Trabalhadores do BCE ameaçam com greve por aumentos salariais

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

Sindicato dos trabalhadores do BCE admite avançar para greve para reinvindicar aumentos salariais.

O sindicato dos trabalhadores do Banco Central Europeu (BCE) está a ponderar ações de protesto e não descarta avançar com uma greve a longo prazo, para reivindicar aumentos salariais, avançou este sábado a agência France-Presse (AFP).

“O BCE tem um problema, porque não cumpriu a sua missão sobre a inflação. Em vez de a controlar nos 2%, acabamos com uma taxa que ultrapassa os 10%”, começou por apontar o vice-presidente do sindicato, Carlos Bowles.

O dirigente sindical ressalvou que, “ao mesmo tempo, a instituição não quer saber nada sobre a indexação salarial, quer dos seus trabalhadores, quer dos trabalhadores em geral da Zona Euro, e não quer negociar nada da sua proposta de aumento”, que o sindicato considera “insuficiente”.

“Não se exclui uma greve a longo prazo, mas depois de outras formas de protestos”, advertiu o sindicalista.

A gestão do banco central propõe um aumento de 4,07% em janeiro, uma taxa inferior à inflação registada em outubro na zona euro (10,6%). Os empregados já tinham sido aumentados em 1,5% neste ano.

Carlos Bowles sublinhou que “os trabalhadores perderam 6% do poder de compra em dois anos”, em 2021 e 2022.

Em comunicado enviado à AFP, o BCE reagiu dizendo que “procede a uma revisão anual e regular dos vencimentos que segue uma metodologia predefinida”.

Segundo o banco central, aquela metodologia “reflete a dinâmica salarial das instituições de referência, nomeadamente dos 19 bancos centrais nacionais da Zona Euro, da Comissão Europeia” e de outras instituições europeias, especificando que esta “revisão” se aplica a “todo o pessoal”.

Não se exclui uma greve a longo prazo, mas depois de outras formas de protestos que possam intervir”, adverte o sindicalista.

Os funcionários do BCE fizeram uma greve em 2009, para protestar contra a reforma do sistema previdenciário.

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Provedora de Justiça admite que revisão constitucional pode “resolver alguns problemas”

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

Revisão constitucional pode resolver "alguns problemas", caso dos metadados e das medidas em estado de emergência, diz a provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral.

A provedora de Justiça admitiu que a revisão constitucional “é oportuna para resolver alguns problemas que precisam ser esclarecidos”, caso dos metadados e das medidas em estado de emergência, embora entenda que a revisão “não é necessária”.

Em entrevista à agência Lusa, Maria Lúcia Amaral salientou que a Constituição “tem sido estável”, pelo que, como jurista, defende que “não era necessário uma revisão constitucional”, embora reconheça que este processo possa ser útil “para resolver alguns problemas”.

“É bom que se esclareça. Passámos por uma pandemia, eu aí fui eco de muitas dessas dúvidas e tive uma política claramente definida. Havia muitas dúvidas em saber se as medidas que foram tomadas fora do estado de emergência tinham ou não suficiente respaldo na Constituição. Era bom que isso ficasse resolvido”, justificou.

Embora considere que “não era necessária uma revisão constitucional”, a provedora de Justiça aceita que essa revisão possa avançar e sirva para esclarecer “situações em que estão em causa interesses públicos relevantíssimos”.

“Penso, como jurista, que não era necessário uma revisão constitucional, mas se a maioria dos juristas entende que é necessária uma revisão constitucional, então que se esclareça a questão”, disse.

Nas suas palavras, esta revisão deverá servir igualmente para esclarecer a questão dos metadados. A polémica dos metadados surge após o Tribunal Constitucional ter declarado inconstitucionais normas que determinavam que os fornecedores de serviços telefónicos e de internet deveriam conservar os dados relativos às comunicações dos clientes – entre os quais origem, destino, data e hora, tipo de equipamento e localização – pelo período de um ano, para eventual utilização em investigação criminal.

Maria Lúcia Amaral observou que, a haver revisão constitucional, esta seja uma revisão “esclarecedora”, “pacificadora” e que “antecipe problemas futuros”.

“Se há grandes dúvidas na comunidade portuguesa sobre a falta que uma clareza constitucional faz sobre isto, então é bom que se esclareça”, concluiu.

