“Não há razão” para cair referencial de 5% para aumentos salariais no privado, diz Governo

Referencial de 5% para aumentos dos salários é para respeitar, apesar de crise política, avisa secretário de Estado. Mas há medidas do acordo de rendimentos que caem, como a reforma a tempo parcial.

O secretário de Estado do Trabalho entende que, apesar da crise política, “não há razão” para cair o referencial de 5% para os aumentos salariais no privado para 2024. Esta foi uma das medidas negociadas pelo Governo com os patrões e os sindicatos, no âmbito do acordo de rendimentos, sendo que algumas das matérias que constam desse entendimento não terão a “mesma sorte”. É o caso da criação de reformas a tempo parcial, que ficou sem condições para avançar por causa da queda do Governo, admitiu Miguel Fontes.

“Já estamos com a esmagadora maioria das medidas [do acordo de rendimentos] realizada. Não há razão para que alguém invoque esta situação para se desobrigar. Muitas das matérias que as confederações patronais entenderam quase como contrapartida a esse compromisso do referencial dos aumentos ficaram materializadas na proposta do Orçamento do Estado, que hoje foi votada”, sublinhou o responsável, em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião de Concertação Social.

Das 55 medidas inicialmente firmadas entre o Governo, as quatro confederações patronais e a UGT, no âmbito do acordo de rendimentos, neste momento 67% já estão realizadas, 15% estão em curso, 13% estão em preparação e 5% estão por iniciar, detalhou o secretário de Estado, que fez, por isso, um “balanço muito positivo” e considerou estar em causa um “bom ritmo” de implementação.

Entre as medidas já concretizadas, Miguel Fontes destacou a subida do salário mínimo nacional (que chegará aos 820 euros em janeiro), mas também o IRS Jovem, que será reforçado no próximo ano – conforme previsto no Orçamento do Estado –, a criação de um mecanismo de incentivo de regresso ao trabalho para os desempregados de longa duração e ainda a conversão do Fundo de Compensação do Trabalho.

Por outro lado, mesmo com o Governo a entrar em gestão em breve, o secretário de Estado garantiu que continuará a trabalhar, no que for possível, para executar as medidas previstas. Ainda assim, admitiu que há matérias que terão de ficar pelo caminho.

Por exemplo, em outubro deste ano, o Governo, três das confederações patronais e a UGT assinaram um reforço do referido acordo, que prevê a criação de um “mecanismo que promova a transição gradual e progressiva da saída do mercado de trabalho, permitindo o acesso à reforma a tempo parcial, em acumulação com rendimento de trabalho, antes da idade legal da reforma, numa lógica de partilha de conhecimento e experiência entre gerações”.

Ora, sem que o Governo tenha poderes plenos, não conseguirá avançar nesse sentido. “A reforma a tempo parcial implica a produção ou de proposta de lei ou de um decreto-lei, que já não vai ser possível fazer“, precisou o mencionado responsável. Na reunião desta quarta-feira, o secretário de Estado do Trabalho apresentou também um balanço do acordo de formação profissional (assinado em 2021 na Concertação Social) aos parceiros sociais.

De acordo com o documento distribuído pelo Governo, 21% das medidas previstas já foram realizadas, 49% estão em curso e 30% estão ainda por iniciar. O Ministério do Trabalho destaca ainda que a taxa de cobertura da formação para desempregados passou de 13,2% em 2015 para 19,5% em 2022. No total, foram investidos dois mil milhões de euros para ações de formação.

Importa notar que esta manhã o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu conta que o desemprego aumentou para 6,7%, o valor mais elevado desde março (ainda que apenas 0,1 pontos percentuais acima de setembro e 0,6 pontos percentuais acima de outubro do ano passado).

Ainda assim, é “historicamente baixo“, frisou o secretário de Estado do Trabalho, em reação, que garantiu que o Governo “tudo fará para preservar o emprego“, até porque tal é “essencial para alavancar o crescimento económico”.

