UTAP ainda não publicou dados trimestrais sobre as PPP em 2022

Últimos dados conhecidos são de 2021. UTAP, que já foi alvo de avisos da UTAO e Tribunal de Contas sobre a falta de dados, costumava publicar primeiro boletim trimestral ainda no próprio ano.

A Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) ainda não publicou informação trimestral sobre as Parcerias Público-Privadas (PPP) para o ano de 2022, apesar de ter como responsabilidade produzir estes boletins. A entidade, que está sob a tutela do Ministério das Finanças e é responsável pelo acompanhamento global dos processos de PPP, já recebeu alguns avisos sobre a demora na publicação de dados, nomeadamente do Tribunal de Contas e da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República.

Os últimos dados disponíveis na página oficial são referentes a 2021, publicados a 20 de setembro de 2022. Depois disso ainda não houve mais nenhuma publicação, não existindo assim informações trimestrais da entidade para o ano de 2022. Habitualmente, os dados sobre o primeiro trimestre são ainda publicados no próprio ano e os restantes no ano seguinte.

As únicas informações avançadas pela entidade são aquelas que constam nas notas técnicas sobre as previsões do Orçamento do Estado. Aquela produzida este ano indica que o Estado deverá ter uma despesa com as PPP de cerca de 1,2 mil milhões de euros em 2023.

Os atrasos na publicação dos dados já têm sido notados por alguns organismos, como é o caso da UTAO. Num relatório divulgado em agosto do ano passado, a UTAO escreve: “A informação relativa a PPP, da responsabilidade da UTAP (Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos), tem sido publicada com muita irregularidade e encontra-se muito atrasada, uma vez que a informação mais recente sobre esta matéria refere-se ao quarto trimestre de 2020, tendo sido publicada em novembro de 2021”.

No mês seguinte, a UTAP publicou o boletim sobre o último trimestre de 2021. Desde aí, não há registo de mais publicações na página oficial.

Entretanto em outubro veio mais um alerta sobre as informações das PPP. O Tribunal de Contas avisou para o “risco material de falta de controlo desse universo pelo Estado”, no parecer sobre a Conta Geral do Estado (CGE), relativo a 2021. Segundo a CGE existiam 39 PPP em 2021 mas só eram consideradas 35, uma discrepância que poderá advir do facto de que existem mais PPP do que aquelas que a UTAP herdou quando foi constituída, como admitiu a própria unidade em resposta ao TdC.

Na altura, a UTAP justificou-se apontando com a falta “de meios humanos e técnicos para assumir e desenvolver esse projeto em toda a sua plenitude e com todas as consequências que daí possam advir”. Perante estas informações, o TdC concluiu que “a ação da UTAP continua ineficaz e há risco material de falta de controlo desse universo pelo Estado”.

É de salientar ainda que a UTAP esteve até ao final de 2022 com um coordenador, Vasco Melo, nomeado em regime de substituição. A nomeação surgiu em maio do ano passado, depois do então coordenador, Miguel Leal de Faria, ter pedido a cessação de funções por ter sido designado para exercer funções de chefe do gabinete da Ministra da Saúde (que entretanto já saiu do cargo). Na altura, o ECO questionou as Finanças sobre um novo coordenador definitivo, ao que responderam que o processo estava em curso.

Segundo o despacho, publicado em Diário da República a 5 de janeiro, foi nomeado um novo coordenador, outra vez em regime de substituição: Manuel Vieira, que estava na UTAP desde 2016 enquanto consultor jurídico. Passou também pela SRS advogados e foi secretário da comissão de direito administrativo da Union Internationale des Advocats. Esta atualização na equipa da UTAP não consta ainda da página oficial da unidade.

(Notícia atualizada às 9h55 com informação sobre o coordenador)

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que arranca uma nova greve na CP e Portugal volta ao mercado para procurar financiamento de 1.000 milhões, António Costa prepara-se em Lisboa para o embate europeu sobre as ajudas de Estado.

A proposta da Comissão Europeia que abre a porta às ajudas de Estado como forma de acelerar o financiamento de investimentos sustentáveis vai passar esta quarta-feira pela Assembleia da República, na véspera de ser discutida em Bruxelas. O dia começa, no entanto, com uma nova greve na CP, sem serviços mínimos, e com um novo leilão de Obrigações do Tesouro.

Costa prepara resposta a Bruxelas

Na véspera da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, António Costa vai à Assembleia da República para um debate preparatório, às 15h. O tema em destaque é a proposta da Comissão Europeia para transformar o quadro temporário de crise para os auxílios estatais num quadro temporário de crise e transição, que abre a porta às ajudas de Estado como forma de acelerar o financiamento de investimentos sustentáveis.

Estado procura financiamento de 1.000 milhões

A Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública (IGCP) vai realizar esta quarta-feira um novo leilão de Obrigações do Tesouro (OT). O montante indicativo global deste que é o primeiro leilão de OT do ano situa-se entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros, com maturidades a nove anos (em julho de 2032).

Emprego e construção no “menu” do INE

A subida da taxa de desemprego e do número de inscritos nos centros do IEFP, onde estão a chegar menos ofertas de trabalho, está a preocupar os empresários, que já temem que este “volte a ser um problema sério”. Esta quarta-feira de manhã, o INE vai divulgar novas estatísticas do emprego, relativas ao quarto trimestre de 2022. Além disso, publica o índice de Custos de Construção de Habitação Nova, referente ao último mês do ano passado.

Começa a greve de maquinistas da CP

Arranca esta quarta-feira a greve convocada pelos Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), a que se juntam outras organizações sindicais (SNTSF e SFRCI), com a CP a prever “fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional, no período entre as 00h00 do dia 8 de fevereiro de 2023 e as 24h00 do dia 21 de fevereiro de 2023”. O Tribunal Arbitral não decretou serviços mínimos.

O que nos dizem os Censos sobre Habitação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) prossegue o ciclo de apresentações de estudos subordinados ao tema ‘O que nos dizem os Censos’, nos quais são aprofundadas algumas das dimensões censitárias mais relevantes. O quarto destes estudos é dedicado à habitação e vai ser apresentado esta manhã, a partir das 11h, sendo seguido por um debate com especialistas neste tema.

