Golfe e negócios ‘jogam’ em Amarante

Amantes do golfe de Amarante criam uma empresa fora da caixa com a modalidade corporativa associada a experiências e turismo gastronómico e vínico. Querem colocar o interior no mapa nacional.

Torneios de golfe corporativos que reúnem gastronomia, provas vinícolas, um roteiro turístico personalizado, além de reuniões de negócios com empresários que podem ou não ser golfistas. O conceito é da empresa Charme Eleven – Golf Experience que nasceu, este ano, em Amarante, e espera criar impacto económico na região, no Douro vinhateiro e no resto do país.

A ideia surgiu entre tacadas de golfe de dois amantes desta prática de desportiva, Arsénio Duarte e o amigo António Sampaio, ambos com carreira militar no currículo. Da ideia à passagem para o papel das linhas orientadoras foi um ápice. “Começámos com um capital social de apenas 750 euros”, conta Arsénio Duarte, licenciado em psicologia organizacional, que depois de nove anos no exército e uma vida profissional na área da mediação de seguros avançou com esta empresa com António Sampaio, ex-coronel piloto aviador da Força Aérea.

Agora, os dois empresários estão aí para mostrar o que valem com o primeiro evento, no campo de golfe de Amarante – a terra mãe da empresa – com um orçamento na ordem dos 16 mil euros suportado pelos patrocinadores que vão desde a área da relojoaria, passando pelos produtores de vinhos, restauração até uma concessionária de automóveis que expôs um Mercedes para teste drive.

As inscrições dos golfistas esgotaram logo na primeira semana e o valor de inscrição ultrapassa os 100 euros por equipa de dois elementos. Ao todo, são 72 jogadores distribuídos por 36 equipas, conta Arsénio Duarte. “O nosso ADN vai ser o golfe, a boa restauração, o bom vinho e roteiro turístico personalizado. É uma empresa vocacionada para o golfe com ADN muito corporativo”, acrescenta com entusiasmo, enquanto dá uma tacada na bola no campo de golfe.

“Pretendemos proporcionar aos apaixonados, adeptos e curiosos do golfe um conjunto de experiências, em combinação com alojamento distinto, onde a gastronomia, o vinho e a cultura ocuparão um natural lugar de destaque”, frisa Arsénio Duarte, rodeado de uma paisagem de cortar a respiração.

O nosso ADN vai ser o golfe, a boa restauração, o bom vinho e roteiro turístico personalizado. É uma empresa vocacionada para o golfe com ADN muito corporativo.

Arsénio Duarte

Sócio da empresa Charme Eleven

A fórmula da empresa parece estar no bom porto, acreditam os dois sócios, e, a julgar pelo resultados iniciais, é para manter e de tal forma que o evento deste ano é para repetir anualmente no primeiro sábado de outubro de cada ano.

“Desafiei várias empresas a participarem no projeto para mostrarem os seus produtos, como acontece este sábado, no primeiro evento da Charme Eleven, com uma conceituada relojoaria a oferecer um relógio de 15 mil euros ao vencedor de uma das vertentes de golfe ou outra têxtil que criou propositadamente um polo personalizado para golfistas para o evento”, conta.

Os empresários calculam atingir receitas de 20 mil euros este ano, entre 35 e 50 mil em 2023, e um crescimento que pode atingir os 100 mil euros de faturação em 2024.

Entretanto, há já algum tempo que os eventos de networking têm dado que falar, e Arsénio Duarte conseguiu reunir investidores para a construção de várias moradias junto ao campo de golfe. Muitas das oportunidades de negócios têm surgido assim, durante a realização destes encontros, partindo do mote golfe, sejam ou não empresários que praticam a modalidade. Muitos deles até ficam depois com o bichinho e querem experienciar.

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IP passa de prejuízos a lucros de 32 milhões

  • Lusa
  • 1 Outubro 2022

Infraestruturas de Portugal inverte para resultados positivos na primeira metade do ano devido à recuperação do impacto da Covid-19 nas receitas de utilização das infraestruturas rodoferroviárias.

A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que passou de um prejuízo de 38,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano passado para um lucro de 32,4 milhões na primeira metade deste ano.

A empresa terminou o primeiro semestre deste ano com resultado líquido de 32,4 milhões de euros, o que representou uma recuperação de 71,3 milhões de euros, na comparação com igual período do ano passado, refere a IP num comunicado enviado à agência Lusa, justificando que o lucro alcançado reflete a “recuperação do impacto da covid-19 nas receitas de utilização das infraestruturas rodoferroviárias”.

O resultado operacional, por sua vez, ascendeu a 119,2 milhões de euros, mais 40,8 milhões de euros face a idêntico período do ano anterior (78,5 milhões de euros).

Quanto às vendas e prestações de serviço atingiram os 547,9 milhões de euros, mais 14%, isto é, superiores em 68,4 milhões de euros em relação ao período homólogo do ano passado, o que se deveu sobretudo ao aumento das ‘receitas core’.

