CDS-PP recusa deixar sede do Caldas, Patriarcado não recebeu proposta do Chega

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

Nuno Melo disse existirem "pessoas que apareceram de repente com maços de notas no bolso, sem que se percebesse sequer bem de onde veio o dinheiro".

O presidente do CDS-PP afirmou esta quarta-feira que o partido não tem intenções de deixar o edifício da sua sede nacional, e o Patriarcado de Lisboa, proprietário do imóvel, indicou não ter recebido qualquer proposta de compra do Chega.

No domingo, a CNN Portugal noticiou que o Chega iria fazer uma oferta de compra ou arrendamento do edifício que é a sede nacional do CDS-PP há várias décadas, no Largo Adelino Amaro da Costa (antigo Largo do Caldas), em Lisboa.

Numa nota enviada esta quarta-feira aos jornalistas, o líder do CDS-PP referiu que tem sido alvo de questões sobre a sede e defendeu que, “tendo em conta o motivo, tão abaixo de tudo o que é a decência na política, o caso não mereceu nem merece comentários”.

“Para o que importa, em relação a uma sede de que gostamos muito, com contrato válido e as rendas pagas, de que só sairemos um dia se quisermos, – e não queremos –, ficam convidados a assistir hoje à primeira sessão das “Conversas do Caldas”, dedicada ao tema da inflação”, salientou.

Nuno Melo disse existirem “pessoas que apareceram de repente com maços de notas no bolso, sem que se percebesse sequer bem de onde veio o dinheiro”, mas concluiu que, “infelizmente, só por si, dinheiro, nunca significou gosto e principalmente, educação e valores”.

De acordo com a CNN, o Chega estará disposto a oferecer até sete milhões de euros pela compra da sede do CDS-PP ou até cinco mil euros por mês para a arrendar e iria enviar na segunda-feira uma carta ao Patriarcado de Lisboa, proprietário do edifício, a pedir valores de referência e modalidades de pagamento.

Questionada pela Lusa, a assessoria de imprensa do partido liderado por André Ventura indicou que “acha que seguiu logo na segunda-feira” essa comunicação. No entanto, fonte oficial indicou à Lusa que “o Patriarcado de Lisboa não recebeu até à data nenhuma carta do Chega”.

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Zurich renova compromisso com golfista Tomás Bessa

  • ECO Seguros
  • 27 Abril 2022

Pelo terceiro ano consecutivo, a seguradora patrocina Tomás Bessa. O desempenho do golfista tornou-o embaixador da marca Zurich na promoção do desporto de alta competição.

A Zurich e Tomás Bessa, golfista português de 25 anos, reforçam a parceria com a renovação do patrocínio desportivo para o ano de 2022. O jovem, que se tem destacado como um dos melhores do golfe em Portugal – conquistou recentemente o terceiro troféu da temporada 2021/22 e “atravessa o melhor momento da sua carreira profissional.” Embaixador da Zurich Portugal desde 2020 “e um dos pilares da marca na promoção do desporto de alta competição e na fomentação de um estilo de vida saudável através da prática de uma modalidade transversal a todas as idades”.

“É muito gratificante continuar a receber o apoio, e confiança, da Zurich que muito tem contribuído para a minha evolução. Numa modalidade como o golfe quanto maior for o apoio que recebemos, mais facilidade teremos em focarmo-nos no desempenho dentro do campo de golfe, aumentando a possibilidade de sermos bem-sucedidos. O apoio da Zurich tem, por isso, sido essencial na progressão da minha carreira, uma vez que me permite dedicar, diariamente, à obtenção de bons resultados,” destaca Tomás Bessa.

O atleta iniciou o seu percurso no golfe com a ajuda do pai, em criança. Em 2020, aos 23 anos, tornou-se golfista profissional e tem estado em destaque “com exibições que denotam traços e resultados de um jogador de exceção e com muito potencial, sendo, por isso, uma das maiores promessas do golfe em Portugal,” afirma a seguradora.

Em dezembro de 2021, Tomás Bessa venceu o PGA Portugal Players Championship, um evento do circuito profissional português e iniciou o ano de 2022 a conquistar o Nau Morgado Open, inserido no Portugal Tour, o único circuito internacional de profissionais e amadores em Portugal, conquistas que reforçam o melhor momento da carreira de Tomás.

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Seguradora da Fidelidade em Cabo Verde aumenta lucro 17% para 1,9 milhões de euros

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

A Garantia, líder de mercado segurador em Cabo Verde, fechou com um resultado líquido superior a 1,9 milhão de euros. Os acionistas receberão 1,1 milhão de euros como dividendos.

