O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de julho

  • ECO
  • 10 Julho 2023

Ao longo desta segunda-feira, 10 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A comissão parlamentar de inquérito à TAP em números

Os trabalhos da comissão estenderam-se por 141 dias, durante os quais foram ouvidas 46 personalidades e feitos 558 pedidos de informação. Conheça os grandes números de que se fez a CPI à TAP.

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP está prestes a terminar. Esta segunda-feira acaba o prazo para os partidos apresentarem propostas de alteração ao relatório, cuja versão final será votada no dia 13. Nesse dia, a comissão terá 141 dias de funcionamento, um dos muitos grandes números que marcam os trabalhos.

A CPI sobre a tutela política da gestão da TAP tomou posse a 22 de fevereiro. Ao longo de quase cinco meses realizaram-se 46 audições, que começaram com a presença dos responsáveis da Inspeção-Geral de Finanças e terminaram como o ministro das Finanças, Fernando Medina. O tempo médio das audições foi de 3h30 minutos, segundo o relatório preliminar.

Além das audições, as reuniões da comissão trataram de outros temas, como a discussão e votação dos 101 requerimentos dos partidos. O PSD foi o que mais apresentou: 30. Foram aprovados na íntegra 75% dos requerimentos. A maioria deles foi para pedir informações a 36 entidades diferentes, num total de 558 pedidos.

Veja o vídeo com 15 números da comissão:

http://videos.sapo.pt/HnZ9kJNttkqG93TRgv0C

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Atualização intercalar das pensões paga a partir de hoje

Com este aumento intercalar, o valor das pensões já passa a ser aquele que decorre da aplicação da fórmula que tem em conta a inflação.

Depois de muita polémica e confusão, o Governo acabou por determinar um aumento intercalar das pensões que compensa o facto de a atualização no início de 2023 não ter seguido a fórmula que tem em conta a inflação, mas apenas a partir do segundo semestre. É assim esta segunda-feira que os pensionistas já vão ver na conta os efeitos desta medida que atualiza as pensões em 3,57%.

O valor que fica é aquele que deriva da aplicação da fórmula de atualização do valor das pensões. Com este regime, “os pensionistas que receberam o complemento excecional beneficiaram de um apoio extraordinário que acresceu de forma efetiva ao valor das suas pensões, numa percentagem acumulada de 10,19% nas pensões de valor igual ou inferior a duas vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), de 9,85% nas pensões de valor superior a duas vezes o valor do IAS, até seis vezes o valor do IAS, e de 9,25%, nas pensões de valor superior a seis vezes o valor do IAS, até 12 vezes o valor do IAS”, detalhou na altura o Executivo. Este ano, cada IAS equivale a 480,43 euros.

A atualização é feita por referência ao valor de dezembro de 2022 e teve efeitos a partir de 1 de julho de 2023, mas é nesta segunda-feira que começam a ser pagos, pelo que é agora que os pensionistas vão sentir a diferença.

Na portaria que dita os detalhes desta medida são definidos os limites mínimos para as pensões abrangidas: o valor da atualização das pensões entre 291,48 euros e 960,86 euros não pode ser inferior a 9,93 euros, para as pensões entre 960,86 e 2.882,58 euros não pode ser inferior a 34,30 euros e para aquelas entre 2.882,58 e 5.765,16 euros não pode ser menor que 102,91 euros.

Em declarações à RTP3, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social realça que este pagamento intercalar “permite uma capacidade de recuperação do poder de compra dos pensionistas se juntarmos com a meia pensão adicional que foi feita em 2022″. Assim, “feitas as contas” os pensionistas com pensões mais baixas “até têm um aumento de cerca de 10% na soma entre o complemento e a atualização feita em 2023”, sublinhou Ana Mendes Godinho.

A atualização agora significa que no próximo ano, o cálculo será feito já com o valor base correto, fator que tinha levantado bastante preocupação. O ministro das Finanças, Fernando Medina, indicou que a correção da base das pensões, para aplicação integral da fórmula de atualização prevista na lei, deverá custar cerca de 1.000 milhões de euros em 2024.

Ainda que mais reduzido, esta atualização terá impacto também já este ano. No final de junho, Medina salientou que as contas públicas no segundo trimestre serão “significativamente piores”, porque há medidas que “só terão reflexo nas contas a partir do segundo trimestre”. É o caso do aumento das pensões, como exemplificou.

