TAP vai pedir auditoria externa independente a bónus e indemnizações

A administração da TAP vai pedir uma auditoria externa e independente aos pagamentos feitos a trabalhadores e administradores da companhia aérea, avança a CNN Portugal e confirmou o ECO junto de fonte oficial. Uma iniciativa que surge depois dos casos de indemnizações elevadas que têm vindo a público.

Ao que o ECO apurou, não está ainda definido quem fará a auditoria nem o período que ela irá abranger, mas incidirá sobre salários, bónus e indemnizações. A iniciativa surge um dia depois de a CEO da TAP ter estado no Parlamento a ser ouvida sobre o acordo para a saída de Alexandra Reis da administração da companhia, com uma indemnização de 500 mil euros, que levou à demissão do ministro e do secretário de Estado das Infraestruturas.

A CNN Portugal noticiou esta quinta-feira que uma antiga administradora financeira da TAP, Teresa Lopes, fechou no final de 2017 um acordo de rescisão por cerca de 1,2 milhões de euros, já depois do regresso do Estado à posição de maior acionista, mas antes de a empresa estar abrangida pelo Estatuto do Gestor Público.

Os bónus também já foram motivo de polémica na TAP. Em junho de 2019, era Antonoaldo Neves o CEO, nomeado pelos acionistas privados, foi noticiado que a companhia aérea tinha pago uma compensação extraordinária de 1,17 milhões de euros a 180 trabalhadores, apesar de a empresa ter registado um prejuízo de 118 milhões no ano anterior. O pagamento provocou, na altura, um conflito entre o Governo e a comissão executiva, com o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a acusar Antonoaldo Neves de “quebra de confiança”.

A CEO da TAP foi questionada esta quarta-feira no Parlamento sobre as indemnizações pagas pela companhia. Christine Ourmières-Widener disse que o seu antecessor, Antonoaldo Neves, foi o único administrador que saiu com uma compensação, mas não revelou o valor. Também não esclareceu se existiram outras indemnizações, nomeadamente a diretores.