Anchorage Digital inaugura escritório no Porto a 15 de dezembro

O banco de criptomoedas liderado por Diogo Mónica tem cerca de 30 vagas para o quarto trimestre de 2022 em Portugal e nos Estados Unidos.

A Anchorage Digital vai finalmente abrir o seu escritório na Rua D. João IV, no Porto. O espaço foi adquirido em 2020 pela fintech, mas estava encerrado para obras. A inauguração do escritório do primeiro cripto unicórnio com ADN nacional será a 15 de dezembro, altura em que também será lançado a nova identidade visual. Atualmente, o banco de criptomoedas liderado por Diogo Mónica tem cerca de 30 vagas para o quarto trimestre de 2022 em Portugal e nos Estados Unidos, sabe a Pessoas.

O novo escritório terá uma área open space, três salas de reuniões e uma all-hands area, onde deverão decorrer as global meetings da empresa. O modelo de trabalho seguido pela empresa continua a ser remote friendly, oferecendo total liberdade aos colaboradores para decidirem a partir de onde preferem trabalhar.

A Anchorage Digital está apostada num modelo híbrido oferecendo aos colaboradores a “flexibilidade que eles precisam para trabalharem da forma que for mais produtivo para si e para as suas famílias.

Além da flexibilidade na localização, a fintechque, em dezembro de 2021, levantou 350 milhões de dólares (cerca de 309 milhões de euros), elevando a sua avaliação para três mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros) — tem ainda implementado o horário flexível, o Anchoring Day — que é um dia extra de descanso todos os meses para os colaboradores –, bem como os dias de férias ilimitados.

No dia da inauguração do novo escritório, a fintech vai lançar também a sua nova identidade visual. “O novo logótipo capta a jornada contínua de crescimento, numa altura em que o universo cripto necessita de uma base sólida e de infraestruturas testadas e de confiança. É por isso que selecionámos uma forma de âncora que se mantém fiel ao nosso nome. Também se reflete nos quatro blocos que representam os nossos princípios fundamentais: segurança líder da indústria, liderança regulamentar, custódia como fundação, e o nosso compromisso para com os clientes”, diz a companhia.

“Temos e continuaremos a praticar um modelo de ‘security first‘ com a custódia como fundação, de modo a que as nossas outras ofertas sejam igualmente seguras e protegidas. Finalmente, manter os bens dos clientes em segurança é a coisa mais importante que fazemos, o que reflete a nossa aprovação enquanto banco — a nível federal –, o nosso modelo de segurança e fortes controlos. Também garantimos aos nossos clientes a experiência de alguns dos SLAs (service-level agreements) mais rápidos da indústria e uma cobertura 24/7″, explica fonte oficial da empresa.

30 vagas até final do ano

Em Portugal, a Anchorage Digital conta com 90 trabalhadores espalhados por todo o país. Até ao final do ano, a tecnológica pretende recrutar mais cerca de 30 profissionais em Portugal e nos Estados Unidos da América (EUA). A empresa não discrimina as vagas por geografia, uma vez que muitas — por se tratar de trabalho remoto — podem ser desempenhadas a partir de qualquer uma das localizações em questão.

Apesar do atual clima no setor das criptomoedas, os planos da companhia mantêm-se os mesmos: atingir os 400 colaboradores até ao final do ano, como garantiu em recente entrevista ao ECO, Diogo Mónica. “Não sabemos o que é que vem amanhã. Não estava à espera do [colapso da] FTX, não estava à espera [do colapso da] Alameda, e vamos ver qual é o impacto no mercado. Mas não temos qualquer plano para mudar o rumo neste momento”, disse o cofundador.

“Neste momento, não há planos para nenhum desses caminhos (despedimentos ou abrandar/congelar contratações). O plano atual é manter os objetivos de produto, manter os objetivos dos compromissos que fizemos com clientes e reavaliar de seis em seis meses”, disse ainda.

Os interessados podem consultar todas as vagas aqui.

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O que a TAP quer no futuro aeroporto de Lisboa

"O ecossistema aeroportuário está saturado" e os clientes da TAP "não têm hoje a melhor experiência possível devido à infraestrutura existente", afirma Ramiro Sequeira, administrador da companhia.