(Notícia atualizada às 9h41 com as declarações da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Julho 2023

No último dia para os partidos proporem alterações ao relatório da comissão de inquérito à TAP, o INE publica dados do comércio internacional de bens e os reformados recebem a pensão melhorada.

A semana arranca com dados do INE sobre as exportações e importações de bens em maio, assim como com uma nova subida dos preços dos combustíveis. A partir desta segunda-feira, os reformados da Segurança Social recebem a pensão já com o aumento intercalar de 3,57%. É também o último dia para os partidos proporem alterações ao relatório da comissão parlamentar de inquérito à TAP.

Aumento intercalar das pensões chega hoje

Os pensionistas da Segurança Social recebem, a partir desta segunda-feira, o subsídio de férias e a pensão melhorada. O aumento intercalar de 3,57%, que incide sobre o valor base da pensão de dezembro de 2022, é pago à maioria dos pensionistas da Segurança Social, podendo oscilar entre os 10 e os 200 euros, dependendo do valor das reformas.

Termina prazo para propor alterações ao relatório da CPI à TAP

Os partidos com assento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) gestão da TAP têm até esta segunda-feira para apresentar propostas de alteração ao relatório elaborado pela deputada socialista Ana Paula Bernardo. Na passada semana, a oposição uniu-se na crítica ao relatório preliminar, defendendo que está “feito à medida” para que o primeiro-ministro não retire consequências políticas junto de Galamba. A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13, estando prevista para dia 19 a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República.

Como evoluem as exportações?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os dados do comércio internacional relativos a maio. No mês de abril, as exportações de bens caíram 3,6% em termos nominais (que não excluem os efeitos da inflação), enquanto as importações registaram uma queda de 5,7%. Foi o primeiro decréscimo nas trocas comerciais portuguesas de bens com os mercados externos desde “os primeiros meses de 2021”. O gabinete estatístico publica ainda dados de maio do Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria.

Combustíveis voltam a subir

Esta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,499 euros por litro de gasóleo simples e 1,668 euros por litro de gasolina simples 95. Significa isto que o litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir 1,5 cêntimos e o de gasolina deverá aumentar dois cêntimos. Na semana passada, o Governo voltou a reduzir os apoios aos combustíveis, anulando assim a descida dos preços nas bombas que se iriam fazer sentir nesta semana.

Erdogan reúne-se com líder sueco antes da cimeira da NATO

A um dia do início da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reúne-se com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson. Esta reunião tem por objetivo tentar desbloquear a oposição turca à adesão da Suécia à Aliança Atlântica. A cimeira da NATO realiza-se nos dias 11 e 12 de julho em Vilnius, na Lituânia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos pagam duas vezes mais às empresas do que às famílias pelas suas poupanças

Além de pagarem menos que a média dos bancos europeus, os bancos portugueses estão entre os que fazem uma maior distinção entre as poupanças dos particulares e das empresas.

Diferenças na remuneração dos depósitos de empresas e famílias são comuns por toda a Zona Euro. Atualmente, entre os 20 Estados-membros, há apenas seis que pagam mais pelo aforro das famílias do que pelo das empresas, e Portugal não é um deles.

Segundo os últimos dados do Banco Central Europeu (BCE), em maio, o diferencial de taxas de juro dos depósitos até um ano das empresas e de particulares no espaço da moeda única era de 49 pontos base, com os bancos a pagarem, em média, 2,46% pelas poupanças das famílias e 2,95% pelas poupanças das empresas. Em Portugal, esse diferencial é 2,4 vezes superior à média da Zona Euro, atingido os 119 pontos base, o terceiro maior entre os bancos do espaço do Euro, sendo apenas superado pelos bancos eslovacos (154 pontos base) e espanhóis (120 pontos base).

Enquanto os bancos nacionais se limitam a pagar 1,18% pelos depósitos das famílias até um ano, oferecem o dobro pelas poupanças das empresas, remunerando os depósitos empresariais com uma taxa de juro média de 2,37%. Entre os bancos da Zona Euro, só os bancos eslovenos apresentam uma diferença de taxas de juro maior que os portugueses.

Isto significa que os bancos nacionais não só pagam menos pelas poupanças das famílias do que a média europeia, como são também dos que fazem uma maior diferenciação entre as poupanças dos particulares e das empresas.