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Invista como três dos maiores gurus da bolsa

Um cabaz de 15 ações com carimbo de qualidade dos ensinamento de Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett.

Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett são nomes que fizeram fortuna comprando e vendendo ações na bolsa. Durante anos, os fundos e as carteiras de investimento que tiveram o seu cunho contabilizaram ganhos largamente superiores ao oferecido pelo mercado, catapultando os seus nomes para o passeio da fama de Wall Street.

Warren Buffett, por exemplo, atualmente com 92 anos de idade e ainda no ativo à frente da Berkshire Hathaway com o sócio de longa data (e sete anos mais velho) Charlie Munger, conta com uma rendibilidade média anual verdadeiramente hercúlea de 20% desde 1965, o dobro do desempenho do principal índice norte-americano (S&P 500).

O reconhecimento do Oráculo de Omaha é de tal forma planetário que, todos os anos, desconhecidos de todo o mundo estão dispostos a pagar milhões de euros para partilharem um almoço com o homem que dizem ser o maior investidor de todos os tempos, na esperança de receberam aquela dica de investimento que os levará à glória — no ano passado, alguém pagou mais de 18 milhões de euros pela refeição.

Todos estes grandes nomes de Wall Street conseguiram o feito de terem começado ou aprofundado uma estratégia de investimento que passou a ser utilizada por milhões de outros investidores. Mas tal como sucede com as receitas dos pratos dos grandes chefes de cozinha, também no mundo dos mercados nunca se chega a conhecer a “receita” completa. Fica sempre a faltar o segredo que, em muitas situações, acaba por fazer toda a diferença.

Mas no caso destes três magos da bolsa, as suas estratégias já foram alvo de várias teses académicas e debatidas em livros que eles mesmo publicaram onde revelam um pouco da sua arte, permitindo com isso chegar a algumas conclusões sobre a matriz de cada uma das estratégias.

Foi socorrendo-se destes elementos que partimos à “pesca” de ações pelas principais praças mundiais que pudessem enquadrar-se em cada uma das políticas de investimento de Benjamin Graham, Peter Lynch e Warren Buffett. Encontrámos cinco com o carimbo de cada guru.

Benjamin GrahamBenjamin Graham
O grande investidor

Amplamente reconhecido como o pai da análise de ações de uma forma rigorosa e objetiva, Benjamin Graham foi mais do que um grande investidor. Foi o primeiro “superinvestidor” da bolsa e um autêntico génio que teve em Warren Buffett o seu aluno prodígio e, mais tarde, seu aprendiz e grande seguidor da sua “escola”.

Graham argumentava que os investidores devem comprar ações que estão significativamente subavaliadas em relação ao seu valor intrínseco, que é medido principalmente tendo em conta o potencial de ganhos futuros da empresa, mas nunca esquecendo o princípio de que “uma ação só está verdadeiramente em saldo quando está a cotar a pelo menos 50% abaixo o seu valor real.”

No seu livro The Intelligent Investor, editado pela primeira vez em 1973 e considerado por muitos como a bíblia da estratégia do investimento de valor, Graham recomenda ações de empresas de grande capitalização, com uma estrutura de financiamento conservadora e com um longo histórico de pagamento de dividendos contínuos.

Graham adverte ainda os investidores para terem algumas reservas quanto às ações que estejam a transacionar a um preço superior a 25 vezes os lucros anuais gerados por ação nos últimos sete anos ou mais de 20 vezes os lucros gerados por ação nos últimos 12 meses. Graham considerava que os investidores que seguirem estes conselhos poderão contar com uma “margem de segurança de valor inestimável” nas suas apostas de investimento.

Benjamin Graham

Peter LynchPeter Lynch
Camaleão de Wall Street

Atualmente a desempenhar funções como consultor na Fidelity Investment, Peter Lynch tornou-se lendário em Wall Street por ter levado o fundo Fidelity Magellan a uma rendibilidade acumulada de 2.510% de 1977 a 1990, batendo o índice norte-americano que agrega as 500 maiores empresas norte-americanas (S&P 500) em 11 desses 13 anos.

No seu livro “One Up On Wall Street“, publicado em 1989, Lynch descreve um conjunto de estratégias que os investidores individuais podem recorrer para replicarem o seu sucesso. Porém, o “camaleão, como também ficou conhecido por ter tido a destreza de se adaptar aos vários estilos de investimento que vingavam ano após ano, defende que os investidores só devem “investir naquilo que conhecem”.

No “menu” de características que Lynch enumera como bases para uma ordem de compra estão empresas com poucas dívidas, que revelem um crescimento dos lucros entre 20% a 50% ao ano e apresentem um rácio preço/lucros por ação (PER) abaixo da taxa de crescimento dos lucros da empresa. Além disso, Lynch procura empresas com uma elevada taxa de dividendos e que apresentem um nível de vendas superiores a mil milhões de dólaresLynch empresas

Warren BuffettWarren Buffett
Oráculo de Omaha

Warren Buffett construiu a reputação de maior investidor do mundo tomando como referência o investimento de longo prazo, comprando ações de qualidade e com um bom potencial de lucros. Para Buffett, as empresas que compra devem apresentar, entre outras características, um retorno de capitais próprios superior a 15%, uma margem líquida para os próximos 12 meses de pelo menos 15% e os lucros da companhia deverão totalizar uma cifra superior a 50 milhões de dólares.

Foi seguindo essa estratégia que o Oráculo de Omaha, como também é conhecido em homenagem à sua terra Natal, de 1965 a 2021 elevou as ações da Berkshire Hathaway para uma valorização média anual de 20%, mais do dobro do desempenho alcançado pelo índice norte-americano S&P 500.

Esta proeza tem-lhe valido regularmente um lugar entre as dez pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes, mas sobretudo a admiração de muita gente. Na carta anual da Berkshire Hathaway de 2009, Warren Buffett e Charlie Munger, presidente e vice-presidente, respetivamente, levantaram um pouco mais do véu da estratégia de investimento que desenvolvem há décadas, com o pormenor de evidenciarem não o que fazem mas o que nunca fazem.