“Uma Coca-Cola não sabe ao mesmo num voo com duas horas de atraso”, afirmou Ramiro Sequeira, chief operacional officer da TAP, para salientar o impacto da falta de pontualidade, “uma das mais baixas a nível mundial”, no serviço aos passageiros. É um dos problemas que o responsável da companhia aérea espera que seja resolvido com um novo aeroporto, para o qual deixou um “caderno de encargos”.

“O nosso cliente não tem hoje a melhor experiência possível devido à infraestrutura existente”, afirmou o responsável da companhia aérea, numa apresentação durante a conferência “Novo aeroporto, tempo de decidir”, organizada pelo Conselho Económico e Social e o jornal Público. “O ecossistema aeroportuário está saturado. A infraestrutura é limitada porque só tem uma pista, porque não tem uma saída rápida, precisamos de mais estacionamentos e de mais mangas. Temos a utilização no máximo de slots e movimentos. Não há buffers (colchões) para enfrentar vicissitudes, por exemplo quando há nevoeiro, e depois não há capacidade para recuperar ao longo do dia”, diagnosticou.

A isto acresce o “espaço aéreo congestionado, que é partilhado com o tráfego militar”, o que concorre para que “a pontualidade seja das mais baixas a nível mundial”. “Temos uma desvantagem competitiva enorme se nos compararmos com os principais aeroportos da Europa e com o que nos faz concorrência direta, que é o de Madrid”, acrescentou o responsável da TAP.

Face a este cenário, Ramiro Sequeira apontou os fatores que é preciso melhorar num próximo aeroporto:

  • O COO da TAP começou por apontar que é preciso melhorar a eficiência na utilização do espaço aéreo. Neste momento, a utilização é de 66%, devido à coexistência do tráfego militar e civil. Nos outros países europeus a utilização ronda os 85%.
  • O próximo aeroporto tem de permitir melhorar a pontualidade, “que é um dos fatores mais importantes para os clientes e o turismo”, refere o COO da companhia. A pontualidade atual ronda os 63% e o objetivo da TAP é chegar aos 75%. “Não é muito ambicioso, mas tem em conta a realidade atual. Não conseguimos recuperar a nossa pontualidade por estaremos neste hub [Humberto Delgado]”, referiu.
  • É também necessária uma “modernização da jornada do cliente”, diz Ramiro Sequeira, com a criação de “check-in” com áreas amplas e tecnologia avançada, um serviço de segurança e fronteiras com tecnologia e recursos adequados, portas de embarque com reconhecimento biométrico, lounges ajustados ao volume e dimensão ou terminais de bagagem que permitam minimizar perdas e demoras.
  • Outro ponto que o COO da TAP considera determinante é a existência de rede elétrica e acesso a fontes renováveis de energia. Além disso, que a localização não obrigue a impor limitações aos voos devido ao ruído e que tenha “uma verdadeira capacidade de expansão”. Por fim, aponta a necessidade de ter um serviço para pessoas com mobilidade reduzida.

“Portugal, os clientes e a TAP merecem uma infraestrutura com todas as valências concentradas num único polo”, afirmou Ramiro Sequeira. “Acreditamos num hub — e se formos ver 90% dos hubs estão concentrados num único polo, — que agregue todas as eficiências, sempre pensando na terra e no ar”, acrescentou.

O chief operational officer afirmou que a TAP espera transportar oito milhões de passageiros a partir do aeroporto de Lisboa no próximo ano, “sensivelmente o mesmo que em 2019”.

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Volkswagen DS em Lisboa reforça objetivos de contratação para 2023. Querem ser 500

Para 2023 o objetivo é superar os 500 colaboradores, mais 50 do que os 450 apontados no plano a três anos, conhecido em agosto de 2021. O que significa um reforço de mais 100 colaboradores. 

A Volkswagen Digital Solutions (VWDS) está a reforçar os objetivos de contratação do hub tecnológico do grupo Volkswagen em Lisboa para 2023. No próximo ano querem ser mais de 500 colaboradores, o objetivo até agora era atingir os 450 profissionais. O reforço surge num momento em que o hub antecipa “anunciar novos projetos a vir para Portugal”.