Desde junho do ano passado, um mês antes de o Banco Central Europeu (BCE) ter iniciado o ciclo de subidas das taxas de juro diretoras, que o rácio de taxas de juro dos depósitos se tem alargado em Portugal, encontrando-se atualmente num nível equivalente a 2,2 vezes acima da média dos últimos dez anos.

No entanto, os dados do Banco de Portugal mostram que nem sempre os bancos preferiram pagar melhor às empresas dos que aos particulares. Aliás, nas últimas duas décadas (séries completas do banco central para empresas e particulares), o diferencial de taxas de juro foi, em média, favorável às famílias, com os bancos a remunerarem as poupanças dos particulares com taxas, em média, 1,2 vezes acima da taxa de juro dos depósitos às empresas.

Portugal na cauda da Europa na remuneração dos depósitos

Atualmente, o diferencial de taxas de juro dos depósitos das empresas face ao que é oferecido às famílias é considerável. No entanto, não significa que as poupanças das empresas estejam a ser bem pagas — pelo menos em comparação com a média da Zona Euro.

Olhando para o último ano, verifica-se que, nos novos depósitos até um ano, os bancos nacionais deram uma autêntica cambalhota: se em maio de 2022 ocupavam a sexta posição do ranking dos bancos que melhor remuneravam as poupanças das empresas, hoje ocupam a sétima posição do ranking, mas dos que menos pagam pelos depósitos das empresas.

Nas famílias, houve também uma descida no ranking, mas a queda não foi tão expressiva porque a base inicial já era muito baixa: se hoje a banca nacional é a terceira que menos paga pelas poupanças dos particulares, há um ano já era a quarta pior.

Na altura, os bancos portugueses pagavam, em média, 0,04% pelos novos depósitos até um ano, quando a média da Zona Euro pagava 3,5 vezes mais. Hoje, a oferta da banca nacional é mais generosa, pagando 1,18%, mas ainda se mantém longe da remuneração média dos bancos do espaço da moeda única (2,37%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

101 grandes empresas querem aumentar em 14% emprego jovem até 2026

Novobanco, ECI, Hovione, Barraqueiro ou Vodafone são algumas das 51 empresas a juntar-se ao “Pacto Mais e Melhores Empregos”, da Fundação José Neves. Hoje 101 querem aumentar contratação jovem.

Depois de no início do ano 50 grandes empresas terem assumido o compromisso de aumentar a contratação jovem, esta segunda-feira mais 51 juntam-se ao “Pacto Mais e Melhores Empregos”. Novobanco, El Corte Inglés, Hovione, Grupo Barraqueiro ou Vodafone são algumas das novas empresas que, até 2026, se comprometem a aumentar em 14% a contratação jovem. Em maio, havia em Portugal mais de 70 mil jovens desempregados.

“O nosso objetivo era trazer um conjunto de novas empresas para o Pacto, a marca que tínhamos era 100, portanto, estamos confortáveis com este número. São empresas que representam mais de 260 mil empregos, cerca de 76 mil milhões de euros de receitas. Já têm cerca de 46 mil jovens entre os seus trabalhadores. E, portanto, temos aqui um bom grupo que agora fecha com estas 101 empresas que se comprometem a introduzir melhorias”, afirma Carlos Oliveira, presidente da Fundação José Neves (FJN), ao Trabalho by ECO.

Continental, Siemens, Intelcia, Semapa, Ana Aeroportos ou Banco de Portugal são outras das mais de cinco dezenas de organizações, de diversos setores de atividade, que assumem agora o compromisso de em três anos aumentar não só o volume de contratação de jovens até 29 anos, como também fazer crescer o número de jovens com contratos sem termo e com melhores salários. A formalização do compromisso é feita esta tarde, no Picadeiro Real de Belém, em Lisboa.

Impacto do compromisso

O anúncio das novas empresas é acompanhado de novas projeções do impacto estimado no início do ano com estes compromissos. Assim, além de aumentar em 14% o volume de jovens contratados, as 101 empresas esperam ainda fazer subir, de forma agregada, em 7% o número de jovens que permanecem nas empresas dois anos consecutivos; em 10% os jovens com contrato sem termo; em 7% os com ensino superior com salários acima de 1.320 euros e, por fim, em 3% os jovens com ensino superior a trabalhar em funções adequadas ao seu nível de escolaridade.