Os lucros da seguradora cabo-verdiana Garantia, em que o grupo Fidelidade detém cerca de 55% do capital, aumentaram 17% em 2021, face ao ano anterior, para 1,9 milhão de euros, apesar da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

Segundo o relatório e contas consultado pela Lusa, a maior seguradora do país (estima ter uma quota de mercado de 62,8% face aos 62,0% em 2020), o exercício de 2021 fechou com um resultado líquido superior a 210,7 milhões de escudos (1,9 milhão de euros), tendo o conselho de administração aprovado que 10% desse valor será aplicado na reserva legal e 30% transferido para outras reservas. Os restantes 60%, equivalente a praticamente 126,5 milhões de escudos (1,1 milhão de euros), serão distribuídos pelos acionistas, como dividendos do exercício de 2021.

“Os dois últimos exercícios económicos puseram à prova a solidez e a resiliência deste setor”, reconhece a administração, na mensagem no relatório e contas.

O documento acrescenta que “agravando a quebra de 6% registada na carteira de seguros de Acidentes de Trabalho no ano de 2020”, a 30 de setembro de 2021, este ramo apresentava uma quebra de 12,8%, “fruto do forte abrandamento da atividade económica, sobretudo no setor turístico”. Reconhece ainda que os seguros de viagens, setor “também bastante afetado pela crise pandémica”, apresentaram uma recuperação de 32,2%, face à quebra de 60,6% registados em 2020.

“Não obstante todos os desafios, estima-se um crescimento de 33% para a carteira Vida e 7% para a carteira Não Vida”, lê-se ainda.

Segundo o documento, o resultado por ação da maior companhia de seguros de Cabo Verde aumentou de 900 escudos para 1.054 escudos (8,1 para 9,5 euros) e a taxa de rentabilidade líquida da carteira cresceu de quase 11% em 2020 para 12% em 2021.

A Fidelidade – Companhia de seguros detém uma participação de 55,89% do capital social da seguradora Garantia, enquanto o Banco Comercial do Atlântico (de Cabo Verde, do grupo Caixa Geral de Depósitos) assume uma quota de 25% e o Instituto Nacional de Previdência Social de 12,19%, cabendo ainda 4,5% aos Correios de Cabo Verde, enquanto os restantes quase 2,42% das ações estão nas mãos dos trabalhadores.

A seguradora reconhece que em 2021, “apesar do contexto económico e financeiro que o mercado cabo-verdiano herdou” do ano anterior, “alguns setores de atividade foram, gradualmente, retomando a normalidade, refletindo-se em alguns ramos”.

Os seguros de viagem que, até 2019 cresciam a uma taxa média de 21%, decresceram 58% em 2020, já dão sinais de recuperação, com um crescimento de 38% em 2021”, aponta.

A seguradora emitiu prémios de mais de 1.568 milhões de escudos (14,2 milhões de euros) no setor “Não Vida” em 2021, um aumento de 10% que sucede à queda de 7% em 2020, e de quase 278,5 milhões de escudos (2,5 milhões de euros) para o setor “Vida”, que cresceu 23% face a 2020, que por sua vez já tinha aumentado 15% em comparação com 2019.

Com 131 trabalhadores, a seguradora Garantia fechou 2021 com um capital próprio de 1.615 milhões de escudos (14,5 milhões de euros), superior em 9% face a 2020. A carteira de investimentos financeiros líquidos cresceu 10%, para 2.690 milhões de escudos (24,3 milhões de euros).

A Garantia – que resultou da cisão do Instituto de Seguros e Providência Social de Cabo Verde e posterior privatização, em 1992 – é controlada pelo grupo Fidelidade. Este, na sequência da privatização da companhia portuguesa, passou a ter a Fosun International Limited (FIL), através da Longrun Portugal, SGPS, como principal acionista, com 84,9861% do capital social.

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Francisco Assis vai propor mudanças no CES assim que for reeleito

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

Assis vai propor a criação de um "grupo de trabalho para alterar a lei do Conselho Económico e Social, que precisa de ser atualizada".

O candidato a presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu esta quarta-feira a alteração do Plenário do CES e prometeu propor à Assembleia da República a criação de um grupo de trabalho para alterar a respetiva lei.

O Plenário do CES está ultrapassado, tem 30 anos. A primeira coisa que farei após a eleição é pedir uma audiência ao presidente da Assembleia da República, Santos Silva, para propor a criação de um grupo de trabalho para alterar a lei do Conselho Económico e Social, que precisa de ser atualizada“, disse Francisco Assis perante os deputados da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão e da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Numa audição regimental, Francisco Assis, que é presidente do CES desde julho de 2020, teve oportunidade de falar dos seus projetos para o organismo, que alberga a Comissão Permanente de Concertação Social. “Podemos ter um CES substancialmente mais forte do que aquele que temos”, defendeu, acrescentando que o Conselho pode nomeadamente absorver “alguma administração consultiva do Estado”, com poupança de recursos públicos.

