Amarenco: “Portugal é, sem dúvida, um país certo para aposta em renováveis”

  • ECO
  • 6 Junho 2022

Para Elsa Ferreira, CEO Ibéria da Amarenco, não restam dúvidas do potencial de Portugal no setor das energias renováveis e confirma a aposta da empresa no país já este ano e nos seguintes.

“Nunca tanto como hoje tivemos tanta consciência do que a dependência de terceiros traz como consequências à Europa.” Elsa Ferreira, CEO Ibéria da Amarenco, fala de como o contexto geopolítico de instabilidade que se vive hoje pode — e está — a afetar o desenvolvimento do setor das energias renováveis. A verdade é que, mesmo pelas piores razões, as políticas estão a ser “aceleradas” e novos enquadramentos legais a ser “impulsionados”.

A Amarenco é um produtor independente de energia verde através do solar fotovoltaico, mas Elsa Ferreira confirma que a sua atuação vai mais além, também em Portugal, participando ainda na “regeneração dos ecossistemas”, de forma a restaurar a “biodiversidade e as reservas naturais de carbono”, como explica nesta entrevista.

Em que ponto estão os projetos em desenvolvimento pela Amarenco em Portugal?

Atualmente, o portfólio de projetos que temos em Portugal encontra-se, grande parte, num estado avançado de desenvolvimento. Vamos começar a construção de parte do portfólio durante 2022 e assim continuaremos em 2023 e nos próximos anos.

Quais as principais oportunidades que encontram no investimento na energia solar em Portugal?

Portugal é um país com excelente radiação solar o que beneficia e incentiva o investimento solar, e não só. Apesar de algumas crises económicas, com consequente crescimento mais lento da economia, é um país bastante seguro e estável a nível regulamentar, que o torna atrativo a nível de investimento. Nos últimos anos temos visto uma grande aposta do Governo para o cumprimento das metas estabelecidas a nível europeu e bem mais do que isso, uma aposta em metas mais ambiciosas, o que promove e incentiva a que se invista no país. Julgamos que Portugal tem todas as condições reunidas para atrair investimento e pretendemos continuar a investir no país sendo a nossa estratégia de longo prazo.

E quais os principais constrangimentos e como podiam ser resolvidos?

Falar de constrangimentos acerca de um país onde se investe não é tarefa fácil e não deixa de ser um pouco controverso, mas necessário. Portugal é, sem dúvida, um país certo para aposta em renováveis. Claro que não é tudo fácil, óbvio que temos constrangimentos sobre os quais, e na nossa ótica recentemente, têm vindo a ser reduzidos de alguma forma através de regulamentação específica para o setor. No entanto, não podemos deixar de salientar o “tempo”, os muitos e longos meses, que certos procedimentos de licenciamento levam, em todas as suas vertentes. Notamos, igualmente, que continua ainda a existir (alguma) falta de conhecimento “mais fino” acerca de renováveis, que leva a que não exista critério de avaliação entre os diversos organismos envolvidos e, muitas das vezes, a que processos fiquem parados. Apesar de já existir contemplado na legislação um “balcão único”, sem dúvida o mesmo deveria ser implementado o mais rápido possível, pois o facto de não existir um elemento comum facilitador e desburocratizador leva a constrangimentos sérios e a desistências de investimento devido a tempos de espera.

Quais os planos futuros para Portugal? Investimento em novos projetos ou aquisições?

A Amarenco tem uma forte estratégia de investimento para a Ibéria e a intenção é continuar a investir em Portugal e participar de uma forma inequívoca na transição energética e descarbonização do país. Chegámos mesmo no final de 2020, mas a aposta é continuar e crescer de forma sustentada e responsável. A Amarenco não é apenas um IPP que produz e fornece eletricidade, que ajuda a reduzir os gases de efeito estufa, a Amarenco participa também na regeneração dos ecossistemas, restaurando a biodiversidade e as reservas naturais de carbono – são estes os nossos planos em Portugal.

Que impacto o contexto geopolítico na Europa e os preços elevados da energia poderão ter nas políticas para o setor?

Claramente vivemos tempos atípicos e estamos em adaptação aos mesmos. Pelas piores razões (guerra), atualmente as políticas do setor estão a ser aceleradas e mesmo novas políticas e frames legais estão a ser impulsionados para que a transição energética seja uma realidade a curto prazo e a dependência de outros países passe a ser de independência. Sem dúvida, o contexto geopolítico atual está a levar a uma aceleração das políticas do setor das renováveis.

Elsa Ferreira, CEO Ibéria da Amarenco confirma uma “forte estratégia de investimento para a Ibéria e intenção de continuar a investir em Portugal”.

Qual o impacto da subida das taxas de juro no financiamento do setor?