O nosso objetivo era trazer um conjunto de novas novas empresas para o Pacto, a marca que tínhamos era 100, portanto, estamos confortáveis com este número. São empresas que representam mais de 260 mil empregos, cerca de 76 mil milhões de euros de receitas. Já têm cerca de 46 mil jovens entre os seus trabalhadores. E, portanto, temos aqui um bom grupo que agora fecha com estas 101 empresas que se comprometem a introduzir melhorias.

Carlos Oliveira

Presidente da Fundação José Neves

No início do ano, quando foi conhecido o Pacto, o impacto estimado era outro, com as maiores diferenças a se fazerem sentir no aumento de 10% para 14% no volume de jovens contratados, mas com a subida dos jovens com contrato sem termo a passar de uma projeção de 19% em janeiro, para 10% em julho.

São previsões que, neste momento, agregam não só as primeiras empresas, mas também as novas que aderiram e que levam em consideração os números reais de 2022, com efeitos que já são positivos, com um número, com algum significado, de jovens já com contratos sem termo, 67%”, começa por explicar Carlos Oliveira, quando questionado sobre o porquê desta mudança e se não se trataria de uma revisão em baixa.

“Não é nenhuma queda, nenhuma alteração, é uma projeção de impacto, que é sempre de crescimento, agora com dados reais”, reforça. “Antes eram projeções feitas com base em curvas de anos anteriores, o que também pode significar que, de facto, as empresas, já em 2022, fizeram alguma coisa para aliviar alguns destes problemas”, refere ainda. Os dados das empresas signatárias indicam que, em média, 43% das novas contratações no ano passado foram jovens trabalhadores.

Jovens entre os mais vulneráveis no emprego

Os detalhes do impacto efetivo do Pacto só serão conhecidos em 2024. “No próximo ano vamos mostrar como foi o progresso deste primeiro ano das empresas em agregado face à baseline de 2022 e, portanto, se estamos no bom caminho para atingir as projeções, e fazer recomendações caso haja desvios negativos para que haja aceleração no cumprimento”, diz Carlos Oliveira.

O ponto de partida é desafiante, como dão conta os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em maio, havia 338.600 pessoas desempregadas, dos quais 70.500 jovens. A taxa de desemprego jovem era de 18,6%, mais do triplo da registada para os adultos (5,5%), tendo subido 0,5 pontos percentuais (p.p) face a abril e 0,1 p.p em relação ao período homólogo.

Carlos Oliveira, presidente da Fundação José Neves

E, neste parâmetro, Portugal também não compara bem com a realidade europeia. Em maio, havia 2,696 milhões de jovens (com menos de 25 anos) desempregados na UE, dos quais 2,226 milhões na Zona Euro, fixando-se a taxa de desemprego nesta faixa etária, para a UE e Zona Euro, nos 13,9%, revelam dados do Eurostat. Ou seja, Portugal apresentava uma taxa 4.7 p.p acima da Europa.

E o mesmo indiciam os dados da precariedade. Em pouco mais de uma década, a percentagem de pessoas com ensino superior com contratos a termo reduziu-se de 40%, em 2010, para 29% em 2022, mas apesar desta evolução, ainda são valores distantes dos 17% da média da União Europeia, como aponta o estudo “Retrato do Emprego Jovem em Portugal”, de Paulo Marques, professor do ISCTE-IUL.

E nos salários, outro dos temas que se pretende introduzir melhorias com este Pacto, o retrato não é animador, com a diferença salarial entre os jovens com ensino superior a atingir mínimos históricos no ano passado. “Neste momento, a diferença salarial média entre um jovem com ensino secundário e um com ensino superior é 27%, quando em 2011 estava em cerca de 50%. Há uma queda muito significativa desta diferença salarial, que não seria tão expectável se tivesse sido por uma subida dos salários dos jovens com ensino secundário. Mas, efetivamente não foi”, refere o presidente da FJN.

Os dados conhecidos em junho do Estado da Nação, estudo levado a cabo pela FJN, dão disso conta. Se no ano passado, o salário médio dos trabalhadores com ensino secundário estava, em termos reais, praticamente ao mesmo nível do de 2011, no caso dos trabalhadores com o ensino superior o salário era 13% mais baixo. E só em 2022 caiu 6%.

Um status quo que, num momento onde há escassez de talento em setores essenciais da economia e a competição pelo talento é global, não se afigura de fácil resolução.

“O problema é complexo senão já estaria resolvido. Seguramente, programas como o Avançar podem dar aqui uma ajuda, como outros que já existem“, reage Carlos Oliveira, quando questionado sobre o impacto do programa do incentivo à contratação jovem que arrancou em julho.