Para Francisco Assis, o CES “está numa fase de mudança” e precisa até de mudar de instalações, para umas mais adequadas. O presidente do CES deu conhecimento aos deputados das iniciativas que promoveu nos dois anos de funções, nomeadamente os estudos que foram ou estão a ser feitos sobre temas importantes para a atualidade, como o crescimento económico e a produtividade, ou a natalidade.

Em resposta a perguntas dos deputados, o candidato socialista afirmou que é “profundamente independente por natureza” e como tal agirá com “total independência e isenção”. “Enquanto presidente do CES agirei sempre com independência absoluta”, disse.

Francisco Assis lembrou ainda os académicos que convidou para coordenarem os estudos em curso ou já finalizados, como Ana Drago e Miguel Poiares Maduro, como exemplo do “pluralismo no CES”.

O PS propôs na última sexta-feira a recandidatura do seu antigo eurodeputado para presidente do Conselho Económico e Social, cuja eleição decorrerá na próxima sexta-feira no parlamento. O presidente do CES é eleito pelos deputados da Assembleia da República, de acordo com o que está definido na Constituição da República, por voto secreto, necessitando da aprovação de dois terços dos deputados.

No sábado, na abertura do congresso da UGT, Francisco Assis afirmou que contava já com o apoio do Partido Socialista e do PSD, o que lhe garantirá os votos necessários para a reeleição. Francisco Assis, professor universitário, ligado à ala de centro-esquerda do PS, já foi presidente da Câmara de Amarante e líder parlamentar socialista em dois períodos distintos.

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Investimento em insurtech cresceu 40% até 10 mil milhões em 2021

  • ECO Seguros
  • 27 Abril 2022

Financiamento sobe, apesar de recuo no número de operações. NTT DATA identifica tecnologias e tendências, linhas de negócio e os elos da cadeia de valor que captam mais dinheiro.

O investimento global em Insurtech atingiu 10,1 mil milhões de dólares (cerca de 8,92 mil milhões de euros ao câmbio de 31 de dezembro de 2021), a representar aumento de 38% em relação a 2020 e a marcar nova ascensão histórica num mercado em clara consolidação. O Insurtech Global Outlook 2022 Report da NTT DATA, mostra que as startups tecnológicas focadas em seguros receberam 50% do seu financiamento total, só nos últimos 2 anos.

O conhecimento que retiramos de cada um destes insurtech reports ao longo dos últimos 6 anos, permite-nos acompanhar de perto os movimentos de transformação da indústria seguradora, ficar a par do que de mais inovador acontece na indústria, o que nos dá a capacidade de aconselhar da melhor forma os nossos clientes a tomarem decisões fundamentadas relativamente a tendências e oportunidades que vão surgindo,” realça Nuno Albuquerque e Castro, Head of Insurance na NTT DATA Portugal.

No ano passado, número de negócios fechados registou ligeira tendência decrescente em comparação com 2019, que registou um recorde de 393 negócios, mas aumentou o montante investido nas rondas de captação de recursos financeiros, também um reflexo do empenho das empresas do vertical insurtech no ecossistema de seguros, uma vez que o número de investidores e recursos captados “cresceram exponencialmente em 2021”. A enorme diferença, em números, “representa um aumento de 175% em relação ao ano anterior,” realça a NTT Data Portugal na apresentação do estudo que cifra um total de 297 rondas de financiamento, somando mais de 9 mil milhões de dólares em recursos.

TOP-10 de Insurtechs (por montante de investimento)

Fonte: “Insurtech Global Outlook 2022” NTT DATA. Apresentação ECOseguros. Câmbio: 1 USD = 0,93686 EUR (31-12-2021)

Unicórnios do vertical, tecnologias e geografias

No que se refere a tendências tecnológicas, a IA, a IoT e a análise preditiva “têm verificado um interesse crescente por parte dos investidores nos últimos anos e têm atraído grandes investimentos de seguradoras relevantes”, e de gigantes da tecnologia e da indústria. “Cerca de 61% das seguradoras estão a utilizar a IoT, que oferece novas oportunidades de negócio, integrando novos conjuntos de dados para melhorar o atual nível de risco e prevenção de riscos, acompanhando e incentivando mudanças no comportamento dos clientes,” detalha o relatório da consultora global de serviços em TI e inovação.

