecido de computadores pessoais (PC), que afetou o seu negócio com o Windows. A empresa apresentou um lucro de 17,6 mil milhões de dólares, mesmo assim acima das expectativas dos analistas de Wall Street.

Nos três meses do exercício, a empresa de Redmond, no Estado de Washington, faturou 50,1 mil milhões de dólares, mais 11% homólogos, também acima as expectativas.

O negócio dos computadores pessoais da Microsoft, centrado no seu software Windows, era esperado que apresentasse um impacto negativo devido às incertezas económicas, como a inflação.

A empresa também obtém receitas do licenciamento dos fabricantes de PC que instalam o seu software nestes produtos. Estas receitas caíram 15% no trimestre.

As exportações de PC declinaram 20%, em termos homólogos, segundo a empresa de pesquisa Gartner, que salientou que este foi o maior declínio desde que começou a seguir este mercado, em meados de 1990.

Em comunicado, a tecnológica dirigida por Satya Nadella salientou o crescimento continuado do seu negócio na “nuvem”, a Cloud.

Nadella salientou, no texto, que a empresa está a investir nas suas áreas de crescimento e a gerir com disciplina a sua estrutura de custos.

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Dona da Google com subida de 6% nas receitas, mas queda nos lucros

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Holding que controla a Google viu as receitas subirem 6% no terceiro trimestre, mas os lucros caíram e ficaram abaixo do que era esperado pelos analistas.

A Alphabet, dona da Google, registou um volume de negócios de 69,1 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, uma subida homóloga de 6%, a mais fraca desde 2013, tirando o período da pandemia. O lucro do grupo californiano foi de 14 mil milhões de dólares, nitidamente abaixo das expectativas dos analistas.

De julho a setembro, o número um mundial da publicidade online viu as suas receitas publicitárias subirem ligeiramente para 54,5 mil milhões de dólares. Mas as receitas da plataforma YouTube baixaram 2%, para os sete mil milhões de dólares, quando os analistas esperavam uma subida.

A Google sofreu com os cortes orçamentais dos anunciantes, confrontados com a inflação e a subida das taxas de juro. “Este foi um trimestre difícil para a publicidade digital. Os ventos macroeconómicos contrários foram fortes o suficiente para que a Google reduzisse as contratações de pessoal, para relançar os lucros”, apontou Evelyn Mitchell, analista da Insider Intelligence.

Os resultados do conglomerado da internet comparam mal com os dos anos 2021, uma vez que então a pandemia e as restrições sanitárias favoreciam as atividades digitais.

Por outro lado, a ascensão fulgurante da TikTok também relativizou o domínio da Google e da Meta (Facebook, Instagram) no mercado mundial de publicidade digital. Em 2022, esta aplicação de divertimento ultrapassou a Google enquanto sítio mais popular na rede, segundo a Cloudflare, empresa especializada em infraestruturas e serviços da internet.

A Google Cloud, a atividade de informática à distância do grupo, continuou, por seu lado, a crescer e alcançou um volume de negócios de 6,9 mil milhões de dólares, que compara com os cinco mil milhões homólogos.

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5 coisas que vão marcar o dia

Arranca o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2023. Nos mercados, Jerónimo Martins e EDP Renováveis apresentam resultados.

No dia em que os deputados vão debater a proposta de Orçamento do Estado para 2023, elaborada pelo Governo, serão conhecidos os resultados da Jerónimo Martins e da EDP Renováveis para os primeiros nove meses do ano. Além disso, serão divulgados vários dados estatísticos, sobre o comércio internacional, as empresas em Portugal e os empréstimos e depósitos.

OE começa a ser debatido no Parlamento

Arranca esta quarta-feira a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023, depois de os deputados já terem ouvido o ministro das Finanças e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O debate em plenário estende-se até quinta-feira, quando o documento será votado na generalidade antes de seguir para a apreciação na especialidade.

Jerónimo Martins e EDP Renováveis apresentam contas

A divulgação de resultados das cotadas do PSI continua, chegando a vez da retalhista Jerónimo Martins, que vai apresentar das contas dos primeiros nove meses do ano após o fecho do mercado. Além disso, a EDP Renováveis também vai apresentar os resultados até setembro, um dia antes da “casa-mãe” EDP.