Já nos diz a macroeconomia que “trabalhamos” por ciclos e este é mais um ciclo que vivemos. Atualmente, as entidades financiadoras são cada vez ambiciosas, não só em taxas de juro, mas nas condições e requisitos dos seus financiamentos e querem realmente ter a certeza que os financiamentos em renováveis são sustentáveis. Obviamente que a subida das taxas de juro impacta, mas não passa apenas por aí, é todo um conjunto de requisitos que levam a adaptações para uma efetiva e clara eficiência dos projetos, que muitas vezes é fortemente desafiada pelos constrangimentos que encontramos a nível de desenvolvimento/licenciamento.

Teme um aumento do custo dos painéis fotovoltaicos e outros fatores de produção devido à inflação e ao crescimento da procura na Europa?

Claro que sim, aliás este efeito já se tem vindo a verificar desde 2021. Em 2020 todos tínhamos “certezas” e podíamos “especular” sobre preços para os anos seguintes, mas tudo mudou (literalmente). Deixámos de poder assumir algumas certezas e passámos a pensar mais no curto prazo e a criar estratégias de mitigação para continuar a ter sucesso e prosseguir com os investimentos. Seria bom ver que este crescimento de procura na Europa levasse, embora talvez não se conseguisse em tempo útil, a uma nova (e mais limpa) “revolução industrial”. Nunca tanto como hoje tivemos tanta consciência do que a dependência de terceiros traz como consequências à Europa.

A rentabilidade dos projetos será menor no futuro?

Diria que, de alguns projetos, sim, outros projetos talvez não, e na generalidade, não. Nestes anos a trabalhar em renováveis apreendi que a teoria de Darwin está em constante aplicação. Evolução e adaptação aliadas a criatividade para se encontrar soluções rentáveis são o mote do setor das renováveis. Sendo as renováveis, em âmbito, um negócio puramente financeiro, é necessário estar-se em constante reinvenção para manter as rentabilidades e, ao mesmo tempo, que tais rentabilidades reflitam projetos sustentáveis e com pegada ecológica positiva. É sem dúvida um trabalho desafiante!

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“Conversas de Praia” estão de volta para falar sobre sustentabilidade, educação e marketing de conteúdo

  • ECO + WYgroup
  • 6 Junho 2022

Ao todo serão cinco episódios sobre temas da atualidade, que juntarão especialistas de Marketing e Comunicação na "casa de praia" do WYgroup para uma partilha de experiências. Junta-se à conversa?

Depois do sucesso da primeira temporada, as “Conversas de Praia” estão de volta. Como pede o verão, serão mais uma vez conversas descontraídas em boa companhia, mesmo sobre os assuntos mais complexos.

O 1º lançamento destas conversas o ano passado contou com cerca de 200 mil visualizações. Agora, o WYgroup e o ECO voltam a juntar-se para dar vida a mais um conjunto de 5 episódios sobre temas da atualidade, que vão deste Sustentabilidade, Educação, passando até pelo Marketing de Conteúdo.

Todas as terças-feiras, às 11h00, a partir de dia 14 de junho e até 12 julho no Facebook do ECO, profissionais das áreas do Marketing e da Comunicação irão partilhar a sua visão e experiências sobre os mais variados temas, colocados em cima da mesa pelo WYgroup.

João Santos, COO do WYgroup, refere que “esta iniciativa veio desmistificar a ideia de que temas complexos não conseguem gerar conversas interessantes. O objetivo do WYgroup e do ECO é tornar temas, à partida, provavelmente um pouco mais pesados ou densos, em conversas descontraídas, como as que se têm na praia à beira-mar com um amigo, capazes de dar boas pistas e sugestões a quem tem de lidar com esses assuntos.”

Programa

14 junho: “Chamas a isso Sucesso?”

Todos o procuramos, mas sentimos que pode ter muitas formas. Estes profissionais a quem o sucesso não subiu à cabeça foram convidados para discutirem a sua visão sobre como o medem e como o valorizam

  • Ana André, Marketing Director na Leroy Merlin
  • Armando Alves, Digital Marketing Director na Brisa
  • Frederico Arouca, Marketing Communication Team Leader na Sogrape
  • Luísa Manso, New Business Director na WYcreative

21 junho: “Os Desafios do Content Marketing”

O conteúdo é Rei! Os consumidores procuram conteúdos relevantes para si e para as suas vidas! Mas afinal o que temos de fazer para o construir. O que deve ser ponderado e considerado? Quais os riscos e as vantagens de o fazer? Estas e muitas outras perguntas são respondidas pelos convidados desta conversa-

  • Rita Reis, Multichannel Communications na MSD
  • Ricardo Assunção, Marketing and Communication Director no DIA Portugal
  • Luís Nunes, Head of Content & Social Media Management na WYperformance

28 junho: “Sustentabilidade: opção ou missão”

Será que as organizações já incorporaram as práticas de sustentabilidade nos seus modelos de negócio ou ainda estamos na fase da utilização da “buzz word”? Estes profissionais mostram o lado prático da Sustentabilidade nas organizações

  • Maria João Vaz, Managing Partner na Stravillia Sustainability Hub
  • Pedro Arrais, Head of Investor Relations no Grupo Mota-Engil
  • Ricardo Valente, Vereador do Pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto
  • Filipa Montalvão, Partner da White

5 julho: “Comunicação Empresarial – novos formatos e a jornada do cliente”

O que mudou e o que vai mudar na Comunicação empresarial? Quais as pontes que têm de ser construídas com outras áreas e disciplinas. O que começa a ser feito para desenvolver os modelos de Comunicação empresarial do futuro? Os convidados desta conversa explicam e dão pistas para as últimas evoluções nos modelos de Comunicação.

