Bruxelas limitou financiamento de bolsas de doutoramento pelo Portugal 2030

“O que temos de dotação no programa para o financiamento das bolsas é menos de um terço das necessidades identificadas pela FCT", disse Joaquim Bernardo, gestor do POCH.

Bruxelas torceu o nariz ao financiamento de bolsas de doutoramento pelo Portugal 2030. Portugal não pôde alocar os montantes que gostaria, para ir ao encontro das necessidades identificadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e teve de negociar até à última, revelou no Parlamento o gestor do Programa Operacional Capital Humano (POCH) do Portugal 2020.

Joaquim Bernardo, ouvido esta terça-feira na subcomissão de acompanhamento dos fundos europeus no Parlamento, contou aos deputados as dificuldades em negociar aquele que será o programa sucessor do POCH. “As bolsas de doutoramento foram das coisas mais difíceis de negociar com a Comissão Europa”, revelou. Bruxelas “teve uma grande resistência ao financiamento das bolsas de doutoramento neste período de programação [2021-2027], porque Portugal, para a sua dimensão económica, já tem doutorados q.b.”, acrescentou, em jeito de “caricatura” ao argumento das autoridades comunitárias com quem esteve a negociar.

“Foi das áreas mais difíceis de negociação, com discussão quase até ao fim, e com uma série de condicionantes em matéria de um mínimo de bolas em ambiente não académico”, ou seja, “50% das bolsas a financiar têm de ser com entidades não académicas”, disse o gestor do POCH.

Reconhecendo que existe “uma limitada penetração destes bolseiros fora do mercado académico”, tema também “muito discutido com a Comissão Europeia”, Joaquim Bernardo sublinhou que no Portugal 2030 se vai tentar reforçar a relação com o mercado de trabalho. “Para que mais doutorados se possam inserir no mercado de trabalho que não só no sistema científico e tecnológico”, disse.

“O que temos de dotação no programa para o financiamento das bolsas é menos de um terço das necessidades identificadas pela FCT para este período de programação”, revelou o responsável. “Foi o que a Comissão Europeia nos permitiu lá colocar”, desabafou.

“Para a Comissão Europeia esta não era uma prioridade do Fundo Social Europeu”, que neste período de programação tinha de ter afetos 25% a intervenções na área da inclusão social para os grupos mais desfavorecidos.

A formação de adultos continua ter cabimento nos mesmos moldes, porque estão em causa pessoas com muito baixas qualificações, precisou.

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Professores vão pedir à Comissão Europeia que intervenha junto do Governo

  • Lusa
  • 21 Março 2023

Plataforma de nove sindicatos do setor da Educação vai pedir a Bruxelas que intervenha sobre docentes "com contrato a termo, mas também entre docentes dos quadros, com ultrapassagens" e nos concursos.

A plataforma de nove sindicatos de profissionais de educação vai levar na quarta-feira os problemas dos docentes à representação da Comissão Europeia em Lisboa, pedindo-lhe que intervenha junto do Governo português.

De acordo com informação da Federação Nacional de Educação (FNE), as nove organizações sindicais vão ser recebidas pela coordenadora e coordenador-adjunto da representação em Lisboa da Comissão Europeia, a quem vão dar a conhecer “desigualdades persistentes”.

“Nomeadamente em relação aos docentes com contrato a termo, mas também entre docentes dos quadros, com ultrapassagens na carreira e nos concursos para colocação de docentes”, refere a FNE.

Vão também abordar outras questões, como as “restrições ao exercício de atividade sindical, com algumas escolas a imporem serviços mínimos quando se realizam reuniões sindicais, e ao direito à greve”.

As organizações sindicais entendem que há “lugar a diligências que as instâncias europeias poderão desenvolver”, apesar de considerarem que “os problemas que afetam os professores tenham de ser resolvidos pelas instâncias de poder nacional, designadamente Governo e Assembleia da República”.