A Europa regista um desempenho superior em termos de financiamento e a América do Norte, apesar de manter a liderança global (em volume de recursos), não detém as empresas com o maior investimento, uma vez que grandes operações fizeram da Europa a região que registou a maior taxa de crescimento em 2021, com destaque para a alemã wefox que levantou 650 milhões, mais de 200 milhões do que a Shift Technology, segunda do Top5 em rondas de financiamento, com 440 milhões dólares. O ano 2021 “revela um quadro muito mais diverso em termos das regiões onde o financiamento tem crescido“, destacando-se três principais regiões: Ásia, Europa e América do Norte. Os Estados Unidos, com cinco grandes negócios, continuam a ser o país que atrai mais investimento. No entanto, “o ritmo de crescimento mais rápido da Europa diz-nos que finalmente se aproximou do mercado dos EUA em 2021. Em contraste, o crescimento da Ásia foi mais baixo do que o das outras duas regiões”.

Perfilando investidores, o capital de risco tornou-se particularmente relevante, a crescer em todas as geografias. Até 2021, a presença de capital de risco na Europa cresceu para 3,3 vezes a dimensão que tinha em 2015. De acordo com o estudo, a aceleração do valor das empresas pode dever-se, em parte, a uma maior presença de empresas de capital de risco no setor, combinada com a maturidade do mercado e a crescente apetência pela criação de novos líderes industriais. No entanto, “também pode haver o risco de se estar a criar uma nova bolha neste mercado,” admite a NTT DATA Portugal (antiga Everis).

O número de unicórnios, empresas que receberam mais de 100 milhões de dólares em financiamento, quintuplicou desde 2017. No entanto, o nascimento de startups insurtech sofreu um declínio constante durante o mesmo período, “indicando, possivelmente, um espaço de inovação cada vez menor,” observa. Neste contexto, os grandes líderes estabelecidos “estão a escoar fundos em direção à maturidade da primeira onda de inovação,” continua o comunicado da NTT Data Portugal tipificando as tecnológicas que compõem a amostra do relatório em três principais categorias: startups, scaleups e outliers/unicórnios.

A consultora classifica as startups como as insurtechs fundadas há menos de três anos e com um montante total máximo de financiamento recebido de 5 milhões de dólares. Esta classe pesa 45% da amostra mas recolhe apenas 2% do montante total de investimentos contabilizados no relatório. As scaleups (techs com menos de 3 anos) são aquelas que receberam um montante total de financiamento entre 5 milhões e 100 milhões, com um máximo de dois anos entre as rondas de financiamento. São 45% da amostra e pesam 23% no tal de investimento. Finalmente, os outliers ou unicórnios, aqueles que receberam mais de 100 milhões em financiamento e têm uma avaliação de mais de 1 000 milhões de dólares. A análise conclui ainda que os outliers, que representam apenas 10% da amostra, reuniram em conjunto 75% do financiamento de 2021.

Entre outros aspetos, o relatório aponta “declínio acentuado na criação de novas empresas” de insurtech, notando-se “uma grande diferença entre 2020 e 2021. “O mercado age em função da maturidade e há, sem dúvida, menos inovação”. As três principais categorias de insurtechs a destacar em 2021 são, definitivamente a de marketplaces, a de animais de estimação e a de bem-estar.”

Cadeia de valor e linhas de negócio. Há espaço para a inovação?

Considerando a cadeia de valor da indústria, de acordo com dados relativos ao primeiro trimestre de 2021, os investimentos mais elevados beneficiaram as áreas de Marketing e Distribuição, Desenvolvimento de Produto e, ainda, a Gestão de Apólices, angariação de clientes e desembolsos relativos a sinistros. Concretamente, o caso das insurtech de marketplaces, com popularidade impulsionada em 2021 “pela necessidade crescente de empresas B2B aderirem a esses mercados digitais, oferecendo assim a possibilidade de experiências mais transparentes e em tempo real, que facilitam as compras. Os seguros integrados “estão a ganhar uma base significativa para facilitar a integração de diferentes soluções e partes interessadas, que podem oferecer, em conjunto, uma solução de seguros sem descontinuidades nestes mercados digitais”.

Por linhas de negócio ou ramos de especialização, os montantes mais elevados concentram-se, por esta ordem, as Linhas Comerciais, seguro de Saúde, Automóvel e seguros de Viagem. Em termos de lifestyle, desenvolve a NTT DATA, outro desenvolvimento interessante é o bem-estar continuar uma “prioridade como forma de vida. Os consumidores continuam a pressionar para uma experiência mais integrada que possa apoiar o seu bem-estar e saúde. As empresas deste sector têm a oportunidade de se tornar parte da vida quotidiana dos clientes e de fornecer valor através de diferentes canais.”