Eurostat divulga dados sobre comércio internacional

O gabinete de estatísticas europeu publica esta quarta-feira várias estatísticas sobre o comércio internacional de bens. Por um lado, divulga dados sobre a concentração do comércio em 2020, e por outro dá também a conhecer os números do comércio entre Mercosul e os países da União Europeia ao longo do ano passado.

INE faz retrato das empresas em Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quarta-feira os dados provisórios das Estatísticas das Empresas em Portugal para 2021, obtidas a partir do Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE). Estes dados vão permitir traçar um retrato do ecossistema empresarial português no ano passado.

Novos dados sobre empréstimos e depósitos bancários

O Banco de Portugal divulga esta quarta-feira as estatísticas de empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para setembro de 2022. Na última publicação, relativa ao mês anterior, os dados do departamento de estatísticas do banco central mostraram que o montante total de empréstimos para habitação era de 99,7 mil milhões de euros.

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Casas novas em Lisboa custam 44% mais do que as existentes

Preço mediano dos alojamentos novos é de 5.197 euros/m2, em comparação com os 3.587 euros/m2 que custaram os alojamentos existentes. Em nenhum outro local do país o diferencial é tão grande.

O mercado imobiliário em Lisboa continua a destacar-se dos demais. A capital é o sítio mais caro para se comprar casa em Portugal, mas é também aquele em que a diferença entre uma casa nova e uma casa existente foi maior, contando só com os municípios mais populosos, acima dos 100 mil habitantes, nos 12 meses até ao final do segundo trimestre de 2022.

A diferença pode chegar aos 44%, se for contabilizado um preço mediano dos alojamentos novos de 5.197 euros/m2, em comparação com os 3.587 euros/m2 que custaram os alojamentos existentes. Ou seja, quem compra casa nova em Lisboa arrisca pagar mais 1.610 euros/m2 do que se comprasse uma casa existente, montante superior ao preço mediano dos alojamentos no conjunto do país, que se fixou em 1.494 euros/m2 nesse mesmo trimestre.

A tendência não é exclusiva de Lisboa – naturalmente, em todos os 24 municípios mais populosos, as casas novas foram mais caras do que as existentes. Mas o diferencial é bastante inferior nos demais municípios, mesmo em Cascais, que foi o segundo sítio mais caro. No outro extremo está Vila Nova de Famalicão, onde foi menor essa diferença, não superando os 71 euros/m2.

Lisboa registou o maior diferencial entre o preço mediano dos alojamentos novos em comparação com os existentesHugo Amaral/ECO

Mas há mais nos dados trimestrais divulgados terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostraram que o preço mediano de alojamentos familiares desacelerou em Lisboa (isto é, que a subida homóloga dos preços no segundo trimestre foi inferior à subida verificada no primeiro trimestre de 2022). Duas das 24 freguesias de Lisboa registaram, nos 12 meses acabados em junho, preços medianos de habitação superiores a 5.000 euros/m2: Santo António (5.547 euros/m2) e Marvila (5.297 euros/m2).

Além destas, o INE salienta que três outras freguesias de Lisboa registaram um preço mediano superior aos 3.704 euros/m2 registados no conjunto do concelho. Foram as freguesias de Parque das Nações (4.525 euros/m2), Campo de Ourique (4.366 euros/m2) e Alvalade (4.103 euros/m2). Nas três, observaram-se também taxas de variação homóloga superiores à de 10,7% do próprio município.

O instituto destaca ainda Marvila por outro motivo. Esta freguesia de Lisboa viu o preço mediano no segundo trimestre disparar 79,3% em termos homólogos. “Este aumento expressivo do preço mediano de habitação na freguesia de Marvila resultou, sobretudo, da venda de alojamentos novos”, que representaram 61% das transações, e “cujo valor mediano foi de 5.721 euros/m2”.

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Investimento em “tech” climática em Portugal dispara 520%, mas ainda “longe do grau de maturidade dos países europeus”

O disparo de 520% resulta da "maior ronda de financiamento de sempre em tecnologia climática em Portugal". Net Zero Insights pede que país estimule investimentos e crie mais incentivos para startups.

O ecossistema de startups que desenvolvem tecnologia para responder às alterações climáticas em Portugal tem registado um crescimento significativo nos últimos meses, mas ainda se encontra “longe” do mercado de startups a nível europeu.

