Apoios devem ser temporários e focados para não dificultar luta contra a inflação, alerta Centeno
Governador do Banco de Portugal avisa que "uma economia em pleno emprego tem de ter muito cuidado com políticas que são pró-cíclicas". E continua sem "entender o conceito de folga orçamental".
O governador do Banco de Portugal defende que “este é o momento para reduzir o défice e a dívida”. Mário Centeno alerta também que “as medidas orçamentais devem ser temporárias e focadas”, nomeadamente para não “dificultar o trabalho da política monetária na luta contra a inflação”.
“Este é o contributo que a política orçamental deve dar à política monetária”, reforçou, durante a apresentação do boletim económico de dezembro, para em “trajetórias de maior dificuldade não dificultar o trabalho da política monetária na luta contra a inflação”.
Mário Centeno não quis comentar o apoio extraordinário de 240 euros que será dado a um milhão de famílias ainda este ano, mas apontou que “uma economia em pleno emprego tem de ter muito cuidado com políticas que são pró-cíclicas, que vão gerar pressões que não são desejáveis”.
O governador do BdP sublinha assim a importância da “resiliência” do mercado de trabalho, reiterando que “uma economia em pleno emprego tem de entender que o mercado de trabalho em Portugal tem dado resposta aos desafios que se tem colocado”.
Apesar desta visão, ressalvou que as medidas que têm avançado são temporárias e “têm incidido esmagadoramente ou na sua maioria sobre aqueles que tem já apoios dados tradicionalmente aos mais vulneráveis na nossa sociedade, portanto cumprem estes preceitos que os bancos centrais têm vindo a comentar como sendo desejáveis na adoção de medidas”.
“As premissas podem alterar-se quando o temporário se torna recorrente e quando a pressão que possam colocar elas próprias, porque a capacidade de serem focadas é limitada, se possa tornar uma pressão sobre a procura”, avisa.
O antigo ministro das Finanças deixou ainda um comentário à discussão sobre a margem que existe, apontando que ainda não consegue “entender um conceito de folga orçamental num país com a dívida que Portugal tem”.
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