Os gastos operacionais, por seu turno, atingiram os 501,1 milhões de euros até ao final da primeira metade deste ano, superiores em 25,4 milhões de euros na comparação com o valor real de junho do ano passado.

Neste âmbito, destacam-se os gastos com a conservação da rede rodoferroviária que atingiram 91,1 milhões de euros na primeira metade deste ano, o que representou um acréscimo de cerca 1% em relação ao período homólogo do ano anterior.

No comunicado, a IP dá também conta de que, no período em análise, o valor realizado de investimento nas redes ferroviária e rodoviária foi de 168,6 milhões de euros, mais 66% face ao período homólogo do ano passado.

De realçar a execução global dos investimentos incluídos no Programa Ferrovia 2020, que ascenderam a 132,1 milhões de euros até junho deste ano, isto é, mais 92% do que nos primeiros seis meses do ano anterior.

Ainda no âmbito do Programa de Investimentos Ferrovia 2020, evidenciam-se os dois corredores com maior realização no primeiro semestre deste ano. O Corredor Internacional Sul, com uma execução de 69,2 milhões de euros e o Corredor Internacional Norte, com uma execução 30,7 milhões de euros, lê-se ainda na nota divulgada.

Quanto ao Corredor Internacional Sul encontra-se em construção a nova linha de caminho-de-ferro entre Évora e Elvas, com um investimento realizado de 66,8 milhões de euros até junho deste ano.

No Corredor Internacional Norte, realça ainda a IP estão em curso as intervenções de requalificação e modernização da Linha da Beira Alta, com um investimento de 30,6 milhões de euros no período em apreço.

No âmbito dos investimentos rodoviários, foi dada continuidade, no período em análise, a duas obras integradas no Plano de Valorização das Áreas Empresariais, a Ligação do Parque de Negócios de Escariz à A32, com um investimento de 9 milhões de euros, e a Ligação do Parque Empresarial de Formariz/Paredes de Coura à A3, com um investimento realizado de 2,4 milhões de euros.

O investimento rodoviário associado ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi de 2,9 milhões de euros até junho deste ano, sendo de assinalar a consignação de duas obras no período – a EN14. Maia (Via Diagonal) / Interface Rodoferroviária da Trofa, com um investimento previsto de 32 milhões de euros e a variante à EN248 (Arruda dos Vinhos), com um investimento previsto de 6 milhões de euros.

No âmbito do PRR, a IP refere ainda que foram “cumpridas todas as metas contratualizadas” para os primeiros seis meses deste ano.

O presidente da administração da IP, Miguel Cruz, por seu lado, congratulou-se com o “incremento do investimento público que se tem verificado com o contributo da atividade da Infraestruturas de Portugal” e com o “cumprimento das metas estabelecidas” para o Plano de Resiliência e Recuperação (PRR), que “muito contribuem” para a “mobilidade sustentável, descarbonização e competitividade” do país.

O comunicado refere também que outro investimento estruturante em curso, no período em análise é o relacionado com o Sistema de Mobilidade do Mondego, que registou um investimento de 6,5 milhões de euros.

Além disso, realça que até junho, o resultado financeiro global ascendeu a -126,6 milhões de euros, traduzindo-se numa melhoria de 18,3 milhões de euros face ao ano anterior.

É referido também que no final de junho, a dívida financeira, em termos nominais, totalizava 4.047,5 milhões de euros, uma redução de 97,4 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2021, sendo que a diminuição se deveu às amortizações dos empréstimos contraídos junto do Banco Europeu de Investimento (BEI).

Merece também destaque a “manutenção da política de financiamento prosseguida pelo acionista de capitalização da IP”, através de operações de aumento de capital que até junho deste ano, que ascenderam a 743 milhões de euros, sendo esta política “adequada ao ciclo de investimento” em curso, lê-se no comunicado.

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Wall Street regista maior ciclo de perdas trimestrais desde crise de 2008

Ações americanas estão a ter um ano de 2022 para esquecer, caindo pelo terceiro trimestre seguido, o maior ciclo de perdas trimestrais desde a crise de 2008.

O ano de 2022 está a ser problemático para as bolsas e Wall Street, o coração mundial dos mercados financeiros, não escapa à pressão dos investidores. O índice S&P 500 fechou o terceiro trimestre a cair, naquele que é o maior ciclo de perdas trimestrais desde a crise financeira de 2008.

A última semana pode ser o espelho do que se tem passado ao longo do ano: o plano fiscal do Governo britânico para animar a economia não caiu bem entre os investidores, assistindo-se a um verdadeiro sell-off que castigou não só a bolsa de Londres e a libra, como teve repercussões também do outro lado do Atlântico.

O índice de referência S&P 500 acabou por acumular uma perda semanal de quase 3%. Foi também altura de os investidores fazerem contas ao fecho do mês de setembro e do terceiro trimestre, também nada positivas: registou uma queda mensal de mais de 9%, o pior mês desde a pandemia; e uma queda trimestral de mais de 5%.