“A diversidade das equipas impacta positivamente a performance e temos vindo a ser reconhecidos internacionalmente pelo Grupo por causa de casos de sucesso dos projetos em Portugal — como foi exemplo o projeto de SAP SuccessFactors que impactou todos os trabalhadores da Volkswagen a nível mundial. Por esse motivo, temos vindo a crescer mais do que inicialmente prevíamos e vamos abrir mais vagas”, explica Rui Martins, head of marketing and communication, citado em comunicado.

O hub não adianta quais os projetos que poderão vir a ser desenvolvidos para o grupo automóvel alemão a partir de Lisboa, mas pretende reforçar as contratações.

Hoje são cerca de 400 colaboradores, de mais de 29 países como Alemanha, Brasil, Escócia, Egito, África do Sul, Índia, e Estados Unidos, entre outros, mais 100 do que em agosto, tendo nesse período reforçado com 14 jovens talentos através do programa de estágios.

Para 2023 o objetivo é superar os 500 elementos, mais 50 do que os 450 apontados no plano a três anos, conhecido em agosto de 2021. O que significa um reforço de mais 100 colaboradores.

Neste momento, o hub tem 16 vagas para Data Scientist, Engineering Manager, Software Developer, entre outras posições.

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Governo da Madeira maximiza benefícios no Código Fiscal de Investimento

  • Lusa
  • 29 Novembro 2022

Governo da Madeira apresentou alterações legislativas ao Código Fiscal de Investimento. O objetivo principal é estimular o investimento privado.

O Governo da Madeira apresentou esta terça-feira alterações legislativas ao Código Fiscal de Investimento (CIF) na região, visando uma melhor adequação à realidade regional e, através da maximização dos benefícios fiscais, estimular o investimento privado.

“Com o novo regime de benefícios, o que se pretende é estimular o investimento privado, quer através dos incentivos fiscais em favor das empresas e, com isso, introduzir maior diversificação e dinâmica na economia, com os consequentes reflexos positivos na criação de emprego e de riqueza”, declarou o secretário regional das Finanças, durante a apresentação do diploma no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal.

Rogério Gouveia apontou que, face à retração económica provocada pela crise pandémica, situação agravada pela guerra na Ucrânia, o Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, considerou ser “fundamental a adoção de medidas de choque para a revitalização da economia”.

Por isso, defendeu ser “imperioso fortalecer e reforçar os regimes de benefícios fiscais ao investimento regional, que refletisse as melhores vantagens e promovesse um crescimento sustentável, através da competitividade, do investimento e da criação de emprego e que garantisse, a médio e longo prazo, uma trajetória de crescimento e de confiança dos investidores”.

Com o renovado Código Fiscal do Investimento resultante desta proposta de Decreto Legislativo Regional, fica estabelecido um novo regime de benefícios para “estimular o investimento privado”, acrescentou. Rogério Gouveia realçou que este diploma vai efetuar “uma discriminação positiva”, materializada através do aumento da taxa de dedução à coleta em sede de IRC, garantindo que as empresas regionais passem a usufruir de melhores condições para efetuar investimentos de lucros retidos.

Em matéria do Regime de Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo, o CFI previa deduções à matéria coletável de IRC (Imposto Sobre Pessoas Coletivas) ou isenções e reduções da taxa de IMI ou de IMT aos investimentos de valor superior a 1,5 milhões de euros para a Madeira e de 500 mil euros para o Porto Santo, sendo a taxa de benefício variável entre 10% a 35%, a deduzir à coleta de IRC, referiu.

Com a nova redação, o código atualiza os benefícios para aplicações relevantes de montante igual ou superior a 750 mil euros, no caso de investimentos realizados na Madeira e de 250 mil euros para os efetuados na ilha do Porto Santo e costa Norte da Ilha da Madeira, em função da sua localização e objetivos específicos devidamente fundamentados, explicou.

Quanto às taxas aplicadas, passa a ser uma única de 25%, que pode ser majorada até aos 40%, “condicionando, tal majoração, à criação e manutenção dos postos de trabalho e da realização do investimento em concelhos de menor densidade populacional”, adiantou.