“Em relação ao Parlamento Europeu, os contactos serão feitos através dos partidos políticos que elegeram eurodeputados, tendo já sido pedidas reuniões a todos eles; já esta reunião destina-se a fazer chegar à Comissão Europeia diversas informações, solicitando uma intervenção junto do Governo português”, refere a FNE.

Para os sindicatos, um eventual recurso a instâncias jurídicas europeias só será possível depois de esgotadas as instâncias nacionais, “junto das quais estão a desenvolver as indispensáveis ações, pelas quais procuram resolver os problemas das ultrapassagens na carreira, assim como contestar os serviços mínimos ilegais que foram impostos aos professores em dias de greve”.

Além da FNE, a plataforma inclui a ASPL – Associação Sindical de Professores Licenciados, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Pró-Ordem, Sindicato Nacional E Democratico dos Professores (Sindep), Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU), a partir das 15h00.

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Perdas em investimentos fazem Lloyd’s regressar aos prejuízos

Subida dos juros desvalorizou a carteira de investimentos e ofusca aumento do negócio e dos resultados de subscrição. Dólar forte e prémios em alta compensaram guerra na Ucrânia e furacão Ian.

A Lloyd’s of London deve apresentar na próxima quinta-feira prejuízos para o ano de 2022 no valor antes dos impostos de aproximadamente 800 milhões de libras em 2022, contra um lucro de 2,1 mil milhões em 2021.

Apesar de um melhor resultado técnico, com um rácio combinado de 91,9%, uma perda potencial em investimentos de 3 mil milhões de libras arrastou as contas de novo para prejuízo.

A melhoria do resultado de subscrição existiu – o rácio combinado melhorou 1,6% – apesar de um aumento do valor de sinistros de 12,7%, que incluem perdas relacionadas à invasão da Ucrânia pela Rússia e com o furacão Ian.

Apesar deste aumento, o rácio de sinistralidade melhorou de 48,9% em 2021 para 48,4% em 2022, enquanto o rácio de despesas caiu de 35,5% para 34,4%.

Os prémios brutos subscritos aumentaram mais de 19%, para mais de 46 mil milhões de libras, o que, segundo a Lloyd’s, reflete o crescimento do dólar forte (8%), aumentos diretos de preços (8%) e crescimento orgânico (3 %).

No entanto, o resultado negativo do investimento mais do que compensou o melhor desempenho de subscrição da Lloyd’s em 2022. As perdas potenciais de investimento resultaram para a Lloyd’s, como para outros players financeiros, de taxas de juros crescentes com impacto nas suas carteiras de rendimento fixo. Houve uma desvalorização de ativos mas, uma vez que não foram vendidos, é projetado que resultem em maiores rendimentos e retornos de investimento no futuro.

Para o ano passado a perda em investimentos relatada é de aproximadamente 3 mil milhões de libras, em comparação com o superavit de 900 milhões em 2021. A Lloyd’s afirma ainda que essa perda em investimento não tem impacto na liquidez e será revertida nos próximos anos, à medida que os ativos atingirem a maturidade.

Apresentamos um desempenho na subscrição e uma posição de capital tão bons quanto os apresentados nos tempos mais recentes”, afirmou o chief Executive Officer do Lloyd’s, John Neal, referindo ainda que no ano de 2022 “a Lloyd’s registou um forte crescimento de prémios e uma queda contínua nas despesas, o que, juntamente com um balanço de alta qualidade, demonstra que estamos na melhor forma de oferecer um retorno atraente ao capital e aos investidores”, concluiu.

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Nossa ganha comunicação do Abanca Portugal

A agência de Nuno Cardoso, Duarte Durão e Vasco Teixeira-Pinto fica responsável pela comunicação 360º do banco em Portugal. Na consulta, sabe o +M, estiveram mais três agências. 