O programa visa dar emprego a 25 mil jovens com contrato sem termo, com um salário superior a 1.330 euros, sendo ainda pago, durante um ano, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) uma bolsa de 180 euros diretamente ao jovem. As empresas que contratem jovens nestas condições podem receber um financiamento de entre 8,6 mil euros e 12,4 mil euros, acrescidos de descontos às contribuições.

De resto, “incentivos fiscais e benefícios para jovens trabalhadores” é uma das recomendações das empresas signatárias para atrair e reter os jovens. Melhoria dos horários e espaços de trabalho; reforço do ensino profissional; parcerias com instituições de ensino e entre centros de formação, universidades e empresas são outras das propostas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

VCS – Verspieren compra corretora Serseguro

  • ECO Seguros
  • 9 Julho 2023

A corretora francesa continua a adquirir mediadoras de seguros para expandir a presença em Portugal e o diretor geral indica que é um processo que vai continuar.

A corretora VCS – Verspieren comprou 100% do capital da também corretora de seguros Serseguro que conta com mais de 10 mil clientes e uma carteira superior a 7 milhões de euros de prémios anuais. Com esta operação a VCS – Verspieren adiciona 6 novos escritórios à sua rede de distribuição e um volume de negócios de 700 mil euros por ano.

Rui Coelho vai continuar à frente da Serseguros, uma estratégia que Rogério Dias, diretor geral da VCS quer manter.

A Serseguros está baseada em Mem Martins, junto a Lisboa, à semelhança de outras operações manterá a marca e a sociedade separada da Verspieren Portugal tal aconteceu com as aquisições anteriores da mediadoras LINK, Macedos e João Maria. Ao consolidar este corretor a VCS e suas sociedades ultrapassam 5 milhões de euros de volume de negócios em Portugal o que a fará subir no ranking das maiores corretoras de seguros de Portugal em que estava colocada em 15º lugar segundo dados de 2022.

Rui Coelho, gerente anterior e cedente de 100% das quotas da sociedade, vai continuar à frente da Serseguro com Anabela Azevedo e Raul Bernardo, repetindo a VCS o modelo adotado nas outras sociedades recentemente compradas.

“Esta operação vai permitir disponibilizar aos clientes e parceiros da Serseguro um portfólio de produtos e serviços mais amplo, com oferta nacional e internacional, apoiando o seu crescimento orgânico e dando continuidade à estratégia da VCS – Verspieren de fazer crescer e fortalecer a sua rede de distribuição, antecipando-se novas operações de aquisição”, afirma Rogério Dias, Administrador-Delegado.

A Verspieren conta com 140 anos de história em França onde é o maior corretor de capital exclusivamente familiar. Tem 22 empresas e mais de 2 mil colaboradores, está presente em mais de 140 países e regista um volume de negócios em 2022 superior a 428 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Crescimento dos seguros está muito aquém do seu potencial”

  • ECO Seguros
  • 9 Julho 2023

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, deu início ao 2º Fórum Nacional de Seguros que teve lugar na Alfândega do Porto. Alertou para o que o supervisor vai fazer no futuro próximo. Veja aqui.

O crescimento dos mercados seguradores, a resposta a novos riscos e desafios foram temas da intervenção de Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF na abertura do 2º Fórum Nacional de Seguros. Existem gaps de proteção nos ramos patrimoniais, existe esperança de o Fundo para Catástrofes Naturais finalmente avançar e a digitalização do setor avança também na supervisão.

Veja aqui a intervenção que deu início ao 2º Fórum Nacional de Seguros, que teve lugar na Alfândega do Porto na passada semana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ASF está a recrutar juristas

  • ECO Seguros
  • 9 Julho 2023

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões está a recrutar colaboradores para os seus quadros de pessoal. Os interessados têm até 26 de julho para apresentar as suas candidaturas.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou a abertura de processos de recrutamento para os seus quadros de pessoal. As oportunidades de emprego são oferecidas em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado:

A ASF procura Jurista para o Núcleo de Comunicação com o Consumidor e Literacia do Departamento de Supervisão Comportamental. O candidato selecionado para esta posição terá a oportunidade de trabalhar diretamente com a comunicação ao consumidor e promover a literacia financeira.