  • Carla Fonseca, Chief Marketing Officer na BI4all
  • Ricardo Rocha, Marketing and Communication Director na Noesis
  • Rodolfo Oliveira, Managing Partner na Bloomcast Consulting

12 julho: “O Futuro da Educação”

Com a certeza de estamos numa era de aprendizagem ao longo da vida, juntámos alguns especialistas para nos ajudarem a ver a perspetiva do desenvolvimento da educação nas organizações e como ela pode ser uma ferramenta poderosa de desenvolvimento empresarial.

  • Mónica Serrano, General Director @ Atelier Impresa na Impresa
  • Paulo Rossas, Chief Innovation Officer da Lisbon Digital School
  • Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School
  • Ana Marcela, Diretora Executiva da Revista Pessoas

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Swissport aponta a 100% da Groundforce com opção de compra da posição da TAP

Warwick Brady, CEO da empresa suíça que diz ser "a Apple ou a Microsoft do handling”, afirma que o "hub" no aeroporto de Lisboa “não é particularmente bem gerido” e que pode fazer muito pela TAP.

A empresa suíça de serviços de assistência em terra ficará com a opção de comprar a participação da TAP se ganhar a corrida à Groundforce, revelou o CEO, Warwick Brady. O processo de escolha de um novo acionista deverá ficar concluído em julho e o responsável puxa pelos galões na reta final: “Nós somos a Apple ou a Microsoft do handling”.

Na disputa pelos 50,1% de Alfredo Casimiro na Groundforce estão a Swissport e a National Aviation Services do Koweit, que recentemente viu a oferta pela britânica Menzies ser aprovada pelos acionistas. Se for a escolhida, a empresa suíça terá uma opção de compra dos 49,9% detidos pela TAP SGPS. Os remédios impostos pela Comissão Europeia para aprovar os auxílios de Estado à companhia aérea determinam a venda da participação.

Warwick Brady assume que a Swissport gosta de ter 100% do capital, mas cabe à companhia aérea portuguesa decidir quando desinveste. O CEO espera um desfecho rápido para o “namoro” que começou há cerca de um ano, então ainda com Alfredo Casimiro como interlocutor. Depois veio a declaração de insolvência em agosto do ano passado e o processo passou para os administradores designados pelo Tribunal. “Nós temos sido resilientes. Muitos já teriam desistido de Portugal”, disse o gestor sul-africano num encontro com jornalistas em Zurique, onde fica a sede da empresa.

O responsável aponta a experiência na gestão de hubs, onde existem várias conexões entre voos, como um trunfo da Swissport. Munique com a Lufhtansa, Viracopos com a Azul ou Zurique com a Swiss são exemplos de aeroportos onde a companhia suíça assume esse papel. “Sabemos como gerir todo o ecossistema”, assevera. Algo que, na sua opinião, não acontece da melhor forma em Lisboa. “Não é um hub particularmente bem gerido. Podemos fazer muito pela TAP”, afirma.

Operação de handling de um voo da TAP no aeroporto de Zurique, feito pela Swissport.

A eficiência da operação é um dos argumentos, que vai ao encontro da pretensão da transportadora portuguesa de reduzir o valor que paga pelos serviços de processamento de passageiros e carga. “Nós podemos diminuir os custos da TAP”, assegura Warwick Brady.

“Espero que a TAP reconheça que nós somos a melhor solução. Nós somos a Apple ou a Microsoft do handling”, compara o CEO. Além disso, garante que a empresa tem “um balanço robusto, tem capital e acionistas que querem investir”.

A entrada de um novo acionista na Groundforce faz parte do plano de reestruturação que será proposto pelos administradores de insolvência e terá de ser aprovado por dois terços dos credores. O maior grupo é o dos trabalhadores. A transportadora aérea portuguesa, além de um credor muito relevante, é também, de longe, o maior cliente da Groundforce. Para o processo ficar concluído será necessário que a insolvência transite em julgado, o que está dependente do resultado do recurso apresentado por Alfredo Casimiro no Supremo Tribunal de Justiça.

Recuperação mais rápida obriga a refazer contas

O tráfego aéreo deverá recuperar mais cedo que o previsto os níveis de 2019. Seguindo as previsões da IATA, a Swissport antecipa que este ano se atinja 85% a 90% dos níveis pré-Covid e os 100% em 2023.