A Nossa ganhou a conta de comunicação do Abanca Portugal. A agência de Nuno Cardoso, Duarte Durão e Vasco Teixeira-Pinto fica responsável pela comunicação 360º do banco em Portugal. Na consulta, sabe o +M, estiveram mais três agências.

Esta parceria pretende fortalecer a marca em Portugal, apostando no aumento de notoriedade e no crescimento do número de clientes, através de uma comunicação integrada com particular foco no digital”, diz Cristina Peixoto, diretora de marketing do Abanca, citada em comunicado.

“Esta conquista representa também o reconhecimento do trabalho consistente que a Nossa tem vindo a realizar na comunicação integrada de marcas em todos os canais digitais e é uma oportunidade para a Nossa voltar a trabalhar um setor que conhece bem, numa altura em que volta a estar no centro da vida das pessoas“, acrescenta Duarte Durão, managing partner da agência fundada em 2008 e que hoje conta com cerca de 50 profissionais.

O regresso à agência de um banco acontece dois anos após a saída do Santanter, trabalhado pela Nossa em 2020 e 2021. Entre 2010 e 2019 a agência assegurou a conta de criatividade do ActivoBank. Audi, Carlsberg, DIA/Minipreço, Disney/Fox, Grupo Renascença, Globo, Somersby, Microsoft, Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Unicre e WWF são alguns dos clientes que integram o portfólio da Nossa.

O Abanca era trabalhado pela O Escritório desde 2019, agência que não participou nesta consulta.

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Trabalhadores da TAP exigem fim dos cortes salariais

  • Ana Petronilho
  • 21 Março 2023

Em uníssono os trabalhadores de todas as áreas da companhia avisam que com os resultados anuais "não há nenhum motivo" para que a TAP continue a aplicar um corte salarial de 20%.

O novo CEO da TAP ainda não assumiu funções mas os trabalhadores de todas as áreas da companhia deixam já, em uníssono, um aviso: com lucros de 65,6 milhões de euros e com receitas recorde em 3,5 mil milhões de euros, “não há motivo nenhum” para que continuem a ser aplicados cortes de 20% aos trabalhadores da companhia.

Esta é a posição transversal dos principais sindicatos que representam os funcionários da transportadora. E caso não exista abertura da futura administração da TAP – que a partir de abril vai ser liderada por Luís Rodrigues – para que os cortes salariais deixem de ser aplicados no imediato, ao ECO os tripulantes de cabine avisam que pode estar em cima da mesa uma greve. Os pilotos admitem unir-se a iniciativas da plataforma sindical, caso exista concertação das 12 entidades que representam os trabalhadores da TAP.

Ao ECO, o presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Tiago Faria Lopes frisa que os resultados anuais de 2022 – que marcam o regresso da companhia aos lucros ao fim de cinco anos – foram conseguidos “através de cortes na massa salarial”, com o despedimento de trabalhadores e da redução dos salários.

“Em três anos a TAP cortou 870 milhões em massa salarial”, que desceu o peso de 11,5% em 2021 para 14% em 2022, salientou ao ECO o dirigente do SPAC.

E um dia depois de o sindicato ter chegado a um pré-acordo com a companhia para um novo Acordo de Empresa, Tiago Faria Lopes frisa que com estes resultados “não há nenhum motivo para que a companhia continue a cortar 20% nos salários”, previstos até ao final de 2024, quando termina o prazo dos acordos temporários de emergência.

Também o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias, que representa os tripulantes de cabine diz ao ECO que em seu entender “a conta é muito simples”. Com a antecipação em dois anos dos resultados da companhia, “deixa de haver argumentos para manter os cortes salariais” até 1 de janeiro de 2025. Caso a TAP decida manter as reduções nos vencimentos “admitimos consultar os nossos associados para tomar medidas concretas”, salienta Ricardo Penarroias.

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), um dos maiores do universo TAP, salienta que os resultados conseguidos pela TAP são “fruto dos cortes salariais e do aumento das cargas de trabalho” que estão a ser “violentamente impostas”. Este é “um resultado conseguido todo ele à custa do sacrifício dos trabalhadores sem olhar a meios”, frisa em comunicado o Sitava.