S&P cai há três trimestres

Fonte: Reuters

Foi o terceiro trimestre a fechar no vermelho, o que corresponde ao maior ciclo de quedas trimestrais desde o início de 2009: entre o último trimestre de 2007 e o primeiro trimestre de 2009, acumulou seis trimestres a cair, refletindo o pessimismo com a crise do subprime que se espalhou para todo o mundo.

Desde o início do ano que as bolsas não têm conhecido grandes motivos para sorrir, com a invasão russa na Ucrânia a ser um dos fatores mais desestabilizadores e a criar enorme incerteza quanto ao rumo da economia mundial.

A escalada da inflação para níveis de várias décadas e a subida agressiva das taxas de juro pelos bancos centrais em todo o mundo, incluindo a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu, para controlar a inflação criaram pressão adicional nos mercados, que já antecipam uma forte travagem económica, com impacto no lucro e dividendos das empresas.

“Acho que o mercado está a perceber que a economia está potencialmente a desacelerar rapidamente, mas que a Fed pode não fazer nada para impedir isso. Com a volatilidade das gilts e a liquidez em todos os mercados dos EUA a deteriorar-se, mais investidores estão a ficar nervosos com o potencial de uma rápida e grande retração nos preços das ações e títulos”, Peter Tchir, da Academy Securities, citado pelo Financial Times.

Em Lisboa, o PSI fechou o terceiro trimestre com uma queda de mais de 12%, interrompendo um ciclo sete trimestres positivos. Ainda assim, desde o início do ano, o índice de referência português já perde quase 5% em 2022.

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Acesso à água é “responsabilidade de todos”, defende Marcelo

  • Lusa
  • 1 Outubro 2022

Presidente da República assinalou o Dia Nacional da Água com um alerta para a necessidade de uma "gestão mais eficiente" dos recursos hídricos.

O Presidente da República defendeu este sábado, a propósito do Dia Nacional da Água, que garantir a continuidade do acesso e a sustentabilidade dos recursos hídricos é “responsabilidade de todos”, e alertou para a necessidade de uma “gestão mais eficiente”.

“Num momento em que a seca e a falta de água preocupam tantos portugueses, o Presidente da República relembra a importância deste Dia Nacional da Água, que marca o início do ano hidrológico”, refere uma nota publicada no site da Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que, “para garantir um equilíbrio e otimização dos usos partilhados e a coordenação entre os diferentes utilizadores, é necessária uma gestão mais eficiente, uma redução das suas perdas e desperdícios, aumentando a reutilização e a circularidade da água, fomentando a diversificação das origens de água, um aumento das capacidades de armazenamento, melhorando infraestruturas e aprofundando o conhecimento, a inovação e o desenvolvimento tecnológico“.

Assegurar a continuidade do acesso à água e a sustentabilidade dos recursos hídricos para as gerações futuras são grandes desafios que temos de ultrapassar enquanto sociedade, sendo um imperativo e uma responsabilidade de todos, governos, municípios, organizações, empresas, e todos nós enquanto cidadãos, assumir este compromisso”, defende o Presidente da República.

Na nota, o chefe de Estado salienta que “a água é um recurso vital à vida e à preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, fundamental para diversas atividades económicas como a agricultura, a indústria, a produção de energia hidroelétrica ou o turismo”.

E alerta que “as reservas hídricas atingem o seu mínimo, resultado de o período chuvoso mais irregular, consequência das alterações climáticas, com a mudança da estabilidade histórica deste ciclo e a ocorrência de cada vez mais fenómenos extremos que já se manifestam por todo o mundo” e também em Portugal.

O Dia Nacional da Água assinala-se anualmente em 01 de outubro desde 1983 para sensibilizar para a importância do recurso e para o seu uso mais eficiente. Este ano acontece quando Portugal atravessa um dos maiores períodos de seca de que há registo. O primeiro dia de outubro coincide com o início do ano hidrológico, a época em que por norma as reservas hídricas estão no mínimo e que começa o período de chuvas.

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📹 Preços das casas com maior aumento de sempre no segundo trimestre

Índice de Preços da Habitação atingiu um novo máximo histórico da série disponível. Foram transacionadas 43.607 habitações, num total de 8,3 mil milhões de euros.

As casas ficaram 13,2% mais caras no segundo trimestre, numa evolução que mostra que o ritmo de crescimento dos preços continua a acelerar. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram transacionadas 43.607 habitações, num total de 8,3 mil milhões de euros. Lisboa e Porto concentraram 58% do total de transações feitas naquele período.

http://videos.sapo.pt/fbclNmbqvoA70DDPzKPU

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Truss admite que anúncio de plano fiscal causou “alterações” na economia britânica

  • Lusa
  • 1 Outubro 2022

Primeira-ministra britânica sublinha que vai manter “um punho de ferro sobre as finanças nacionais”, depois da desconfiança dos investidores com o plano de redução de impostos anunciado pelo governo.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, admitiu que o anúncio do seu plano fiscal para estimular o crescimento causou “alterações” na economia nacional, mas insistiu que atuou “de forma decisiva” para controlar as finanças do país.