Notícia atualizada às 23h31

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Vidago Palace Hotel e parque termal em vias de classificação

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

A Super Bock Group, detentora do Parque de Vidago, argumenta que pelo "potencial turístico" e "características arquitetónicas únicas" no país, deve "continuar a ser valorizado e protegido”.

A abertura do procedimento de classificação do Vidago Palace Hotel e parque termal envolvente foi esta quarta-feira publicado em Diário da República (DR) e visa reconhecer o interesse público deste património localizado no concelho de Chaves.

A abertura deste procedimento de classificação do conjunto Vidago Palace Hotel, spa, club house, fontes 1, 2, 3 e 4, casa agrícola, centro de congressos e parque, em Vidago, publicado em Diário da República, tem como finalidade reconhecer o interesse público, não só local como nacional deste património, pela Direção-Geral do Património Cultural”, disse à agência Lusa fonte do Super Bock Group, detentor do espaço.

A empresa argumentou que “pelas suas várias valências, nomeadamente pelo potencial turístico, e com características arquitetónicas e paisagísticas únicas no país, o Parque de Vidago deve continuar a ser valorizado e protegido”.

“É o que o grupo tem vindo a fazer ao longo dos anos. Tem sido com verdadeiro sentido de responsabilidade que o Super Bock Group tem ajudado ao desenvolvimento social e económico da região, e a atribuição desta classificação irá reforçar o Parque de Vidago como zona especial de proteção em Portugal para benefício das comunidades e diferentes gerações”, salientou.

O Vidago Palace é um hotel de cinco estrelas que foi instalado num palácio centenário, no centro do Parque Termal de Vidago, onde existe também um spa moderno e um campo de golfe, bem como outras instalações e fontes termais. O spa termal e o club house são da autoria do arquiteto Álvaro Siza Vieira.

No site da unidade hoteleira escreve-se que “foi no século XIX que o rei D. Carlos I desejou ver construída uma estância terapêutica de luxo que tivesse projeção além-fronteiras” e que as “águas da Vila de Vidago já na altura eram consideradas de interesse nacional”.

Inaugurado a 06 de outubro 1910, no ano em que foi instaurada a Primeira República, o Vidago Palace Hotel foi alvo de grandes obras de reabilitação e foi reinaugurado precisamente 100 anos depois, a 6 de outubro de 2010. Segundo o anúncio publicado em DR e assinado pelo diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, o “conjunto em vias de classificação e os imóveis localizados na zona geral de proteção – 50 metros contados a partir dos seus limites externos – ficam abrangidos pelas disposições legais em vigor.

Os elementos relevantes do processo (fundamentação, despacho e planta do imóvel em vias de classificação e da respetiva zona geral de proteção) estão disponíveis nas páginas eletrónicas da Direção-Geral do Património Cultural, Direção Regional de Cultura do Norte e Câmara Municipal de Chaves.

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Gigantes americanas preparam fusão de seguradoras de saúde

  • ECO Seguros
  • 29 Novembro 2023

A Cigna e a Humana, duas das maiores seguradoras do mundo, estão a preparar um acordo que vale 140 mil milhões de dólares, reduzindo a cinco as mega seguradoras de saúde a atuar nos Estados Unidos.

As seguradoras de saúde norte-americanas Cigna e Humana estão em negociações para um potencial negócio de dinheiro e ações para criar outro gigante do setor de seguros de saúde, afirma a Bloomberg citando “pessoas familiarizadas com o assunto”.

O momento e a estrutura de uma possível parceria não estão claros, mas a fusão pode criar um poderoso adversário para os rivais UnitedHealth Group e CVS Health. No entanto, o tamanho do conjunto ainda não se aproximaria do UnitedHealth Group, a maior seguradora do mundo, com um valor de mercado de quase meio bilião de dólares. O valor de mercado da Cigna é de cerca de 80 mil milhões de dólares, enquanto o da Humana é de aproximadamente 63 mil milhões.