Finalmente, as companhias de seguros para animais de estimação (pet) “continuaram a ganhar terreno no espaço das insurtechs”, neste último ano. “As startups estão a criar modelos de negócio interessantes e a oferecer produtos e experiências personalizadas que se ligam à mentalidade e prioridades dos donos de animais de estimação,” confirma o estudo.

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José Sancho García renuncia a cargo no Conselho de Administração da Novabase

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

A renúncia do vogal do Conselho de Administração produzirá efeitos no final do mês de maio.

A Novabase anunciou esta quarta-feira que José Sancho García apresentou renúncia ao cargo de vogal do Conselho de Administração da tecnológica, sem adiantar as razões.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Novabase informa que, “na presente data, por carta remetida ao presidente do Conselho de Administração da Novabase, foi apresentada renúncia por José Sancho García ao respetivo cargo de vogal do Conselho de Administração” da tecnológica.

O administrador José Sancho García “foi eleito para o cargo de Vogal do Conselho de Administração no contexto da apreciação da proposta do ponto quatro da ordem de trabalhos apresentada pela acionista HNB” na assembleia-geral (AG) anual de acionistas realizada no dia 25 de maio de 2021 e “na sequência do voto contra da acionista IBI – Information Business Integration”, detentora de mais de 10% do capital social da sociedade.

Tal resultou “na substituição do último membro da lista de candidatos ao Conselho de Administração constante da proposta apresentada pela acionista HNB – Francisco Morais Antunes – por José Sancho García, membro nesse contexto proposto pela acionista IBI, cuja eleição foi devidamente aprovada nos termos das disposições legais”, adianta a Novabase.

A renúncia apresentada produzirá efeitos nos termos da lei, isto é, no final do mês de maio, salvo se, entretanto, for designado ou eleito o substituto”, prossegue a tecnológica. A Novabase “informa ainda que, na sequência da apresentação da renúncia referida, foi notificada pela sua acionista IBI da intenção de apresentar proposta” à AG anual deste ano “para eleição de um novo membro do Conselho de administração da sociedade para o remanescente triénio 2021-2023”.

Num outro comunicado, a Novabase informa sobre o relatório intercalar das operações realizadas no quadro do programa de recompra de ações próprias. Em 27 de abril deste ano, “a Novabase detinha, como resultado das operações de aquisição (…) um total acumulado de 826.851 ações próprias, representativas de 2,63% do capital social”.

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Como o acordo com Bruxelas vai travar a subida da luz, mas não do gás

O acordo entre Portugal e Espanha vai limitar o impacto da subida do gás na preço da eletricidade, contendo a inflação. Mas nada muda para os consumidores de gás natural.

Portugal e Espanha chegaram a acordo com a Comissão Europeia para a introdução de um limite de 50 euros por MWh para o valor do gás natural que é usado no cálculo dos preços da eletricidade. Saiba como chegará ao bolso dos consumidores e qual o impacto para as elétricas.

Porquê limitar o preço do gás natural?

O mercado de eletricidade em Portugal é marginalista, o que significa que o valor de referência é fixado com base no preço da última oferta que permite satisfazer a procura por energia. E a maior parte do tempo, são as centrais de ciclo combinado, onde a eletricidade é produzida a partir do gás natural, que em última instância satisfazem a procura. O que significa que mesmo o país tendo uma percentagem elevada de energia a partir de fontes renováveis, acaba por ser o gás natural a fixar o preço. Daí a importância deste limite. “As motivações desta medida prendem-se com o controlo a montante da inflação”, explica Jaime Braga, assessor da direção da CIP para os assuntos de Ambiente e Energia e membro do conselho tarifário da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). O período de 12 meses permite abranger também o próximo inverno, quando a pressão sobre as cotações é ainda maior.

Qual o limite que será introduzido?

Os Governos de Portugal e Espanha pretendiam que fosse fixado um limite de 30 euros por MWh para o gás natural. As elétricas fizeram pressão para um valor maior. No fim, ficou estabelecido que numa fase inicial seria praticado um teto de 40 euros por MWh, mas o valor médio que vai vigorar durante 12 meses é de 50 euros por MWh. O último preço diário no Mibgás era esta quarta-feira de 74,50 euros o MWh em Portugal e de 82,79 euros em Espanha. O compromisso foi possível por a Península Ibérica ser quase uma ilha energética, devido à ligação limitada com França, sendo por isso mais afetada que outras regiões da Europa pelo aumento do preço do gás.

Como é que a medida afeta o preço da eletricidade?

