Mil maiores empresas familiares renderam mais 3% do que as restantes desde 2006

Face a 2006, as empresas familiares de pequena dimensão foram as que tiveram maior vantagem, com 5,4%. Em 2022, contudo, as empresas familiares ficaram para trás, gerando menos 7% de faturação.

As 1.000 maiores empresas familiares de todo o mundo geraram mais 3% de receitas desde 2006 do que todas as outras. A conclusão é de um estudo divulgado nesta terça-feira pelo banco Credit Suisse, que avaliou estes negócios em que pelo menos 20% do capital social ou dos direitos de voto pertencem aos fundadores. Foram analisadas 1.005 empresas, menos 55 face a 2020.

Face a 2006, as empresas familiares de pequena dimensão foram as que tiveram maior vantagem sobre as restantes, com 5,4%; as empresas médias ficaram com mais 4% de receitas; nas grandes empresas, a diferença foi de 2,3% a favor das companhias com fundadoras.

Em 2022, contudo, as empresas familiares ficaram para trás, gerando menos 7% de receitas em comparação com as restantes. A culpa foi das grandes empresas, que registaram uma desvantagem de 8,5%; as empresas pequenas e médias conseguiram mais 2,1% e 6,7% de receitas, respetivamente.

As 1.000 maiores empresas familiares geraram sempre mais receitas do que as restantes desde 2006.

O maior número de empresas familiares (498) encontra-se na região da Ásia-Pacífico (excluindo Japão), seguida da região da Europa, Médio Oriente e África (285) e da América do Norte (146). Na América Latina (57) e no Japão (19) há o menor número destas companhias.

Portugal surge nesta análise graças à Jerónimo Martins. Fundada em 1792, a dona do Pingo Doce aparece como uma das empresas familiares mais antigas da Europa. A empresa familiar mais antiga analisada é a Orkla, grupo da Noruega.

As três empresas familiares mais valiosas do são tecnológicas: Alphabet, dona do Google (1,177 bilião de dólares), Tesla (624 mil milhões de dólares) e Meta, dona do Facebook (446 mil milhões de dólares).

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Municípios aprovam parecer ao pacote Mais Habitação

  • Lusa
  • 21 Março 2023

Parecer dos autarcas foi aprovado por unanimidade e consolida um "vasto" conjunto de propostas e salienta "cautelas" em algumas medidas propostas pelo Governo.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) vai enviar ao Governo um conjunto de contributos para melhorar o programa “Mais Habitação”, de forma a “responder às reais necessidades do país”, revelou hesta terça-feira a presidente, Luísa Salgueiro.

No final de uma reunião do conselho diretivo, que decorreu em Coimbra, Luísa Salgueiro informou que as propostas da ANMP “são vastas” e abarcam “vários dos aspetos do pacote”, elencando quatro contributos relacionados com a vida das autarquias. No que toca a provisão de se poderem aprovar os projetos apenas com os termos de responsabilidade dos técnicos, Luísa Salgueiro defendeu que tal deve ser visto “com cautelas”.

“Têm de ser mantidas as condições para que sejam verdadeiramente os municípios a gerir a sua gestão urbanística, os seus serviços, e não passar para a esfera exclusivamente privada”, sustentou. No que toca a questão da alteração do uso dos solos de outros fins para habitação, a autarca também vincou que esta deve ser “muito cautelosa”.

“Todos nós prosseguimos uma definição de cidade que promova a cidade dos cinco minutos e multifuncional e não a correr riscos de inverter esta visão para as cidades”, acrescentou.

Em relação às isenções de impostos, que são receitas próprias dos municípios – Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) –, a ANMP discorda da previsão automática. No que concerne às áreas de reabilitação urbana, a ANMP entende que deve manter-se a bonificação do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) a 6%, não apenas para os imóveis construídos, mas para os imóveis em sentido lato.