Desde fevereiro que a TAP aliviou de 25% para 20% o corte salarial em vigor para os trabalhadores com remunerações mensais acima de 1.520 euros (o valor corresponde a dois salários mínimos).

Apesar de olhar para os resultados como um sinal “positivo” para a empresa, Tiago Faria Lopes considera que o nível de receitas conseguidas “ainda é muito pouco” no setor da aviação. Para o dirigente sindical as receitas da TAP podem subir se houver paz social na companhia e se reduzir o “nível de insatisfação dos clientes”, que, neste momento, “é muito alto”.

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Feira Empresarial ATEC em Matosinhos e Palmela aproxima alunos de mercado de trabalho

A Feira Empresarial ATEC - Academia de Formação regressa, de 29 e 30 de março, às instalações de Palmela e de Matosinhos, com dezenas de empresas para potenciar a ligação entre os alunos e empresas.

Com o objetivo de potenciar a ligação entre os alunos da ATEC – Academia de Formação e o mercado de trabalho, alavancando a sua integração profissional, a Feira Empresarial ATEC regressa de 29 e 30 de março às instalações de Matosinhos e Palmela, com dezenas de empresas dos mais variados setores de atividade.

“O nosso principal objetivo é construir um elo de ligação entre os nossos formandos e o mercado de trabalho, potenciando desta forma a sua integração profissional”, sustenta o diretor de formação da ATEC, Pedro Miguel Oliveira.

O nosso principal objetivo é construir um elo de ligação entre os nossos formandos e o mercado de trabalho, potenciando desta forma a sua integração profissional.

Pedro Miguel Oliveira

Diretor de formação da ATEC

A feira surge, assim, como uma oportunidade para os formandos da ATEC estabelecerem um contacto mais próximo com algumas das principais empresas dos setores de atividade da sua área de formação. Assim como terem um melhor conhecimento do mercado de trabalho e dos processos de recrutamento de cada entidade.

Já as entidades empregadoras passam, por sua vez, a ter um contacto direto com diferentes perfis de formandos.

“Estamos francamente satisfeitos com o sucesso da Feira Empresarial e com a adesão das empresas. Nas edições de 2022 contámos com mais de 80 empresas participantes no conjunto das duas feiras”, sublinha o diretor de formação da ATEC.

Este certame conta com espaços de exposição, sessões de apresentação e entregas de prémios.

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Ambientalistas exigem moratória “imediata” à produção elétrica a partir de biomassa e apontam impactos

Ambientalistas alertam para os impactos da produção de eletricidade a partir de biomassa, em particular no caso das empresas do setor da celulose.

As associações ambientalistas querem que o Governo introduza uma moratória “imediata” sobre a nova capacidade de produção de eletricidade a partir de biomassa, e que estes projetos deixem de ser elegíveis aos subsídios de energias renováveis. Para os ambientalistas, as empresas da indústria papeleira estão a queimar madeira numa taxa superior em relação a qualquer outro setor em Portugal, e dizem que esta tecnologia é responsável por mais emissões poluentes do que as alternativas de geração de eletricidade com base em combustíveis fósseis, como as centrais de gás natural.

Esta terça-feira, Dia Internacional da Floresta, a Quercus, a Acréscimo, a Biofuelwatch, a Environmental Paper Network (EPN) e a Associação Nacional de Ambiente (IRIS) afirmam que as fábricas de celuloses estão a queimar mais madeira para produzir energia do que qualquer outro setor em Portugal.

As associações ambientalistas, argumentam que, apesar das duas empresas afirmarem que a queima de biomassa para produção de energia ajuda a combater as alterações climáticas e a reduzir o risco de incêndios florestais, a análise feita por estas associações revela o contrário. A The Navigator Company e a Altri, como representantes do setor em causa e detentoras de centrais de biomassa, foram contactadas pelo ECO/Capital Verde, mas não apresentaram o contraditório até à publicação deste artigo.