Segundo Buffett, “evitamos negócios que não conseguimos avaliar o seu futuro, por mais emocionante que sejam os seus produtos” e “não fazemos qualquer tentativa para conquistar Wall Street. Os investidores que compram e vendem ações com base nas notícias ou nos comentários dos analistas, não são para nós”, por exemplo.Buffett empresas

(Conteúdo integrante da edição de 6 de fevereiro da newsletter de finanças pessoais do ECO, Portefólio Perfeito, que pode subscrever neste link.)

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Quanto ‘custaram’ os novos airbus à TAP? 444 milhões

David Neeleman negociou com a Airbus o cancelamento de um contrato para 12 aviões A350 e a compra de 53 novas aeronaves. Airborne Capital aponta para um valor até 444 milhões de dólares.

Quando entrou no capital da TAP, David Neeleman já levava na bagagem um acordo com a Airbus para desistir de uma encomenda de 12 aeronaves A350 e comprar 53 novos aviões de vários modelos. De acordo com uma análise da Airborne Capital, a companhia aérea portuguesa terá sido lesada nas duas operações, num montante estimado de 444 milhões de dólares. E são estes indícios que levaram o Ministério Público a abrir um inquérito.

Logo após a Atlantic Gateway ter sido selecionada para a privatização e 61% da TAP, em junho de 2015, David Neeleman assinou um memorando de entendimento com a Airbus. Segundo uma análise legal da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados (SLCM) a que o ECO teve acesso, o fabricante de aviões entregou 226,75 milhões de dólares a uma sociedade do empresário de nacionalidade americana e brasileira, que depois passou à Atlantic Gateway de Neeleman e Humberto Pedrosa. Terá sido este o dinheiro usado por esta última para a injeção de capital que garantiu a privatização.

O benefício para a Airbus terá sido o acordo celebrado primeiro com a DGN (acionista da Atlantic Gateway) de David Neeleman e depois com a própria TAP SGPS para desistir do leasing de 12 aeronaves A350 e a assinatura de um novo contrato para adquirir 53 novos aviões — 15 A320 Neo, 25 A321 Neo e 14 A330-900 Neo. Quando no ano passado tentou renegociar o contrato com a Airbus, a TAP apercebeu-se que estava a pagar mais do que a concorrência. Foi aí que pediu uma avaliação à Airborne Capital, especialista em leasing de aviões.

A consultora irlandesa estima que a TAP estará a pagar cerca de 254 milhões de dólares acima do valor de mercado no leasing dos novos aviões, segundo a análise a que o ECO teve acesso. O “prémio” que a companhia aérea está a pagar situa-se entre os 20% e os 28% face ao cobrado a outras companhias aéreas, quando comparado com os preços mais baixos, e entre 3% a 13% quando comparado com os preços mais altos. A Airborne Capital comparou os valores cobrados à TAP com os de outras dez encomendas do mesmo tipo de aviões.

A consultora contesta também os valores de mercado que foram apresentados para comparação à altura, desde logo por considerarem a entrega das aeronaves em 2015, quando as primeiras entregas ocorreram entre 2016 e 2018. De acordo com o calendário previsto, a transportadora aérea tem ainda a receber 14 aviões, seis este ano, quatro em 2024 e mais quatro em 2025.

A Airbus terá também beneficiado, e a TAP perdido, com o cancelamento dos 12 aviões A350. Segundo a Airborne, assumindo que as aeronaves seriam entregues entre 2017 e 2022, a companhia portuguesa teria pago menos 190 milhões de dólares do que o preço estimado de mercado. Já a Airbus, que teve de alterar o desenho do avião, teria sido incapaz de cumprir as datas de entrega e incorria em perdas. Com a desistência, pode vendê-los mais caros. Somando o que a transportadora portuguesa teria poupado nos A350 com o que alegadamente estará a pagar a mais pelos novos aviões, chega-se a um montante de 444 milhões.

A TAP está ainda limitada na possibilidade de renegociar o contrato com a Airbus, uma vez que contém uma disposição que a amarra à compra das 53 aeronaves. A cláusula 2 prevê o pagamento pela companhia aérea portuguesa de novation fees, na prática uma penalidade que terá de ser paga caso a TAP não receba um ou mais aviões ou resolva o respetivo contrato quanto a um ou mais aviões. O valor total desta taxa é de 226.750.002 dólares, mais dois cêntimos do que o valor entregue pela Airbus à DGN de David Neeleman e posteriormente injetado na TAP SGPS. A SLCM considera que existem fortes indícios de potencial violação do direito da concorrência.

O que eu fiz foi ir à Airbus e dizer que não queria os A350, porque não faziam falta à TAP. Mas queria os A330 e os A321 LR (Longo Alcance) porque são mais rentáveis. A TAP pode, com os A321 LR, voar para Toronto, Boston, Nova Iorque e até Chicago, com custos mais baixos”, afirmou David Neeleman numa entrevista à Visão em janeiro de 2016. Uma estratégia que se mantém até hoje. “Eu não tirei nada da TAP. Estou a trazer este valor todo e não posso tirar um cêntimo enquanto a dívida bancária da TAP não estiver toda paga”, acrescentou.

Em outubro, o antigo acionista voltou a negar qualquer irregularidade: “Os novos aviões da TAP foram adquiridos a preço de mercado, como demonstram as várias avaliações independentes apresentadas e confirmadas pelo rigoroso e exaustivo escrutínio político e técnico, típicos e desejáveis quando se trata de um processo de privatização e de um processo de reorganização acionista com o Estado Português”, sublinha o ex-acionista.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) abriu esta semana um inquérito ao negócio de compra de aviões feito entre a Airbus e David Neeleman e que permitiu ao empresário de nacionalidade americana e brasileira controlar a TAP.

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Como Neeleman controlou a TAP com dinheiro da própria companhia

Análise legal sustenta que Neeleman garantiu 61% da TAP com dinheiro cedido pela Airbus a troco da compra de aviões e pago posteriormente pela própria companhia. Ministério Público abriu inquérito.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) abriu esta semana um inquérito ao negócio de compra de aviões feito entre a Airbus e David Neeleman e que permitiu ao empresário de nacionalidade americana e brasileira controlar a TAP. Uma análise legal a que ECO teve acesso, com data de 11 de agosto e entregue ao Governo, mostra como Neeleman terá sido financiado pela própria companhia, o que é proibido por lei, para controlar a TAP e atribuindo um benefício elevado ao fabricante de aeronaves europeu.

