Governo alerta que risco de incêndio aumentou cerca de 40% face a 2022

  • Lusa
  • 21 Março 2023

"A própria União Europeia já veio sensibilizar os países do mediterrâneo, [alertando] que os riscos este ano, comparativamente aos anos anteriores, são superiores", disse José Luís Carneiro.

O risco de incêndio em Portugal ao dia de hoje é cerca de 40% maior face a 2022, disse o ministro da Administração Interna, após uma reunião com a GNR, em Monte Redondo, no concelho de Leiria.

“Hoje pudemos ouvir da parte da GNR, que é quem tem uma base de dados que permite comparar vários indicadores, que à luz dos indicadores conhecidos ao dia de hoje o risco aumenta em cerca de 40% relativamente a 2022. A própria União Europeia já veio sensibilizar os países do mediterrâneo, [alertando] que os riscos este ano, comparativamente aos anos anteriores, são superiores”, afirmou José Luís Carneiro.

O ministro da Administração Interna esteve no posto da GNR de Monte Redondo, onde ouviu as explicações dos militares sobre o estado do território nacional no momento em que decorre a Campanha Floresta Segura, que visa identificar os proprietários de terrenos que necessitam de limpeza, para prevenir os incêndios rurais.

José Luís Carneiro constatou, a seguir, in loco o trabalho da GNR na identificação dos terrenos em incumprimento, tendo experimentado o sistema utilizado pelos militares. “A GNR está neste momento no terreno em todo o país a sensibilizar as autarquias e os proprietários para a necessidade de proceder às limpezas previstas na lei relativas à segurança do edificado”, nomeadamente, “todas as áreas circundantes às habitações que devem ser objeto de limpeza”, referiu.

O sargento ajudante da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), Rui Teixeira, explicou que na plataforma que a GNR possui é possível verificar os locais críticos “que dão incidência dos incêndios rurais desde 2020 até agora”. “Estamos com mais severidade a norte do país – Viana do Castelo e interior do Porto. Temos mais ignições em Montalegre e Vila Real, o que é já um histórico nesta fase do ano”, precisou.

Respondendo a José Luís Carneiro, o militar revelou que “na carta de retorno, os 528.926 hectares ardidos em 2017 já estão com um nível muito alto de exposição”. “Seria fundamental o país garantir a resiliência dos aglomerados populacionais através da execução da rede secundária, já que 85% das ocorrências, das 10.958 de 2022, ocorreram a menos de 500 metros de infraestruturas, sejam ocupadas por pessoas ou ambiente empresarial”, explicou o militar.

O ministro sublinhou, por isso, a importância de apostar na prevenção e na sensibilização de todos para a limpeza dos terrenos. “No verão, quando somos confrontados com os incêndios, todos temos um sentimento que os meios são sempre limitados para o conjunto das necessidades do país. A GNR avançou com a campanha de sensibilização em fevereiro por todo o país, um trabalho de muito valor, que tem vindo a permitir maior conhecimento e maior capacidade para antever os riscos. Este é um dever coletivo”, insistiu.

José Luís Carneiro lembrou que, “em 2022, a União Europeia teve mais de 60% dos incêndios rurais e florestais”. “Arderam mais de 69% em toda a União Europeia. Os riscos ultrapassaram todos os níveis: 30% de humidade, 30% de ventos, 30% de temperaturas”, referiu.

O governante precisou: “Em 2022 tivemos 47 graus, humidade abaixo de 10% e ventos acima de 60 quilómetros por hora, o que significa que os riscos de incêndio aumentaram muito exponencialmente”.

“Este é um esforço de todos. Da administração central, do Governo, das autarquias, dos proprietários e individual de cada um de nós. É para esse objetivo e para essa sensibilização que hoje me encontro com a GNR. É importante que cada um cumpra a sua missão. Não chega, quando estamos confrontados com os incêndios, pedirem contas ao ministro da Administração Interna. É muito importante que todos contribuam para um país mais seguro”, reforçou.

 

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Obras do Metro de Lisboa custam mais 45 milhões com ligação a Oeiras e trabalhos extra

Expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa vai custar mais 25% do que estava previsto. Além das matérias-primas e energia mais caras, projeto ficará mais caro para garantir ligação ao LIOS.

Não foi apenas o agravamento dos custos das matérias-primas e da energia que levaram ao aumento de 25% no preço das obras de expansão linha vermelha do Metro de Lisboa. A ligação do metropolitano à linha intermodal para Oeiras e a realização de trabalhos extraordinários justificaram praticamente metade da subida do orçamento, no valor de 45 milhões de euros.