Em maio de 2021, a provedora de Justiça defendeu que Portugal precisa de uma nova lei que regulamente situações de emergência como a criada pela pandemia, sem os limites de vigência temporal impostos pelo estado de emergência constitucional.

Na altura, referiu que a sistemática renovação do estado de emergência confere um prazo de caducidade às decisões políticas que comprometem a adesão e a confiança dos cidadãos às medidas em questão.

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Jornalista que usou t-shirt do arco-íris no Qatar morre em jogo do Mundial

  • ECO
  • 10 Dezembro 2022

Grant Wahl, que já tinha sido detido num jogo anterior por usar uma t-shirt com um arco-íris, morreu esta sexta-feira enquanto cobria a partida entre a Argentina e os Países Baixos.

O jornalista desportivo norte-americano Grant Wahl morreu esta sexta-feira no Qatar, enquanto fazia a cobertura da partida entre a Argentina e os Países Baixos, dos quartos-de-final do Campeonato do Mundo.

De acordo com a agência AP, Wahl sentiu-se mal e caiu da cadeira na tribuna dos jornalistas no Estádio Lusail quando decorria o tempo extra do jogo. Os jornalistas que estavam ao lado pediram assistência e os serviços de emergência responderam rapidamente.

Grant Wahl, 48 anos, era um dos jornalistas de futebol mais reconhecidos nos EUA. A 21 de novembro, antes da partida entre EUA e País de Gales, logo no arranque da competição, Wahl foi barrado à entrada para o estádio por usar uma t-shirt com o arco-íris, em apoio aos direitos LGBTQIA+.

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ASAE abre 11 processos-crime por especulação de preços em super e hipermercados

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

Em alguns casos, as variações de preços atingiram os 30% relativamente ao preço afixado e disponibilizado ao consumidor.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou este sábado que instaurou 11 processos-crime por especulação de preços na venda de bens alimentares e não alimentares em super e hipermercados.

A ASAE levou a cabo, nas últimas semanas, uma operação de fiscalização, a nível nacional, direcionada à cadeia de retalho alimentar, para verificar a prática de lucro ilegítimo (especulação) na venda de bens alimentares e não alimentares.

“Como balanço da ação foram fiscalizados 270 operadores económicos tendo sido instaurados 11 processos-crime, dos quais 10 pela prática dos crimes de especulação de preços (delito antieconómico) de bens alimentares, designadamente cereais, conservas, fruta, água, entre outros, com variações de preço a atingirem os 30% relativamente ao preço afixado e disponibilizado ao consumidor e um crime de Usurpação de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, informou aquela autoridade, em comunicado.

Foram ainda instaurados 24 processos de contraordenação, com destaque para a “prática de ações comerciais enganosas, desrespeito das regras de afixação de preços, desrespeito das regras de vendas com redução de preços, incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, falta de informação ao consumidor nos contratos celebrados à distância”, entre outros.

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Banco de Fomento quer apoiar empresas com novos instrumentos financeiros

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

Instituição lançou consulta pública junto das empresas no sentido de criar novos instrumentos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do qual ainda tem disponível 475 milhões.

O Banco Português de Fomento (BPF) lançou uma consulta pública que pretende obter contributos para o lançamento de novos instrumentos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do qual ainda tem disponível 475 milhões de euros.

Em comunicado, este organismo sublinhou que pretende convidar empresas e todos os interessados a participar na consulta pública sobre “futuras soluções de capital e quase capital”.

Ao abrigo do PRR, foi atribuído ao Banco de Fomento um papel na “estruturação e distribuição de soluções de capital e quase capital, no montante global de 1.425 milhões de euros, previstos na Componente PRR Capitalização e Inovação Empresarial”.

O BPF tem ainda disponível 475 milhões de euros para lançar novos programas, realçou o organismo na nota de imprensa.

A consulta pública pretende obter contributos sobre “as condições de dois instrumentos financeiros pré-estruturados destinados a fomentar a constituição de empresas e/ou capitalização empresarial, prioritariamente nas fases de arranque”, o “Programa de Venture Capital (instrumento que assume uma estrutura de fundo de fundos)” e o “Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal (instrumento que assume forma de investimento direto em empresas, sempre em coinvestimento com investidores privados)”.