Por seu turno, o Regime Fiscal de Apoio ao Investimento fixava os benefícios a deduzir à coleta de IRC em 35% para os investimentos até 1,5 milhões de euros e em 15% para investimentos superiores a esse valor, propondo “a nova redação uma taxa única de 35% sobre o montante dos investimentos relevantes, independentemente do seu valor”.

Também prevê a criação de mecanismos que favoreçam a valorização das empresas do setor tecnológico, com uma dedução à coleta do IRC de 40%, visando captar investimento neste setor e atrair e fixar na região mão-de-obra qualificada.

Pelo PS, o líder parlamentar, Rui Caetano, afirmou que o partido “considera positivos os benefícios fiscais às empresas” previsto neste diploma, sublinhando que também “seria uma excelente oportunidade” para determinar que estas apostassem na valorização dos trabalhadores. O JPP, através do líder da bancada, Élvio Sousa, disse que o partido “vai acompanhar globalmente o conteúdo” deste diploma, realçando ser “mais uma ferramenta para potenciar o investimento e criar emprego”.

Quanto ao deputado único do PCP, Ricardo Lume, argumentou que a proposta “não dá resposta à maioria das empresas da Madeira, que são micro e médias empresas”, indicando que “os valores dos investimentos as deixam de fora dos benefícios fiscais consagrados” e insistiu na importância de reduzir a taxa do IVA.

A proposta do Governo Regional vai ser votada em plenário na quarta-feira.

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Portugal investiu 1,7% do PIB em investigação e desenvolvimento em 2021

  • Mariana Marques Tiago
  • 29 Novembro 2022

Portugal investiu cerca de 1,7% do PIB em I&D em 2021, revelou a Eurostat. O país ficou abaixo da média da União Europeia, que investiu 328 mil milhões de euros.

Portugal investiu 1,7% do PIB em investigação e desenvolvimento (I&D) em 2021, ou seja, 3,56 mil milhões de euros, revelou esta terça-feira a Eurostat. O país ficou abaixo da média da União Europeia, que investiu cerca de 2,3%.

A União Europeia investiu 328 mil milhões de euros em I&D no último ano, o que se traduz num aumento de 6% quando comparado com o ano anterior, de acordo com os dados apresentados.

No que toca à intensidade de I&D houve uma queda de 2020 para 2021 (de 2,31% para 2,27%), o que se pode justificar pelo aumento do PIB em 2021 após uma queda significativa em 2020, motivada pela pandemia de Covid-19, clarifica a Eurostat.

A Suécia destacou-se como o país onde se verificou maior investimento do PIB em I&D (3,35%), seguindo-se a Áustria (3,22%) e a Bélgica (3,19%). Por oposição, a Roménia (0,48%), Malta (0,65%) e Letónia (0,71%) destacam-se como os países que menos investiram em I&D, apesar de a maior quebra no investimento se ter verificado na Finlândia, Estónia, Irlanda e Luxemburgo. No total, foram seis os Estados-membros que investiram menos de 1% do PIB em I&D.

A Eurostat avançou ainda que, na média da UE, foi o setor empresarial onde mais se despendeu em I&D (66,08% do total), seguindo-se o setor do ensino superior (21,58%), o setor governamental (11,89%) e, por último, o setor privado sem fins lucrativos (0,44%).

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Concentrar construção em pouco tempo pode prolongar inflação alta

Aposta na ferrovia pode ajudar economia, mas especialistas temem que o Estado não esteja preparado para lidar com a velocidade e capacidade dos privados.

Para recuperar das décadas de atraso na ferrovia, é fundamental a construção de novas linhas e a modernização de troços em funcionamento. Mas a inflação alta pode gerar um novo atraso neste processo, alertaram os economistas Ricardo Paes Mamede e Ricardo Mourinho Félix num debate que decorreu nesta terça-feira no congresso da associação de transportes Adfersit, na Fundação Calouste Gulbenkian. Outro problema está na falta de capacidade do Estado em poder acompanhar a velocidade das empresas privadas.