Nadia Kaddouri, chief strategist & sustainability officer, afirma que a companhia suíça está neste momento a rever as previsões para os volumes nos aeroportos portugueses e para as necessidades de pessoal, dada a recuperação mais rápida que já está a ocorrer no país. Aponta um cenário de mais 10%, em cima do valor já estimado. A empresa suíça acredita que o crescimento vai continuar nos próximos anos. Warwick Brady refere o sol e os regimes fiscais atrativos como dois fatores de atração.

Questionada sobre os constrangimentos na infraestrutura aeroportuária da capital, Nadia Kaddouri reconheceu que “é um aeroporto complexo e com restrições”. “Queremos construir uma parceria com a ANA e a TAP. Podemos participar no planeamento do futuro aeroporto. Quando e como vai acontecer não é para nós”, acrescentou. “As companhias aéreas têm de investir e os aeroportos têm de investir para garantir que a infraestrutura funciona bem”, reforça o CEO.

A Swissport reclama a liderança no mercado global de handling, que vale cerca de 40 mil milhões de dólares. A companhia suíça tem operações em 285 aeroportos, dos quais 79 na Europa. Recentemente assinou contrato com a ITA Airways, sucessora da Alitalia, para o aeroporto de Roma. Em 2021 processou 97 milhões de passageiros e 5,1 milhões de toneladas de carga para 850 clientes.

Os principais acionistas da empresa suíça são fundos das gestoras de ativos Strategic Value Partners, Ares Management, TowerBrook Capital Partners, Cross Ocean Partners e King Street Capital Management. Eram detentoras da dívida e em 2020 acordaram a conversão desta em capital, levando à saída dos chineses do HNA Group, que chegaram a ter uma participação indireta de 9% na TAP.

(O jornalista viajou para Zurique a convite da Swissport)

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Segunda fase da auditoria ao Novobanco está “praticamente concluída”

  • Lusa
  • 6 Junho 2022

O presidente do Tribunal de Contas tem a expectativa de poder entregar ainda em junho, ou princípio de julho, o documento ao parlamento.

A segunda fase da auditoria ao Novobanco está quase terminada e deve ser aprovada pelo Tribunal de Contas (TdC) ainda este mês, adiantou esta segunda-feira o presidente da instituição, José Tavares, à Lusa.

“O Tribunal de Contas [TdC] tem praticamente concluída a segunda fase da auditoria ao Novobanco, que em breve será submetida à aprovação do tribunal”, afirmou José Tavares, revelando ter a expectativa de poder entregar ainda em junho o documento ao parlamento: “Gostaria que sim. Penso que estará aprovada até ao final do mês ou princípio de julho”.

Questionado sobre as razões para a demora na apresentação da auditoria, após ter afirmado no passado dia 02 de maio – numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito da apreciação da proposta do Orçamento do Estado para 2022 – que tal seria feito “muitíssimo em breve” e adiantado inclusivamente a previsão de entrega aos deputados para o final de maio ou início de junho, José Tavares justificou com a necessidade de ouvir o Novobanco.

“Foi realizado o contraditório e agora falta elaborar a versão final e a aprovação pelo tribunal. O contraditório levou o tempo normal, são trabalhos complexos e que nós esperamos que seja sempre da maior qualidade possível, portanto, tem o seu tempo também”, esclareceu o presidente do TdC.

Na audição parlamentar no início de maio, José Tavares recordou que na anterior legislatura a Assembleia da República tinha solicitado à instituição uma auditoria sobre o Novo Banco, entregue em maio, garantindo que a nova auditoria seria remetida em breve. “O primeiro relatório incidiu sobre o financiamento público do Novobanco, o segundo relatório incidirá sobre a gestão do Novobanco com o financiamento público”, explicou.

Em maio de 2021, o TdC aprovou o Relatório da Auditoria ao financiamento público do Novobanco, na sequência do pedido formulado pela Assembleia da República.

O organismo considerou que “não foi apresentada a demonstração do cálculo do défice de capital” do Novobanco, que “o Fundo de Resolução tem o dever de exigir”, segundo a auditoria divulgada.

Em outra das conclusões, o relatório deu conta de que “não tem sido devidamente cumprida a obrigação do Novo Banco reportar a informação sobre a execução do Acordo de Capitalização Contingente, por falta de formalização do acordo sobre a forma e substância do suporte dessa informação e pelo atraso de preparação desse suporte pelo Novo Banco (face ao prazo contratual de trinta dias), alegando depender de contas auditadas”.

Para o TdC, apesar do financiamento público do Novobanco ter concorrido “para a estabilidade do sistema financeiro, sobretudo por ter sido evitada a liquidação do banco e reduzido o risco sistémico”, “não foi minimizado o seu impacto na sustentabilidade das finanças públicas nem reduzido o risco moral”.

A entidade presidida por José Tavares salientou ainda que “faltou transparência na comunicação do impacto da resolução do Banco Espírito Santo e da venda do Novobanco na sustentabilidade das finanças públicas”.