A privatização da TAP era uma das promessas do Governo de Passos Coelho, para que pudesse ser capitalizada por privados e não pelo Estado. A auscultação de interessados começou em janeiro de 2015, mas a entrada do novo acionista só seria concretizada dois dias depois do segundo Executivo, saído das legislativas de outubro de 2015, ter sido chumbado pela esquerda no Parlamento, ficando em gestão. Marcaria a concretização do plano que colocou a TAP a disponibilizar os fundos usados para a sua própria (e suposta) capitalização.

A estratégia de David Neeleman foi posta em marcha logo após a Atlantic Gateway, o consórcio criado por David Neeleman e Humberto Pedrosa, dono do Barraqueiro, ter sido selecionada como vencedora da privatização de 61% do capital da TAP, a 12 de junho de 2015. Segundo a cronologia que consta de uma análise legal preparada para a TAP em agosto de 2022 pela Serra Lopes, Cortes Martins & Associados, a DGN, uma sociedade liderada por David Neeleman, assinou quatro dias depois um memorando de entendimento com a Airbus, que tem como maiores acionistas individuais os Estados francês, alemão e espanhol, com 25,9% do capital. Para selar o compromisso, pagou quatro milhões de dólares em comissões ao fabricante de aeronaves.

O entendimento consistia em a TAP desistir do contrato com a Airbus para o leasing de 12 aviões A350 e a celebração de um novo para a aquisição de 53 aeronaves — 15 A320 Neo, 25 A321 Neo e 14 A330-900 Neo — com amplo benefício para a Airbus. De acordo com uma apresentação da Atlantic Gateway citada na nota legal, com data de 11 de agosto, a Airbus iria providenciar créditos de capital à DGN, no valor de 226,75 milhões de dólares, para serem canalizados para a TAP através da Atlantic Gateway. O exato valor da maior tranche de suprimentos que seriam mais tarde colocados na companhia aérea.

É a própria DGN que celebra, a 12 de novembro, o acordo para a compra dos 53 aviões à Airbus. No mesmo dia, o Conselho de Ministros aprova a privatização da TAP SGPS e 61% do capital é transmitido para a Atlantic Gateway. Humberto Pedrosa é eleito presidente do conselho de administração e David Neeleman como vogal. O CEO, Fernando Pinto, mantém-se. A estrutura é replicada na TAP SA, que detém a companhia aérea. Da parte do Governo, a privatização foi conduzida pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Sérgio Monteiro, que já não estava no Executivo quando foi concluída.

A Atlantic Gateway fica obrigada a entregar prestações acessórias de 226,75 milhões de dólares (a mesma divisa do acordo entre a Airbus e a DGN) e 15 milhões de euros para capitalizar a transportadora aérea portuguesa, que na resolução de Conselho de Ministros realça que “a entrada imediata de fundos na companhia, constitui uma necessidade urgente, imperiosa e inadiável”. Os 15 milhões entram de imediato na TAP SGPS e mais 115 milhões de dólares no prazo de cinco dias.

A operação prossegue no dia 13 de novembro. O conselho fiscal da TAP dá um parecer favorável à compra dos 53 novos aviões e o conselho de administração aprova quer a compra dos Neo, quer a desistência dos 12 A350 XWB-900. Ainda no mesmo dia, a DGN, enquanto adquirente original, a TAP, enquanto novo comprador, e a Airbus celebram os novos contratos. A DGN fica liberta de quaisquer obrigações.

TAP ficou presa à Airbus, mas contrato pode ser ilegal

Os novos contratos, já com a TAP como comprador, trazem uma disposição que a amarra à compra das 53 aeronaves. A cláusula 2 prevê o pagamento pela companhia aérea portuguesa de novation fees, na prática uma penalidade que terá de ser paga caso a TAP não receba um ou mais aviões ou resolva o respetivo contrato quanto a um ou mais aviões. O valor total desta taxa é de 226.750.002 dólares, mais dois cêntimos do que o valor entregue pela Airbus à DGN de David Neeleman e posteriormente injetado na TAP SGPS.

A sociedade de advogados [hoje integrada na espanhola Cuatrecasas] entende que “o conjunto de operações e transações em causa poderá configurar, materialmente, várias irregularidades e ilegalidades suscetíveis e pôr em causa a validade dos contratos oportunamente celebrados”. Desde logo por configurarem uma situação de assistência financeira, que é proibida pelo artigo 322.º do Código das Sociedades Comerciais, sobre empréstimos e garantias para a aquisição de ações próprias.

"1 – Uma sociedade não pode conceder empréstimos ou por qualquer forma fornecer fundos ou prestar garantias para que um terceiro subscreva ou por outro meio adquira ações representativas do seu capital.
(…)
3 – Os contratos ou actos unilaterais da sociedade que violem o disposto no n.º 1 ou na parte final do n.º 2 são nulos.”

Artigo 322.º do Código das Sociedades Comerciais

A Serra Lopes, Cortes Martins & Associados (SLCM) sustenta que o contrato para a compra dos 53 aviões tem imbuído um negócio de assistência de financiamento. Seja porque as novation fees são mais que meras penalidades por incumprimento contratual, servindo antes “uma função garantística”, assegurando que a Airbus recebe, na íntegra, os fundos que disponibilizou. Seja através do alegado inflacionamento no preço de compra dos aviões, cujo pagamento permitirá à Airbus recuperar o valor inicial.

Por outro lado, as prestações acessórias da Atlantic Gateway, que tinham como objetivo reforçar o capital da TAP SGPS e a sua capacidade económico-financeira, na verdade não foram aportadas à sociedade como investimento estável, a longo prazo e com reembolso incerto (dependente do desempenho da companhia) mas como um investimento de reembolso garantido a curto-médio prazo. Ou seja, foi a própria TAP (e não a Atlantic Gateway ou a Airbus) que suportou o custo da capitalização desvirtuando o propósito da mesma, como observa a sociedade de advogados.

A SLCM conclui que existe uma violação do Artigo 322.º do CSC, donde as prestações acessórias da David Neeleman poderão ser consideradas nulas, bem como a própria privatização à Atlantic Gateway — o primeiro ponto do caderno de encargos prevê, justamente, o reforço do capital. O que pode contaminar também os contratos celebrados pela TAP com a Airbus.