“Estas sugestões de instrumentos visam promover a entrada em mercado e o crescimento/expansão de empresas viáveis, através do desenvolvimento de novos produtos/serviços ou mercados e do reforço e profissionalização do quadro de pessoal, incluindo a equipa de gestão”, destaca ainda o BPF na nota de imprensa.

A consulta pública pretende também obter “outras propostas de novas soluções de capital e quase capital, ao abrigo dos referidos Fundos de Capitalização, que se entendam como pertinentes e necessárias, por se considerar não estarem disponíveis à data, ou apresentarem condições inibidoras do acesso e utilização”.

Ana Carvalho, CEO do BPF, salientou que esta consulta pública “visa a construção de um diálogo aberto com todas as entidades do ecossistema empresarial, com vista a melhorar processos de trabalho e a identificar as falhas de mercado, assim como as soluções mais adequadas para as colmatar”.

“Não obstante estarmos proativamente a contactar associações e instituições diversas, a presente consulta pública permite a participação de todos os interessados, especialmente os potenciais beneficiários e parceiros envolvidos nestas medidas”, acrescentou, citada na nota de imprensa.

Todas as informações e fichas técnicas dos dois produtos pré-estruturados encontram-se disponíveis para consulta no sítio na internet do Banco Português de Fomento.

As propostas ou sugestões devem ser submetidas online para avaliação cuidada do BPF, até às 18h00 de 19 de dezembro, explicou ainda este organismo.

O Banco Português de Fomento tem por missão apoiar o desenvolvimento económico e social de Portugal, através da criação e disponibilização de soluções inovadoras, competitivas e adequadas às necessidades e desafios do ecossistema empresarial, potenciando a capacidade empreendedora, o investimento e a criação de emprego, e promovendo a sustentabilidade e a coesão económica, social e territorial do país.

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UE congelou cerca de 19 mil milhões de euros em ativos russos

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

m total de 1.241 pessoas e 118 entidades russas estão sujeitas ao congelamento de bens e proibição de entrada no território da UE devido ao conflito na Ucrânia.

Os países da União Europeia (UE) congelaram 18,9 mil milhões de euros em ativos de oligarcas e entidades russas alvo de sanções em resposta à guerra na Ucrânia, segundo dados da Comissão Europeia.

De acordo com um quadro resumo dos valores declarados em 25 de novembro, consultado pela agência de notícias France-Presse (AFP), oito dos países envolvidos congelaram mais de mil milhões de euros em ativos cada um.

Bélgica (3,5 mil milhões de euros), Luxemburgo (2,5), Itália (2,3), Alemanha (2,2), Irlanda (1,8), Áustria (1,8), França (1,3) e Espanha (1).

A Bélgica, em 46,9 mil milhões de euros, e o Luxemburgo, em três mil milhões de euros, também congelaram os ativos do National Settlement Depository (NSD), a comissão do mercado de valores mobiliários da Rússia, sancionado pela UE.

Malta, país que possui um controverso regime de “vistos Gold” concedidos a investidores ricos, está no fundo da lista, com 146.558 euros em ativos bloqueados. A Grécia é a penúltima com 212.201 euros.

Por seu lado, relativamente a Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, avançou em 30 de novembro que Portugal tem cerca de 18 milhões de euros em bens congelados de pessoas na lista de sanções da União Europeia (UE) aplicadas devido ao conflito na Ucrânia.

“Nós em Portugal temos bens apreendidos, congelados, bens que são de pessoas que estão na lista de sanções na ordem de 18 milhões de euros”, anunciou o governante, que falava aos jornalistas à margem da reunião do Conselho do Atlântico Norte que junta os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO no Palácio do Parlamento, na capital da Roménia, e termina hoje.

Gomes Cravinho foi questionado sobre a proposta da Comissão Europeia feita, na ocasião, aos Estados-membros da UE para o arresto temporário dos ativos congelados a oligarcas, no âmbito das sanções adotadas contra a Rússia, e a respetiva aplicação para financiar a reconstrução da Ucrânia.

Um total de 1.241 pessoas e 118 entidades russas estão sujeitas ao congelamento de bens e proibição de entrada no território da UE devido ao conflito na Ucrânia.

Na cimeira de 20 e 21 de outubro, os dirigentes dos 27 Estados-membros da UE solicitaram à Comissão Europeia estudasse as opções possíveis com vista à utilização dos bens congelados para a reconstrução da Ucrânia. O Executivo europeu apresentou pista nesse sentido em 30 de novembro.

