35% dos desempregados em 2021 continuavam sem emprego em 2022
Entre 2021 e 2022, 35% dos desempregados permaneceram nesse estado, o que corresponde a quase 120 mil pessoas, revelam os dados do INE.
Entre 2021 e 2022, 35% dos portugueses desempregados continuaram sem emprego, o que corresponde a 118,6 mil pessoas. Durante o mesmo período 158,3 mil, menos de metade (46,7%) iniciaram um trabalho.
Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que o fluxo líquido do emprego em Portugal em 2022 foi positivo e estimado em 96,4 mil pessoas. Por seu lado, o fluxo líquido do desemprego foi negativo e estimado em 24,9 mil pessoas. O resultado justifica-se pelo facto de o número de pessoas que ficaram desempregadas ser inferior aos que encontraram emprego.
Fluxo de desemprego em 2022 por sexo
No último ano, os homens foram aqueles que tiveram mais facilidade em voltar a trabalhar. Dos que estavam desempregados, 48,4% (78,4 mil) voltaram a trabalhar, contra apenas 45,2% das mulheres a transitar para o emprego em 2022.
O instituto português refere ainda que em 2012, 2013 e 2020 a variação do desemprego (o seu fluxo líquido) foi de sinal positivo, isto porque as entradas no desemprego foram superiores às saídas deste estado. Estes anos correspondem aos da crise financeira de 2012, cujo impacto máximo no desemprego português se sentiu um ano depois, e ao primeiro ano da pandemia por Covid-19.
Menos trabalhadores por conta própria
De 2021 para 2022 verificou-se também uma diminuição do trabalho por conta própria: das pessoas que tinham trabalho por conta própria, 10,8% (76 mil pessoas) passou a trabalhar por conta de outrem. Só no último trimestre do ano, esta foi a realidade de 69,3 mil pessoas.
Face a 2021, a percentagem de trabalhadores por conta própria que passou a trabalhar por conta de outrem em 2022 aumentou 0,3 pontos percentuais.
Por outro lado, das pessoas que trabalhavam para outros, apenas 2% começou a trabalhar por conta própria, o que se traduz em 82,9 mil pessoas.
Fluxos anuais entre tipos de contrato (com e sem termo) em percentagem
Do total de trabalhadores por conta de outrem que, em 2021, tinham contrato de trabalho com termo, 250,6 mil passaram a ter contrato de trabalho sem termo. Este valor traduz-se em 36,4% dos trabalhadores. Face a 2021, houve um aumento de 0,8 pontos percentuais da percentagem de trabalhadores nesta situação, o que representa uma maior estabilidade laboral. O oposto (a passagem de trabalhadores com contrato sem termo para contrato com termo) foi de 3,4%.
Desde 2015 que tem aumentado o número de trabalhadores que passam de contrato com termo para contrato sem termo.
No último trimestre, mais de 50% continuaram desempregados
Das pessoas que estavam empregadas em 2022, no último trimestre do ano, 95,4% (cerca de 4,7 milhões de pessoas) permaneceram nesse estado. Por contraste, das que estavam desempregadas, mais de 50% continuou sem trabalho, especificamente 52,7% (o que se traduz em 161,3 mil pessoas).
Entre outubro e dezembro de 2022, a percentagem de pessoas que regressaram ao trabalho por sexo revelou-se diferente da realidade anual. As mulheres foram aquelas que mais rapidamente voltaram a trabalhar (26,7%) contra 25,5% dos homens.
Estados do mercado de trabalho na UE e em Portugal no terceiro trimestre
O INE apresenta ainda uma comparação entre os estados do mercado de trabalho na União Europeia (UE) e em Portugal relativamente ao terceiro trimestre de 2022. Entre os meses de julho, agosto e setembro, transitaram para o emprego 25,5% das pessoas que em Portugal estavam desempregadas no segundo trimestre de 2022. Este valor é superior em 1,5 pontos percentuais comparativamente à União Europeia (24%).
Face à UE, Portugal apresentou ainda uma percentagem de permanência no emprego superior: 96,5% das pessoas, face a 96,2%. Por outro lado, Portugal registou também uma maior percentagem de pessoas a manter-se em situação de desemprego. Enquanto na UE a percentagem de pessoas que se mantiveram desempregadas foi de 50,3%, em Portugal o número aumenta para 54,6%.
(Notícia atualizada às 12h45)
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