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Associação Nacional de Municípios Portugueses quer reunião extraordinária do conselho geral para discutir descentralização

  • Lusa
  • 6 Junho 2022

Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) quer reunião extraordinária do conselho geral da organização para discutir descentralização e sustentabilidade das finanças locais.

O conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) decidiu propor a marcação de uma reunião extraordinária do conselho geral da organização para, entre outros assuntos, discutir a descentralização.

A presidente do conselho diretivo da ANMP, Luísa Salgueiro, disse aos jornalistas, na sede da associação, em Coimbra, que o pedido de agendamento da reunião do conselho geral vai ser enviado ao presidente do órgão entre congressos, Carlos Moedas, também presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Entre outros assuntos a debater, “dando continuidade ao deliberado” pelo conselho geral, a 4 de maio, pretende a direção de Luísa Salgueiro que seja efetuada uma “atualização das verbas e revisão de critérios relativamente à descentralização“.

A autarca do PS adiantou que na reunião a convocar pelo social-democrata Carlos Moedas deverão igualmente ser discutidas “todas as medidas que assegurem a sustentabilidade das finanças locais”, uma pretensão depois reiterada pela ANMP numa nota distribuída aos jornalistas.

Nessa reunião do conselho geral, o conselho diretivo “pedirá a convocação de um encontro nacional de autarcas para discutir, em conjunto, os impactos do Orçamento do Estado (OE) de 2022 na atividade municipal, assim como a descentralização de competências e as finanças locais”.

Quanto ao OE para este ano, a ANMP, na mesma nota, “reitera a sua discordância e mantém a preocupação com um conjunto de matérias fundamentais para os municípios”, as quais, segundo Luísa Salgueiro, a associação – da qual o município do Porto decidiu desvincular-se, na semana passada – “irá continuar a negociar com o Governo, desde logo quanto à descentralização” de competências da Administração Central para as autarquias.

Questionada pelos jornalistas sobre a saída da ANMP do município do Porto, a cuja Câmara preside o independente Rui Moreira, com apoio do PSD, em reunião da Assembleia Municipal, Luísa Salgueiro disse que tal decisão “não ajuda em medida nenhuma” as atuais negociações em curso com o Governo.

Estamos a trabalhar para todo o país”, não apenas para um município ou conjunto de municípios, respondeu a também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, indicando que a ANMP continua atenta às reclamações dos autarcas “preocupados com o desequilíbrio das contas” associado à descentralização de competências.

Luísa Salgueiro reiterou que a associação que lidera está “a trabalhar para que se consiga esse equilíbrio” em diálogo com o executivo de António Costa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação de Coimbra do PS, Nuno Moita, apelou à união dos municípios em torno da ANMP para, em diálogo com o Governo, fazerem avançar o processo da descentralização.

A união é que faz a força”, disse Nuno Moita, vogal do conselho diretivo da ANMP, ao enaltecer as vantagens da descentralização de competências da Administração Central para as autarquias e o papel da associação neste processo. Na sua opinião, “não é com extremismos que se resolvem os problemas, antes pelo contrário”.

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Energia e BCP impulsionam PSI em dia de ganhos na Europa

As principais bolsas europeias registaram ganhos de mais de 1% nesta sessão. Praça lisboeta também ficou em terreno positivo, com a ajuda da EDP e do BCP.

A bolsa nacional fechou a primeira sessão da semana em alta, acompanhando o sentimento positivo vivido nas congéneres europeias, onde se registaram valorizações de mais de 1%. Em Lisboa, são as cotadas da energia, a par com o BCP, que suportam o desempenho do principal índice de referência nacional.

Na Europa, o dia foi positivo: o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, subiu 1%. O alemão DAX valorizou 1,4%, o francês CAC 40 avançou 1,2%, o espanhol IBEX-35 ganhou 1,3% e o britânico FTSE 100 somou 1,1%.

Por cá, o PSI ganhou 0,82% para os 6.273,37 pontos. Apenas quatro das 15 cotadas do índice de referência português desvalorizaram na sessão desta segunda-feira, enquanto uma — a Corticeira Amorim — permaneceu inalterada e as restantes ficaram em terreno positivo.

Nos ganhos, destaque para as cotadas do setor da energia. A Greenvolt subiu 3,88% para os 7,50 euros, enquanto a EDP Renováveis ganhou 1,36% para os 23,11 euros e a casa-mãe EDP avançou 1,29% para os 4,72 euros.

Greenvolt sobe quase 4%

A impulsionar o índice de referência nacional ficou também o BCP, que subiu 2,57% para os 0,1953 euros, e a Mota-Engil, que somou 2,30% para os 1,33 euros.

Já nas perdas encontra-se a Sonae, que recuou 0,63% para os 1,10 euros, e a Jerónimo Martins, que desvalorizou 0,11% para os 18,92 euros.

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Hotelaria quer monitorização dos balanços das empresas através do Banco de Fomento

  • Lusa
  • 6 Junho 2022

Bernardo Trindade aponta a necessidade de se monitorizar "a qualidade dos balanços das empresas turísticas".