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Proteção Civil não enviou SMS de alerta por risco de cheias

  • ECO
  • 10 Dezembro 2022

A autoridade de proteção civil não acionou o sistema de alerta por SMS à população na passada quarta, mesmo depois do aviso vermelho do IPMA para o distrito de Lisboa.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) não acionou o sistema de alerta por SMS à população, mesmo depois do aviso vermelho emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para o distrito de Lisboa, adianta o jornal Público (acesso pago).

A autoridade de proteção civil também não adotou outro mecanismo rápido de aviso, como emitir um comunicado de última hora através dos órgãos de comunicação social. Nem sequer divulgou avisos escritos a alertar para a população tomar medidas face à probabilidade de ocorrência de cheias.

Desde as 9h30 da manhã de quarta-feira que o IPMA tinha um aviso Laranja, o quarto mais grave numa escala de cinco, para Lisboa, Santarém e Leiria. Pelas 22h26, o IPMA agravou o aviso para Vermelho.

Gil Martins, antigo comandante nacional e atual diretor da Escola de Gestão e Engenharia do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, admite que houve falhas na comunicação com a população. Duvida que o sistema de alerta através de SMS pudesse ser usado neste caso, mas lembra que havia outras formas de fazer chegar os avisos à população.

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ANA perde 20 milhões com aeroporto de Lisboa esgotado no próximo verão

  • ECO
  • 10 Dezembro 2022

Gestora dos aeroportos nacionais estima que terá de recusar mais de 700 mil lugares no próximo devido ao facto de o aeroporto de Lisboa estar esgotado, representando uma perda de 20 milhões de euros.

Com o aeroporto de Lisboa esgotado na sua capacidade, a ANA Aeroportos vai ter de recusar 730 mil lugares no próximo verão, nos meses de pico da atividade aérea, representando uma perda entre 15 e 20 milhões de euros, segundo o CEO da gestora dos aeroportos nacionais ao Dinheiro Vivo (acesso livre).

“Infelizmente, a demora na escolha da solução de ampliação da capacidade de Lisboa está a provocar a recusa de voos para o próximo ano. Calculamos que sejam 730 mil lugares que não serão realizados e alguns deles dizem respeito a lugares em rotas que servem hubs e que poderiam ter dado uma conectividade acrescida ao aeroporto de Lisboa. É urgente que este problema seja resolvido”, considerou Thierry Ligonnière, à margem do congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), a decorrer em Ponta Delgada, nos Açores.

Ligonnière refere que a ANA está a “fazer tudo” para melhorar a parte operacional e conseguir ser mais produtiva. Mas para que o aeroporto possa receber mais passageiros, tendo em conta as limitações, o responsável da empresa detida pela francesa Vinci apela a que as companhias áreas utilizem aviões de maior dimensão.

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Zona entre Pocinho e Barca d’Alva tem a pior cobertura de rede móvel do rio Douro

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2022

Estudo da Anacom a pedido da APDL identifica as piores zonas de cobertura de rede móvel do rio Douro.

A zona entre a barragem do Pocinho e Barca d’Alva tem a pior cobertura de rede móvel do rio Douro, não permitindo a realização de chamadas de emergência, segundo um estudo realizado pela Anacom após solicitação da APDL. De acordo com o documento, apresentado esta semana à Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), “os piores resultados globais (engloba o melhor sinal dos três operadores [NOS, MEO e Vodafone] numa determinada posição) foram obtidos entre a barragem do Pocinho e Barca D’Alva“.

“Nesta parte do percurso do rio, não existe a possibilidade de utilização das comunicações móveis em caso de emergência. Neste domínio, no troço identificado existirá acentuada e premente necessidade de melhoria”, pode ler-se no documento, disponível no ‘site’ da Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações e divulgado pela APDL em nota de imprensa.

O percurso abrange os concelhos de Torre de Moncorvo (na freguesia de Urrós) e Freixo de Espada À Cinta (Ligares), no distrito de Bragança, e Vila Nova de Foz Côa (Castelo Melhor e Almendra) e Figueira de Castelo Rodrigo (Escalhão), no distrito da Guarda.