Segundo as associações, o setor da pasta e do papel em Portugal é responsável por quase 80% da eletricidade produzida anualmente em Portugal a partir da biomassa, o equivalente a 6% da produção total de eletricidade em Portugal. Para tal, revelam, o setor queimou 2,9 milhões de toneladas de biomassa em 2021, quase 60% das quais provenientes diretamente de operações de exploração florestal, “principalmente das extensas plantações de monoculturas de eucalipto em Portugal”, explicam. Segundo o relatório, mais de 70% de toda a biomassa queimada para produção de eletricidade em Portugal em 2021 foi classificada como resíduos de eucalipto.

Dessas toneladas, mais de um milhão era referente a biomassa florestal primária (ou seja, madeira retirada diretamente de florestas ou de plantações de árvores).

Nenhuma das empresas mencionadas neste relatório torna pública a informação sobre o abastecimento de biomassa, e todas se recusaram a fornecer informações como a quantidade e o tipo de biomassa que queimam”, escrevem as associações ambientalistas.

"Os incentivos à eletricidade a partir da queima de biomassa incentivam a intensificação da exploração florestal e a expansão das plantações de monoculturas de árvores, muitas vezes no lugar dos ecossistemas naturais. Estamos a ver esta tendência preocupante desenvolver-se, não só em Portugal, mas em todo o mundo”

Sophie Bastable, da Environmental Paper Network

Alexandra Azevedo, Presidente da Quercus, indica que nos últimos anos os “lucrativos” subsídios às energias renováveis encorajaram a construção de “grandes e ineficientes centrais termoelétricas dedicadas à queima de biomassa”. Exemplo disso, apontam, é a central elétrica de biomassa de 34,5 megawatts (MW) da Altri na Figueira da Foz, e a caldeira de biomassa da The Navigator Company, na mesma localidade, que substituiu uma central de cogeração (produção combinada de calor e eletricidade) a gás fóssil.

Em teoria, explicam, apenas a eletricidade produzida através da queima de resíduos florestais (tal prevê a legislação portuguesa) e subprodutos industriais é elegível para o regime de subsídios de Portugal. No entanto, segundo as associações, não é isso que acontece.

Na nota onde é citada, Alexandra Azevedo alerta ainda que “essas centrais precisam de muito mais madeira do que a que é produzida“, como os sobrantes florestais ou os resíduos de celulose, o que obriga a que “grandes quantidades de madeira adicional sejam trazidas diretamente das operações de exploração florestal”.

Ambas [Navigator e Altri] dependem de grandes volumes de biomassa lenhosa diretamente de sobrantes das operações florestais“, como ramos, pequenos troncos ou arbustos secos, “e têm sido financiadas como desenvolvimentos “verdes“, acusam as organizações.

Capacidade instalada de eletricidade de biomassa quase duplicou… e área ardida não diminuiu

Uma das justificações apresentadas pelas papeleiras com centrais de biomassa (existem 13 em Portugal) é que a prática reduz o risco de incêndio através da remoção de resíduos florestais em áreas de alto risco.

Contudo, os ambientalistas sublinham que existem muito poucas provas de que esta estratégia esteja a funcionar e citam um relatório elaborado para o Parlamento, em 2013. No documento, é referido que “a ideia de que a construção de centrais de biomassa por todo o país iria resolver decisivamente a redução do risco de incêndio…não corresponde totalmente à realidade“.

Desde 2007, que a capacidade instalada de eletricidade de biomassa quase duplicou em Portugal e a área ardida tem vindo a aumentar. Em 2017, atingiu o valor mais elevado.