O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, defendeu esta segunda-feira, em Lisboa, ser necessário monitorizar a qualidade dos balanços das empresas turísticas, através do Banco de Fomento “para fazer a economia singrar”.

“Temos referido a necessidade de monitorizarmos a qualidade dos balanços das empresas turísticas. A AHP está disponível, mas existem hoje instrumentos de política pública, como o Banco de Fomento, para olhar para a capitalização das empresas”, apontou Bernardo Trindade, numa conferência de imprensa, em Lisboa.

Para este responsável, só com empresas mais sólidas é possível cumprir o objetivo de “através do turismo, fazer a economia singrar”.

Fazendo um balanço sobre os apoios públicos adotados durante a crise pandémica, Bernardo Trindade notou ainda que, no período em causa, os hotéis estiveram “amputados de receitas” e que, sem estes apoios, teria sido “uma tragédia sem precedentes”.

Ainda assim, as contas das empresas “ficaram piores”, diminuindo a sua capacidade de investimento na recuperação dos hotéis, sendo agora necessário proceder à monitorização da sua capitalização.

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Catarina Avelar é a nova associada coordenadora da SPS

A promoção de Catarina Avelar a associada coordenadora da SPS está enquadrada na "reestruturação estratégica de gestão definida para 2022".

A SPS Advogados nomeou a advogada Catarina Avelar como associada coordenadora. Segundo o escritório, esta promoção está enquadrada na “reestruturação estratégica de gestão definida para 2022”.

“A SPS Advogados aposta numa política de desenvolvimento de carreira, na qual reconhece o trabalho e dedicação dos seus advogados, desenvolvido ao longo de vários anos, contribuindo para a coesão da sua estrutura”, refere o escritório.

Catarina Avelar tem 15 anos de experiência profissional desenvolvida em diversas áreas do direito e integrou a SPS Advogados em 2015, altura a partir da qual aprofundou domínio nas áreas do Direito Bancário e Financeiro, Direito Comercial, Direito Imobiliário e Direito Civil, com destaque em Contencioso e Insolvência onde adquiriu vasta experiência.

“A SPS Advogados mantém o foco no crescimento através da qualidade e serviços cada vez mais customizados, promovido pelo espírito de equipa de todos os seus profissionais. O trabalho de cada um conta para um só objetivo e resultado final”, concluíram.

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Portway interpõe providência cautelar contra greve de 7 meses

  • Lusa
  • 6 Junho 2022

A empresa esclarece que “a providência cautelar interposta pela Portway deve-se à desproporcionalidade da greve, de sete meses

A Portway interpôs uma providência cautelar contra a greve de sete meses convocada pelo STTAMP, que foi parcialmente aceite, estando marcada audiência no tribunal para dia 13, onde será decidida suspensão ou manutenção da greve, disse o sindicato à Lusa.

Os trabalhadores da Portway iniciaram em 1 de junho uma greve, que se vai prolongar até 31 de dezembro, exigindo a adesão ao Acordo da Empresa (AE), depois de o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) ter lamentado a “irredutibilidade” da empresa de assistência em terra nos aeroportos.

Em declarações à Lusa, Catarina Silva, do STTAMP, explicou que o sindicato foi notificado da providência cautelar, onde, disse, a empresa alega insuficiência de serviços mínimos durante a greve. Assim, uma vez que a providência cautelar foi apenas parcialmente aceite, a greve não está suspensa e ficou marcada para 13 de junho uma audiência, no Palácio da Justiça do Porto, onde será decidida a manutenção ou não da paralisação de trabalhadores de assistência em terra em aeroportos.

Em 6 de maio, num comunicado enviado à Lusa, que dava conta da convocação da greve, o STTAMP indicou que, no seguimento dos pedidos de adesão ao AE, que foram recusados pela administração da Portway, solicitou a intervenção da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para uma tentativa de reconciliação.

Segundo o STTAMP, ainda em sede de mediação na DGERT, a Portway começou por apresentar serviços mínimos que o sindicato entendeu “exagerados”, mas depois acabou por não pedir serviços mínimos, alegando “fraca representatividade do sindicato na empresa”. Para Catarina Silva, a medida levada a cabo pela empresa representa “um atentado à liberdade do direito à greve dos trabalhadores nunca antes visto”, que “roça a má-fé”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Portway esclareceu que “a providência cautelar interposta pela Portway deve-se à desproporcionalidade da greve, de sete meses, numa atividade com tanto impacto na economia e na vida das pessoas”. A Portway opera nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Beja e, segundo a sua página na internet, tem mais de 80 companhias aéreas como clientes.

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EY promove 16 novos partners em Portugal, Angola e Moçambique

A decisão insere-se num movimento mais amplo, que se traduziu na promoção de 830 novos partners na organização, a nível global, o maior número de sempre.