Em declarações divulgadas hoje pelo jornal The Sun, citadas pela EFE, a primeira-ministra voltou a justificar o polémico programa com o qual pretende promover o crescimento económico no Reino Unido, que tem causado instabilidade nos mercados e afundado a libra.

“Vou fazer as coisas de forma diferente. Isso implica tomar decisões difíceis e implica [causar] alterações de curto prazo”, reconheceu Truss ao jornal.

A líder conservadora também reiterou o seu compromisso de “fazer a economia crescer” com medidas para estimular o crescimento em oito áreas: regulação de negócios, agricultura, habitação e planeamento, imigração, conexões móveis e de banda larga, serviços financeiros, creches e energia.

Truss também disse ao tabloide que manterá “um punho de ferro sobre as finanças nacionais”.

Quando o governo britânico revelou os detalhes do chamado “mini orçamento”, com cortes maciços de impostos, não apresentou, como é habitual neste tipo de declaração, os balanços económicos para a economia do país, algo que preocupou investidores e obrigou o Banco de Inglaterra a intervir, anunciando uma compra de emergência de títulos soberanos.

Até agora, a primeira-ministra rejeitou pedidos de vários setores para reverter os cortes, embora tenha indicado, esta semana, que divulgará as perspetivas do órgão fiscalizador do país, o Gabinete de Responsabilidade Orçamental [Office of Budget Responsibility, OBR], em 23 de novembro, no mesmo dia em que se espera que o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, divulgue mais planos para a economia.

O plano de Liz Truss prevê a reversão do aumento da contribuição para a Segurança Social, em vigor desde abril e o cancelamento da subida prevista para os impostos sobre as empresas.

O plano contempla ainda a extinção, em 2023, do escalão superior de 45% dos impostos sobre os rendimentos de pessoas singulares, a descida de 20% para 19% no escalão mais baixo e um desconto imediato no imposto sobre a compra de habitação.

O custo da maior intervenção fiscal em décadas foi estimado em cerca de 45 mil milhões de libras (51 mil milhões de euros), ao qual acresce 60 mil milhões de libras (68 mil milhões de euros) do pacote de apoio para a energia só nos primeiros seis meses, tudo suportado pelo Estado.

Estas medidas não foram acompanhados por previsões económicas independentes do OBR nem planos para reduzir a despesa, o que levantou dúvidas de economistas e agências de ‘rating’ sobre a sustentabilidade da dívida pública, atualmente em 96,6% relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB).

Os juros da dívida britânica a 10 anos já aumentaram 325% este ano, tornando muito mais caro ao governo vender obrigações para financiar políticas.

A estratégia do Governo também foi criticada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que alertou para o risco de acelerar a inflação, que desceu para 9,9% em agosto, o que poderá levar o Banco de Inglaterra a subir novamente as taxas de juro de referência, hoje nos 2,25%.

Como consequência, vários bancos retiraram do mercado centenas de produtos de crédito à habitação nos últimos dias devido à expectativa de analistas e economistas que as taxas de juro possam subir até 6% no próximo ano.

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Rússia suspende fornecimento de gás a Itália. Tropas russas deixam cidade em Donetsk

  • ECO
  • 1 Outubro 2022

Um dia depois de Putin ter assinado os decretos em que formaliza a anexação de quatro regiões ucranianas, sucedem-se as condenações internacionais. Acompanhe em direto.

Japão e Turquia manifestaram-se contra a anexação pela Rússia de quatro regiões da Ucrânia. O Presidente Putin assinou esta sexta-feira os decretos que formalizam a entrada de Zaporíjia, Kherson, Lugansk e Donetsk para a Federação Russa, prometendo defender os territórios “com todos os meios” disponíveis.

Na frente de batalha, Moscovo diz ter retirado as suas tropas da cidade de Lyman, na região de Donetsk, anexada pela Rússia, devido ao risco de cerco por parte das forças ucranianas.

Acompanhe todos os acontecimentos da guerra na Ucrânia aqui.

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“Aconselho alguma moderação ao BCE” para não repetir erro de 2011

  • Lusa
  • 1 Outubro 2022

Leão diz que fenómeno da inflação foi "subestimado" pelo BCE, mas aconselha "alguma moderação" na subida dos juros para não repetir o erro que cometeu em 2011, quando aumentou as taxas excessivamente.

Moderação no ritmo da subida das taxas de juro pelo BCE, numa Europa cuja economia está a ser fortemente atingida pela guerra, é sugerida pelo ex-ministro das Finanças João Leão, que destaca a credibilidade de Portugal nos mercados internacionais. Em entrevista à Lusa, na qual se escusou a comentar medidas concretas para o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o antigo ministro das Finanças admitiu que se subestimou o fenómeno da inflação, acreditando-se inicialmente ter um caráter mais temporário.