O relatório foi solicitado pela APDL, que gere a Via Navegável do Douro (VND), à Anacom, que o realizou em colaboração com a Autoridade Marítima Nacional.

Segundo o documento, existem “mais dois troços do rio Douro que poderão ser alvo de melhoria em termos de cobertura“, um abrangindo “as freguesias de Negozelo do Douro e São João da Pesqueira, do concelho de São João da Pesqueira, e Linhares, do concelho de Carrazeda de Ansiães, com a Barragem da Valeira no meio”.

Já a “outra zona com deficiente cobertura abrange as freguesias de Lousa e Cabeça Boa”, em Torre de Moncorvo, e a freguesia de Vila Nova de Foz Côa, no concelho homónimo.

No estudo, “realizou-se uma verificação, na ótica de utilizador, do desempenho de serviços móveis GSM, UMTS, LTE e NR, em toda a extensão nacional do rio Douro desde a Foz do Douro [Porto] até Barca d’Alva a bordo de embarcações”.

Foram realizadas 1.251 chamadas de voz, efetuados 1.219 testes de velocidade de ligação à Internet e realizados 101 407 registos de sinal rádio.

Tendo em consideração apenas a presença ou ausência de sinal de rede, a MEO, NOS e Vodafone atingiram, respetivamente, 96,1%, 95,9% e 95,1% de registos com sinal de rede na maioria do percurso de medições realizado“, pode ler-se no documento.

Em termos de qualidade do sinal, o acumulado de “Muito Boa”, “Boa” e “Aceitável” perfez um total de 85,2% na MEO, 73,5% na Vodafone e 64,2% na NOS, mas “caso existissem acordos de ‘roaming’ nacional em Portugal a qualidade englobada dos três parâmetros aumentaria para 88,7%”, segundo a Anacom.

O serviço 4G “sobrepôs-se às outras tecnologias registando 45% a 53% do total de amostras (53,1% para a Vodafone, 47,2% para a MEO e 45,2% para a NOS)”, e o 5G “foi o segundo serviço com mais número de amostras, com valores compreendidos no intervalo de 17% a 40% (40,1% para a MEO, 37% para a NOS e 17,5% para a Vodafone)”.

Já no serviço de voz “o desempenho foi equilibrado, tendo a MEO conseguido o melhor resultado, seguida da Vodafone e por último a NOS, com respetivamente 93,8%, 92,8% e 92,6% de chamadas estabelecidas e concluídas com sucesso”.

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Unidos na guerra, EUA e União Europeia estão em conflito no comércio

Governo português defende uma solução negociada para a disputa comercial com os EUA sobre os subsídios à energia verde, sem envolver a Organização Mundial de Comércio.

Na recente visita aos EUA, o presidente francês, Emmanuel Macron, levava na bagagem um “irritante” nas relações entre a UE e o seu aliado político e militar de longa data. Nas capitais europeias cresce o descontentamento sobre os subsídios que serão dados à indústria americana para acelerar a transição climática, considerados uma medida protecionista e que desvirtua a concorrência. Há quem defenda que a disputa deve ser levada à Organização Mundial do Comércio. O Governo português desvaloriza a tensão e prefere uma solução negociada.

Na origem do conflito comercial está a Inflation Reduction Act (IRA), um diploma que autoriza 738 mil milhões de dólares em despesa e apoios de 391 mil milhões para a transição energética e climática. Há também verbas para a saúde, nomeadamente para o Affordable Care Act e para a redução do preço dos medicamentos, além de medidas fiscais, como a a taxa mínima de IRC de 15% para as grandes empresas, acordada pelo G20.

Porque está um pacote financeiro para acelerar a transição climática a deixar tão irritada a União Europeia, que tem no Green Deal um dos seus principais eixos políticos? A legislação anti-inflação de Biden atribui créditos fiscais para componentes usados no fabrico de carros elétricos ou infraestruturas para a produção de energias renováveis, desde que sejam produzidos nos EUA.

Cerca de um mês depois de Biden assinar a nova legislação, a 16 de agosto, a Reuters fez um levantamento de dezenas de empresas que anunciaram novos investimentos ou a aceleração dos existentes, desde refinarias de lítio e fábricas de baterias ou carros elétricos, a unidades de produção de painéis fotovoltaicos. O que só veio aumentar o temor de que os incentivos desviem investimento que poderia vir para a União Europeia ou levem mesmo à relocalização de indústrias, numa altura em que o Velho Continente se debate com faturas de energia agravadas pela guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia. Além disso, graças aos subsídios, aquelas empresas poderão competir no mercado internacional com preços mais atrativos.