A EY promoveu 16 novos partners em Portugal, Angola e Moçambique, que iniciarão as novas funções já a partir de 1 de julho. A decisão insere-se num movimento mais amplo, que se traduziu na promoção de 830 novos partners na organização, a nível global, o maior número de sempre. Dos 16 novos partners, quatro integram a área de tax, três a de strategy and transactions e outros três a de consultoria. Há ainda três novos nomes na área de FSO e um na de assurance.

“É com as pessoas, e com o talento que põem ao serviço da organização e da comunidade, num constante exercício de inteligência, vontade e empenho, que somos capazes de materializar o nosso propósito e de contribuir para ‘construir um mundo de negócios melhor’. 16 profissionais de mão-cheia ascendem hoje à posição de partners da EY Portugal, Angola e Moçambique. Que nesta posição de liderança, à qual ascenderam por mérito na escada da carreira profissional que estão a fazer, possam ser exemplo e inspiração para os que, como eles, encaram o futuro de frente, com ambição e com esperança”, refere João Alves, country managing partner da EY Portugal, em comunicado.

Dos 830 novos partners, a nível global, 35% são mulheres, um número recorde para a consultora. Em termos geográficos, as Américas distinguiram-se como a região com o maior número de promoções (341), seguidas pela Europa, Médio Oriente, Índia e África (EMEIA), com 290, e pela Ásia-Pacífico, com 199.

Por linha de serviço, assurance é a área responsável por um terço dos novos partners (270), dos quais 220 integram a área de auditoria. Seguiu-se a Consultoria, com 205, tax com 189, e strategy and transactions, com 145. Adicionalmente, há 21 novos partners no apoio ao negócio (2%).

“Parabéns a todos os novos partners da EY em todo o mundo por esta conquista excecional. Cada um deles atingiu esse marco em circunstâncias difíceis, o que é uma prova da sua liderança e compromisso com os valores da EY. O sucesso da EY é possibilitado por esses diversos líderes e a sua promoção é o resultado da sua dedicação aos clientes, equipas e ao propósito da EY de construir um mundo de negócios melhor”, afirma Carmine Di Sibio, presidente e CEO da EY Global.

“Estou incrivelmente orgulhoso de comemorar as conquistas de todos os 830 novos partners da EY em todo o mundo. A EY está focada no desenvolvimento da próxima geração de líderes transformadores e em capacitar as pessoas da EY para construírem as carreiras que desejam. Este grupo de novos partners trará a sua experiência e competências diversas para atender melhor os clientes da EY, ao mesmo tempo que permanecerá focado na ambição mais ampla da EY de criar valor de longo prazo para todos”, acrescenta também Trent Henry, vice-presidente da EY Global – Talent.

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Hotéis na Madeira, Açores e Algarve esperam superar receitas de 2019 no verão

Hotelaria está com taxas de ocupação entre os 40% e os 59% para o verão. Setor espera superar números de 2019 nas ilhas e no Algarve.

A hotelaria está com boas perspetivas para o verão. O setor está com taxas de ocupação entre os 40% e os 59% para os meses mais quentes do ano, sobretudo nos hotéis localizados nas ilhas e no Algarve. O inquérito mais recente feito pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) indica que o mercado nacional vai continuar a liderar, seguido do espanhol e do francês. Para a totalidade do ano, a maioria dos players do setor acredita que será possível no final de 2022 ou início de 2023 alcançar os números registados em 2019, naquele que foi um ano recorde para o turismo nacional.

Num verão que será marcado por reservas last minute, ou seja, em cima da hora, e ainda com possibilidade de cancelamento, o setor hoteleiro aponta para taxas de ocupação entre os 40% e os 59% em julho, mas também em agosto e setembro.

Ainda assim, o Centro é a região “que tem perspetivas menos otimistas em termos de reservas”, explicou a CEO da AHP, Cristina Siza Vieira, esta segunda-feira, numa apresentação aos jornalistas. “Atingiremos os resultados de 2019, com exceção do Centro, que estima que a taxa de ocupação em 2022 seja pior do que em 2019, ainda que igual à de 2021”, notou a responsável.

Em termos de nacionalidades, os portugueses continuam a ter um papel de peso e a marcar presença no top 3 para 80% dos inquiridos pela AHP. Atrás aparecem os turistas espanhóis e franceses, deixando o Reino Unido fora do top 3.

Quanto ao preço médio, “embora a média nacional face a 2019 seja o mesmo preço médio, nos Açores, Madeira, Algarve e Alentejo vamos suplantar o preço médio de 2019“, disse Cristina Siza Vieira, ressalvando que o Centro vai igualar o preço médio de 2019. “O que se sacrificou mais na pandemia não foi tanto o preço médio. Houve uma maior quebra na taxa de ocupação do que no preço médio”, explicou a responsável.

Relativamente às receitas, “sem grandes surpresas”, a associação espera “igualar as receitas alcançadas em 2019”, com a Madeira, os Açores e o Algarve com uma “expectativa de superarem as receitas médias de 2019”, indicam os dados da AHP. “Face a 2021, a única região que se destaca pela negativa é o Centro”, notou a CEO.