“Foi em parte subestimado, é verdade, devia-se ter tido mais atenção a este fenómeno, mas também foi muito agravado por alguma coisa que não se esparava, que foi a invasão pela guerra”, disse.

Perante o “desafio completamente novo” colocado pela inflação elevada, o ex-governante acredita que a resposta do Banco Central Europeu (BCE) não deve, contudo, ser demasiado agressiva.

“Aconselho alguma moderação ao BCE porque a Europa está a ser mais afetada do que os EUA pelo impacto da energia. Os preços de energia estão a aumentar mais na Europa do que nos EUA, sobretudo na questão do gás. É importante ter algum cuidado com o ritmo, porque essa moderação na economia que o BCE está a querer atingir já está a ser atingida pelo efeito da energia”, disse.

"Foi em parte subestimado, é verdade, devia-se ter tido mais atenção a este fenómeno, mas também foi muito agravado por alguma coisa que não se esparava, que foi a invasão pela guerra.”

João Leão

Ex-ministro das Finanças

Ainda que assinale compreender que a instituição liderada por Christine Lagarde “não pode deixar de procurar manter a sua credibilidade”, ao mesmo tempo que mantém as expectativas de inflação ancoradas nos 2%, é preciso, diz, um “equilíbrio”, que admite ser “difícil de fazer”.

A “prudência” aconselhada é para “garantir que não estamos a cometer um erro, como foi cometido há 11 anos, em que o BCE subiu excessivamente as taxas de juro e depois agravou demasiado… a economia europeia entrou numa forte recessão”, afirma.

“Enquanto durante a pandemia a política orçamental e a política monetária estavam completamente alinhadas e ambas a lutar pela recuperação da economia, agora temos aqui um desafio novo em que a política monetária e a política orçamental estão em sentidos que não são fáceis de coordenar”, frisa.

Um dos reflexos é, exemplifica, em junho, a Euribor a seis meses que estava negativa e atualmente “já está perto dos 2%”, sendo de esperar, estima, “que nos próximos meses atinja os 3% e mesmo os 4%”.

“Vai criar desafios que é preciso pensar”, sublinha, reafirmando a importância de “atenção na reforma e no ritmo com que se sobe as taxas de juro”, porque existe “um aumento da inflação que no curto prazo gera uma grande redução do rendimento das famílias e isso tem um efeito negativo sobre a economia”.

"Aconselho alguma moderação ao BCE porque a Europa está a ser mais afetada do que os EUA pelo impacto da energia. Os preços de energia estão a aumentar mais na Europa do que nos EUA, sobretudo na questão do gás.”

João Leão

Ex-ministro das Finanças

Quando questionado sobre o impacto para o financiamento de Portugal, o ex-ministro que foi também secretário de Estado do Orçamento entre 2015 e 2019, assinalou que existe desde julho uma nova atenção por parte dos investidores perante o financiamento dos países, mas acredita que Portugal figura bem.

“Houve em julho, focado na Itália e na Grécia, mas se olharmos com atenção, Portugal ficou protegido desse impacto. Os juros em Portugal aumentaram, mas aumentaram em linha com o aumento que se verificou na Alemanha e em França. Os spreads praticamente não variaram. Houve uma ligeira alteração dos spreads, mas manteve-se muito próximo do que era antes. A perceção de risco para Portugal não se agravou”, disse.

Para João Leão, tal revela “que Portugal chegou a esta crise bem preparado, com uma dívida pública com uma forte redução, com contas certas e com uma trajetória e um quadro para a evolução da dívida pública nos próximos anos que também oferece garantias e confiança aos investidores”.

“Portugal neste momento tem um spread face à Alemanha de 1%, quando Itália tem 2,5%. Em 2016 era o oposto”, aponta.

O antigo ministro destacou que “não é de espantar que ainda no mês passado, no meio desta crise, uma agência de rating principal, a S&P, decidiu aumentar o rating da dívida de Portugal”.

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Leão vê PIB a crescer acima de 6% este ano e desaceleração em 2023

  • Lusa
  • 1 Outubro 2022

"É possível que o crescimento fique acima dos 6%. É um número muito bom", referiu o ex-ministro das Finanças, antecipando "um forte abrandamento" da economia no próximo ano.

O antigo ministro das Finanças João Leão acredita que o crescimento do PIB português poderá superar 6% este ano, mas aponta para uma desaceleração em 2023, com uma estagnação ou mesmo recessão na Zona Euro, defendendo uma estratégia prudente.

Em entrevista à Lusa, o ex-ministro das Finanças assinala o impacto do atual contexto internacional, com um abrandamento económico provocado pela guerra, um aumento da inflação com uma incerteza muito elevada e, pela primeira vez em muitos anos, os mercados voltarem a estar muito atentos ao financiamento dos países e dos juros, para identificar as condicionantes da economia portuguesa no próximo ano.