Se consumado, o acordo reduziria o número de seguradoras de saúde de alcance nacional nos Estados Unidos e cotadas em bolsa de seis para cinco e daria a esta fusão mais poder de negociação com hospitais ou Medicare, disse Glen Losev, analista da Bloomberg Intelligence. “O seguro saúde é um negócio em grande escala”, disse Losev, “eles teriam mais capacidade de expandir suas margens de lucro.”

As duas empresas têm algumas características complementares. A Cigna é proprietária da Express Scripts, uma das maiores gestoras de benefícios farmacêuticos, enquanto a Humana é uma das maiores fornecedoras de planos que administram versões privadas do Medicare, o programa de saúde dos EUA para idosos. O negócio Medicare da Cigna é pequeno em comparação. A Humana disse que vai parar de vender cobertura para empresas, onde a Cigna é mais forte.

A combinação provavelmente ainda enfrentaria obstáculos antitrust num setor onde alguns foram bloqueados pelos reguladores. Isso incluiu uma proposta de união entre a Cigna e a Anthem, agora Elevance Health, e um acordo separado para a Humana se combinar com a Aetna.

A última grande onda de consolidação do setor ocorreu há cerca de cinco anos, quando a CVS fechou um acordo de quase 70 bilhões de dólares com a Aetna.

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Oposição chumba orçamento para 2024 na Câmara da Guarda

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

"Nós governamos com contributos da oposição, claro que sim. Mas nunca iremos governar com o orçamento da oposição", diz o autarca Sérgio Costa.

A oposição no executivo da Câmara Municipal da Guarda, gerida pelo movimento Pela Guarda, chumbou esta quinta-feira o orçamento municipal para 2024, com um valor de 73,8 milhões de euros. Os três vereadores do PSD e a vereadora do PS reprovaram a proposta apresentada, que apenas mereceu o voto favorável dos três eleitos do movimento Pela Guarda (PG).

Durante a discussão do orçamento, a vereadora socialista, Adelaide Campos, manifestou-se disponível para uma “plataforma de entendimento” com a restante oposição para fazer uma revisão de alguns pontos”. O presidente da Câmara, Sérgio Costa, mostrou abertura e deu até quinta-feira para que sejam apresentados os contributos.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o autarca afirmou não ter receio de qualquer cenário possível na sequência do chumbo do orçamento. “Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for”, sublinhou o autarca.

Mas avisou que o PG não governa com o orçamento da oposição. “Nós governamos com contributos da oposição, claro que sim. Mas nunca iremos governar com o orçamento da oposição“.

Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for.

Sérgio Costa

Presidente da Câmara Municipal da Guarda

Sérgio Costa salientou que com a reprovação do orçamento pode estar em causa a execução de diversos projetos, como os que foram aprovados esta quinta-feira, na reunião do executivo, e outros já iniciados. O autarca deu o exemplo do programa da habitação, o órgão da Sé e o apoio às juntas de freguesia, aprovados na reunião. “É esta a consequência que pode ter o chumbo do orçamento. Os partidos políticos que estão no executivo municipal têm de ser chamados à razão por aquilo que hoje fizeram”, sustentou Sérgio Costa.

Os três vereadores do PSD aludiram a 19 pontos para justificar o chumbo do orçamento que entendem não ter “investimento real e efetivo“.

Carlos Chaves Monteiro referiu que, a avaliar pelo documento, “vai ser mais um ano de projetos e projetos e nada de obra”.

O autarca apontou que no documento se destacam “milhões de euros para a reabilitação das áreas ardidas”, mas que “gostaria de ver esses milhões refletidos em projetos mobilizadores para a Guarda“.

O eleito do PSD destacou a ausência de obra no Centro Histórico e na Praça Velha, o retrocesso na Carta Educativa e a falta de investimento na saúde e na habitação. Carlos Chaves Monteiro realçou ainda que a cultura é “o parente pobre” e considerou que “é muito redutor” aquilo que o executivo tem feito nesta área.