Páscoa com taxas de ocupação superiores a 81%

Os dados da Páscoa já estão fechados e o inquérito da AHP revela que a taxa de ocupação média entre 11 e 18 de abril se fixou entre os 81% e os 90% a nível nacional, sendo ainda mais elevada (91% a 100%) na região da Madeira, Lisboa, Algarve e Norte. O Centro foi a região estrela na Páscoa e a Madeira “foi a campeã em termos de taxa de ocupação”, disse Cristina Siza Vieira.

Naquele período, o preço médio nacional ficou entre os 121 euros e 140 euros, enquanto Lisboa, Algarve e Alentejo tiveram um preço médio superior. A estada média fixou-se em 2,6 noites, sendo superior nos Açores, Madeira e Algarve. Para 82% dos inquiridos, o mercado nacional foi o principal mercado emissor, seguido pelo mercado espanhol.

“Relativamente a 2019, já atingimos uma taxa de ocupação igual no mesmo período em 2019”, disse a CEO da associação. “O preço médio por quarto foi melhor, mas não muito melhor do que em 2021. Relativamente a 2019, atingimos o preço médio por quarto que tínhamos atingido em 2019″, notou.

Retoma deverá acontecer no final de 2022 ou início de 2023

Se em 2020 apenas 1% dos inquiridos da AHP acreditava que a retoma (isto é, o regresso aos números de 2019) ia acontecer no segundo semestre de 2021, em 2021 já se contavam 36% dos inquiridos que acreditavam num retomar da atividade apenas no segundo semestre de 2022.

Neste inquérito, 47% dos inquiridos apontam para o mesmo. “O grosso (…) considera que no segundo semestre de 2022 conseguiremos recuperar o ano de 2019”, disse Cristina Siza Vieira, durante a apresentação.

Perspetivas de retoma a níveis de 2019.

O inquérito da AHP revela ainda que a subida da inflação e a escassez de mão-de-obra são os principais fatores apontados como constrangimentos pelo setor. A isto soma-se a instabilidade geopolítica, isto é, a guerra na Ucrânia.

(Notícia atualizada às 16h28 com mais informação)

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Gasóleo e gasolina invertem papéis. Agora a gasolina está acima do “preço eficiente”

Considerados os descontos concedidos pelas bombas de combustíveis, tanto a gasolina como o gasóleo estiveram abaixo do chamado "preço eficiente", acrescenta o regulador.

O regulador da energia informa que a gasolina, na semana passada, apresentou um preço médio de venda ao público acima do preço eficiente, enquanto o gasóleo se situou abaixo. Isto representa uma inversão em relação às conclusões do primeiro relatório, que notavam um preço do gasóleo acima do eficiente e o da gasolina abaixo do mesmo.

“Relativamente à semana anterior verificou-se que a média dos Preços de Venda ao Público anunciados nos pórticos, e reportada no Balcão Único da Energia, esteve 0,8 cent/l [cêntimos por litro] acima do Preço Eficiente no caso da gasolina 95 simples e 0,2 cent/l abaixo no caso do gasóleo simples”, lê-se no comunicado que a A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) envia semanalmente com esta análise.

O Preço Eficiente é um preço médio semanal determinado pela ERSE e resulta da soma dos preços dos combustíveis nos mercados internacionais de referência e dos respetivos fretes marítimos, a logística primária. Nesta última parcela incluem-se as reservas estratégicas e de segurança do Sistema Petrolífero Nacional, os sobrecustos com a incorporação de biocombustíveis e a componente de retalho acrescida dos impostos respetivos.

O preço eficiente calculado para a semana de 30 de maio a 5 de junho, no caso da gasolina, situou-se nos 2,09 euros, enquanto o preço no pórtico (preço médio reportado pelo operadores de postos de abastecimento de venda ao público) foi de 2,098 euros e o preço com descontos de 2,057 euros. O gasóleo registou um preço eficiente de 1,875 euros nessa mesma semana, no pórtico de 1,872 euros e com descontos de 1,794 euros.

A ERSE, além do preço da venda ao público, também faz a análise com base nos preços com descontos, ou seja, os preços comunicados pelos postos de combustível incorporando os descontos por estes praticados, como é o caso dos cartões frota.

No que respeita aos Preços com Descontos, publicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a gasolina 95 simples apresentou um desvio de -1,6% face ao Preço Eficiente e o gasóleo simples -4,5%. Em termos absolutos, estas estimativas situam-se, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, 3,3 cent/l e 8,0 cent/l abaixo dos Preços Eficientes, respetivamente.

Para a semana de 6 a 12 de junho, o Preço Eficiente antes de impostos é de 1,328 euros por litro para a gasolina 95 simples e de 1,278 euros por litro para o gasóleo simples. Após impostos, o Preço Eficiente fica nos 2,203 euros por litro e nos 1,985 euros por litro, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, respetivamente.

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