A solução será encontrada em negociação entre as duas partes, sem esquecer que a Europa e os EUA fazem parte da OMC e de um universo muito maior de áreas de negócio. Se nós começarmos a levantar dificuldades no quadro da OMC, essas dificuldades terão impacto noutras áreas do globo.

Bernardo Ivo Cruz

Secretário de Estado da Internacionalização

No início de novembro, a Comissão Europeia enviou um comentário para o Tesouro dos EUA a arrasar a legislação. Segundo o Financial Times, Bruxelas argumentou que a IRA poderia trazer danos económicos para os EUA e os seus parceiros mais próximos, resultar em ineficiências e distorções de mercado, desencadear uma corrida global aos subsídios e levar a retaliações. Bernd Lange, que preside ao Comité de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, defendeu a apresentação de uma queixa junto da Organização Mundial de Comércio (OMC). Por ora, nas capitais europeias prefere-se a via negocial, como é o caso de Lisboa.

“Estamos a acompanhar muito de perto esta nova legislação dos EUA. Não temos dificuldade de fundo com a legislação, mas temos de ver como a liberdade de prestação de serviços e de negócios entre a Europa e os EUA se mantém neste quadro que foi estabelecido”, afirma o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, em declarações ao ECO.

Bernardo Ivo Cruz, secretário de Estado da Internacionalização.

O governante descarta a possibilidade de uma “guerra comercial”, considerando “que os EUA também já reconheceram que a legislação tem arestas para limar”. Questionado sobre a possibilidade de a UE responder também com subsídios, Bernardo Ivo Cruz responde que a solução será encontrada em negociação entre as duas partes, sem esquecer que a Europa e os EUA fazem parte da OMC e de um universo muito maior de áreas de negócio. Se nós começarmos a levantar dificuldades no quadro da OMC, essas dificuldades terão impacto noutras áreas do globo. Nós temos de olhar para estas questões de uma forma mais global”, defendeu. “Neste momento estamos a conversar e a conversar encontraremos soluções que serão do agrado de toda a gente” respondeu, questionado sobre se a organização com sede em Genebra deve intervir.

O presidente da Câmara de Comércio dos EUA em Portugal (AmCham) também acredita numa solução negociada. “Estamos a falar de dois blocos que fazem parte de um mesmo bloco, que é o dos países ocidentais, e que se guiam pelos mesmos valores, pelo estado de Direito, o respeito pelos direitos humanos e o funcionamento das economias de mercado”, refere António Martins da Costa. “É sentando-se à mesa que chegarão a um acordo nesta matéria”, defende, mesmo que sejam necessárias várias reuniões.

“O mecanismo permite exceções, de não pôr tantas barreiras comerciais a parceiros com quem os EUA tenham acordos de comércio. Infelizmente, não é o caso da UE, porque o acordo que esteve quase a ser assinado acabou por cair. Há aqui uma tentativa de ver se é possível considerar que essa exceção também se aplica a aliados, que é o caso da União Europeia”, explica o presidente da Amcham.

A Inflation Reduction Act deve fazer-nos refletir sobre como podemos melhorar as nossas estruturas de auxílio estatal e adaptá-las a um novo ambiente global.

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

A França tem sido um dos principais defensores de um pacote de subsídios rival. Uma opção apoiada publicamente pela presidente da Comissão Europeia, que no domingo apelou a uma adaptação das regras sobre ajudas de Estado para acomodar subsídios às energias verdes. “A Inflation Reduction Act deve fazer-nos refletir sobre como podemos melhorar as nossas estruturas de auxílio estatal e adaptá-las a um novo ambiente global. A nova política industrial assertiva dos nossos concorrentes exige uma resposta estrutural”, afirmou Ursula Von der Leyen.

O presidente francês abordou a questão no encontro com Joe Biden, na semana passada, e recebeu uma resposta encorajadora durante a conferência de imprensa conjunta. “Há ajustes que podemos fazer que podem tornar mais fácil para os países europeus participarem ou ficarem por sua conta, mas isso é algo a ser resolvido”, disse o presidente americano. “Nunca pretendi excluir quem estava a cooperar connosco. Essa não era a intenção”, disse Biden, afirmando também que não irá “pedir desculpa” por legislação que é vital para criar emprego no país.