Possível violação do direito da concorrência

A sociedade de advogados considera ainda que existem fortes indícios de potencial violação do direito da concorrência pela DGN e a Airbus, assumindo que esta tem uma posição dominante, tendo conseguido a desresponsabilização na entrega dos aviões A350, cessando um contrato que permitia à TAP comprar os aviões com um preço muito inferior ao do mercado. O mesmo acontece com a imposição de penalidades e a venda dos 53 aviões, alegadamente por um preço superior ao do mercado, que a companhia ainda está a pagar. De acordo com uma análise da consultora Airborne, a TAP terá sido prejudicada numa soma estimada em 444 milhões.

Todos estes indícios foram remetidos pelo Governo ao Ministério Público, como revelou o anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, numa audição parlamentar. O antigo governante afirmou que a TAP “suspeitou que estaria a pagar mais pelos aviões do que os concorrentes”, tendo pedido uma auditoria. “Perante as dúvidas da auditoria, enviámos para o Ministério Público”, disse em outubro do ano passado.

O semanário Sol já tinha avançado em junho de 2019 que o empresário teria recebido dinheiro da Airbus pelo negócio dos aviões, que usou para entrar no capital da TAP, embora sem os detalhes agora revelados pelo ECO e sob investigação pelo Ministério Público. O empresário brasileiro abordou, na altura, o negócio numa entrevista à revista Visão. “O que eu fiz foi ir à Airbus e dizer que não queria os A350, porque não faziam falta à TAP. Mas queria os A330 e os A321 LR (Longo Alcance) porque são mais rentáveis. A TAP pode, com os A321 LR, voar para Toronto, Boston, Nova Iorque e até Chicago, com custos mais baixos”, afirmou David Neeleman. Uma estratégia que se mantém até hoje. “Eu não tirei nada da TAP. Estou a trazer este valor todo e não posso tirar um cêntimo enquanto a dívida bancária da TAP não estiver toda paga”, acrescentou.

Em outubro, o antigo acionista voltou a negar qualquer irregularidade: “Os novos aviões da TAP foram adquiridos a preço de mercado, como demonstram as várias avaliações independentes apresentadas e confirmadas pelo rigoroso e exaustivo escrutínio político e técnico, típicos e desejáveis quando se trata de um processo de privatização e de um processo de reorganização acionista com o Estado Português”, sublinha o ex-acionista.

David Neeleman acrescentou que toda a estrutura contratual relativa à compra dos novos aviões entre a Airbus, Atlantic Gateway e TAP, bem como todos os passos necessários, “foram dados a conhecer aos intervenientes e decisores relevantes, em momento anterior à privatização e no momento da reorganização acionista e foram, como tinha de ser, objeto de análise posterior pelo Tribunal de Contas”. Os juízes não apontaram irregularidades.

Cabe agora ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal apurar se a legislação foi ou não cumprida e se existem ilícitos criminais.

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Municípios exigem que Governo calendarize investimentos da descentralização da educação

Associação Nacional de Municípios Portugueses quer que o Governo calendarize os investimentos a aplicar nas escolas transferidas para os municípios, no âmbito da descentralização de competências.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) exige que o Governo calendarize, de uma vez por todas, os investimentos a aplicar nas escolas transferidas para os municípios e apresente as respetivas fontes de financiamento para a construção e requalificação das 451 escolas para intervenção prioritária abrangidas pelo acordo de descentralização de competências.

A reivindicação saiu esta terça-feira da reunião do Conselho Diretivo da ANMP e refere-se ao acordo assinado, a 22 de julho de 2022, entre o Governo e a ANMP no âmbito do processo de descentralização na área da educação.

O Governo assumiu neste domínio o compromisso de concretizar investimentos de construção e de requalificação de edifícios escolares através de diversas fontes de financiamento, designadamente o Portugal 2030, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o BEI.

Segundo a ANMP, esta reunião descentralizada do Conselho Diretivo da associação representativa dos municípios teve como anfitrião o presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, membro efetivo deste órgão da ANMP em representação dos Movimentos Autárquicos Independentes.

A 22 de julho de 2022, o Conselho de Ministros aprovou o acordo entre o Governo e a ANMP no âmbito da descentralização de competências na área da educação. E que permitiu o aumento das obras de manutenção por escola de 20 mil para 31 mil euros por ano e, em 2023, sobe para 37 mil.

Na ocasião, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou tratar-se da “maior reforma administrativa dos últimos 50 anos”.

Entre as grandes novidades, ao nível de cedências da parte do Governo às reivindicações dos autarcas que até motivaram a saída do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, da ANMP, esteve o novo valor para manutenção das escolas, durante o ano de 2023, que passou para 31 mil euros, o que representou um aumento de 55%.

Recorde-se que o acordo abrangia ainda uma lista de 451 escolas para intervenção prioritária. “As intervenções nestas escolas serão totalmente financiadas pela Administração Central”, assegurou na altura a ministra da Coesão Territorial. Agora, a ANMP quer saber em que ponto está essa promessa governamental.

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Conselho Superior da Magistratura confirma segundo processo disciplinar a Ivo Rosa

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

O segundo processo do CSM ao juiz Ivo Rosa resulta da “conversão de um inquérito em processo disciplinar”.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) confirmou esta terça-feira que correm dois processos disciplinares contra o juiz Ivo Rosa, adiantando que o segundo resulta da “conversão de um inquérito em processo disciplinar”. “Relativamente ao Dr. Ivo Rosa, nenhum dos processos disciplinares foi apreciado ou decidido pois encontram-se ainda a correr os seus termos”, adiantou à Lusa o CSM a propósito das conclusões do plenário do órgão de gestão e disciplina dos juízes.

Segundo o CSM, “o primeiro processo disciplinar está mais avançado do que o segundo, que resultou da conversão de um inquérito em processo disciplinar” e “ambos os processos encontram-se a correr os seus trâmites legais”. O CSM não esclareceu, no entanto, quando foi aberto o segundo processo disciplinar, nem deu qualquer estimativa para a conclusão e decisão.

No final de junho de 2022, o CSM concluiu o inquérito que deu origem ao processo disciplinar a Ivo Rosa, tendo disso dado conhecimento ao então juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC). O procedimento disciplinar tem na base o apuramento de factos que poderão configurar “infração do dever de obediência à Constituição e à lei” e “interferência ilegítima na atividade jurisdicional de outro magistrado”.