Segundo um relatório da Net Zero Insights, uma base de dados de startups e PME (pequenas e médias empresas) de tecnologia climática na Europa, sediada em Lisboa, durante o primeiro semestre de 2022, “o financiamento climático em Portugal foi superior a todos os anos anteriores combinados”, tendo atingindo os 292 milhões de euros. Parte desse valor foi resultado da “maior ronda de financiamento de sempre em tecnologia climática em Portugal”, depois de a empresa de carregamento de carros elétricos Power Dot ter recebido 150 milhões de euros — isto é, 51,3% do investimento total em startups “verdes” portuguesas captado este ano.

Apesar da valorização do setor, a Net Zero Insights indica que ainda existe um longo caminho a percorrer. Em termos comparativos, o Reino Unido somou 491 milhões de dólares (cerca de 498,73 milhões de euros) só em agosto de 2022. “Isto pode significar que o ecossistema português de startups de tecnologia climática, embora ainda muito longe da maturidade, mostra sinais positivos de crescimento”, lê-se no relatório.

Este é um sinal claro de que apesar do progresso, o ecossistema ainda está longe de atingir o grau de maturidade de outros países europeus

Net Zero Insights

Outro sinal da falta de maturidade do ecossistema é o tipo de financiamento predominante. Segundo o documento, o investimento proveniente de fundos comunitários — como o Portugal 2020 ou o Horizonte 2020 — representam 60% do dinheiro que chega às startups. Estes fundos “representam geralmente rondas de financiamento inferiores a um milhão de euros”, o que, por sua vez, refletem apenas 8% do valor total investimento nestas startups.

Em termos absolutos, existem 346 startups climáticas com nacionalidade portuguesas — a maioria localizada em Lisboa e no Porto — bem abaixo da média europeia de 628 startups por país. No entanto, quando analisados os países com um Produto Interno Bruto (PIB) semelhante — Finlândia, Roménia, República Checa, Grécia e Hungria –, Portugal consegue destacar-se. Estes países têm, em média, 165 startups dedicadas à causa ambiental. Só a Finlândia ultrapassa o ecossistema português, ao contabilizar 553 startups “verdes”.

Apesar de a Power Dot ter concretizado a maior ronda de investimento de sempre em tecnologias climáticas em Portugal, os setores da agricultura e têxtil e moda são os que atraem mais atenção por parte dos investidores. Segundo o relatório, a agricultura é o setor que mais investimento conseguiu acumular este ano (27 milhões de euros), ao passo que o setor do têxtil conta com maior número de startups até ao momento (71). E, em tanto num como noutro, o capital é, tendencialmente, direcionado a startups que desenvolvem software para melhorar a eficiência geral do setor.

Assim, a Net Zero Insights alerta que “aumentar o interesse geral na tecnologia climática não é suficiente” e defende que Portugal “precisa de criar um ecossistema com incentivos gerais para investimento e criar incentivos governamentais estimular a criação de startups“.

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Crédito à habitação: 90% dos novos contratos têm taxa de esforço inferior a 27%

Os dados do Banco de Portugal revelam que o diploma que o Governo está a trabalhar para levar os bancos a renegociarem os contratos com as famílias terá muito pouco impacto nos contratos após 2019.

Qual é a taxa de esforço dos particulares que celebraram novos créditos à habitação? Segundo os dados do Banco de Portugal, 90% dos créditos realizados desde 2019 foram contratualizados com uma taxa de esforço inferior a 27%. Além disso, os dados compilados pelo supervisor liderado por Mário Centeno apontam para que um milhão de famílias (cerca de 304 mil contratos) que compraram casa nos últimos quatro anos tenham-no feito com uma taxa de esforço inferior a 17%. Assim, para estas famílias, o Banco de Portugal antecipa que a subida das taxas de juro, antecipada pelo mercado até julho de 2023, possa provocar uma subida de apenas seis pontos percentuais na taxa de esforço.

Isto significa que, no pior dos cenários, a taxa de esforço das famílias que compraram casa desde 2019 deverá ficar muito abaixo dos 40%, uma meta definida no diploma que o Governo levará esta quinta-feira a Conselho de Ministro e que “obriga” os bancos a renegociarem os contratos de crédito à habitação para evitarem que as famílias entrem em incumprimento.

É certo que os contratos de crédito à habitação com taxas de esforço abaixo dos 27% representam pouco mais de um quarto do total de contratos que a banca detinha em carteira no final do ano passado, mas são sobre estes novos créditos (realizados após 2019) que o aumento da prestação mais se faz sentir. Os outros, particularmente os mais antigos, não só o montante pedido ao banco foi mais reduzido como hoje apresentam também um saldo em dívida bastante mais baixo.