Também se requisita um Jurista para o Núcleo de Supervisão Vida e Fundos de Pensões do Departamento de Supervisão Comportamental. Nessa função, o profissional desempenhará um papel fundamental na análise e avaliação dos processos de supervisão, garantindo a conformidade com as normas e regulamentações estabelecidas.

Também existe a necessidade de preencher a vaga de um Técnico(a) para o Núcleo de Supervisão Vida e Fundos de Pensões do Departamento de Supervisão Comportamental. O técnico(a) selecionado atuará em conjunto com o Núcleo de Supervisão Vida e Fundos de Pensões, desempenhando um papel essencial na implementação e monitoramento de processos de supervisão. Será responsável por coletar, analisar e relatar informações relevantes para apoiar as atividades de supervisão.

É importante destacar que o prazo para apresentação de candidaturas encerra no fim do dia 26 de julho. Em caso de dificuldade no preenchimento ou no envio da candidatura eletrónica deverá ser contactada a ASF através do email preparado para o efeito.
Todas as candidaturas devem ser apresentadas em português, com uma carta de motivação (em que se deverá também indicar a expectativa remuneratória), um curriculum vitae detalhado e certificados académicos comprovativos de notas obtidas nas diversas disciplinas de licenciatura e mestrado, bem como média final alcançada. Serão rejeitadas candidaturas que não estejam incluam a documentação solicitada.

A ASF é uma entidade de referência na área da supervisão e tem como missão garantir a estabilidade e solvência do setor segurador e dos fundos de pensões, protegendo os interesses dos consumidores. Através dos processos de recrutamento, a autoridade pretende fortalecer a sua equipa com profissionais qualificados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Howden compra corretora de cinema e TV do Reino Unido

  • ECO Seguros
  • 9 Julho 2023

Corretora especializa-se nos setores de cinema, televisão, eventos e música. Espera-se que a aquisição dê um impulso significativo à área de desporto e entretenimento da Howden.

A Howden, corretora internacional de seguros, anunciou a compra da Media Insurance Brokers International Limited (MIB), uma corretora independente de cinema e televisão do Reino Unido e Irlanda.

“Aquisições como esta permitem à Howden a atender à crescente procura dos nossos clientes do setor de entretenimento e média”, afirmou Duncan Fraser, Líder de Prática Global, Desporto e Entretenimento, Howden.

A aquisição aumenta significativamente a oferta de média e entretenimento da Howden, e reflete a estratégia da companhia de ser a escolha preeminente para os clientes de Desporto e Entretenimento.

A MIB opera desde 1990 e oferece produtos de seguros especializados para os setores cinema, televisão, música e eventos. A empresa tem boas relações com muitas emissoras líderes e companhias de compra de média, bem como com companhias de produção independentes.

Duncan Fraser, Líder de Prática Global, Desporto e Entretenimento, Howden, comentou: “Conhecemos o Richard e a equipa da MIB há muitos anos e há muito que admiramos o negócio que eles construíram. Os relacionamentos estabelecidos e o profundo conhecimento da indústria da MIB, com muitos clientes líderes nos setores de cinema, televisão, música e eventos ao vivo, nos apresentam uma oportunidade significativa para expandir os nossos negócios. Aquisições como esta permitem que a Howden atenda à crescente procura dos nossos clientes do setor de entretenimento e média”.

A parceria com a MIB dá à área de Desporto e Entretenimento da Howden um impulso significativo na Europa, na sequência das recentes aquisições do Franz Gossler Insurance Group, outro corretor de seguros líder no setor do cinema e do entretenimento na Alemanha, e da Assimovie, a principal corretora de televisão e cinema em Itália. A aquisição da Wallace McLean, feita em julho de 2022, uma corretora especializada em cinema e televisão na Nova Zelândia, amplia ainda mais a experiência da Howden na região do Pacífico.

Richard Moore, Diretor Geral da Media Insurance Brokers, concluiu: “a equipa da MIB trabalhou arduamente durante muitos anos para estabelecer uma marca de primeira classe no nosso setor, que representa um excelente serviço e conhecimento de produtos para todos os nossos clientes. A aquisição pela Howden significa que podemos continuar neste caminho como parte de um grupo muito maior e com todos os benefícios que isso traz”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida da temperatura puxa pela venda de ventoinhas. Retalhistas apostam nas promoções

Ao ECO, os retalhistas revelam que, com a chegada do calor, as vendas de ventoinhas dispararam até 400% em junho face ao mês anterior. Alguns retalhistas apostam nas promoções.