Em causa estão acórdãos da Relação de Lisboa que revogaram e criticaram a legalidade de decisões tomadas por Ivo Rosa que interferiam e anulavam decisões jurisdicionais de outros magistrados, designadamente Carlos Alexandre, outro dos juízes do TCIC.

Segundo uma nota divulgada anteriormente pelo CSM, a decisão de instaurar o procedimento disciplinar foi tomada, por unanimidade, em sessão da Secção de Assuntos Inspetivos e Disciplinares do Conselho Permanente Ordinário do CSM, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.

Entretanto, Ivo Rosa ficou colocado no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), no âmbito do movimento judicial ordinário para os Tribunais da Relação, mas a vaga para a promoção do magistrado está dependente deste processo disciplinar e da eventual sanção. Em setembro de 2022, o CSM comunicou também a substituição de Ivo Rosa na instrução do processo BES/GES, atribuindo o processo ao novo ocupante do lugar de Juiz 2 no TCIC, o juiz de instrução Pedro Santos Correia.

Nesse mesmo mês, Ivo Rosa reconheceu que teria desistido da candidatura à Relação de Lisboa se soubesse que seria acusado no processo disciplinar CSM, mas sempre tencionou deixar o TCIC, de acordo com a exposição enviada nesse mês ao CSM e o requerimento apresentado em junho anterior, a que a Lusa teve acesso.

“Caso tivesse equacionado um desfecho de acusação teria apresentado a minha desistência ao concurso para os Tribunais da Relação e teria apresentado requerimento para a transferência para outros tribunais de primeira instância”, disse o juiz, sublinhando: “Era meu propósito, caso não tivesse ficado graduado para os Tribunais da Relação, concorrer no presente movimento judicial para outros tribunais de primeira instância”.

Ivo Rosa fundamentou a sua candidatura aos Tribunais da Relação por “pretender exercer funções como juiz desembargador”, além de defender que o TCIC tinha “deixado de ser um tribunal especializado” com a reorganização que foi efetuada no início de 2022. Por outro lado, assumiu também um desconforto no TCIC: “Permanecer no mesmo tribunal (…) constitui para mim (e creio que para a justiça também) uma situação “desconfortável”.

Por considerar que estou absolutamente inocente quanto aos factos em causa e estar convencido que o único desfecho seria o arquivamento, decidi manter o propósito de aceder ao Tribunal da Relação”, frisou, salientando que a acusação no processo disciplinar só foi conhecida no dia 6 de junho, uma data posterior ao prazo limite de 31 de maio para candidatura no movimento judicial ordinário.

O juiz, cuja promoção à Relação de Lisboa está suspensa em virtude do processo disciplinar, abordou ainda a sua situação pessoal e a instrução dos processos BES/GES e “O Negativo”. Ivo Rosa alegou que, após o problema de saúde que teve no primeiro trimestre de 2022 e que o obrigou a uma cirurgia ao coração, ficou com a “capacidade de trabalho e de dedicação (…) muito mais limitada” e que o processo disciplinar o deixou numa “situação de bastante fragilidade emocional”.

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CSM aceita pedido do novo juiz do BES: instrução pode durar até fim de março

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

O CSM apreciou um plano apresentado pelo juiz de instrução Pedro Santos Correia de diligências que prevê um calendário de audições de testemunhas e arguidos entre 20 de fevereiro e 30 de março.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) confirmou que a instrução do processo BES/GES se vai prolongar até final de março, de acordo com o plano proposto pelo juiz Pedro Correia, permitindo a extensão para lá do prazo decretado.

“Quanto ao processo BES, o plenário [do CSM] apreciou o plano apresentado pelo senhor juiz e aguarda a realização das diligências designadas”, adiantou o órgão de gestão e disciplina dos juízes à Lusa sobre as conclusões do plenário desta terça-feira.

O plenário apreciou um plano apresentado pelo juiz de instrução Pedro Santos Correia de diligências que prevê um calendário de audições de testemunhas e arguidos entre 20 de fevereiro e 30 de março, ressalvando o juiz no seu despacho que o agendamento é feito “sem prejuízo da resolução das questões que se mostram pendentes e de quaisquer vicissitudes que possam ocorrer (processuais ou extraprocessuais)”.

A instrução do processo BES/GES passou a ter caráter urgente, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) conhecido no início de janeiro, que deu razão a um recurso do Ministério Público (MP) contra uma anterior decisão do juiz Ivo Rosa, que tutelava a instrução do processo, tendo entretanto sido substituído por Pedro Santos Correia, em setembro do ano passado.

O TRL determinou que “os atos de instrução e o debate instrutório decorram sem as limitações preconizadas”, pelo que o processo pode agora decorrer também durante as férias judiciais com vista a evitar o risco de prescrição de alguns crimes, nomeadamente, falsidade de documento e infidelidade, o que pode acontecer entre agosto de 2024 e março de 2025.

Perante o risco de prescrição, os juízes defenderam que se evite “o arrastamento temporal dos processos penais e o consequente descrédito da justiça”.

“Quer da inegável complexidade dos autos de instrução em causa, quer do elevado número de diligências a realizar em sede de instrução, quer do risco de prescrição relativamente a alguns dos crimes em causa, decorre a evidente vantagem que os atos instrutórios (incluindo o debate instrutório) sejam praticados sem as limitações” previstas nos prazos do Código de Processo Penal, referem as três juízas do TRL.

Em setembro, a instrução do caso BES/GES passou a estar nas mãos do juiz Pedro Santos Correia, que substituiu Ivo Rosa por decisão do CSM. Foi também atribuído em junho do ano passado um prazo de oito meses para a conclusão da instrução, ou seja, até este mês de fevereiro, mas o CSM já tinha mostrado disponibilidade para apreciar “na altura própria” um eventual incumprimento do prazo.

O processo BES/GES tem 27 arguidos (23 pessoas e quatro empresas), sendo o principal Ricardo Salgado. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Chega quer “construir alternativa” de governo com PSD até às europeias

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

Ventura, após audiência com o Presidente, disse queria "começar a construir uma alternativa para estar pronta até às eleições europeias e num quadro temporal de médio prazo".