O montante dos novos contratos disparou 60% desde 2013

Fonte: Banco de Portugal.

Essa realidade foi também exposta por Mário Centeno na conferência “O impacto da nova ordem mundial na economia europeia”, realizada pelo ECO no final de setembro. No decorrer da sua intervenção, o governador revelou que 10% das prestações da casa são de valor inferior a 106 euros e que, tendo em conta as perspetivas de evolução da Euribor até julho de 2023, vão ter um agravamento de apenas quatro euros. Além disso, referiu ainda que apenas 10% têm prestações acima dos 470 euros, as quais vão sofrer mais com a subida dos juros.

A confiança do governador de que o efeito das taxas de juro não criará uma onda de incumprimento no crédito à habitação é sustentada por duas variáveis: elevado nível de poupança das famílias e baixa taxa de desemprego da economia.

Se, por um lado, os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que, no segundo trimestre, a taxa de desemprego situava-se nos 5,7%, o valor mais baixo dos últimos 10 anos, por outro, a taxa de poupança das famílias mantém-se acima da média observada na última década (8%), revela o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira.

A margem de renegociação dos contratos será muito limitada

Os dados do Banco de Portugal apontam para que, de uma forma geral, as famílias com crédito à habitação não apresentem uma taxa de esforço do seu crédito muito preocupantes. Além disso, mesmo nos casos das famílias que possam apresentar taxas de esforço mais elevados, espera-se que daí não venham a nascer problemas estruturais nem para a banca nem para a economia, assumindo que os bancos seguiram os trâmites da política macroprudencial do Banco de Portugal.

Entre os vários indicadores recomendados pelo Banco de Portugal para a concessão prudente de crédito está a exigência de os clientes apresentarem um DSTI (debt service-to-income ratio) não superior a 50%. Isto significa que para uma família obter um crédito, o total das prestações mensais de todos os empréstimos detidos pelo agregado familiar não pode ser superior a 50% do seu rendimento mensal líquido. E, para efeitos do cálculo do DSTI nos empréstimos à habitação de taxa variável a mais de 10 anos, os bancos devem considerar um aumento de três pontos percentuais da taxa Euribor – algo que não acontece nos contratos de taxa fixa, porque nestes casos não há lugar a alterações da taxa de juro ao longo do contrato.

Apesar dos dados do Banco de Portugal, é incontornável o preço que a subida das taxa de juro está a ter no orçamento das famílias. Por exemplo, os créditos à habitação indexados à Euribor a 12 meses, com um spread de 1,2% e maturidade de 30 anos que serão revistos em novembro contarão com um aumento de 51% na prestação da casa. Isto significa um acréscimo de 158 euros por cada 100 mil euros de financiamento. (Faça aqui a simulação do seu caso).

Para muitas famílias, a pressão das taxa de juro está a levar a um estrangulamento do orçamento familiar. A Deco revela que desde setembro o pedido de apoio das famílias não tem parado de aumentar, como consequência do aumento do custo de vida e da subida das prestações do crédito à habitação. E o pior é que as soluções para aliviar o orçamento destas famílias são cada vez mais escassas.

A solução mais imediata para baixar a prestação da casa passa por alargar o prazo do contrato, reduzindo assim a prestação mensal. Porém, a maturidade dos contratos de crédito à habitação é já muito elevada, mesmo em comparação com a média da Europa, e está perto dos limites definidos pela politica macroprudencial do Banco de Portugal. Segundo o Relatório de Acompanhamento do Mercado de Crédito, publicado em julho, o prazo médio dos créditos à habitação na carteira das instituições financeiras era de 33,5 anos no final do ano passado.

Esta realidade deixa pouca margem de renegociação por parte dos bancos para alargarem o prazo do contrato, na tentativa de evitar que um contrato entre em incumprimento.

Assim, se o contrato não permitir um alargamento do prazo e o banco também não se mostrar disponível a rever o spread, resta a renegociação dos seguros e dos produtos financeiros associados ao contrato. A não ser que o diploma que o Governo está a preparar traga na manga uma medida engenhosa que permita contornar temporariamente algumas das barreiras até agora dadas como intransponíveis.