"Se [a redução do risco de incêndio] fosse verdade, então a gravidade dos incêndios deveria diminuir à medida que mais biomassa florestal é queimada em centrais termoelétricas ou transformada em pellets de madeira. ”

Acréscimo, Biofuelwatch, EPN, IRIS e Quercus

Ambientalistas querem fim de subsídios e moratória sobre nova capacidade elétrica

As cinco associações rejeitam os benefícios ambientais defendidos pelas fábricas de celulose, argumentando que os dados recolhidos indicam que eletricidade produzida a partir de biomassa resulta “frequentemente” em maiores emissões do que os equivalentes de combustíveis fósseis. Além disso, alertam que a extração excessiva desta matéria-prima “está a prejudicar a saúde do solo” e a aumentar “a pressão para a expansão de perigosas plantações de eucalipto”.

Assim, defendem que deve ser introduzida “de imediato” uma moratória sobre a nova capacidade elétrica a partir de biomassa, defendendo também o fim da sua elegibilidade para subsídios de energias renováveis, privilegiando que esses apoios sejam redirecionados para o investimento em energias “verdadeiramente verdes” e no sequestro de carbono.

Além disso, pedem que as centrais de biomassa nas fábricas de celulose deixem de recorrer à biomassa florestal primária, isto é, qualquer matéria-prima lenhosa de origem vegetal que seja proveniente diretamente de florestas e plantações de árvores, e dependam apenas da biomassa secundária (subprodutos do processamento da madeira) para a produção de energia.

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Bonificação de juros da casa limitada pela dedução feita no último IRS

  • ECO
  • 21 Março 2023

Portugueses com contratos de crédito à habitação anteriores a 2011 e que tenham deduzido juros no último IRS terão uma bonificação menor. Benefício aplica-se a quem tem maior taxa de esforço.

Os portugueses com contratos de crédito à habitação anteriores a 2011 e que tenham deduzido juros no último IRS terão uma bonificação menor ao abrigo do novo apoio do Governo para promover a habitação. O novo benefício fiscal para os empréstimos da casa aplica-se a quem tem uma taxa de esforço significativa ou com agravamento significativo.

Segundo o Observador, o Ministério das Finanças esclarece que, “ao valor da bonificação deverá ser descontado o valor de dedução à coleta relevante que constar da última declaração de IRS disponível”. Ou seja, a bonificação de juros vai ser limitada pelo valor que foi devolvido na última declaração de IRS, no caso dos portugueses com créditos mais antigos, anteriores a 2011.

Desta forma, as famílias com mais dificuldade em pagar o crédito à habitação poderão receber 75% do aumento da prestação da casa (provocada pela subida das taxas de juro). Para tal, ter-se-á por base de comparação a prestação calculada no teste de stress na altura em que foi realizado o contrato com o banco. Para as famílias que se inserem no 5.º e 6.º escalão, a bonificação será de 50% do aumento da prestação. A bonificação anual por contrato de crédito será, no máximo, de 720 euros.

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Lidl procura jovens para programa internacional de estágios

Programa, com duração de seis meses, dá a oportunidade aos jovens de passar cerca de seis meses na sede internacional da empresa, na Alemanha.

O Lidl abriu candidaturas para o programa International Trainee, dando aos jovens talentos a possibilidade de terem uma experiência internacional na sede da cadeia na Alemanha. As candidaturas decorrem até 3 de abril.

O programa que visa “abrir novas oportunidades a jovens com potencial”, dá a possibilidade dos candidatos selecionados “conhecerem o negócio da empresa a 360º e usufruírem de uma experiência internacional, através de um programa intenso e único, com a duração de 18 meses”, informa o retalhista alimentar em nota de imprensa.

Os jovens deverão ter terminado o seu mestrado até setembro de 2023, ter disponibilidade para passar cerca de seis meses na sede internacional da empresa, na Alemanha, e ter um nível intermédio de inglês”, refere a cadeia.