O presidente do Chega, André Ventura, desafiou esta terça-feira o PSD para “construir uma alternativa” de governo à direita, defendendo a necessidade de um entendimento até às eleições europeias do próximo ano.

No final de uma audiência de cerca de uma hora com o Presidente da República no Palácio de Belém, em Lisboa, pedida na sequência da sua reeleição como presidente do Chega na convenção do final de janeiro, André Ventura disse ter manifestado a Marcelo Rebelo de Sousa o compromisso de “começar a construir uma alternativa para estar pronta até às eleições europeias e num quadro temporal de médio prazo”.

Falando aos jornalistas ladeado por Marta Trindade, vice-presidente do partido, o líder do Chega disse que a construção dessa alternativa “depende também do PSD”, pelo que “tem de ser um trabalho feito a dois”. André Ventura indicou não estar a falar “nem de coligações, nem de acordos”.

Quando digo uma alternativa, ninguém vai assinar acordo nenhum. Nós temos que dar a sensação ao país, ao Presidente, aos portugueses, de que há uma alternativa se formos chamados a essa escolha“, salientou. Ventura indicou que ainda não falou com o líder do PSD, Luís Montenegro, mas defendeu que “mais do que diálogo, do que telefonemas e encontros, é preciso que comece a haver uma convergência na crítica e na solução”.

“O que é importante não é o número de vezes que eu falo ao telefone com Luís Montenegro ou que Luís Montenegro fala ao telefone comigo, é se no parlamento, que é a casa da democracia, na ação de crítica há pontos comuns – e tem havido até muitas vezes, com estilos diferentes, como aconteceu agora no Banif, na crítica dos ministros, na comissão de inquérito – e também há algumas soluções alternativas comuns”, defendeu.

Apesar de ainda não ter convidado o líder social-democrata para uma reunião para abordar esta questão, o presidente do Chega está convicto de que vai acontecer: “Mal seria se o líder do PSD recusasse reunir com o líder do terceiro maior partido português sem qualquer razão aparente, como reuniria com outro líder qualquer”.

“Penso que é a melhor altura para isso. Se Luís Montenegro não quiser agora, se preferir mais perto do verão… Penso que o importante é a partir de agora termos um contacto político”, apontou. O presidente do Chega antecipou que as eleições regionais na Madeira, ainda este ano, podem constituir um “primeiro teste” ao “cenário de uma eventual governação”.

André Ventura insistiu que “entre Chega e PSD tem de se começar a criar uma alternativa”: “Nós não podemos chegar às eleições europeias sem nenhuma alternativa. Nós não podemos chegar, arrisco-me a dizer, a este verão, a este outono, sem uma alternativa, e cabe-nos dizer isso aos portugueses”, salientou. O presidente do Chega considerou também que “o Presidente da República está perfeitamente consciente desse cenário”.

“O Presidente reconhece, como nós também reconhecemos, a necessidade de alternativa. E ele já disse que não pode, em caso algum, tomar qualquer iniciativa que pusesse fim a esta maioria se não houver uma alternativa”, indicou. “Se não o fizermos, não podemos queixar-nos nem andar a pedir ao Presidente da República que dissolva o parlamento”, apontou.

Questionado sobre a demissão da presidente da Agência Nacional de Inovação, Joana Mendonça, alegando falta de condições para continuar no cargo, Ventura defendeu “mostra como este clima de desagregação está em curso nos órgãos mais elevados do aparelho de Estado e como é tão importante a tal alternativa”.

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Aon nomeia Pedro Penalva como CEO Enterprise Clients da EMEA

  • ECO Seguros
  • 7 Fevereiro 2023

O setor de clientes empresariais da Aon, na Europa, Médio Oriente e em África, é liderado por Pedro Penalva desde o início de fevereiro.

A Aon nomeou Pedro Penalva como novo CEO de Enterprise Clients para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), tendo iniciado funções em 1 de fevereiro de 2023. No novo cargo, o profissional será membro do Enterprise Client Group Leadership Team e do EMEA Leadership Team.

“O conhecimento desta região irá ajudar-me a identificar as necessidades principais dos Clientes, num ambiente de grande volatilidade e de mudança, e assim ajudá-los a tomar melhores decisões”, disse Pedro Penalva, o novo CEO de Enterprise Clients para a EMEA da Aon.

Pedro Penalva colabora com a Aon há mais de uma década, tendo iniciado funções em 2010. Atualmente, ocupava o cargo de CEO para a Ibéria, África e Israel e era CEO do Segmento de Clientes Multinacionais da EMEA. Estes cargos seguiram-se à posição de CEO da Aon em Portugal.

Pedro Penalva conta mais de 25 anos de experiência profissional, tendo colaborado com empresas globais de serviços financeiros, seguros e consultoria. Antes de iniciar na Aon, Pedro Penanlva foi CEO da AIG em Portugal e membro do Comité Executivo Europeu desta.

“A nova função do Pedro, como líder do segmento estratégico de Enterprise Clients na EMEA, é uma progressão natural da sua carreira, e baseia-se em anos de sólida experiência como Líder de uma Geografia e de um País. A sua área de atuação atual inclui os mais relevantes Clientes Multinacionais. Ele continuará a ajudar os nossos Clientes a tomar melhores decisões, além de Liderar o Enterprise Client Group na EMEA”, disse Eduardo Dávila, CEO da EMEA da Aon.

Pedro Penalva é Engenheiro formado pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, tem um Advanced Management Program pela Kellogg Business School, Northwestern University e uma pós-graduação em Gestão pelo IESE.

“Estou muito entusiasmado com a oportunidade de trazer o meu conhecimento da nossa indústria e experiência, para liderar este relevante segmento de Clientes Multinacionais da EMEA. Adicionalmente o meu conhecimento desta região, irá ajudar-me a identificar as necessidades principais dos Clientes, num ambiente de grande volatilidade e de mudança, e assim ajudá-los a tomar melhores decisões”, disse Pedro Penalva.

A Aon é uma empresa global de serviços profissionais, que dispõe de uma ampla gama de soluções de risco, reforma e saúde. Com 50 mil colaboradores em 120 países, tem como objetivo entregar resultados através de proprietary data & analytics, para fornecer insights que reduzam a volatilidade e melhorem o desempenho das empresas.