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Fundo de Resolução abre caminho a reforço do Estado no Novobanco para mais de 5%

O Fundo de Resolução abdicou dos direitos de conversão de créditos fiscais do Novobanco, permitindo ao Estado aumentar a sua posição no banco para mais de 5%.

O caminho está livre para o aumento da participação do Estado no capital do Novobanco para mais de 5%. O Fundo de Resolução (FdR) decidiu não comprar os direitos de conversão dos créditos fiscais atribuídos em 2016 e 2017 por conta dos prejuízos, pelos quais teria de pagar quase 250 milhões de euros, assumindo que o montante é elevado.

“O FdR deliberou não exercer o direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão atribuídos ao Estado, relativos aos exercícios de 2016 e de 2017″, informou o fundo liderado por Luís Máximo dos Santos, em resposta às questões colocadas pelo ECO.

A justificação? “O eventual exercício do direito potestativo implicaria […] o pagamento de um preço desalinhado de referenciais razoáveis de valorização do capital do Novobanco”, assume a instituição.

Perante este cenário, o Novobanco realizará um aumento de capital para emitir as novas ações que resultam da conversão dos referidos créditos fiscais, uma operação que, previsivelmente, deverá ocorrer ainda este ano. E, no final, o Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), verá a sua posição direta no Novobanco aumentar dos atuais 1,56% — conseguidos depois de uma decisão semelhante do FdR no ano passado — para 5,69%. Já o FdR terá a sua posição reduzida para menos de 20%.

Com isto, a estrutura acionista do banco passará a estar distribuída da seguinte forma: o fundo americano Lone Star (75%), o Fundo de Resolução (19,31%) e o Estado (5,69%).

O eventual exercício do direito potestativo implicaria […] o pagamento de um preço desalinhado de referenciais razoáveis de valorização do capital do Novobanco.

Fundo de Resolução

Na prática, o FdR podia travar o avanço da posição do Estado por via da compra dos direitos de conversão dos créditos fiscais. Tal implicaria:

  • O pagamento de 0,9292 euros por cada direito referente a 2016, no total de 109 milhões de euros;
  • E o pagamento de 0,4408 euros por cada direito referente a 2017, no total de 140 milhões de euros.

Em ambos os casos, o preço dos direitos seria inferior aos títulos convertidos no ano passado, que assumiam um valor unitário de 1,0904 euros. Mas dinheiro é algo que não abunda numa entidade que apresenta um “buraco” de mais de sete mil milhões de euros e vive das contribuições da banca para pagar as dívidas.

Em 26 de setembro, o ECO noticiou que o FdR tinha entre 10 e 24 de outubro para deliberar sobre esta matéria.

“O FdR tem vindo a publicar nos seus relatórios e contas, todos os anos, informação sobre os efeitos da aplicação do referido regime especial na participação que detém no Novobanco. Sobre as implicações, para o FdR, decorrentes da aplicação do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos, a informação disponível neste momento encontra-se já disponível no Relatório e Contas do Fundo de Resolução, referente a 2021, nomeadamente nas notas 7 e 22 às demonstrações financeiras”, acrescenta o fundo.

Fundo arrisca perder mais 55 milhões

O Fundo de Resolução já teve de assumir uma perda de mais de 20 milhões de euros com a diluição da sua participação no Novobanco para 23,44% no ano passado, na sequência da conversão dos chamados DTA (deferred tax assets) em favor do Estado.

Foi uma imposição de Bruxelas, em 2017, que a conversão dos créditos fiscais do Novobanco se fizesse sempre à custa da posição do Fundo de Resolução, deixando intacta a participação da Lone Star.

Assim sendo, o fundo, que é financiado pela banca e foi responsável pelas injeções de 3,4 mil milhões de euros no Novobanco nos últimos anos, arrisca uma nova perda com a conversão dos DTA, que poderá ascender agora a cerca de 55 milhões.

Para o Fundo de Resolução, a redução da sua posição no Novobanco significa que irá receber menos dinheiro quando o banco for vendido no futuro. É também com o dinheiro da venda da instituição que o fundo conta pagar os empréstimos ao Estado e aos bancos.

Contudo, por causa dos créditos fiscais já atribuídos à instituição financeira até 2020, a perspetiva é de que a posição do Fundo de Resolução se reduza ainda mais, para apenas 9,05%, com o Estado a ficar com uma participação de 15,95%.

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