Apesar de para este ano acreditar que, dado um primeiro semestre “muito forte”, é “muito provável” que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se fixe acima da meta de 4,9% esperada pelo Governo, admitindo que “até é possível que fique acima dos 6% de crescimento” – o que diz: “é um número muito bom” -, para 2023 a expectativa é de desaceleração.

“Não me surpreendia que para o ano houvesse na Europa um forte abrandamento da economia. Já se estima um crescimento – o Banco Central Europeu, a OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico] – próximo dos 0% e não seria surpreendente que houvesse mesmo uma recessão na Europa”, aponta, frisando que “Portugal não deixará de ser afetado”, uma vez que “é uma economia muito aberta e muito inserida no mercado europeu”.

O antigo ministro antecipa, assim, “um forte abrandamento económico e que será revisto em baixa o crescimento para o próximo ano”.

Entre os setores da economia portuguesa mais afetados deverão estar o turismo, com uma desaceleração da melhoria que se vinha a registar, mas também a construção, sobretudo de habitação, refletindo os aumentos das taxas de juro.

A este cenário soma-se a elevada incerteza: “Não sabemos quanto tempo é que a guerra vai durar, qual o impacto que a guerra vai ter durante este inverno, no próximo ano, nos preços da energia. A incerteza neste momento é muito elevada”.

"Não me surpreendia que para o ano houvesse na Europa um forte abrandamento da economia. Já se estima um crescimento – o Banco Central Europeu, a OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico] – próximo dos 0% e não seria surpreendente que houvesse mesmo uma recessão na Europa.”

João Leão

Ex-ministro das Finanças

“Os preços de energia levam a uma perda de rendimento muito forte sobre toda a Europa. Estima-se que o aumento dos custos de energia na Europa triplique durante este ano face à média dos últimos três anos e seja um aumento de cerca de 6% do PIB”, disse, sublinhando que tal “é um choque brutal, como não acontecia há muitas décadas e que, portanto, gera grandes efeitos económicos, uma certa incerteza e é possível que no próximo ano haja um abrandamento da economia em toda a Europa, com consequências inevitáveis em Portugal”.

Perante este contexto, e apesar de sublinhar que “Portugal entra para esta crise bem preparado, com uma dívida em forte redução”, o atual vice-reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa mantém a convicção de que as “contas certas” e prudência devem fazer parte da estratégia orçamental, mas com “equilíbrio”.

“Neste momento Portugal tem tido resultados bastante positivos nas finanças públicas, com contas certas. Pode conseguir já este ano, uma dívida pública abaixo dos 120% [do PIB], o que era um resultado notável”, destaca, defendendo que “contas certas não implica não olhar para as outras áreas”, procurando “uma política que é equilibrada”.

Para João Leão, Portugal “ganha” se “tiver uma política clara do ponto de vista financeiro, uma política com uma trajetória clara de redução de dívida pública a médio prazo e isso cria mais recursos, mais condições e mais financiamento para o país e para tudo o resto”.

O ex-ministro das Finanças, que foi secretário de Estado do Orçamento entre 2015 e 2019, defende que “pelo contrário, se é uma política como a que o governo inglês fez, de curto prazo, sem planeamento, sem justificação, aí passado um ano está a desfazer o que fez no ano a seguir porque fica sem recursos”.

“É importante continuar a trajetória de redução da dívida pública e de melhoria das contas públicas, mas isso feito de forma equilibrada em conjunto com as outras prioridades do país. Tem de se conseguir esse equilíbrio que tem sido conseguido e que é muito importante”, frisou, apontando questões da energia, do ambiente, das infraestruturas, dos apoios às famílias e às empresas mais afetadas pela crise.

“Tudo isso faz parte de um pacote muito importante para garantir que Portugal continua a crescer”, vincou.

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Já chegaram as subidas de preços na eletricidade e gás. Saiba o que muda

Quer seja cliente do mercado regulado ou do livre, com o início de outubro chegam as subidas no preço que paga pela luz e pelo gás. Saiba o que muda nos preços

A partir deste sábado, dia 1 de outubro, as faturas do gás e da eletricidade sofrem alterações e os consumidores vão verificar aumentos na fatura. E, apesar de os consumidores no mercado livre poderem agora fugir das subidas da luz e do gás passando do mercado livre para o mercado regulado, os comercializadores de último recurso (CUR) que operam neste último mercado também vão subir os preços, ainda que os aumentos sejam menos expressivos.

Eletricidade

Na eletricidade, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou, em meados de setembro, que o preço da luz no mercado regulado vai aumentar 5 euros por megawatt/hora a partir deste sábado, o equivalente a 0,5 cêntimos por kWh. Segundo a entidade, para a maioria dos clientes domésticos neste regime este valor traduzir-se-á num aumento de cerca de 3% na fatura mensal da eletricidade.