Jaime Braga explica que são necessários 2 MWh de gás natural para produzir 1 MWh de eletricidade. Juntando outros custos do sistema, o valor máximo da eletricidade rondará os 125 MWh. O preço spot esta quarta-feira foi de 224,26 euros por MWh, segundo o OMIE. O limite imposto não significa que as tarifas da eletricidade não possam aumentar, mas travam uma subida mais agressiva. No início de Março, o secretário de Estado da Energia garantia numa conferência promovida pelo ECO que “as famílias portuguesas estão relativamente protegidas” e que, a haver aumentos nas tarifas da eletricidade, “serão sempre aumentos irrisórios”. Estes limites refletem-se nos clientes abrangidos pelas tarifas do mercado regulado, mas os preços no liberalizado não costumam ser muito diferentes.

Qual o impacto para as elétricas?

Com o limite, o preço a que as elétricas vendem a energia será mais baixo. Por exemplo, nas centrais hidroelétricas que não estão abrangidas por contratos com preço definido, a subida dos preços permitia margens muito elevadas, uma vez que o custo por MWh é muito baixo. Com o teto, também essas margens ficam limitadas. Já as centrais de ciclo combinado, que em Portugal são detidas pela EDP e a Endesa, vão vender a energia com um preço inferior ao custo que vão ter com o gás natural. Ainda não é claro como a diferença será compensada e se poderá afetar os consumidores.

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa em Portugal, considerou, em entrevista ao Dinheiro Vivo, que este limite “não é de todo a melhor solução”. Vamos comprar, a título de imagem, a 100 [euros por megawatt hora (MWh)], mas dizemos que aqui não se cobra mais de 30 [limite máximo que consta na proposta enviada a Bruxelas]. A questão é que ficam a faltar 70 e alguém vai ter de pagar. O que inclusivamente Bruxelas tem dito é que não aceitamos que se crie défice [tarifário] que vai ter de ser imediatamente repartido pelos consumidores.

O El País escreve que em Espanha a compensação será feita aumentando o preço das outras formas de produção de energia, ainda que o consumidor acabe por beneficiar. Não haverá dinheiro do Estado, nem agravamento do défice tarifário.

O limite também se aplica ao gás natural vendido aos consumidores?

O teto acordado com Bruxelas só abrange o “efeito que o gás tem no preço da eletricidade, não no gás diretamente consumido” pela indústria e pelos consumidores particulares, explica ao ECO o secretário de Estado da Energia, João Galamba. O mercado regulado abrange apenas os pequenos consumidores domésticos, sendo as tarifas fixadas pela ERSE. Os consumidores domésticos que estão no mercado liberalizado, as empresas e a indústria ficam muito mais expostos à fortíssima subida das cotações. Para apoiar estas últimas foi criada uma subvenção de 160 milhões de euros para ajudar a compensar o impacto.

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Guterres chega a Kiev com uma “prioridade das prioridades”: criar corredores humanitários em Mariupol

António Guterres já chegou a Kiev onde irá amanhã reunir com Zelensky, e o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, com vista a negociar as modalidades dos corredores humanitários em Mariupol.

António Guterres já chegou à capital ucraniana de Kiev, após a sua visita a Moscovo, e irá reunir amanhã com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com vista a estabelecer corredores humanitários em Mariupol.

Para o secretário-geral da ONU, em declarações aos jornalistas portugueses transmitidas pela RTP3, a “prioridade das prioridades” é salvaguardar os civis abrigados em bunkers subterrâneos, tendo avançado que houve um acordo de princípio do lado russo, e que os detalhes e modalidades dos corredores humanitários serão discutidos amanhã. Guterres acrescentou que a operação se foca em Azovstal, a fábrica siderúrgica sob cerco russo em mariupol, e espera ser possível chegar a uma solução “de acordo com todos”.

Para Guterres embora ainda não tenha sido possível reunir as condições para a retirada da população em Mariupol, o responsável espera que a discussão de amanhã dê resultados até sexta-feira, embora sublinhe que não é possível garantir este cenário. O secretário-geral da ONU irá visitar amanhã as imediações mais afetadas de Kiev, mas desconhece-se qual a cidade em específico, podendo ser Bucha, Borodyanka, Hostomel, entre outras. Guterres irá também reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

Em resposta às questões dos jornalistas, Guterres esclareceu que a operação a realizar em Mariupol “tem de ser feita com delicadeza”, e admitiu que o estabelecimento dos restantes corredores humanitários é “mais simples”. Para o responsável as modalidades práticas devem satisfazer as autoridades russas e ucranianas, mas também os princípios das Nações Unidas.