O autarca considerou que “daqui para a frente o executivo tem de governar a olhar para a oposição como apoio”.

A vereadora Adelaide Campos considerou que a cidade “vai decaindo a olhos vistos” e que temas como a reabilitação da Praça Velha e incentivos para fixação dos jovens são “uma emergência para a Guarda”. Na sua opinião, viabilizar o orçamento seria “perpetuar uma situação de pouca atividade e pouca ambição”.

No início da reunião de Câmara tomou posse pelo PG o vereador Rui Melo, em substituição da vereadora Diana Monteiro, que renunciou ao mandato em meados do mês.

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Câmara de Lisboa aprova orçamento e devolve 4,5% do IRS a munícipes

"É muito importante reduzir os impostos em Lisboa, aliviando a carga fiscal sobre os seus moradores. Por isso, vamos continuar a devolver o IRS aos munícipes de Lisboa", diz Moedas.

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou, esta quarta-feira, o orçamento para 2024, na ordem 1,3 mil milhões de euros cuja maior fatia se destina à mobilidade (289 milhões de euros) a que se segue a habitação (150 milhões de euros). Na votação, que foi feita ponto a ponto, os deputados deram ‘luz verde’ à devolução de 4,5% do IRS aos lisboetas.

“É muito importante reduzir os impostos em Lisboa, aliviando a carga fiscal sobre os seus moradores. Por isso, vamos continuar a devolver o IRS aos munícipes de Lisboa: aumentámos essa devolução para 4,5% e no próximo ano queremos chegar aos 5%”, afirmou o autarca Carlos Moedas em declarações ao ECO/Local Online.

“Aprovámos um orçamento extremamente ambicioso que reflete o nosso projeto para Lisboa, ao serviço das pessoas. No topo das prioridades deste orçamento surge a habitação, área na qual vamos investir 150 milhões de euros, valor que representa um aumento de mais de 40% face ao último ano”, assinala o autarca social-democrata.

“Estamos cientes de que este é o maior desafio da cidade e por isso construímos uma resposta robusta, com investimento nos bairros municipais, em habitação acessível, em zonas da cidade que estavam esquecidas, e em apoios como o Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível”, completou.

Ainda no tópico habitação, criticou, “lamentavelmente, a oposição voltou a chumbar a nossa proposta de isenção de IMT [Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis] na aquisição de habitação própria por jovens até aos 35 anos, impedindo assim esta geração de aceder a um apoio que seria, não tenho dúvida, muito importante para que os jovens, conhecida que é a realidade do mercado, comprar casas suas.

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Lucro da Ibersol sobe quase 30% para 9,5 milhões até setembro

  • ECO
  • 29 Novembro 2023

Grupo de restauração, que explora marcas como a Pizza Hut e KFC, faturou mais 22% nos primeiros nove meses do ano.

A Ibersol, que explora várias cadeias de fast food como a Pizza Hut, KFC ou Pans em Portugal e Espanha, registou lucros de 9,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de quase 30% em relação ao mesmo período de 2022.

O grupo de restauração atingiu um volume de negócios de 310,1 milhões de euros, mais 22% em termos homólogos.

Em comunicado enviado ao mercado, a empresa explica que a margem bruta registada foi de 76,2% do volume de negócios, 0,4 pontos percentuais superior à de 2022, “evidenciando a estabilização dos preços das matérias-primas após o impacto da inflação nos produtos alimentares com impacto mais acentuado no terceiro trimestre de 2022”.

Por outro lado, registou um aumento dos custos salariais, que também foram pressionados pelo início da operação de novas concessões – como no aeroporto de Madrid, com nove espaços concessionados de foram provisória – com “produtividades inferiores por efeito de operarem em formatos provisórios”.