Significa isto que a partir de 1 de outubro, uma fatura de eletricidade para um casal sem filhos, com uma potência contratada até 3,45 kVA e um consumo de 1.900 kWh por ano, verá um incremento de 1,05 euros comparado a setembro deste ano, passando a pagar 38,22 euros. Já um casal com dois filhos, com uma potência contratada de 6,9 kVA e um consumo de 5.000 kWh por ano, registará um aumento de 2,86 euros na fatura mensal da luz, passando a pagar, em outubro, 94,97 euros.

Este aumento, que a ERSE explica estar associado à crise energética resultante da guerra na Ucrânia, acontece depois de em abril o regulador ter subido o preço da luz 3%, seguindo-lhe de um corte de 2,6% em julho.

A luz no mercado regulado deverá ser a única a sofrer aumentos a partir de hoje. Da parte das comercializadoras no mercado livre, isto é, no regime em que as operadoras têm autonomia para definirem os seus próprios preços e as condições comerciais, não se antecipam novas atualizações até ao final do ano. Pelo menos, foi a garantia dada pela EDP e Endesa. Da parte da Galp e Goldenergy, embora não existam compromissos, até ao momento, não foi anunciada qualquer atualização. As alterações aos preços contratualizados com os clientes devem ser comunicadas com, pelo menos, 30 dias de antecedência.

Gás

No caso do gás, os aumentos, embora sejam transversais, não sobem em pé de igualdade. O aumento mais expressivo é, de longe, aquele anunciado pela EDP Comercial que, a 24 de agosto, anunciou uma subida de, em média, 30 euros mensais, mais cinco a sete euros de taxas e impostos, a partir de 1 de outubro. Para os cerca de 433.300 (dois terços) dos 650.000 clientes residenciais, que representam os consumos mais baixos, a subida do preço do gás terá um impacto médio de 18 euros mensais, antes de taxas e impostos, ou seja, o aumento rondará os 22 euros.

A operadora justificou a decisão com a escalada de preços do gás nos mercados internacionais, nos últimos meses, uma situação que foi agravada pela guerra na Ucrânia e as restrições ao abastecimento de gás russo — uma justificação que também motivou a Galp a subir, em média, 8 euros a fatura mensal do gás “para o escalão mais representativo de clientes” da petrolífera. Por sua vez, a Goldenergy encareceu a fatura mensal em 10 euros a partir de outubro, uma decisão que considerou ser “inevitável” face à conjuntura internacional.

No caso do mercado regulado, o gás vai subir 3,9% a partir de hoje, face ao mês anterior. Contudo, tendo presente as atualizações da tarifa ao longo de 2022, e face ao preço médio do ano anterior, os consumidores neste regime registarão em outubro um acréscimo médio de 8,2% no preço de venda final.

Significa isto que a partir de 1 de outubro, uma fatura de gás para um casal sem filhos, no primeiro escalão, consumo anual de 138 metros cúbicos, vai encarecer 0,48 cêntimos, passando a pagar 13,21 euros. Já um casal com dois filhos, no segundo escalão, consumo anual de 292 metros cúbicos, registará um aumento de 0,87 cêntimos na fatura mensal do gás, passando a pagar 24,98 97 euros.

Do mercado regulado para o livre… ou ao contrário

Fazendo as contas, e independente do regime em que está, é fácil concluir que a partir de outubro a conta da luz e do gás vai pesar mais no orçamento das famílias. Mas é importante relembrar que, se está insatisfeito com o que vai passar a pagar, pode mudar de comercializador, sem custos adicionais nem processos burocráticos morosos.

O primeiro passo será sempre consultar a oferta existente, tanto no mercado livre como no regulado. Deve pedir propostas de preços e outras condições aos comercializadores, e comparar a oferta entre cada um. Pode também proceder à comparação das tarifas no simulador de preços da ERSE.

No caso da eletricidade, já havia a opção de os consumidores transitarem de um comercializador para o outro, aderindo tanto ao mercado livre ou ao regulado, mas no gás, só a partir do passado dia 7 setembro é que também passou a existir a possibilidade de as famílias e pequenos negócios aderirem ao mercado regulado. Atualmente, segundo os dados da Agência para a Energia, os CUR já receberam, até à passada quinta-feira, 39.200 pedidos de contratação. Destes 39.200 pedidos, já concluíram a passagem para o mercado regulado 31.800 consumidores, o que permite concluir que ainda se encontram em curso cerca de 7.400 pedidos. Nos últimos dias, a média diária de pedidos a serem colocados pelos CUR ronda os 3.000, sendo que a média diária desde que é possível fazer esta transição é de 2.150 pedidos.

E ainda que o Governo tenha reaberto as portas ao mercado regulado do gás, a verdade é que ainda se assistem dificuldades nesta transição. Seja pelas filas de espera nas lojas ou ao telemóvel, pela ausência de plataformas online (hoje, a EDP Gás Serviço Universal e a Sonargás, já dispõem dessa ferramenta porém a Galp Gás Natural, que opera em mais distritos do país enquanto CUR, ainda não) que permitam concretizar esta mudança ou pela falta de esclarecimentos, a Deco Proteste revela ao ECO/Capital Verde que tem recebido “as centenas de contactos” nesse sentido.