Em Portugal, a taxa de inflação homóloga tem estado acima dos 10%, em máximos de três décadas. Ao mesmo tempo, há um pacote de investimentos para as linhas de comboios até ao final de 2030. Além das novas linhas Porto-Lisboa e Braga-Vigo, prepara-se, por exemplo, a eletrificação da restante rede ferroviária nacional. Tudo isto implica um grande esforço de construção que pode, no mínimo, prolongar os efeitos dos preços elevados nos custos dos materiais e arrastar consigo as restantes componentes da inflação.

A concentração de investimentos na construção civil durante muito tempo pode ter efeitos nefastos para a economia, por causa da subida dos custos e dos efeitos sobre a indústria transformadora”, alertou o economista Ricardo Paes Mamede, professor no ISCTE. Corroborando este aviso, Ricardo Mourinho Félix, na qualidade de vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), notou que os Estados “podem usar” esta instituição “para compensar o aumento dos custos das matérias-primas”.

A vertente económica também entrou em debate por causa dos efeitos gerados pelo caminho-de-ferro na parte industrial e na parte da operação. Em cima da mesa esteve a ameaça de a economia romena poder valer mais do que a portuguesa a partir de 2024 e a ultrapassagem das várias economias do Leste que pertencem à União Europeia.

O ex-presidente da CP, Nuno Freitas, notou que países como a Roménia, Polónia, Croácia, República Checa e Eslováquia, à frente ou à beira de ultrapassar Portugal “têm pelo menos uma empresa de fabrico de material circulante“. O agora líder da Nomad Tech acrescentou a este ponto que “os países que nos começam a ultrapassar, ao investirem nos caminhos-de-ferro, começam a apontar algumas pistas e se calhar estão certos”.

Nuno Freitas sinalizou também que o projeto de construção da nova linha Porto-Lisboa “é extremamente importante porque vai reduzir as distâncias no país” e “gerar efeito de rede”. Lamentando “o erro de Portugal não ter apostado na ferrovia há três décadas”, Ricardo Paes Mamede entende que resolver o problema da Linha do Norte “pode ser um grande desbloqueador para a economia nacional“, mas “não traz um impacto extraordinário na capacidade de escoar mais depressa os produtos”.

Os países que nos começam a ultrapassar, ao investirem nos caminhos-de-ferro, começam a apontar algumas pistas e se calhar estão certos.

Nuno Freitas

Diretor-geral da Nomad Tech e ex-presidente da CP

Paes Mamede entende também que a proposta do Plano Ferroviário Nacional de ligar todas as capitais de distrito “não é uma questão fundamental” porque a rede de autoestradas construída em Portugal nas últimas décadas “não serviu para reduzir a desertificação“.

Estado sem armas e sem papel definido

E o Estado está preparado para liderar os investimento em infraestruturas ferroviárias no Programa Nacional de Investimentos para 2030? Numa sondagem feita durante o debate, mais de 68% das respostas consideraram como insuficiente o nível de preparação do Estado. O próprio painel refletiu essa opinião.

“O grande problema é o da incapacidade das instituições públicas. O aparelho do Estado está desprovido de capacidade técnica porque houve uma grande desvalorização na última década e meia“, lamentou o professor do ISCTE. “A Administração Pública não consegue responder e não consegue estar a par dos operadores privados”, acrescentou.

A Administração Pública não consegue responder e não consegue estar a par dos operadores privados.

Ricardo Paes Mamede

Economista

Ricardo Mourinho Félix entende que “a Administração Pública tem de definir rapidamente o seu papel” nos investimentos futuros. Sinalizando que há 100 mil milhões em fundos do BEI para a área dos transportes, o economista entende que “é preciso estimular o mercado das obrigações verdes”, empréstimos para financiar projetos sustentáveis.

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Câmara Municipal da Mealhada mantém valor das taxas e impostos em 2023

  • Lusa
  • 29 Novembro 2022

Câmara da Mealhada vai manter o valor das taxas e impostos em 2023 com IMI na taxa mínima e isenção do pagamento de derrama a pequenas empresas.

A Câmara Municipal da Mealhada vai manter o valor das taxas e dos impostos em 2023, permanecendo a isenção do pagamento de derrama a pequenas empresas e o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) na taxa mínima.