A subida das temperaturas leva, naturalmente, a um aumento da procura por equipamentos de climatização e este ano não é exceção. Ao ECO, os retalhistas revelam que as vendas de ventoinhas dispararam até 400% em junho, face ao mês anterior. E há quem aposte nas promoções.

Sendo este um segmento de mercado tipicamente sazonal, com a chegada do verão a procura por ventoinhas começou a aumentar “em meados do mês de junho”, adianta, ao ECO, fonte oficial da Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, sinalizando que a procura aumenta “sempre que se registam vagas de calor”.

Só em junho, as vendas destes equipamentos de climatização nas lojas Pingo Doce dispararam “na ordem dos 400%”, face ao mês anterior. Perante o aumento da procura, a retalhista tem previsto “várias ações promocionais ao longo dos meses verão”, mas não antecipa “qualquer rutura de stock. “Temos disponíveis vários modelos de ventoinhas com preços a partir de 11,99 euros (valor sem promoção)”, revela ainda fonte oficial da Jerónimo Martins.

Também a Worten, detida pelo grupo Sonae, notou “uma maior procura” durante o mês de junho e que se “estende até aos dias de hoje”. Só nas últimas duas semanas, a marca vendeu “48 mil ventoinhas”, isto é, um número “oito vezes” superior face ao registado em igual período do ano passado, ainda assim está “ligeiramente abaixo” do registado no “pico da vaga de calor do ano passado”, que se registou entre 7 e 17 de julho.

Tal como o Pingo Doce, a Worten tem a decorrer desde o “dia 6 de junho e até 31 de julho”, uma ação promocional intitulada “Especial Climatização”. Apesar de sublinhar que têm “uma grande variedade” de produtos que vão “desde a ventoinha básica até ao ar condicionado por sistemas fixos e cassete chão/teto”, a marca detida pela Sonae admite, ao ECO, que podem existir ruturas pontuais de stock “face ao pico de calor que se está a fazer sentir”.

O cenário é semelhante na Rádio Popular: nas últimas duas semanas, as vendas de ventoinhas e ar condicionados registaram “crescimentos de dois dígitos, face ao período homologo”, aponta fonte oficial, ao ECO. Com várias tipologias de produtos, que vão desde ventoinhas “torre, de pé, de teto, de mesa e de chão” até aos ar condicionados fixos ou portáteis, os preços vão “desde 19,99 euros” e “não houve alterações significativas” face ao ano anterior. Mas, ao contrário, do Pingo Doce e da Worten, atualmente, não estão a praticar nenhuma promoção sobre estes artigos e não esperam ruturas de stock.

Já o Continente, que tal como a Worten é detido pelo grupo Sonae, sinaliza que com as subidas de temperatura “a procura por este tipo de equipamentos regista crescimentos, tanto em comparação com o período homólogo, como em relação ao mês anterior”, escusando-se, no entanto, a adiantar valores. A cadeia de supermercados admite “que a procura elevada por estes produtos, principalmente nos últimos dias, tem provocado uma forte pressão sobre o stock disponível”, mas “acredita” que está preparada para dar resposta.

Com vários modelos disponíveis, cujos preços começam nos 14,99 euros, o Continente admite que teve de fazer algumas mexidas de preços face ao ano passado. “Da nossa vasta oferta de ventoinhas e ar condicionados, conseguimos manter os preços de alguns produtos, mas acompanhando os impactos da inflação em todo o mercado, houve alguns preços que inevitavelmente tivemos que alterar”, conclui fonte oficial da retalhista.

Ao ECO, também Ricardo Martins, responsável da Samsung Climate Solutions para o mercado ibérico, admite que “os meses de maio e junho são tipicamente os mais fortes na venda de soluções de ar condicionado”, ainda que sublinhe que “há outros fatores que impulsionam a venda” destes produtos, nomeadamente “a tomada de decisão da remodelação da casa ou do escritório”, a procura por “uma melhor eficiência energética e conforto” ou “a dinâmica do mercado imobiliário e de construção”.

Só nos primeiros seis deste deste ano, a marca registou “um aumento de vendas acima dos 20% em relação ao ano anterior”, no que respeita a soluções de arrefecimento e aquecimento. Apesar de não adiantar preços concretos, Ricardo Martins assegura ainda que “a atual política de preços da Samsung Climate Solutions mantém-se estável desde setembro de 2022”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

União Europeia e Nova Zelândia assinam acordo de livre comércio

  • Lusa
  • 9 Julho 2023

A União Europeia e a Nova Zelândia pretendem aumentar em 30% as suas trocas comerciais através da eliminação das tarifas de exportação e uma maior abertura dos seus serviços.

