“Daqui a uns tempos vão ver que ‘IVA zero’ não deu em nada”, prevê Catarina Martins
A líder do BE não antecipa bons resultados da medida anunciada pelo Governo, considerando tratar-se de "uma pequena descida, sem grandes garantias e só sobre uma pequena parte dos bens".
Antecipando os resultados do cabaz produtos alimentares essenciais com IVA zero, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse esta segunda-feira que, daqui a algum tempo, os portugueses “vão ver que não deu em nada”, por se tratar de “uma pequena descida, sem grandes garantias e só sobre uma pequena parte dos bens“.
“Daqui a uns tempos, as pessoas vão ver que não deu em nada, porque não se controlam margens de lucros, não se controlam os preços dos bens essenciais”, justificou a líder do BE, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, depois de participar numa ação de controlo de preços num supermercado.
Além disso, “descer 6% não compensa o mais de 20% nalguns produtos que ninguém explica“, rematou.
Catarina Martins lembrou o que aconteceu com a descida do IVA na conta da luz, que o Governo prometeu que as famílias poupariam cerca de 50 euros por mês, quando a poupança não foi além de 1,5 euros. “Era só numa pequena parte da conta e ninguém deu por nada, [o preço da luz] continuou a aumentar”, afirmou.
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, é necessário estabelecer também o preço a que esses bens essenciais podem ser vendidos e ir observando esses preços ao longo de um período de tempo, antes que a descida do IVA seja “incorporada nos lucros da grande distribuição”.
Em causa está a medida anunciada pelo ministro das Finanças, na sexta-feira passada, sobre um acordo entre o Governo e os setores da produção e da distribuição alimentar para a definição de um cabaz de bens essenciais que, durante seis meses, ficará isento de IVA. O acordo deverá estar fechado no início desta semana, estando previsto um custo de 410 milhões de euros.
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