Relativamente à questão do armamento nuclear russo, Guterres não reconheceu a situação enquanto uma ameaça por parte de Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, mas destacou que “temos de trabalhar para que essa hipótese seja uma completamente impensável”. Contrariamente às declarações russas, o secretário-geral da ONU mantém que, para a organização, “isto é uma invasão da Ucrânia pela Federação Russa” e sublinha a necessidade de um cessar-fogo imediato.

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Alemanha baixa previsão de crescimento e sobe a de inflação

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

A Alemanha está "a pagar o preço" do seu apoio à Ucrânia, disse o ministro, antes de acrescentar o país tem "de estar preparado para pagar este preço".

O Governo alemão espera um crescimento mais fraco e uma inflação quase duas vezes mais forte do que o previsto em 2022, devido à guerra na Ucrânia, segundo as novas previsões divulgadas esta quarta-feira.

O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,2% este ano, quando em janeiro se previa um crescimento de 3,6% e a inflação deverá atingir 6,1%, muito acima da anterior previsão, que apontava para 3,3%, indicou o ministro da Economia, Robert Habeck, em conferência de imprensa.

“Os riscos que pressionam a economia estão a aumentar. Após dois anos de pandemia, a guerra da Rússia (contra a Ucrânia) adiciona um peso suplementar”, afirmou. A Alemanha está “a pagar o preço” do seu apoio à Ucrânia, declarou o ministro. “Temos de estar preparados para pagar este preço”, acrescentou.

Pela sua forte dependência do gás russo e atendendo ao peso da sua indústria, que sofre problemas de fornecimento agravados com a guerra, a maior economia europeia tem sido particularmente exposta às consequências do conflito.

A guerra na Ucrânia fez disparar os preços da energia, alimentando uma inflação galopante, que atingiu 7,3% em março na Alemanha, afetando famílias e empresas.

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Bélgica prepara imposto sobre lucros excessivos das energéticas

Ministro da Economia belga pediu a banco central do país a elaboração de taxa sobre lucros excecionais das empresas energéticas, uma “contribuição de crise”, destinada a apoiar empresas e famílias.

A Bélgica pretende taxar os lucros excessivos das empresas energéticas, incluindo as da Engie SA, a maior empresa do setor no país, como forma de apoiar famílias e empresas com a subida de preços, avançou esta quarta-feira a Bloomberg (acesso condicionado).

O porta-voz de Tinne Van der Straeten, ministro da Energia da Bélgica, confirmou que o ministro requereu ao banco central do país uma taxa sobre as empresas energéticas, denominada de “contribuição de crise”. A nova taxa irá permitir encher os cofres do estado, e confirma os relatos anteriormente divulgados sobre um possível “windfall tax” às centrais nucleares da Engie SA.

A taxa sobre os lucros excessivos ou inesperados, ou “windfall tax”, tem sido um dos temas recorrentes face à subida dos custos da eletricidade dos últimos tempos. Segundo o ministro da Economia de Portugal, António Costa e Silva, a implementação de uma taxa sobre os lucros excecionais das empresas, entre elas as do setor da energia, é uma “solução de último caso”.

Para o ministro da Economia, no caso de uma empresa com lucros de 20% passar, “de repente”, a registar lucros de 80%, “poderemos falar com essas empresas para participarem no esforço de ajuda a economia numa situação difícil”, esclarece.

Ainda assim, o Governo já anunciou uma subvenção de apoio às empresas intensivas em energia no valor de 160 milhões de euros, e destinada a 3.000 empresas, e um desconto de 30 cêntimos por litro nos combustíveis para o setor social.

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Trabalhadores em greve da Efacec lamentam “ausência de resposta” do Governo e da administração

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

"Consideramos inaceitável que o Estado português não atribua aumentos salariais aos seus trabalhadores", afirma o sindicato.

Os trabalhadores da Efacec lamentaram a “ausência de resposta” da empresa e do Governo após a nova greve parcial que cumpriram esta quarta-feira, reclamando aumentos salariais, a demissão da administração e contestando a reprivatização.

“Temos a destacar a ausência de resposta tanto do Governo, como da administração, às reivindicações dos trabalhadores, com especial foco na questão salarial, porque já estamos no final de abril e aquilo que se sabe é que os trabalhadores não vão ter aumento salarial, vendo o seu poder de compra degradar-se a cada dia”, disse à agência Lusa Sérgio Sales, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte).

Para o dirigente sindical, esta ausência de resposta “é inaceitável”: “Da administração até damos de barato, mas do Governo – porque a empresa continua a estar nas mãos do Estado – não. Consideramos inaceitável que o Estado português não atribua aumentos salariais aos seus trabalhadores, pelo péssimo exemplo que dá a todos os trabalhadores portugueses”, sustenta.