Dessa forma, os custos com pessoal aumentaram 23,5% para 93,5 milhões de euros, representando 30% do volume de negócios. Em setembro, a Ibersol tinha 434 unidades próprias e 60 unidades franquiadas em Portugal, Espanha e Angola.

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Consumidores é que vão pagar transição climática, avisa a Águas de Portugal

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

“Quem vai pagar a transição climática, somos nós. Não sabemos bem se é por via dos impostos se é pela via da tarifa, certamente não será por via dos subsídios", disse presidente da AdP.

O presidente das Águas de Portugal avisou esta quarta-feira que os subsídios para financiar a transição climática no setor estão em redução gradual e que são as pessoas que vão pagar a fatura, ou através dos impostos ou das tarifas.

Quem vai pagar a transição climática, somos nós. Não sabemos bem se é por via dos impostos se é pela via da tarifa, certamente não será por via dos subsídios. Os subsídios estão em phasing out [redução gradual], tendo uma vocação de distribuição positiva cada vez mais focada”, alertou José Furtado, presidente do Conselho de Administração das Águas de Portugal.

De uma forma geral, a moeda que financia a transição climática tem duas faces: ou impostos ou tarifas, disse, comparando a equação em causa a um jogo de soma nula onde “quanto mais estiver nos impostos, menos está na tarifa e vice-versa”.

No debate de encerramento do Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento (ENEG), em Gondomar – onde participou – aquele responsável reconheceu que a transição climática vai “agudizar” a assimetria entre as regiões metropolitana e as do interior que terão mais dificuldades em cumprir os objetivos traçados.

Neste esforço assimétrico, José Furtado defende que devem existir mecanismos de solidariedade social, considerando “inadmissível ou sustentável” que “determinados segmentos populacionais tenham de acarretar com boa parte do esforço” de investimento decorrente, entre outros, da transposição das diretivas europeias para a qualidade da água e para as águas residuais.

Também em Espanha, o financiamento é o maior desafio do setor da água. Pascual Fernández, presidente da Asociación Española de Abastecimientos de Agua y Saneamiento (AEAS), revelou que, tal como em Portugal, as tarifas, que rondam os dois euros por metro cúbico no país vizinho, são “claramente insuficientes” para fazer face aos custos operativos.

O valor cobrado em Espanha contrasta, diz, com os dos países nórdicos ou com o continente americano, onde é cumprido o princípio do utilizador pagador e onde as tarifas podem chegar os 12 euros por metro cúbico. Para Pascual Fernández, a aplicação efetiva deste conceito permitiria obter fundos para “atacar” os desafios vindouros.

Já a presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Vera Eiró, considera que o setor tem problema de governança que é necessário resolver, instando as 232 entidades gestoras (155 municípios em gestão direta) a entenderem-se.

A dirigente reconhece, contudo, que a grande dificuldade na gestão direta é a “subsidiação implícita” que resulta do facto de o país não ter uma gestão nacional de cobertura de gastos. “Isto traz problemas para o futuro porque as pessoas não valorizam aquilo que têm, nem estão a pagar aquilo que devem pagar”, disse.

Vera Eiró considera ainda que ao aplicar o critério de subsidiação global ao setor, Portugal está, por um lado, a subsidiar quem precisa e quem não precisa – “o que é injusto” – e por outro, a não permitir que haja investimento. “Porque sem tarifas adequadas não se consegue fazer investimento na estrutura e com um investimento em reabilitação de 0,2% ao ano não vamos lá. Vamos ter um problema grave daqui a dez anos e vai ser uma vergonha”, rematou.

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Glovo lança a sua maior campanha de meios do ano a nível nacional

A campanha inclui investimento em out of home e televisão. A criatividade foi interna e o planeamento de meios ficou a cargo da Media Gate.

Com o Natal cada vez mais perto, a Glovo lançou sua a maior campanha de meios do ano a nível nacional, destacando a promoção de 2×1 que está a decorrer nos restaurantes Burger King, h3 e KFC, que permite encomendar duas refeições pelo preço de uma através da aplicação da Glovo.