“A não-existência de uma informação acessível e compreensível nas faturas sobre o valor que o consumidor pagaria se optasse pelo mercado regulado de gás natural, tal como acontece desde 2018 no mercado elétrico, dificulta em muito esta tarefa de decisão por parte do consumidor”, aponta Pedro Silva, especialista de energia da entidade de apoio ao consumidor.

Já a ERSE, que corrobora as denúncias da Deco Proteste, garante ao ECO/Capital Verde que “tem prosseguido, através de diversos canais, um esforço continuado de divulgação de informação no sentido de esclarecer as dúvidas dos consumidores”.

Baixa do IVA da luz em 6%

Apesar de se anteciparem subidas nas faturas, importa relembrar que também a partir deste sábado vai haver uma baixa do IVA da eletricidade de 13% para a taxa mínima de 6%.

Este desconto, não é, no entanto, transversal, incidindo apenas sobre os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês, desde que a potência contratada não supere os 6,9 kVA. Segundo as contas da Deco Proteste e da Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL), o desconto no IVA deverá traduzir-se numa poupança mensal entre 1,08 euros a 1,62 euros por mês para um casal com dois filhos.

(Notícia atualizada às 11h30, 03 de outubro, com informações sobre a redução do IVA da eletricidade)

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Isolamento de infetados por Covid deixa de ser obrigatório

  • ECO
  • 30 Setembro 2022

Os testes à Covid também deixam de ser prescritos via SNS 24 e passam a ser comparticipados mediante prescrição médica. Saiba o que muda.

O estado de alerta devido à pandemia termina esta noite e com ele acaba também a maioria das regras relacionadas com a Covid-19. O isolamento obrigatório dos infetados deixa de ser obrigatório às 23h59 desta sexta-feira, segundo uma nota do ministério da Saúde. Também os testes à Covid deixam de ser prescritos através do SNS24 e acaba o atestado de capacidade temporária para o trabalho e o subsídio associado.

A partir de outubro, a Covid-19 será equiparada a outras doenças, pelo menos em termos legais, uma vez que cessa a vigência dos diplomas criados durante a pandemia. A única regra que se mantém é o “uso de máscara nos estabelecimentos e serviços de saúde e nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas”, indica a nota.

Entre as mudanças, está o fim do isolamento obrigatório, se tiver sido contagiado com o vírus, e a alteração dos procedimentos relacionados com os testes à Covid. A linha SNS24 deixa de prescrever testes à Covid, que passam a ser comparticipados a 100% desde que tenha prescrição médica “numa unidade de saúde do Serviço Nacional de Saúde”.

Agora, se alguém tiver sintomas, “como em qualquer doença respiratória”, deve “procurar diminuir o risco de contágio de terceiros, em particular dos mais vulneráveis”, recomendando-se o uso de máscara. Em caso de agravamento ou persistência dos sintomas, deve-se “procurar aconselhamento médico, sendo a porta de entrada no SNS o Centro de Saúde/Unidade de Saúde Familiar ou SNS24” ou contactar o 112 em caso de emergência.

Para efeitos de trabalho, às ausências no emprego ou na escola “aplicam-se os mesmos mecanismos das demais doenças”. Assim, termina o mecanismo de atribuição de incapacidade temporária para o trabalho por Covid-19 e o subsídio associado — ou seja, passam a ter o regime de outras situações de doença.

O ministério, agora tutelado por Manuel Pizarro, deixa no entanto algumas recomendações já adiantadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Os estabelecimentos escolares, por exemplo, “devem promover a lavagem frequente das mãos e ventilação adequada dos espaços” e, em grandes concentrações, é aconselhado durante o período outono/inverno “o uso de máscara em locais de grande concentração de pessoas onde não seja possível o distanciamento”.

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Blinken confiante nas instituições eleitorais “fortes” brasileiras

  • Lusa
  • 30 Setembro 2022

Depois de Bolsonaro ter lançado dúvidas sobre se iria reconhecer uma eventual derrota, os EUA indicam que o Brasil tem instituições fortes e já o demonstraram "muitas vezes".

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse esta sexta-feira que tem confiança nas instituições eleitorais “fortes” do Brasil antes das eleições de domingo, nas quais o Presidente Jair Bolsonaro lançou dúvidas sobre se iria reconhecer uma eventual derrota.

“O Brasil tem instituições democráticas muito fortes, incluindo instituições eleitorais muito fortes. Demonstrou-o muitas vezes e esperamos que seja esse o caso nas eleições deste fim-de-semana“, disse Blinken durante uma conferência de imprensa em Washington.

As eleições presidenciais no Brasil têm a primeira volta marcada para 2 de outubro e a segunda, caso seja necessária, para 30 de outubro. Além do cargo de Presidente e vice-presidente, estão em jogo os governos dos 27 estados do país, a renovação completa da Câmara dos Deputados, a renovação parcial do Senado e das assembleias legislativas estaduais.

A estas presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.

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