A decisão foi aprovada por unanimidade na segunda-feira, em reunião do executivo, que serviu também para aprovar a proposta de orçamento municipal para 2023 que ultrapassa os 24 milhões de euros.

Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, esta autarquia do distrito de Aveiro informou que o IMI terá a taxa mínima fixada na lei – 0,3% -, a que acresce um benefício que depende do número de dependentes.

Será aplicada “uma redução extra no caso de imóvel destinado a habitação própria e permanente, em função do número de dependentes: 20 euros para famílias com um dependente a cargo, 40 euros para famílias com dois dependentes, e 70 euros com agregados com três ou mais dependentes a cargo”.

Em relação à participação variável no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), que pode ir até aos 05%, o executivo aprovou a sua fixação em 02%. “Corresponderá a uma redução de 60% da receita que seria arrecadada pela Câmara Municipal, resultando num benefício de 03% para os munícipes”, acrescentou.

Quanto à Derrama, ficam isentas do pagamento as empresas cujo volume de negócios não tenha ultrapassado os 150 mil euros. Para as empresas com volume de negócios superior aos 150 mil euros, foi fixada uma taxa de derrama de 0,75% sobre o lucro tributável.

Na nota enviada aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, António Jorge Franco, considerou que 2022 foi um ano muito difícil, antevendo que 2023 também deverá ser “complicado para famílias, empresas e até para o município”. Ainda assim, António Jorge Franco quer “transmitir confiança e algum apoio aos munícipes, abdicando para isso de alguma receita em prol do rendimento de famílias e empresas”.

A proposta de impostos municipais para 2023 segue para votação na Assembleia Municipal da Mealhada.

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Jorge Oliveira assume direção geral da Siemens Healthineers Portugal

O profissional transita da direção financeira para a direção geral da empresa. É licenciado em gestão de empresas e tem mais de 20 anos de experiência na área da saúde.

A Siemens Healthineers Portugal promoveu Jorge Oliveira para o cargo de diretor geral, transitando da direção financeira para a direção geral da empresa.

“A Siemens Healthineers tem crescido em Portugal e em termos internacionais. O principal objetivo é dar continuidade ao trabalho desenvolvido e continuar a inovar e a liderar no mercado da saúde. Queremos continuar a ser um parceiro da cadeia de valor da saúde, através do suporte tecnológico, digitalização e otimização de recursos, contribuindo para a medicina de precisão, transformação dos cuidados de saúde e melhoria da experiência do doente”, afirma Jorge Oliveira.

“Assumir a direção geral da empresa nesta altura e nesta conjuntura é, sem dúvida, ter a oportunidade de contribuir para uma das maiores evoluções em saúde: vivemos uma era de mudança em que os cidadãos terão um papel mais ativo na gestão da sua saúde, na tomada de decisões e para tal, a abordagem da prestação de cuidados deve considerar a sua integração. A evolução tecnológica na gestão da informação em saúde irá promover uma nova infraestrutura de apoio à decisão clínica, investigação e desenvolvimento”, acrescenta, citado em comunicado.

Jorge Oliveira é licenciado em gestão de empresas e tem mais de 20 anos de experiência na área da saúde, tendo desempenhado diferentes funções de direção em Portugal e no estrangeiro.

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Euribor a três e seis meses sobem para novos máximos de quase 14 anos

  • Lusa
  • 29 Novembro 2022

As taxas Euribor a três e a seis meses avançaram esta terça-feira para 1,984% e 2,442%, respetivamente. No prazo de 12 meses, a Euribor manteve-se em 2,892%.

As taxas Euribor subiram esta terça-feira para novos máximos desde o início de 2009 a três e seis meses e mantiveram-se a 12 meses, mas também num nível máximo.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, avançou esta terça-feira para 2,442%, mais 0,006 pontos, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 1,984%, mais 0,030 pontos, um novo máximo desde fevereiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
  • No prazo de 12 meses, a Euribor manteve-se esta terça-feira, ao ser fixada de novo em 2,892%, o mesmo valor de segunda-feira e um máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Moedas e Moreira defendem Portela como aeroporto secundário e rejeitam Santarém

Os presidentes da Câmara de Lisboa e Porto partilham a mesma perspetiva sobre o reforço da capacidade aeroportuária na capital. Carlos Moedas diz que os lisboetas não podem esperar mais.