“Projetos como o da expansão da linha Vermelha são difíceis. Enfrentam dificuldades que não se podiam prever”, justificou o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, durante a audição em comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

A expansão da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa até Alcântara vai custar mais 25% do valor estimado inicialmente, em fase de estudo de viabilidade (em 2020), o que se traduz num acréscimo ao custo total do investimento de 101,4 milhões, para os 405,4 milhões de euros. As obras serão financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Está prevista a construção de três novas estações subterrâneas (Amoreiras, Campo de Ourique e Infante Santo) e uma estação à superfície (Alcântara). Poderá haver um acréscimo de 11 milhões de passageiros à rede, só no primeiro ano.

Além da nova estação de metro, Alcântara vai ter uma infraestrutura do sistema LIOS Ocidental, projeto de linha intermodal para ligação a Oeiras através de um sistema ferroviário ligeiro, como o elétrico. O sistema “não foi incluído na estimativa inicial apresentada à estrutura de missão Recuperar Portugal” e contribuiu com 10,4 milhões de euros para o agravamento do custo desta obra.

O investimento “permite viabilizar o LIOS Ocidental sem requerer destruir, no futuro, obra feita no contexto da expansão da linha vermelha ou realizar obra muito mais complexa”. A estação de metro de Alcântara também terá de servir como local de partida e chegada dos autocarros da Carris e da Carris Metropolitana.

Ao orçamento da obra também foram acrescentados 34,4 milhões de euros em “custos associados à conceção do projeto, que obrigou a incluir no programa preliminar posto a concurso uma série de aspetos que não estavam identificados anteriormente”, justificou o secretário de Estado.

A expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa tem de ficar pronta até ao final de 2026, conforme avisou o primeiro-ministro no final de janeiro, no lançamento do concurso público para esta obra.

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EUA inauguram primeira guarnição permanente na Polónia

  • Lusa
  • 21 Março 2023

Esta guarnição, a oitava dos EUA na Europa – tem cinco na Alemanha, uma na Bélgica e uma em Itália –, ficará encarregada de coordenar o apoio das forças destacadas na Polónia.

Os Estados Unidos inauguraram esta terça-feira a sua primeira guarnição militar permanente na Polónia, o que, segundo o embaixador norte-americano em Varsóvia, é um sinal de unidade da NATO “perante a agressão russa” à vizinha Ucrânia.

“Isto demonstra que estamos aqui para ficar. Isto indica ao mundo inteiro que os Estados Unidos estão ligados à Polónia e à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental). Estamos unidos perante a agressão russa”, declarou o embaixador norte-americano na Polónia, Mark Brzezinski, numa cerimónia oficial realizada em Poznan, no oeste do território polaco.

Esta guarnição do exército norte-americano, a oitava dos Estados Unidos na Europa (que já tinha cinco na Alemanha, uma na Bélgica e uma em Itália), ficará encarregada de coordenar o apoio às forças norte-americanas destacadas na Polónia e ao conjunto do flanco oriental da NATO estacionado naquele Estado-membro da organização.

Ela foi criada com base numa decisão do Presidente norte-americano, Joe Biden, tomada em 2022, na cimeira da Aliança Atlântica e servirá de quartel-general ao 5.º Batalhão do Exército norte-americano. Mais de 10.000 soldados norte-americanos estão atualmente estacionados na Polónia, país pelo qual transita a maior parte do material militar com destino à Ucrânia.

“Apreciamos muito a presença permanente de tropas norte-americanas no nosso país. Apreciamo-lo particularmente na situação em que a Europa se encontra, com uma Rússia que invade a Ucrânia e tenta reconstruir o seu império”, declarou, por sua vez, o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, na cerimónia.

O comando avançado do 5.º Batalhão do Exército norte-americano já está operacional – é, portanto, a partir da Polónia que são comandadas as forças terrestres norte-americanas no flanco leste da NATO”, disse ainda o ministro polaco, sublinhando: “A guarnição é importante para a segurança do nosso país, mas também para a segurança do conjunto do flanco oriental da NATO”.

Vários milhares de militares norte-americanos estão estacionados há anos na Polónia e noutros países do flanco leste da NATO, como força dissuasora, mas os seus números e missão aumentaram significativamente devido à guerra da Rússia na Ucrânia, que entrou no seu segundo ano.

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Rússia “é capaz” de satisfazer procura chinesa por energia, diz Putin

  • Lusa
  • 21 Março 2023

O objetivo, segundo presidente russo, é fornecer à China pelo menos 98 mil milhões de metros cúbicos de gás e 100 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) até 2030.

O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu esta terça-feira ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, de visita a Moscovo, que a Rússia está em condições de satisfazer as crescentes necessidades energéticas da China. “As empresas russas são capazes de satisfazer a crescente procura de energia da China”, disse Putin a Xi durante as conversações entre as duas delegações oficiais no Kremlin, segundo a agência francesa AFP.

Putin disse que o objetivo é fornecer à China pelo menos 98 mil milhões de metros cúbicos de gás e 100 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) até 2030.