O programa arranca em outubro e consiste em quatro fases: onboarding – com a duração de um mês e que visa o “conhecimento da cultura, equipas e cadeia de valor da empresa” –; fase de desenvolvimento – um “deep dive no negócio, lojas, centros logísticos e escritórios, com a duração de 8 meses” –; fase internacional – com seis meses de permanência na Alemanha, integrando um curso intensivo de alemão e a trabalhar na sede internacional – e, por fim, a fase de especialização, em que os “selecionados assumirão responsabilidades nas suas áreas de especialização.”

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Universidades e politécnicos vão poder alargar número de vagas para maiores de 23 anos

A fixação mínima passa a ser 5% da totalidade de vagas fixadas, consideradas todas as vias. O objetivo da alteração é a aprendizagem contínua. Calendário de ingresso foi antecipado.

As universidades e os politécnicos vão poder aumentar o número de vagas no concurso nacional de acesso ao ensino superior no ano letivo de 2023-2024 destinadas aos candidatos maiores de 23 anos. A fixação mínima passa a ser 5% da totalidade de vagas fixadas, consideradas todas as vias. O objetivo da alteração é a aprendizagem contínua. O calendário de ingresso no ensino superior foi antecipado.

“Favorece a aprendizagem ao longo da vida, ao alargar o número de vagas para candidatos maiores de 23 anos, com a fixação de número mínimo de 5% da totalidade de vagas fixadas, consideradas todas as vias, quando anteriormente eram 5% das vagas do regime geral de acesso”, lê-se no despacho publicado esta terça-feira em Diário da República (DR), que fixa as orientações e limites de fixação de vagas para acesso e ingresso no ensino superior no próximo ano letivo.

O número total de vagas aberto em cada instituição de ensino superior para a candidatura à matrícula e inscrição através do concurso para os candidatos aprovados nas provas para maiores de 23 anos deve, assim, representar, no mínimo, 5% do limite máximo de admissões para o conjunto dos ciclos de estudos dessa instituição.

Ao definir a fixação de vagas do regime geral de acesso e de todos os concursos especiais ainda durante primeiro trimestre do ano, antecipando entre quatro a cinco meses a fixação das vagas, o despacho permite, segundo o Governo, “um melhor planeamento”.

“[Garante] que todos os candidatos conhecem antecipadamente os ciclos de estudo e vagas disponíveis em todas as vias de ingresso e as instituições possam avançar com a realização de concursos que não dependam da conclusão do ensino secundário”, pode ler-se.

Todo o calendário de ingresso no ensino superior será, aliás, antecipado. Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso vão ser conhecidos, este ano, a 27 de agosto, cerca de duas semanas mais cedo do que é habitual. O Governo já disse também que os alunos da segunda e da terceira fases serão colocados até ao final de setembro, encerrando o processo cerca de um mês antes.

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Americana Amkor Technology abre 40 vagas para indústria de semicondutores

Há vagas para engenharia de planeamento, de integração de projetos e de processos, mas também para as áreas de planeamento de volume, apoio ao cliente, gestão de materiais e manutenção.

A multinacional americana de semicondutores Amkor Technology pretende reforçar a sua equipa com a integração de 40 novos profissionais de áreas técnicas e de engenharia. A integração destes profissionais visa dar resposta aos novos projetos de desenvolvimento em curso na empresa, em parceria com outras fábricas do grupo, que irão promover a transferência para Portugal de novas tecnologias, cuja aplicação se estende a mercados tão diversos como comunicações, automóvel, indústria, computadores e bens de consumo.

“O crescimento atual que temos vindo a sentir traz grandes oportunidades, mas também novas prioridades para o nosso negócio, sendo uma delas a expansão da nossa equipa. Os novos projetos tecnológicos exigem um elevado nível de profissionalismo, pelo que investimos significativamente na formação interna, que pode ser realizada tanto em Portugal, como em qualquer outra fábrica do grupo. Esta aprendizagem contínua e o desenvolvimento profissional são parte integrante da nossa cultura de trabalho”, afirma Carlos Rocha, vice-presidente de human resources & general administration da Amkor Technology Portugal, em comunicado.