Os presidentes da Câmara de Lisboa e do Porto defenderam que o reforço da capacidade aeroportuária da região de Lisboa deve passar por construir um novo aeroporto principal, ficando o Humberto Delgado como secundário. Estão também ambos contra a opção por Santarém.

Carlos Moedas defendeu uma opção dual, mantendo o aeroporto Humberto Delgado, “mas com um tráfego muito mais diminuído“, durante a conferência “Novo aeroporto, tempo de decidir”, organizada pelo Conselho Económico e Social e pelo Público. “Ter um aeroporto em Lisboa é um ativo e como presidente da Câmara Municipal de Lisboa tenho de defender esse ativo, mas como secundário em relação a qualquer outra decisão”, acrescentou. O motivo: a poluição que o tráfego atual provoca na cidade.

1+Portela. É isso que o presidente da Câmara de Lisboa está a dizer e parece-me a solução mais inteligente“, afirmou também Rui Moreira, que preside à Câmara Municipal do Porto. O autarca considerou também que quer Alcochete, quer Santarém são muito distantes. Rui Moreira foi muito crítico sobretudo da última opção.

“Santarém fica fora da concessão da ANA, mas fica a 85 quilómetros. Não há nenhuma cidade europeia com um aeroporto principal a 85 quilómetros. Fazer um interface a uma distância destas é uma loucura“, disse o presidente da Câmara do Porto. Acrescentou ainda outro argumento: “Então rasguem a TAP. A decisão de resgatar a TAP foi tomada para justificar a existência de um hub em Lisboa”.

Sem se referir especificamente a Santarém, Carlos Moedas salientou que “para Lisboa é importante a rapidez e a proximidade”. Penso que o meu colega Rui Moreira teve aqui pontos muito importantes sobre a distância. É um aeroporto internacional, mas tem de ser de Lisboa“, argumentou.

Fazendo a ressalva de não ser um especialista, Rui Moreira argumentou pelo Montijo. “Já lá existe uma estrutura, está mais perto de Lisboa e aproveita as travessias já existentes, a que se pode juntar a fluvial”, disse o presidente da Câmara do Porto. Além disso, o Montijo não exigira um esforço financeiro do Estado, apontou.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu urgência na decisão. “É inacreditável o país não ter tomado uma decisão que tem custos brutais para os lisboetas, em termos de poluição e em termos económicos devido ao facto de 20% da economia da cidade ser turismo”.

João Cravinho, que foi ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território no governo de António Guterres, deixou duras críticas à opção por Alcochete. “Há precedentes históricos relativamente ao Aeroporto de Lisboa que datam de Marcelo Caetano. Só nessa altura, em 1969, só foram consideradas localizações na margem sul, porque a visão de Marcelo Caetano era o desenvolvimento da península de Setúbal para Sines. Curiosamente vejo recuperar Alcochete com o pensamento de Marcelo Catenao. Isso, só por si, considero extremamente infeliz“, afirmou o antigo governante.

O antigo ministro, um defensor da localização do futuro aeroporto na margem norte, foi, no entanto, crítico da opção por Santarém, fazendo pontaria à concessão à ANA/Vinci. “Agora apareceu Santarém, que tem alguma bizarria. Porque o Estado vendeu soberania aeroportuária e tornou-se dependente não do interesse nacional, mas dos interesses financeiros da ANA/ Vinci. Esta venda de soberania é um dos episódios mais desastrosos deste processo político”.

A TAP quase não está lá. O ideal era não ter nada, para não dizerem que o Francisco Sá Carneiro está subsidiado pela TAP.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

“Está-se a passar uma escolha decisiva entre a margem sul e a margem norte. Eu sou pela margem norte e tenho boas razões. O aeroporto de Alcochete tem menos 3 milhões de pessoas no sua zona de influência do que um aeroporto da margem norte. Estas vias estruturantes têm de servir o país todo”, apontou.