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Após demissão na ANI, Governo garante que execução de fundos europeus “nunca esteve em causa”

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

Governo indica que está a "agora a desencadear todos os procedimentos necessários e subjacentes ao processo de designação da próxima liderança da ANI”.

Os ministros da Economia e da Ciência garantem que a execução dos fundos europeus “nunca esteve em causa” e indicam estarem a avançar com procedimentos para designar o sucessor de Joana Mendonça à frente da Agência Nacional de Inovação.

O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, tomaram conhecimento, no final do dia de ontem [segunda-feira], da decisão de renúncia de Joana Mendonça, ao cargo de presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI)”, pode ler-se no comunicado conjunto divulgado esta terça-feira pelos dois Ministérios.

O Ministério da Economia e do Mar e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicam “que estão agora a desencadear todos os procedimentos necessários e subjacentes ao processo de designação da próxima liderança da ANI”. Segundo o Governo, em causa está “acautelar o interesse público e a missão da ANI, designadamente no âmbito do PRR e demais fundos europeus, cuja execução nunca esteve em causa”.

As tutelas “agradecem” ainda “todo o trabalho desenvolvido por Joana Mendonça na promoção da inovação em Portugal”. A presidente da Agência Nacional de Inovação, Joana Mendonça, demitiu-se na segunda-feira, em carta dirigida ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, e ministro da Economia, António Costa e Silva.

“Ao abrigo do artigo 27 do estatuto do gestor público, venho apresentar a minha renúncia ao cargo de presidente da Agência Nacional de Inovação, ANI, por considerar já não estarem reunidas as condições para exercer o meu cargo e as suas funções”, escreveu Joana Mendonça a abrir o documento, a que a agência Lusa teve acesso.

Depois de recordar que sempre colocou o cargo, no qual foi empossada em 1 de maio de 2021, à disposição, aquando das diversas alterações nas tutelas, detalhou as razões da sua decisão. Em termos gerais, avançou, estas razões “prendem-se com uma crescente dificuldade de receber orientações da tutela, designadamente em matérias de crucial importância para a Agência”.

De forma mais detalhada, pormenorizou com a falta de resposta ao pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades e Orçamento (PAO) da ANI para 2023, “sem o qual a ANI não pode desenvolver as suas atividades de forma regular”.

Joana Mendonça mencionou, adicionalmente, “uma série de questões de interesse crítico para o futuro da ANI”, que considera aliás “serem do maior interesse nacional”, mas para quais não conseguiu ter “qualquer interação com as (…) tutelas”, as quais, acentuou, “têm claro impacto no desenvolvimento e promoção de políticas públicas de inovação”.

Destas, destacou algumas, que considerou mais relevantes, como Acompanhamento das Agendas Mobilizadoras para a Inovação, Acompanhamento da ‘Missão Interface’, Programa Eureka/Eurotars, PT 2030 e SIFIDE. Desta forma, considerou que não estão reunidas as condições para o exercício do cargo, pelo que apresentou a sua renúncia ao cargo de Presidente do Conselho de Administração da ANI e solicitou a Costa e Silva a sua substituição até 31 de março próximo.

A Agência Nacional de Inovação tem o seu capital subscrito em partes iguais pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (50%), e pelo Ministério da Economia, através do IAPMEI (50%).

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Incêndio de contentores marítimos na Turquia extinto

  • ECO Seguros
  • 7 Fevereiro 2023

Centenas de contentores arderam no porto turco de Hatay, no Mar Mediterrâneo, forçando as empresas de navegação a procurar alternativas.

Foi extinto o incêndio que envolveu centenas de contentores marítimos no porto de Iskenderun, na Turquia, após os grandes terramotos na região, confirmou o ministério da defesa do país, nesta terça-feira, mas não ficou claro quando é que as operações seriam retomadas no porto.

Centenas de contentores marítimos arderam, no porto turco de Iskenderun, nesta terça-feira, encerrando operações e obrigando os cargueiros a desviar navios para outros portos.

A autoridade marítima turca disse à agência Reuters, na segunda-feira, que o porto, localizado na costa mediterrânica na província de Hatay, no sul, foi danificado devido ao terramoto que atingiu a Turquia e a vizinha Síria. Filmagens com drones revelam vários incêndios de contentores no cais.

A agência turca de navegação Tribeca disse à Reuters, na terça-feira, que algumas áreas de carga do porto de Limak no complexo de Iskenderun ainda estavam a arder e que o terminal estava fechado a todas as operações.

O grupo de transporte de contentores AP Moller Maersk disse à agência noticiosa que ocorreram danos significativos na logística e infraestruturas de transporte no epicentro do terramoto, incluindo no porto de Iskenderun.

A empresa disse que estava a desviar navios, dados os “graves danos estruturais, levando a uma paragem completa de todas as operações até novo aviso”. E explicou: “teremos de efetuar uma mudança de destino para todas as reservas com destino ao porto ou mesmo ao mar. Estamos a planear desviar contentores para plataformas de transbordo próximas, dentro da viabilidade operacional, ou para portos de transbordo – incluindo o Porto de Mersin (na Turquia) e o Porto Said (no Egito)”, afirmou a transportadora.

A Maersk acrescentou num comunicado, nesta terça-feira, que um incêndio deflagrou entre contentores no terminal na segunda-feira à noite, após o terramoto, e que a empresa estava a avaliar a potencial perda de carga.

A companhia alemã de transporte de contentores Hapag Lloyd disse que estava a receber cargas da Mersin, dado o encerramento de Iskenderun.

Um corretor de contentores disse à Reuters que o incêndio começou, provavelmente, num contentor cheio de óleo industrial inflamável, a julgar pelas chamas e pelo fumo. Outros contentores derrubados impediam o acesso dos serviços de emergência. As autoridades tentaram, em vão, combater o incêndio, por barco, na segunda-feira, com danos nas proximidades do terramoto a dificultar o acesso ao local.

Iskenderun é o lar da indústria pesada como o aço e é um dos dois principais centros de contentores nas costas do sudeste da Turquia. O porto turco de Ceyhan estava pronto para retomar o carregamento de petróleo bruto iraquiano a partir do armazenamento, nesta terça-feira, mas o mau tempo impediu os navios de atracar, disse fonte comercial.

 

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