A Rússia é alvo de sanções por parte dos aliados ocidentais por ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, que têm penalizado a economia do país, incluindo as exportações de gás e petróleo. Desde a invasão, cerca de 120 empresas ocidentais de uma vasta gama de setores cessaram temporariamente as atividades na Rússia ou saíram definitivamente do país, afetando a economia russa, que procura alternativas.

Putin ofereceu apoio às empresas chinesas que desejam preencher os nichos deixados pelas empresas ocidentais. “Estamos prontos a apoiar as empresas chinesas para substituir a produção das empresas ocidentais que deixaram a Rússia”, disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.

Xi disse que quer “reforçar a cooperação e a coordenação” entre a China e a Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com poder de veto. “Estou pronto a elaborar convosco um plano para reforçar as relações bilaterais”, disse também o líder chinês, de acordo com a tradução oficial russa das suas observações.

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“Banca portuguesa não sente nenhuma turbulência em termos de levantamentos” de depósitos, garante Paulo Macedo

O CEO da Caixa diz que a exposição do banco público ao Credit Suisse era "ínfima" e que não vai apertar as regras de concessão de crédito, "pelo contrário".

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, garante que não há efeito de contágio da crise no Credit Suisse e nos bancos regionais americanos ao sistema bancário português. Diz também que a solidez financeira permite fazer face “a impactos de uma dimensão muito significativa”.

“Queria salientar que a banca, designadamente portuguesa e europeia, tem estado relativamente tranquila. A banca portuguesa não tem nenhum efeito de contágio quer com o Credit Suisse quer com aquele tipo de bancos [regionais americanos]“, afirma o CEO da Caixa em declarações ao ECO, à margem da conferência “Querer e Crescer: Acelerar o Crescimento de Portugal”, organizada pela Associação Business Roundtable Portugal, que decorreu esta segunda-feira na Nova SBE, em Carcavelos.

A banca portuguesa não só está muito melhor, com dados concretos, como neste momento não sente nenhuma turbulência em termos de levantamentos, nem pedidos estranhos. Há uma grande normalidade na banca em Portugal e obviamente na Caixa Geral de Depósitos”, reforçou Paulo Macedo. Sobre a exposição do banco público ao Credit Suisse, o responsável diz que é “ínfima”, “sem expressão” e “está a ser resolvida”.

O colapso do Silicon Valley Bank no dia 10 de março lançou a incerteza no setor financeiro, contagiando outros bancos regionais e de média dimensão nos EUA. As ondas de choque atingiram também o Credit Suisse, o segundo maior banco suíço. No domingo, foi anunciada a sua aquisição pelo UBS, numa operação forçada pelo banco central, de forma a tentar estabilizar o sistema bancário.

Para o CEO da Caixa, “será necessário algum tempo” para que a confiança seja restabelecida, “designadamente em relação ao Credit Suisse e aos bancos americanos daquele segundo tier“. Há também “lições que têm de ser aprendidas”, considerou.

A monitorização ter menos obrigações para bancos daquela dimensão do que para um banco semelhante na Europa, é, de certeza, uma das razões que contribuiu [para o colapso], para além das características do próprio banco e ter depósitos essencialmente de empresas”, apontou Paulo Macedo. Por ter ativos inferiores a 250 mil milhões de dólares o Silicon Valley Bank estava isento dos requisitos de supervisão mais apertados e não era sujeita a testes de stress. “Isso é uma lição a ter e eventualmente as autoridades americanas irão pensá-lo e fazê-lo a seu tempo”, conclui.

Na parte suíça, a intervenção ter sido feita num fim de semana permitiu que não houvesse um efeito sistémico.

Paulo Macedo

CEO da CGD

O presidente executivo do banco público elogia, no entanto, a reação rápida de reguladores e bancos centrais. “Houve intervenções rápidas quer por parte das autoridades americanas, quer por parte das autoridades suíças. Penso que foram de modo a estabilizar, de acordo com a informação que é conhecida, os mercados. Na parte suíça, a intervenção ter sido feita num fim de semana permitiu que não houvesse um efeito sistémico. Globalmente, não vemos riscos adicionais neste momento”, afirma Paulo Macedo.

Caixa não vai restringir crédito, “pelo contrário”

“O que a banca portuguesa pode ser afetada é pela mudança de condições em termos internacionais e geopolíticos, o que não aconteceu e nós não prevemos que aconteça. Por outro lado, vale a pena dizer que os bancos portugueses, designadamente a Caixa Geral de Depósitos, tem uma solidez financeira que lhe permite ter impactos de uma dimensão muito significativa“, tranquiliza o CEO.

Vale a pena dizer que os bancos portugueses, designadamente a Caixa Geral de Depósitos, tem uma solidez financeira que lhe permite ter impactos de uma dimensão muito significativa.