Rui Moreira, criticou a visão de João Cravinho sobre a área de influência nacional de uma solução na margem norte, saindo em defesa do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. “A TAP quase não está lá. O ideal era não ter nada, para não dizerem que o Francisco Sá Carneiro está subsidiado pela TAP”, afirmou o presidente da Câmara do Porto.

“Entendemos que o Conselho Económico e Social (CES), entre outras tarefas, deve contribuir para a afirmação de um espaço de debate público que contribua para melhorar o processo de decisão politica. Era importante fazermos uma reflexão fora do mundo partidário, parlamentar e governamental“, afirmou Francisco Assis, presidente do CES, na abertura da conferência. “Vamos sair daqui com novas prespectivas sobre um tema fundamental, que anda a ser discutido há 53 anos, o que é muito tempo. “Vale a pena esperar mais um ano para termos a melhor solução”, considerou.

O Governo criou uma Comissão Técnica Independente para estudar várias opções para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, que incluem o aeroporto Humberto Delgado, a base aérea do Montijo, o Campo de Tiro de Alcochete e Santarém, em diversas combinações completares ou únicas. A comissão, que será liderada por Rosário Partidário, poderá propor outras localizações e terá de entregar o seu relatório de avaliação ao Executivo até ao final do próximo ano.

(Artigo atualizado com mais informação às 14h30)

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53.º Encontro Nacional da APG by Pessoas. Veja o vídeo do encerramento do evento

  • Trabalho
  • 29 Novembro 2022

A Pessoas divulgou os vários painéis do Encontro Nacional da APG by Pessoas, que decorreu na Alfândega do Porto.

Pelo palco montado no Centro de Congressos da Alfândega do Porto passaram oradores de 12 países e, na plateia, estiveram presentes 729 pessoas. A Pessoas esteve a divulgar os vários painéis que fizeram parte do programa do 53.º Encontro Nacional da APG by Pessoas, que decorreu a 11 de novembro.

Veja aqui como foi o encerramento do evento:

Nos últimos dias, a Pessoas divulgou os vários painéis do Encontro Nacional da APG by Pessoas. Veja aqui todas as intervenções.

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Esperança média de vida baixa e diminui corte nas pensões antecipadas para 13,8%

Esperança de vida aos 65 anos recuou para 19,30 anos, segundo as estimativas provisórias para 2020-2022 do INE. Idade da reforma não sobe em 2024 e corte nas pensões antecipadas desce para 13,8%.

A esperança de vida aos 65 anos recuou para 19,30 anos, segundo as estimativas provisórias para 2020-2022 do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgadas esta terça-feira. É uma diminuição de 0,05 anos (0,6 meses) relativamente ao triénio anterior, que deverá ditar que a idade da reforma não sobe em 2024 e que o corte sobre pensões antecipadas é menor.

“No triénio 2020-2022, o valor provisório da esperança de vida aos 65 anos foi estimado em 19,30 anos, apresentando uma redução de 0,05 anos relativamente ao triénio 2019-2021″, indica o INE. Estas interrupções na subida que se vinha a verificar têm origem no aumento da mortalidade devido à pandemia.

Este valor é utilizado para determinar a idade de acesso à reforma, entrando também nos cálculos do fator de sustentabilidade do regime geral de Segurança Social. Este ano, o corte nas pensões antecipadas é de 14,06%, o que já tinha sido uma redução face a 2021 (15,2%). Mas, no próximo ano, quem pedir a reforma antes dos 66 anos e quatro meses vai ter um corte de 13,8%, o valor mais baixo desde 2016. Acresce ainda um corte de 0,5% por cada mês que falte para chegar à idade legal da reforma.

Como já era conhecido, a idade da reforma vai então cair no próximo ano, para 66 anos e quatro meses. Já em 2024 não deverá subir, mantendo-se neste valor, segundo os dados publicados esta terça-feira.

A redução que foi verificada resulta do aumento do número de óbitos no contexto da pandemia da doença Covid-19, segundo as tábuas de mortalidade que o INE já tinha divulgado. É de salientar que a estimativa provisória agora divulgada não incorpora as estimativas revistas de população residente decorrentes dos resultados definitivos dos Censos 2021, pelo que em maio de 2023 serão divulgados os dados mais completos e atualizados.

(Notícia atualizada às 12h10)

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