Estão em aberto vagas para engenharia de planeamento, engenharia de integração de projetos e engenharia de processos. A empresa pretende igualmente recrutar para as áreas de planeamento de volume, apoio ao cliente, e gestão de materiais. Há ainda oportunidades para perfis de técnico de manutenção.

Presente em 11 países, de três continentes, a Amkor Technology conta com uma unidade na Vila do Conde, onde tem atualmente cerca de 800 colaboradores. O atual momento de crescimento e abertura de novos projetos vem consolidar e alargar a importância estratégica da fábrica portuguesa, reforçando o contacto com novas tecnologias e potenciando as oportunidades de desenvolvimento de carreira e formação a nível internacional.

As posições em aberto estão disponíveis no site da Experis, a marca tecnológica do ManpowerGroup responsável pelo recrutamento.

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Aberto concurso para a maior barragem de regadio de Vila Flor

  • Lusa
  • 21 Março 2023

Maior projeto de regadio de Vila Flor avança para obra com lançamento do concurso público para construção da barragem Redonda das Olgas que deverá ser inaugurada no final do primeiro trimestre de 2025

O maior projeto de regadio de Vila Flor vai avançar para obra com o lançamento do concurso público para a construção da barragem Redonda das Olgas, disse esta terça-feira à Lusa o presidente do município transmontano, Pedro Lima.

O anúncio do concurso público para a construção foi publicado em Diário da República, na segunda-feira, com um valor final de 14 milhões de euros para aquele que é “o maior investimento no município de Vila Flor” financiado pelo Plano Nacional de Regadio.

A nova barragem materializa uma ambição com mais de meio século dos agricultores deste concelho do distrito de Bragança e será construída na freguesia de Freixiel, destinada a regadio para desenvolver a agricultura local, mas também como ponto de apoio ao combate de fogos florestais.

Espero cumprir o cronograma à risca, com um ano e meio de execução, e inaugurar a barragem no final do primeiro trimestre de 2025.

Pedro Lima

Presidente da Câmara Municipal de Vila Flor

O projeto para a construção das infraestruturas hidráulicas será executado, segundo os termos do concurso público, em dois lotes, um relativo à barragem, que absorve mais de metade do investimento, e outro à rede de rega.

Denominado como aproveitamento hidroagrícola de Freixiel, este investimento destina-se a aumentar em 700 hectares a área de regadio do concelho que integra um dos vales mais férteis portugueses, o da Vilariça, junto com os municípios de Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo.

O prazo para a execução do contrato é de 32 meses e os interessados têm 45 dias, a contar da data do anúncio, para apresentar propostas.

O presidente da Câmara de Vila Flor acredita que “vai haver muito interesse” e que não faltarão concorrentes para a empreitada que deverá arrancar durante o verão. “Espero cumprir o cronograma à risca, com um ano e meio de execução, e inaugurar a barragem no final do primeiro trimestre de 2025“, afirmou Pedro Lima

Trata-se de “um projeto fundamental e estruturante para o concelho“, no qual o autarca social-democrata diz ter “orgulho” em participar, destacando “a visão” de quem “deixou as bases”, numa referência ao anterior executivo socialista.

O projeto foi aprovado, em 2018, no âmbito do Plano Nacional de Regadio, mas é uma ambição local há várias décadas nesta zona do Nordeste Transmontano que se destaca pelo potencial agrícola do Vale da Vilariça.

Para esta zona estão também previstos investimentos superiores a 10 milhões de euros no reforço do regadio existente e está a ser reclamada a construção de mais uma barragem.

O vale é servido pelas barragens que regam 1.500 hectares de olival, vinha, frutícolas e hortícolas de 554 agricultores, mas tem potencial para chegar aos 2.500 hectares e 800 beneficiários, segundo os responsáveis locais.

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