A campanha inclui investimento em out of home – sendo encontrada em mupis e autocarros em Almada, Lisboa e Porto – e ainda num anúncio em televisão. A criatividade foi assumida internamente pela Glovo e o planeamento de meios ficou a cargo da Media Gate.

Com o mote “O que pedires, em minutos”, o spot de televisão reforça a conveniência e rapidez do sistema de entregas da Glovo. Perto do final do anúncio, é destacada a campanha de 2×1 no h3, restaurante exclusivo Glovo. A campanha decorre até dia 12 de dezembro.

Além das três cadeias (Burger King, h3 e KFC), muitos outros restaurantes espalhados pelo país vão oferecer uma das refeições na compra de outra e suprimir a taxa de entrega, refere-se em nota de imprensa.

Para isso é preciso subscrever o serviço Glovo Prime, disponível por 5,99 euros/mês ou 15,99 euros por três meses. É ainda possível realizar uma subscrição anual por 56,99 euros.

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AVIVA evita 120 milhões de dólares em sinistros fraudulentos

  • ECO Seguros
  • 29 Novembro 2023

A seguradora detetou mais de mais de 9.250 casos de fraude em queixas de seguros, em 2022. Fraude com lesões corporais motoras contou 48% para todas as reclamações ilícitas recebidas em 2022.

Do suposto envolvimento de um motorista de seis anos a um anel de noivado que afinal não estava perdido, são muitas as formas utilizadas para tentar defraudar uma seguradora. Mas os mecanismos antifraude da seguradora britânica Aviva revelaram que mais de 9.250 queixas em 2022 eram casos de fraude de seguros. Como resultado, a seguradora economizou 120 milhões de dólares (cerca de 109 milhões de euros), avançou a seguradora.

A seguradora investigou mais de 19 mil reclamações fraudulentas no ano passado, e verificou que as reclamações por reparação fraudulenta aumentaram nesse período, já o número de fraudes em seguros de habitação aumentou 18%. O tipo de fraude que se destaca é a fraude com lesões corporais motoras, pois foi responsável por 48% de todas as reclamações fraudulentas recebidas em 2022.

De acordo com Pete Ward, chefe da Defesa Contra Fraude da AVIVA, “A Aviva está aqui para pagar sinistros verdadeiros rapidamente, mas não pagaremos sinistros fraudulentos. Queremos ajudar os nossos clientes quando eles precisam de nós e estamos comprometidos em garantir que o custo da fraude em seguros não seja transmitido aos nossos clientes genuínos.”

“Perseguir uma reclamação fraudulenta é um assunto muito sério e pode haver muitas consequências para o indivíduo. Isso pode potencialmente resultar na adição do nome do indivíduo ao Insurance Fraud Register, um banco de dados de fraudadores conhecidos em todo o setor”, refere Pete Ward.

O Insurance Fraud Register (Registo de Fraude de Seguros) é um registo disponível no Reino Unido utilizado pelas seguradoras para tomarem decisões de contratualização de apólices e avaliação de sinistros, podendo afetar futuras solicitações de seguros, classificação de crédito e solicitações de hipotecas.

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Ex-ministros Siza Vieira e Graça Fonseca satisfeitos com arquivamento de inquérito

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

“Sempre me surpreendeu muito [este caso]. Não fui constituído arguido, não sei exatamente o que está na origem do processo e vi a minha cara nos jornais", disse ex-ministro da Economia.

Os ex-governantes Pedro Siza Vieira e Graça Fonseca manifestaram-se esta quarta-feira satisfeitos com o arquivamento do inquérito sobre os ajustes diretos da Câmara de Lisboa ao escritório de advogados Linklaters, que visavam também os ministros Fernando Medina e Duarte Cordeiro.