Conferência conjunta de Joe Biden e Emmanuel Macron, durante a visita do presidente francês, na semana passada. EPA/SHAWN THEWEPA/SHAWN THEW

Esta semana ocorreu uma reunião do Conselho de Comércio e Tecnologia, que reúne os dois blocos, onde foi avaliado o trabalhado da task force conjunta criada para ultrapassar o diferendo. A União Europeia reiterou as suas preocupações sobre as “medidas discriminatórias” e “subsídios distorcivos”, mas notou os “progressos preliminares alcançados”, esperando que os EUA respondam de forma “construtiva”.

A comissária da Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que as conversas “mexeram o ponteiro no sentido de uma solução”. “Uma das razões porque sinto conforto é porque que já fomos capazes de resolver temas difíceis no passado”, acrescentou, citada pela Bloomberg.

A União Europeia não é a única com queixas. O Canadá avançou já com apoios, para evitar deslocalizações. Japão e Coreia do Sul, países onde a indústria automóvel também tem um grande peso, também tornaram pública a sua discordância. Seul está em conversações com Washington e quer que as empresas sul-coreanas tenham acesso aos créditos fiscais pelo menos até estar concluída a nova fábrica de veículos elétricos da Hyundai no estado da Geórgia, em 2025.

Se a invasão russa da Ucrânia trouxe um novo fôlego às relações políticas entre os EUA e a União Europeia, no plano comercial mantém-se o desconcerto. Os dois blocos negociaram um acordo de comércio livre entre 2013 e 2016, que morreu com a chegada de Donald Trump à Casa Branca. O presidente Republicano optou pela confrontação, impondo tarifas agravadas sobre algumas exportações europeias, que deixaram sequelas. A expressão “guerra comercial” voltou, agora com Joe Biden, por causa dos subsídios atribuídos pela legislação Democrata para baixar a inflação.

A Inflation Reduction Act será o maior investimento de sempre dos EUA para a redução das emissões poluentes e representou uma importante vitória política para o presidente antes das eleições intercalares, depois de a legislação-bandeira do seu programa eleitoral, a Build Back Better, ter merecido a oposição do senador Democrata Joe Manchin, por o pacote de despesa de 3,5 biliões de dólares contribuir para alimentar a inflação. A IRA é, na prática, uma emenda da Build Back Better. Mesmo sem o impulso orçamental inicial, é considerada uma legislação histórica, contribuindo para um corte de 40% nas emissões até 2030 (face a 2005), na estimativa do Governo.

Resta saber se provocará danos numa relação comercial que em 2021 representou uma soma recorde de 1,2 biliões de dólares e dá suporte a 9,4 milhões de empregos diretos e 16 milhões indiretos, dos dois lados do Atlântico.

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Costa pede novas regras europeias que permitam investimentos estratégicos

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

"Precisamos de alterar o modelo de governação económica da Europa e, por isso, devemos aprender com a forma como lidámos com as duas crises anteriores", disse António Costa.

O primeiro-ministro, António Costa, insistiu esta sexta-feira numa resposta europeia à crise atual que repita o modelo adotado com a pandemia, defendendo regras fiscais e económicas que permitam a concretização de investimentos chave. “Precisamos de alterar o modelo de governação económica da Europa e, por isso, devemos aprender com a forma como lidámos com as duas crises anteriores“, afirmou António Costa, referindo os “resultados bastante desastrosos” da resposta europeia à crise financeira de há dez anos e a resposta “bastante bem sucedida” à pandemia.

A União Europeia está neste momento a debater uma revisão das regras orçamentais e financeiras e há uma proposta da Comissão que já tem “contributos muito positivos”, no entanto, é necessário, para além desses contributos, “um estabilizador macroeconómico permanente”, para “estabilização em situações de crise”, defendeu António Costa, na cidade espanhola de Alicante, no final de uma cimeira de nove países do sul da União Europeia (um grupo informal conhecido como MED9).

Em paralelo, e também como aconteceu com a pandemia, acrescentou, é necessário “um instrumento permanente de investimento” para garantir que serão concretizados “investimentos estratégicos” de que a União Europeia necessita, em áreas como a energia ou a tecnologia, por exemplo, com vista às designadas transições energética e digital.