Paulo Macedo

CEO da Caixa

O banco público não vai restringir a concessão de empréstimos devido à incerteza no setor, garante Paulo Macedo: “Nós não vamos alterar as nossas regras de concessão de crédito, pelo contrário. Digo-lhe aqui e reafirmo que queremos dar mais crédito, porque temos liquidez a mais”.

O gestor sublinhou ainda a importância da rentabilidade dos bancos para poderem resistir a crises. “Neste momento se calhar as pessoas já estão a pensar duas vezes antes de dizer que a banca tem lucros excessivos. A banca tem de ter lucros para poder acomodar eventuais situações de riscos, designadamente imprevisíveis”, argumenta.

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Visa Innovation Program Europe arranca. Há lugar para 8 fintechs de Portugal e Espanha

As fintechs selecionadas vão ter acesso, durante seis meses, a formação, mentoria, bem como a contactos com os investidores.

A Visa arrancou com a primeira edição do “Visa Innovation Program Europe” (VIPE) em Portugal, num formato conjunto com Espanha. Há lugar para oito fintechs nos dois países. As candidaturas ao programa, realizado em parceria com Fintech Solutions e a Hackquarters, decorrem até 14 de abril.

“Estamos encantados por, em conjunto com a Fintech Solutions e a Hackquarters, trazer para Portugal este programa – que conta com inúmeras edições de sucesso em outros países europeus. A Visa é das redes que mais facilita e promove a inovação e a colaboração com instituições financeiras e fintechs, e através do ‘Visa Innovation Program Europe’, queremos incentivar e originar ideias disruptivas nesta área, com o objetivo de desbloquear novos fluxos de pagamentos. A Visa, através do VIPE, pretende apoiar estes candidatos com formação, visibilidade e acesso ao ecossistema”, diz Gonçalo Santos, country manager da Visa em Portugal, citado em comunicado.

Entre as candidaturas de Portugal e Espanha, serão selecionadas oito fintechs que “desenvolvam o seu trabalho em torno da criação de soluções focadas nas experiências de pagamento de última geração (sendo exemplo disso, as cripto moedas, as redes de blockchain ou o setor da banca), e cujas iniciativas sejam capazes de apoiar as PME nos seus processos de digitalização”, refere a Visa em comunicado.

As fintechs selecionadas vão ter acesso, durante seis meses, a formação, mentoria, “contactos privilegiados com investidores, e encontros com diversas instituições financeiras e empresas de outros setores, com diversas possibilidades de colaboração e trabalho conjunto.”

A decorrer desde 2019 no sul da Europa, no ano passado o VIPE decorreu em quatro mercados, contando já com mais de 900 candidaturas, 72 participantes e 68 projetos-piloto implementados. O programa já realizou um total de 1.300 horas de tutoria, tendo alcançado, em 84 rondas de financiamento, mais de 350 milhões de euros em apoio financeiro.

A Payhawk da Bulgária, uma das primeiras fintechs participantes no programa, atingiu o estatuto unicórnio (uma avaliação de mais de mil milhões de dólares) no ano passado.

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Governo volta a reforçar verba para requalificar blocos de partos

O financiamento vai ser, afinal, de 27 milhões de euros, permitindo fazer obras nos 33 blocos de partos que submeteram a sua candidatura, ao invés dos 25 anteriormente previstos.

O Governo reforçou, pela segunda vez, a dotação destinada à requalificação dos blocos de partos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O financiamento vai ser, afinal, de 27 milhões de euros, permitindo fazer obras nos 33 blocos de partos que submeteram a sua candidatura, ao invés dos 25 anteriormente previstos.

“O Ministério da Saúde vai alargar o “Programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Parto do Serviço Nacional de Saúde”, que passará a dispor de um montante de 27 milhões de euros e permitirá financiar investimentos nos 33 hospitais que apresentaram candidaturas“, adianta a direção executiva do SNS, em comunicado enviado às redações.

No início de janeiro, o Governo tinha anunciado que iria lançar uma linha de financiamento de 10 milhões de euros para a requalificação de blocos de partos no SNS, sendo que o objetivo é que as obras sejam realizadas ainda este ano, segundo o despacho publicado em Diário da República. Para o efeito, candidataram-se 33 hospitais públicos num valor total de 37 milhões de euros, isto é, uma montante quase quatro vezes superior à dotação inicial, segundo revelou na altura a entidade liderada por Fernando Araújo. Estes 33 hospitais correspondem a 89% dos hospitais do SNS potencialmente elegíveis.

