Marcelo compara pacote da habitação a um melão. “Só se sabe se é bom depois de o abrir”
O Presidente da República diz ser "natural" que haja críticas às medidas apresentadas pelo Governo, mas defende que é preciso "perceber em pormenor" aquilo que querem dizer.
O Presidente da República comparou esta sexta-feira o pacote de medidas para combater a crise no setor da habitação, apresentado na quinta-feira pelo Governo, a um melão. “O povo costuma dizer ‘só se sabe se o melão é bom depois de o abrir’. É preciso abrir o melão“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações transmitidas pelas televisões, o Chefe de Estado disse que “não é possível ter uma ideia clara” sobre o pacote de medidas, dada a sua extensão. Porém, reconhece que é necessário perceber os custos das medidas para o Estado, quantas famílias serão abrangidas pelas propostas, quais os seus efeitos e quanto tempo demorarão a produzir esses mesmos efeitos.
“A questão é saber como é que esses objetivos serão atingidos. Primeiro, se são atingidos rapidamente; segundo, se são atingidos de forma a realmente melhorar a situação de tantas famílias; terceiro, se há máquina para os pôr de pé (a nível de Estado e autarquias), se a banca é sensível a certas mudanças que tem de introduzir e se os impostos a reduzir vão efetivamente mudar a situação dos portugueses“, explicou.
Questionado sobre as críticas de Carlos Moedas e de proprietários ao programa, denominado “Mais Habitação”, Marcelo entende que seja “muito tentador, no imediato, ter opinião sobre as leis”, mas não se vai pronunciar “sem saber o que as leis dizem exatamente”.
“O Governo e o primeiro-ministro mandaram-me as ideias, mas não mandaram as leis“, disse, acrescentando que, passado o mês em que estarão em debate em público, dirá, “uma a uma”, com as quais concorda e discorda e “se há dúvidas de constitucionalidade ou não”.
(Notícia atualizada às 16h32)
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