António Costa lembrou que a Europa tem como objetivo aumentar a sua autonomia estratégica, o que passa por diminuir a sua dependência de terceiros em termos de abastecimento energético, mas também no que toca à produção industrial, de “elementos fundamentais” para essa transição energética e digital. As declarações do primeiro-ministro português seguem as conclusões da cimeira do MED9 que decorreu hoje em Alicante.

Na declaração conjunta final do encontro, os nove países defendem que a “abordagem unida e conjunta” da União Europeia à pandemia “deve ser mantida” na resposta aos “desafios resultantes da guerra” na Ucrânia. O novo modelo de governação económica e fiscal europeu deve também “levar em consideração as lições aprendidas com a resposta conjunta à crise da covid-19”, em particular os mecanismos adotados em termos de regras macroeconómicas e fundos europeus, defendem estes países.

“Tendo em conta a diversidade da situação económica nos estados-membros [da UE], as novas regras fiscais deveriam ser mais simples, favoráveis ao investimento”, lê-se no texto da “Declaração de Alicante”, divulgado no final do encontro. Neste contexto, o MED9 considera que as atuais propostas da Comissão Europeia são uma boa base de discussão.

As regras fiscais estão relacionadas com limites de défices ou dívidas públicas, por exemplo. Quanto a outra proposta de Bruxelas, para fixar um preço máximo para o gás, estes países pedem que venha a ser adotado um mecanismo mais flexível, “baseado no mercado”, e não imposto um valor fixo inalterável. “Além disso, através da rápida implementação de compras conjuntas de gás, alavancamos o nosso poder de compra para fazer baixar os preços”, lê-se no documento.

Esta foi a 9.ª Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, o MED9, de que fazem parte Portugal, Espanha, Itália, França, Malta, Grécia, Chipre, Eslovénia e Croácia. A 10.ª cimeira do MED9, em 2023, será em Malta.

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Rastreios vão ser alargados a cancro do pulmão, próstata e estômago, diz ministro

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2022

"Vamos trabalhar de imediato e julgo que, para qualquer um destes casos [de rastreio a cancros], haverá já em 2023 programas-piloto”, afirmou Manuel Pizarro.

O ministro da Saúde anunciou esta sexta-feira o alargamento do programa de rastreios oncológicos aos cancros do pulmão, da próstata e do estômago, que arrancarão no próximo ano com projetos-piloto. “No caso concreto de Portugal, vamos trabalhar de imediato e julgo que, para qualquer um destes casos, haverá já em 2023 programas-piloto”, afirmou Manuel Pizarro em Bruxelas, onde participou hoje Conselho de ministros da Saúde da União Europeia.

Segundo o governante, nesta reunião foi aprovada uma recomendação do Conselho que atualiza os programas de rastreio, prevendo que, no caso do cancro da mama, passem a ser incluídas mulheres mais jovens e mais velhas do que as abrangidas no atual programa de despiste da doença.

“Este programa de rastreio vai ser estendido ao cancro do pulmão, da próstata e do estômago em certos casos”, avançou Manuel Pizarro, que admitiu que, logo no primeiro ano, não será possível alcançar uma cobertura plena da população-alvo destes novos rastreios.

De acordo com o ministro, o rastreio do cancro do pulmão será dirigido aos grandes fumadores, o do cancro do estômago “às comunidades onde o risco é mais significativo” e o da próstata a todos os homens com idades superiores a 50 e 55 anos, conforme os casos.

O rastreio é um processo de diagnóstico precoce em pessoas que não apresentam sintomas e, em Portugal, existe um programa de despiste para o cancro de mama, colorretal e colo do útero. Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), estes rastreios têm demonstrado uma redução de mortalidade de aproximadamente 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero.

Manuel Pizarro adiantou ainda que, no Conselho de ministros da Saúde da União Europeia, foi feito um apelo à Comissão Europeia para que estabeleça um plano de ação para a promoção da saúde mental, uma das áreas que sofreu maior impacto com a pandemia da covid-19. “Houve quase unanimidade no apelo à Comissão Europeia para que seja lançado um plano de ação para a promoção da saúde mental, com a concretização de 2024 como o Ano Europeu da Saúde Mental”, disse o ministro.

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