A União Europeia (UE) e a Nova Zelândia assinaram hoje um acordo de livre comércio com o qual pretendem aumentar em 30% as suas trocas comerciais através da eliminação das tarifas de exportação e uma maior abertura dos seus serviços.

“É um acordo de livre comércio muito ambicioso e muito equilibrado. Acho que oferece muitas oportunidades para as nossas respetivas empresas”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, antes da assinatura do documento, em Bruxelas.

O acordo, concluído em 2022 após quatro anos de negociações, removerá todas as tarifas sobre as exportações da UE para a Nova Zelândia, que consistem principalmente em bens de manufaturação, enquanto o bloco da UE as eliminará para a grande maioria das exportações da Nova Zelândia, em todos os produtos agrícolas.

O comércio bilateral de bens entre as duas partes ascendeu a 9.100 milhões de euros em 2022 e o de serviços a 3.500 milhões em 2021, enquanto os investimentos da UE na Nova Zelândia atingiram 9.300 milhões e os deste país no grupo dos 27 chegaram aos 4.300 milhões, segundo os mais recentes números divulgados pelo executivo comunitário.

Bruxelas espera que, com este acordo, as exportações da UE para a Nova Zelândia possam aumentar até 4.500 milhões de euros por ano, os investimentos europeus cresçam 80% e as empresas do bloco economizem 140 milhões de euros por ano, segundo o vice-presidente da Comissão responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis.

Uma vez ratificado por ambas as partes e entrando em vigor, o entendimento também implicará a abertura do mercado de serviços da Nova Zelândia para empresas europeias em setores como serviços financeiros, telecomunicações ou transporte marítimo, e uma melhoria no seu acesso ao mercado de serviços e concursos públicos no país, avaliados em cerca de 60.000 milhões de euros por ano.

Por seu lado, a Nova Zelândia estima que o acordo com a UE — atualmente o seu terceiro parceiro comercial – permitirá aumentar as suas exportações para este território em 1,8 mil milhões de dólares por ano (1,64 mil milhões de euros), segundo o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O’Connor, também em conferência de imprensa.

No capítulo agroalimentar, sensível para a UE dada a força da Nova Zelândia, além da eliminação de todas as tarifas sobre as exportações europeias, o documento protege todos os vinhos e bebidas destiladas europeus e outros produtos com denominação de origem.

Da mesma forma, para alguns produtos que preocupam os europeus, como laticínios, carne bovina e ovina, etanol ou milho, o volume de importações da Nova Zelândia que podem beneficiar da redução tarifária será limitado.

O acordo inclui pela primeira vez compromissos em matéria de sustentabilidade entre ambos e exige o cumprimento do Acordo de Paris sobre o Clima, prevendo também sanções caso não seja respeitado, em linha com a nova abordagem adotada pela UE para promover esta preocupação também através das suas relações comerciais.

“Existem resultados pioneiros nas mudanças climáticas e no Acordo de Paris e compromissos importantes em outras áreas, incluindo direitos trabalhistas, igualdade de género ou subsídios prejudiciais ao ambiente”, disse o primeiro-ministro da Nova Zelândia, que enfatizou o “compromisso partilhado” por ambos os lados acerca de direitos humanos, segurança global ou um sistema baseado em reivindicações internacionais.

Esta cooperação inclui ainda o acordo para a participação da Nova Zelândia no programa comunitário de investigação e inovação Horizon Europe, que vai mobilizar cerca de 100.000 milhões de euros ao longo de sete anos, bem como o acordo para o país cooperar com a Europol, com efeito a partir de hoje.

“Esses acordos aproximam a UE e a Nova Zelândia. Apesar de ser um mundo distante, temos muito em comum”, disse Von der Leyen, que agradeceu à Nova Zelândia por se alinhar com as sanções europeias à Rússia e o seu apoio à Ucrânia.

“Desde que a guerra russa na Ucrânia aumentou as tensões na região do Indo-Pacífico, o ambiente geopolítico está cada vez mais mutável e incerto. É mais uma razão para parceiros com ideias semelhantes fortalecerem laços connosco para lidar com diferentes riscos”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.