Segundo Sérgio Sales, tal como decidiram, em plenário, a realização das duas greves de duas horas cumpridas hoje e na passada quarta-feira, os trabalhadores vão, agora, voltar a reunir-se para discutir novas formas de luta. “Iremos recolher novamente a plenário, brevemente, para discutir com os trabalhadores, que decidirão o que fazer a seguir”, disse.

De acordo com o Site-Norte, são quatro os pontos reivindicativos apresentados pelos trabalhadores: um aumento salarial de 90 euros, a compra de matérias-primas que assegure o normal funcionamento da Efacec, a não reprivatização da empresa e a demissão da administração. Relativamente à atualização salarial, Sérgio Sales diz que a proposta apresentada no final do ano passado pelo sindicato foi de 90 euros, mas “a administração diz que não vai atribuir aumentos, mas fazer o que chama de ‘ajustes’”.

Em comunicado, a administração da Efacec garante, contudo, respeitar “integralmente os compromissos assumidos no âmbito da negociação coletiva de trabalho, entre a Associação de Empregadores (ANIMEE) e os sindicatos representativos dos trabalhadores, e ter “sempre presente, a par da progressão salarial, a formação e desenvolvimento de carreiras, a justa remuneração e retenção de todos os trabalhadores”.

No passado dia 25 de março, a Parpública anunciou ter assinado com a portuguesa DST SGPS o acordo de venda direta da participação que detinha na Efacec, seguindo-se uma “fase de concretização das condições precedentes para o fecho da operação de reprivatização”, que estará em curso.

Segundo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou o negócio, publicada em 25 de fevereiro, a proposta apresentada pela DST foi a que, “ao longo das várias fases do processo, mais se aproximou dos principais objetivos fixados pelo Governo” para venda da Efacec.

O Governo pretendia que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado tivesse ficado concluído até ao final do ano passado, sendo que o grupo DST acabou por ser o único a apresentar uma proposta final de compra.

A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

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Galamba demite presidente da empresa que gere as reservas estratégicas de petróleo

Filipe Meirinho, que tinha sido reconduzido em abril de 2021 para um novo mandato de três anos, saiu da liderança da entidade que gere as reservas de energia e fiscaliza o setor.

O secretário de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba, demitiu o presidente da ENSE, a empresa pública para o setor energético responsável pela constituição, gestão e manutenção das reservas estratégicas nacionais de petróleo e produtos petrolíferos, além de fiscalizar e supervisionar todas as áreas do setor energético. Filipe Meirinho tinha sido reconduzido em abril de 2021 para um novo mandato, mas foi agora ‘convidado’ a apresentar a demissão, que comunicou internamente no dia passado dia 22, num momento particularmente agitado do setor da energia por causa da invasão da Ucrânia.

Filipe Meirinho estava na liderança da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) quando em dezembro de 2016 esta foi transformada na atual Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), sucedendo a Paulo Carmona. Foi reconduzido ainda com o anterior governo, mas de acordo com duas fontes conhecedores do que se passava na ENSE, as relações entre o gestor e o governante vinham a degradar-se e este desfecho, depois das eleições, não surpreendeu. Meirinho tinha sido reconduzido com a assinatura do ex-ministro João Matos Fernandes e do secretário de Estado do Tesouro Miguel Cruz. Até ao momento não foi possível obter esclarecimentos do Ministério do Ambiente sobre as razões concretas que levaram à sua demissão.

Antes de ser presidente da ENMC e ENSE, Filipe Meirinho foi diretor da Unidade de Produtos Petrolíferos da ENMC entre 2014 e 2016, para onde foi vindo da Direção da Economia de Lisboa e Vale do Tejo, onde foi diretor de serviços da Qualidade e diretor do Laboratório de Metrologia de Lisboa.

Filipe Meirinho é advogado, com inscrição suspensa no Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, e quadro superior da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, onde foi diretor da Unidade Nacional de Operações, entre 2012 e 2013. Antes de entrar na ASAE, em 2007, esteve na Direção-Geral de Viação como jurista.

O até aqui presidente da ENSE tinha sido reconduzido em abril de 2021 para mais um mandato de três anos. O único outro membro do conselho de administração é Alexandre Manuel Rodrigues Fernandes, que entrou naquela data para vogal executivo após renúncia do anterior titular.

A demissão de Filipe Meirinho acontece num momento de grande tensão no mercado da energia, com a guerra na Ucrânia a provocar constrangimentos no fornecimento de gás natural e uma subida muito significativa nos preços do gás natural, da eletricidade e do barril de petróleo, com impacto nos combustíveis rodoviários.

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