Por isso, no início deste mês o Executivo decidiu duplicar a verba inicialmente prevista para 20 milhões de euros, tendo em vista melhorar infraestruturas e equipamentos em 25 maternidades públicas das 33 que submeteram a candidaturas. Contudo, agora foi mais longe e aceitou a proposta da direção executiva do SNS, que prevê um reforço de mais “7.059.027,37 euros, para possibilitar o financiamento da totalidade dos projetos candidatos”, lê-se na nota de imprensa divulgada. Contas feitas, o financiamento destinado à requalificação dos 33 blocos de partos rondará os 27 milhões de euros.

Em comunicado, a direção executiva do SNS salienta que este é um “sinal claro do compromisso do Ministério da Saúde com a requalificação desta área e um reconhecimento do esforço e da dedicação das equipas na assistência às grávidas e crianças”.

Além dos valores anteriormente conhecidos, — que apontavam que o maior investimento será dirigido ao Centro Hospital Universitário de Lisboa Norte (3.086.272,05 euros), onde se incluem o Hospital de Santa Maria e o Pulido Valente, seguido pelo Hospital Fernando da Fonseca (2.864.427,65 euros) — o Centro Hospital Universitário de Lisboa Central que ocupava o terceiro lugar vai receber mais 146.992,89 euros, passando a receber um total de 2.128.719,67 euros.

Entre os novos reforços, estão ainda previstos 2.015.638,41 euros para a Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Minho, 1.414.597,05 euros para a ULS do Alto Alentejo, 1.001.682,59 euros para o Hospital de Braga, 842.713,38 euros para o Centro Hospitalar São João (no Porto), 712.290 euros para a ULS Nordeste, 424.895,42 euros para o Hospital de Loures, 401 817,63 euros para o Centro Hospitalar Tondela-Viseu e 98.400 euros para o Hospital de Vila Franca de Xira.

(Notícia atualizada)

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Lucros da TAP são “passo sólido nas perspetivas para o futuro da empresa”, diz Galamba

  • ECO
  • 21 Março 2023

Ministério das Infraestruturas considera que a companhia aérea mostrou "resiliência" num ano ainda afetado pela pandemia, pela guerra na Ucrânia ou pelo disparar dos preços dos combustíveis.

O Ministério das Infraestruturas considera que os resultados anuais da TAP, conhecidos esta terça-feira, provam a “resiliência” da companhia aérea e são um “passo sólido nas perspetivas para o futuro”.

“A TAP divulgou hoje os resultados do ano de 2022, apresentando um resultado líquido positivo de 65,6 milhões de euros, o que configura um crescimento da receita acima do esperado”, nota o comunicado enviado ao início da tarde. Números que “são um passo sólido nas perspetivas para o futuro da empresa e para o País”, sublinha.

“Num ano ainda afetado pela pandemia, pela guerra na Ucrânia, pelo disparar dos preços dos combustíveis e pela mudança do sistema de tráfego aéreo no hub, que condicionou de forma significativa a atividade da TAP, a companhia provou a sua resiliência”, acrescenta o ministério liderado por João Galamba.

Estes resultados decorrem do empenho no processo que visa garantir sustentabilidade operacional e financeira de longo prazo da empresa. A possibilidade de produção de Combustível de Aviação Sustentável (SAF) no hub de Lisboa, a resolução dos constrangimentos aéreos operacionais, bem como a nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, perspetivam-se como oportunidades de criação de valor acrescentado para a TAP e para Portugal”, diz também o comunicado.

A TAP anunciou esta terça-feira o regresso aos resultados positivos, cinco anos depois. A companhia aérea terminou o exercício de 2022 com lucros de 65,6 milhões de euros e receitas de 3,5 mil milhões, um novo recorde. O resultado operacional saltou para uns inéditos 268,2 milhões.

Com estes números, a companhia põe fim a um longo ciclo de prejuízos, que atingiram os 1.600 milhões no ano passado, devido ao impacto da pandemia. Perdas que levaram ao resgate da companhia com a injeção de 3,2 mil milhões em ajudas de Estado e à aplicação de um plano de reestruturação, com milhares de despedimentos e cortes nos salários.

“Durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais”, destaca Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, citada no comunicado divulgado pela empresa. O plano de reestruturação só previa o regresso da companhia aérea aos lucros em 2025.

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CFP agrava previsões para inflação e desemprego. Preços sobem 5,9% em 2023

Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em alta previsões da inflação para 5,9% em 2023 e da taxa de desemprego para 6,4% até ao próximo ano.

Ainda num contexto de muita incerteza, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) não mexeu na estimativa de crescimento do PIB este ano, mas reviu em alta as previsões para a inflação e o desemprego. Vê agora o índice harmonizado de preços acelerar 5,9% em 2023 e 3,1% em 2024, enquanto a taxa de desemprego se deverá fixar nos 6,4% nos dois anos.

