“Aeroporto não é uma matéria de natureza ideológica ou partidária”, diz CPCI
"Deve-se começar por privilegiar a capacidade de congregar metodologias de decisão que sejam, antes de mais, técnicas, porque depois de serem técnicas são políticas”, disse Ricardo Gomes.
Há 50 anos que o país discute a necessidade de um novo aeroporto e a sua localização. A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) não tem uma posição de onde deve ser o aeroporto, mas defende a sua “necessidade”, tal como de “qualquer infraestrutura que se entenda estratégica”. Mas, no Parlamento, Ricardo Gomes frisou que o aeroporto não é uma matéria de natureza ideológica ou partidária. A decisão deve ser técnica e só depois política, disse.
“Infraestruturas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país não são matérias de natureza ideológica ou partidária, são decisões coletivas que têm de ser pensadas e deve ser encontrada uma solução baseadas neste princípio”, disse o vice-presidente da CPCI aos deputados da subcomissão de acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência.
“Para isso, deve-se começar por privilegiar a capacidade de congregar metodologias de decisão que sejam, antes de mais técnicas, porque depois de serem técnicas são políticas”, disse o responsável instado pelo Chega a dar a sua opinião sobre o novo aeroporto, uma matéria lateral ao tema da audição.
A Comissão Técnica que irá levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para o novo aeroporto de Lisboa vai estudar cinco soluções, podendo ainda propor mais caso entenda. Em causa, está a solução em que o Aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o Aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.
Ricardo Gomes considera que esta “não é uma questão de engenharia civil pura, embora seja uma componente relevante”. “É uma questão coletiva. O país precisa deste instrumento importante para o desenvolvimento e a sociedade tem de ter capacidade de o fazer”, frisou.
“Não é agradável que o país não consiga em 50 anos chegar a uma decisão de onde localizar o aeroporto”, reconheceu. “O que andou menos bem neste processo foi não termos desde o início, há 50 anos, construído uma metodologia que antes de mais é técnica e depois terá de ser política, mas só no fim. E não ao contrário.
“Se há alguma coisa que tem falhado neste processo foi algumas vezes termos invertido a lógica das coisas. Se tivéssemos feito de outra forma, se calhar já teríamos uma decisão”, concluiu.
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