“Sempre me surpreendeu muito [este caso]. Não fui constituído arguido, não sei exatamente o que está na origem do processo e vi a minha cara nos jornais. Nunca percebi porque se fez notícia à volta deste tema, mas fiquei muito satisfeito por o Ministério Público [MP] perceber que não havia indícios de crimes”, afirmou o antigo ministro da Economia Pedro Siza Vieira.

Em declarações à Lusa, o advogado e ex-governante relembrou que quando este caso foi mediatizado, em outubro de 2022, já não integrava o Governo e pediu então ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) para ser ouvido, tendo dado “todos os factos, na sua maior parte públicos”, ao MP.

Siza Vieira saiu ainda em defesa dos seus antigos colegas do executivo e que também eram visados na investigação. “Fernando Medina nunca interveio nestes contratos e ninguém da sociedade de advogados [à qual estava ligado] falou com Graça Fonseca ou Duarte Cordeiro a propósito destas coisas. Na maioria dos contratos [que foram assinados], Medina nem estava na [presidência] da Câmara de Lisboa”, sublinhou.

Por sua vez, Graça Fonseca assumiu ter sido “notificada pela comunicação social, quer pela existência do inquérito, quer pelo ‘não início’”, com a notícia do arquivamento avançada pelo jornal ECO e confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Segundo percebo, tem a ver com questões de quando era responsável pelo departamento jurídico da Câmara. A prática que veio nos jornais é a que sempre foi seguida e continuou a ser seguida, nunca consegui compreender [a investigação]. Folgo em ver que o MP não prosseguiu o inquérito”, referiu à Lusa a ex-ministra da Cultura.

Entretanto afastada da política ativa, Graça Fonseca lamentou os seis anos que terá durado a investigação deste processo. “Gostava muito que estes processos pudessem ser um pouco mais céleres. É muito importante para a democracia que todos confiemos uns nos outros e no funcionamento democrático da sociedade. É importante que haja uma reflexão”, resumiu.

A Lusa contactou também o Ministério do Ambiente para obter um comentário do ministro Duarte Cordeiro, mas foi remetida para a reação do governante nas redes sociais, onde se limitou a apontar para a duração da investigação: “Sete anos!”

A Lusa tentou ainda obter uma reação de Fernando Medina sobre este tema à saída da reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que se realiza em Lisboa até sexta-feira, mas o ministro não quis falar à comunicação social.

No inquérito agora arquivado estavam a ser investigados contratos da Câmara de Lisboa com a sociedade de advogados Linklaters, que teria arrecadado mais de 800 mil euros em serviços jurídicos à autarquia, com o MP a centrar as atenções em contratos de mais de meio milhão de euros associados aos litígios do Parque Mayer e da EPUL.

Os contratos teriam sido assinados por Fernando Medina, quer enquanto vereador, quer enquanto presidente da Câmara, mas também por Duarte Cordeiro e Graça Fonseca, quando também eram vereadores da autarquia já na presidência de Medina (entre abril de 2015 e outubro de 2021).

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CTT abrem Loja dos Sonhos. Novo espaço vai acolher Pai Natal Solidário

O projeto Pai Natal Solidário vai "ganhar vida" na nova Loja dos Sonhos, onde vão estar disponíveis em formato físico algumas cartas de crianças desfavorecidas com pedidos de presentes.

“Um espaço que vai ‘respirar’ Natal, aberto a todas as pessoas, miúdos e graúdos” é o que os CTT vão abrir na “Loja dos Sonhos“, nos Restauradores. O local vai também acolher o Pai Natal Solidário.

Neste local decorado de forma natalícia, vão estar disponíveis espaços para as crianças poderem escrever ao Pai Natal, com um marco de correio verdadeiro, onde podem ser colocados todos os seus pedidos.

Mas este espaço tem também uma componente solidária, sendo uma extensão do Pai Natal Solidário dos CTT, projeto que existe desde 2009 e que já possibilitou a entrega de mais de 17 mil presentes a crianças institucionalizadas. O Pai Natal Solidário dos CTT envolve atualmente 43 instituições que cuidam de crianças carenciadas.