Estes números representam um agravamento face à taxa de inflação de 5,1% e 2,2% em 2023 e 2024, respetivamente, antecipada pelo CFP nas projeções de setembro. O organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral sinaliza que a “normalização da política monetária por parte do Banco Central Europeu, assim como o progressivo desvanecimento das restrições na oferta deverão contribuir para a redução das pressões inflacionistas ao longo do horizonte de projeção”.

A previsão para a aceleração da inflação neste ano fica, assim, ainda mais acima daquela estimada pelo Governo no Orçamento do Estado, de 4% em 2023.

A previsão da taxa de desemprego é também mais elevada face à estimativa de 5,3% e 5,1% no cenário divulgado no ano passado. Tal reflete “a manutenção de uma trajetória de ligeiro aumento na taxa de participação no curto prazo, em linha com a evolução recente desse indicador”, indica o CFP. No entanto, no médio prazo “projeta-se a manutenção do emprego e a redução gradual da taxa de desemprego até 5,8% da população ativa”.

Já no que diz respeito à evolução da economia, o CFP continua a ver um crescimento do PIB de 1,2% em 2023. Já para 2024 a previsão é revista em baixa, de 2% para 1,8%, mas em alta para 2025 de 1,8% para 2%.

“O abrandamento projetado para 2023 resulta da redução quer no contributo da procura interna, quer no contributo das exportações líquidas”, explica o organismo, tendo na base a “desaceleração expressiva do consumo privado” e do investimento. Isto numa altura em que continua a incerteza e a inflação em níveis elevados, tendo também a influência do “agravamento das condições de financiamento, que contribuem para a erosão do poder de compra dos consumidores e para o adiamento das decisões de investimento por parte dos empresários”.

Ainda assim, a “aceleração na absorção dos fundos europeus associados ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)” deve ajudar a impulsionar o crescimento do investimento, ainda que maioritariamente por via na componente pública.

É de sinalizar que esta projeção é feita num cenário de políticas invariantes, ou seja, não considera as novas medidas de política, nem medidas já anunciadas mas não legisladas nem quantificadas. Além disso, estas projeções foram finalizadas antes dos recentes desenvolvimentos em instituições bancárias nos EUA e Suíça e da mais recente decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), alerta o CFP.

Guerra, reabertura da China e fraca execução do PRR são riscos ao cenário

O CFP identifica alguns riscos para este cenário macroeconómico que se prendem em grande medida com a elevada incerteza. Fatores como a guerra na Ucrânia, o impacto da reabertura da China nos preços e a fraca execução do PRR podem comprometer o abrandamento da inflação e dificultar o crescimento económico.

“A continuação da guerra na Ucrânia, o aumento do preço das matérias-primas devido ao processo de reabertura da China, a possível desancoragem das expectativas de inflação no médio prazo e a transmissão da dinâmica inflacionista às componentes menos voláteis do IPC poderão levar a uma taxa de inflação mais elevada e persistente do que a atualmente considerada pelo CFP”, alerta o organismo, sendo estes os principais riscos sobre os preços.

Como consequência, os bancos centrais podem decidir “acelerar os processos de normalização da política monetária, prejudicando quer a procura interna devido ao impacto que a subida das taxas de juro tem numa economia com um elevado grau de endividamento como a portuguesa, quer a procura externa dirigida a Portugal, devido ao abrandamento da atividade económica dos principais parceiros comerciais nacionais”, salienta o CFP.

Além disso, apesar do organismo já estar a prever uma taxa de execução do PRR abaixo dos 100%, essa pode ficar ainda mais abaixo do que o esperado, prejudicando a evolução do investimento e, por sua vez, o crescimento económico.

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CFP admite défice de 0,5% em 2022. Equilíbrio orçamental só em 2025

Organismo prevê défice melhor do que o esperado pelo Governo em 2022 e 2023. Já para a dívida, CFP estima que fique abaixo dos 100% do PIB em 2026.

Ainda não é certo em quanto se cifrou o défice no ano passado, face ao PIB, mas o Conselho das Finanças Públicas (CFP) admite que seja de apenas 0,5%. A previsão do Governo era de um défice de 1,9%, mas o primeiro-ministro e o ministro das Finanças já sinalizaram que vai ficar abaixo, em torno de 1,5%. Já para 2023 o Executivo aponta para um défice de 0,9% do PIB, mas o CFP antecipa que seja de 0,6%, com o equilíbrio orçamental a chegar em 2025.

“O elevado crescimento da atividade económica em 2022 e o efeito da inflação no aumento da receita fiscal contribuíram para um resultado orçamental melhor do que o previsto pelo Ministério das Finanças (MF), que estimava um défice de 1,9% do PIB”, sinaliza o CFP no relatório sobre as Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027, estimando, assim, que o défice se tenha fixado em 0,5% do PIB, uma revisão em baixa face aos 1,3% projetados em setembro.

O Governo já admitiu que o défice vai ficar abaixo do previsto no Orçamento do Estado, mas tem apontado para valores à volta de 1,4% ou 1,5%, não chegando a estimar um valor abaixo de 1% como o CFP. Já para 2023, a projeção do CFP indica um défice de 0,6%, “em resultado da forte desaceleração do crescimento económico, do impacto da aplicação de medidas relacionadas com a energia, e do aumento dos vencimentos da função pública”.

No próximo ano, a estimativa é de um défice de 0,1%, sendo que é apenas em 2025 que se atinge uma posição de equilíbrio orçamental. “Esta trajetória eleva a margem de segurança em relação ao limite de 3% do PIB para o défice, permitindo fazer face às flutuações cíclicas normais sem incorrer numa situação de défice excessivo”, aponta o organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral.

Fernando Medina também já se mostrou tranquilo face ao regresso das regras com a meta de 3% para o défice, com o levantamento da suspensão das regras da União Europeia em 2024. “Quanto ao défice a nossa projeção é ficar abaixo dos 3%”, disse na semana passada, pelo que a regra “não é problema” para Portugal.

Quanto à dívida, a posição já é diferente. Os Estados-membros estão a negociar mudanças à regra que limita a dívida pública a 60% do PIB, ponderando, nomeadamente, admitir uma trajetória de redução da dívida específica para cada país, com o ministro das Finanças a expressar alguma preocupação quanto a certas métricas a serem consideradas. Mesmo assim, salientou que, “em 2022, houve uma redução de quase 12 pontos percentuais da dívida” para 113,8%.

Esse é assim o valor assumido pelo CFP nestas previsões, que, para 2023, vê o rácio reduzir-se para 109,2%, ficando abaixo dos 100% em 2026. “Entre 2023 e 2027, a trajetória da dívida é determinada essencialmente por um efeito dinâmico favorável, que evidencia um contributo do crescimento do PIB (de -22 p.p. do PIB em acumulado) superior ao da taxa de juro (11,9 p.p. do PIB em acumulado)“, explica a entidade.

É de salientar que esta projeção é feita num cenário de políticas invariantes, ou seja, não considera as novas medidas de política, nem medidas já anunciadas, mas não legisladas nem quantificadas.

Efacec, TAP e despesa com pessoal ameaçam saldo orçamental

Neste campo, o CFP alerta que existem alguns riscos para estas previsões, devido à incerteza quanto às projeções macroeconómicas. Destacam-se as pressões sobre as prestações sociais e despesa com pessoa, bem como o processo de reestruturação da TAP e SATA e da alienação da participação da Efacec.

Nas projeções pesa, então, a “possibilidade de a trajetória para o saldo das Administrações Públicas se revelar menos favorável, desde logo por efeito dos estabilizadores automáticos, num contexto de elevada incerteza quanto às projeções macroeconómicas” com destaque para as pressões sobre a despesa corrente primária.

Além disso, há mais riscos que podem penalizar o saldo orçamental, segundo o CFP:

  1. Pedidos de reposição do equilíbrio financeiro por parte de concessionárias de parcerias público-privadas;
  2. Possibilidade de incumprimento por parte dos beneficiários de garantias públicas;
  3. Processo de reestruturação em curso dos grupos TAP e SATA poder implicar apoios financeiros adicionais;
  4. Litígios quanto ao montante atribuível a ativos por impostos diferidos;
  5. Possível utilização, ainda que parcial, do montante remanescente de 485 milhões de euros ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente do Novo Banco, ainda que tenha sido já dado como finalizado o processo de reestruturação;
  6. Tempestividade e termos definitivos da alienação da participação pública na Efacec.

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AssetFloow recebe 1,5 milhões de euros da GED Ventures Portugal

O montante servirá para triplicar a equipa de I&D em território nacional, acelerar a expansão na Europa e na América Latina, bem como consolidar a posição no mercado de análise comportamental.

A AssetFloow, que desenvolveu tecnologia com base em IA para prever comportamento de consumidores em loja, recebeu 1,5 milhões de euros de financiamento da GED Ventures Portugal. O montante servirá para triplicar a equipa de I&D em território nacional, acelerar a expansão na Europa e na América Latina, bem como consolidar a posição no mercado de análise comportamental.

“A AssetFloow está a revolucionar a forma como os retalhistas analisam o que se passa dentro das lojas físicas. Nunca existiu uma solução no mercado capaz de ajudar os retalhistas a perceber o comportamento dos consumidores por loja, ou cluster de lojas, em tempo-real e em grande escala, sem comprometer a privacidade”, afirma Katya Ivanova, cofundadora e CEO da AssetFloow, startup fundada em 2021 com Ricardo Santos.

A AssetFloow desenvolveu uma tecnologia de inteligência artificial capaz de descrever o comportamentos dos consumidores dentro de uma loja, sem necessidade de câmaras ou sensores.