O espaço vai assim disponibilizar algumas cartas de crianças desfavorecidas com pedidos de presentes, de forma a que qualquer pessoa possa apadrinhar e responder a estes pedidos. Estas cartas, de várias instituições, estão todos os anos disponíveis por esta altura no site dos CTT, mas este ano são também disponibilizadas em formato físico no novo espaço.

A Loja dos Sonhos conta ainda com um espaço de fotografias, com uma rena e um trenó. A sua inauguração decorre esta quinta-feira, dia 30 de novembro, com um concerto dos Ala dos Namorados, que vão apresentar o novo álbum.

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Empresa do Canadá pretende minerar ouro em Gondomar, Paredes e Penafiel

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

Apenas a Câmara de Penafiel admitiu emitir parecer favorável “desde que salvaguardadas todas as recomendações de boas práticas para os trabalhos de prospeção e pesquisa”.

Uma empresa do Canadá pretende extrair ouro, entre outros minérios, numa área de cerca de 70 quilómetros quadrados nos concelhos de Gondomar, Paredes e Penafiel, processo que esta quarta-feira o Parque das Serras do Porto divulgou estar em consulta pública.

Segundo o portal Participa.pt, a consulta pública decorre entre 13 de novembro e 27 de dezembro e visa a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de ouro, prata, antimónio, cobre, chumbo, zinco e minerais numa área designada por “Valongo”, a cargo da empresa Globex Mining Enterprises Inc.

A empresa pretende trabalhar nos concelhos de Penafiel, Paredes e Gondomar, abrangendo as freguesias de Rio Mau, Canelas, Capela, Fonte Arcada, Paço de Sousa, Parada de Todeia, Sebolido, Lagares e Figueira, Aguiar de Sousa, Sobreira e União das freguesias de Melres e Medas e Foz do Sousa e Covelo, lê-se no edital da Direção-Geral de Energia a Geologia publicado pelo Parque.

Feita a consulta prévia, em 2022, aos municípios, lê-se no portal, que apenas a Câmara de Penafiel admitiu emitir parecer favorável “desde que salvaguardadas todas as recomendações de boas práticas para os trabalhos de prospeção e pesquisa”.

A Câmara de Paredes invocou “informações técnicas emitidas pela Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística e pelo Pelouro da Cultura” para justificar o “parecer desfavorável” enquanto Gondomar anunciou que manteria o “parecer desfavorável” até lhe ser apresentado o “respetivo Plano de Lavra que permita inferir numa primeira instância o impacto de concessão”.

No concelho vizinho de Valongo, a decisão foi no mesmo sentido, entendendo o município que “não se justifica atribuir novos direitos de prospeção pesquisa para um território onde o tema da exploração mineira dos depósitos minerais referidos está enquadrado pelo município e é percecionado pela população como integrante do património cultural, nomeadamente arqueológico”.

Igualmente chamado a pronunciar-se, o Ministério da Agricultura e da Alimentação, para além dos alertas feitos por a área de intervenção incidir, em parte sobre a Reserva Agrícola Nacional, chamou a atenção para o facto de a área de estudo do projeto “intercetar em toda a sua extensão a Região Demarcada dos Vinhos Verdes”, bem como foram identificados em Campo, Valongo, “cinco regadios tradicionais”.

Por seu lado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, assinalou, no âmbito da sua competência na gestão da Rede Ecológica Nacional, que “o pedido de prospeção deve ser precedido de comunicação prévia, nos termos previstos no Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional, observando-se, desde já, a proibição de realização deste tipo de ações de prospeção e pesquisa nas tipologias albufeiras (rio Douro, em Gondomar), escarpas e faixas de proteção”.

No edital é ainda informado que a empresa sediada em Toronto irá realizar, em cada município e freguesias abrangidas, concluído o período de consulta pública, pelo menos uma sessão pública de esclarecimento dirigida às populações dos territórios abrangidos.

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