“Um dos nossos clientes na Europa, por exemplo, precisava de contratar uma equipa para seguir manualmente os consumidores nas suas lojas, gerando mapas de calor manuais com base no percurso das pessoas, o que custava dezenas de milhares de euros por semana. Com a AssetFloow, esse mesmo cliente conseguiu obter resultados iguais em segundos. No Brasil, a plataforma foi capaz de detetar mudanças comportamentais com três meses de antecedência em relação à equipa do retalhista, o que contribuiu para aumentar as vendas em um cenário de forte impacto da inflação”, exemplifica, citada em comunicado.

Através desta solução de software, que combina inteligência artificial com análise comportamental, diretamente a partir dos dados anónimos das vendas dos retalhistas, a plataforma gera os percursos usados pelos consumidores em loja e as suas interações com os produtos, permitindo uma compreensão de padrões de compra e comportamentos.

A AssetFloow disponibiliza uma ferramenta para criar um Digital Twin da loja atual ou simulada, fornecendo informações como mapas de calor, percursos mais usados por diferentes segmentos de consumidores, sugestões de onde colocar os produtos/categorias para aumentar as vendas, estratégias de campanhas promocionais, anomalias de vendas, produtos novos a adicionar à loja, entre outros.

A startup começou por ganhar um Hackathon de Inteligência Artificial em 2021 na Finlândia, e foi reconhecida em 2022 como a Startup Mais Promissora em Portugal pela Entrepreneurship Awards. Este ano, recebeu ainda a certificação de idoneidade pela Agência Nacional de Inovação, pelo seu trabalho de investigação e desenvolvimento em Portugal. Hoje, a AssetFloow atua na Europa (Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália) e no Brasil.

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Resifluxo transforma resíduos em plásticos na fábrica de Famalicão

Empresa de Famalicão, que fatura quatro milhões de euros, aposta na economia circular através da transformação de "lixo" em perfis de plástico 100% reciclado, como floreiras ou bancos de jardim.

Dar uma nova vida a resíduos que acabariam num aterro ou na incineração, transformando-os em perfis de plástico 100% reciclado, como floreiras, bancos de jardim, passadiços ou outro mobiliário urbano. É esta a aposta da Resifluxo, empresa de transformação situada em Arnoso Santa Maria, no concelho de Vila Nova de Famalicão, de olhos postos na economia circular e na redução da pegada ecológica.

“O lixo chega-nos em bruto, fazemos a triagem e transformação, selecionando o que será a nossa matéria-prima, que resulta num perfil de plástico, num princípio de economia circular que usa matérias que, de outra forma, ficariam no ambiente em aterros ou seriam incineradas”, descreve o diretor da área de negócio da Resifluxo, Joaquim Carvalho.

Esta empresa — que começou a atividade na gestão global de resíduos em aterros de Fafe e de Lousada — transforma este “lixo” em matéria-prima para a produção de um novo produto ecológico e “com características que permite múltiplas aplicações”, na unidade industrial de Vila Nova Famalicão.

O lixo chega-nos em bruto, fazemos a triagem e transformação, selecionando o que será a nossa matéria-prima, que resulta num perfil de plástico, num princípio de economia circular que usa matérias que, de outra forma, ficariam no ambiente em aterros ou seriam incineradas.

Joaquim Carvalho

Diretor da área de negócio da Resifluxo

No último ano, a Resifluxo teve um volume de negócios que rondou os quatro milhões de euros, prevendo crescer ainda mais este ano. “Com a introdução da marca WUUD no mercado, esperamos crescer nesta área de negócio cerca de 60%”, adiantou o diretor da área de negócio da empresa, apoiando-se na qualidade, elevado grau de resistência e durabilidade deste produto.

“O desenvolvimento das características deste perfil de plástico, que permite estar no mercado com um produto de qualidade e com novas soluções e aplicações, certamente vão gerar um crescimento da marca nos próximos anos”, sustentou Joaquim Carvalho.

Durante uma visita à empresa, o autarca famalicense, Mário Passos, destacou a importância da aposta da Resifluxo no âmbito da inovação, investigação e desenvolvimento, além de ainda ter “uma elevada preocupação e responsabilidade ambiental”.

A empresa tem ainda em mãos o projeto D’ECO, de investigação e desenvolvimento de produtos inovadores para soluções de arquitetura e construção civil, numa pareceria com a Universidade do Minho, envolvendo um investimento de quase 854 mil euros, com apoio de fundos comunitários na ordem dos 582,5 mil euros.

Trata-se da conceção e desenvolvimento de um compósito de plásticos mistos, que incorpora areias de fundição a partir de resíduos resultantes do setor industrial, da construção e da indústria de fundição. “Esperamos a concretização de uma dezena de novos produtos e soluções a colocar no mercado”, frisou o responsável.

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