“Não apenas para edifícios existentes, mas para reabilitação de toda a área, seja de equipamentos, seja de espaço público, seja de novas construções e também para habitação”, concretizou. No entender de Luísa Salgueiro, estes são alguns dos pontos essenciais para que o pacote legislativo “responda às reais necessidades do país”, tendo sido incluídos no parecer da ANMP aprovado por unanimidade e que será remetido ao Governo.

Estas propostas, que servem para “melhorar o programa Mais Habitação”, já tinham sido apresentadas em reunião, mantida a semana passada com as ministras da Habitação e da Coesão Territorial. A segunda parte do programa “Mais Habitação” está em consulta pública até dia 24 deste mês, estando prevista a aprovação das respetivas propostas de lei no dia 30 de março. A primeira parte foi aprovada na semana passada.

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Mercado global de música gravada cresceu 9% em 2022

  • Lusa
  • 21 Março 2023

As receitas de música gravada atingiram os 26,2 mil milhões de dólares no ano passado, um aumento de 9% face a 2021.

O mercado global de música gravada cresceu 9% no ano passado, com o streaming por subscrição a ser o principal impulsionador deste aumento, de acordo com o relatório da Federação Internacional da Indústria Discográfica divulgado esta terça-feira.

Em 2022, as receitas de música gravada atingiram os 26,2 mil milhões de dólares, um aumento de 9% face a 2021, demonstram os dados divulgados pela Federação Internacional da Indústria Discográfica (IFPI, na sigla em inglês).

“O crescimento deve-se a várias fontes de receita: mais uma vez registou-se um aumento nas receitas de streaming, formatos físicos, direitos de reprodução e sincronização, tendo apenas os downloads e outros digitais registado uma diminuição de receitas”, lê-se no relatório, no qual é destacado que “o streaming por subscrição foi o principal impulsionador do crescimento”.

O streaming por subscrição teve um aumento de 10,3% em 2022, atingindo os 12,7 mil milhões de euros. As receitas de formatos físicos aumentaram 4% e as de direitos de reprodução 8,6%, “regressando a níveis pré-pandemia”. O total do streaming (incluindo subscrição e publicidade) representou, em 2022, 67% das receitas de música gravada, acima dos 65% registados no ano anterior.

No final de 2022, estavam registados 589 milhões de utilizadores de contas pagas de streaming, em plataformas como Spotify, Apple Music e Tidal, mais 66 milhões do que no ano anterior. Os três artistas que mais venderam e lucraram, globalmente, em 2022, foram a norte-americana Taylor Swift, os sul-coreanos BTS e o canadiano Drake.

O top 10 dos artistas que no ano passado mais venderam e lucraram inclui ainda o porto-riquenho Bad Bunny, o canadiano The Weeknd, os sul-coreanos Seventeen e Stray Kids, o britânico Harry Styles, o taiwanês Jay Chou e o britânico Ed Sheeran. O tema mais ouvido em streaming no ano passado foi “As it was”, de Harry Styles. “Heat waves”, dos Glass Animals, e “Stay”, de Kid Lacroi e Justin Bieber, completam o top 3.

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Gasolina e gasóleo desceram três cêntimos esta semana

Esta semana, quando abastecer o carro, deverá pagar 1,515 euros por litro de gasóleo simples e 1,657 euros por litro de gasolina simples 95. Desde Janeiro de 2022 que o diesel não estava tão barato.

Tanto o litro de diesel, o combustível mais usado em Portugal, como o da gasolina desceram três cêntimos esta semana, apesar de os preços do Brent terem registado a maior queda deste ano na semana passada, na sequência das perturbações com o setor bancário que voltaram a agitar o fantasma da recessão.

Ao longo desta semana quando for abastecer, deverá pagar 1,515 euros por litro de gasóleo simples e 1,657 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). É preciso recuar a 3 de janeiro de 2022 para encontrar os preços do diesel nas bombas mais baratos, ou seja, antes da Rússia ter invadido a Ucrânia. No caso da gasolina, o recuo é muito mais curto. A 19 de dezembro, os automobilistas pagavam em média 1,582 euros por litro de gasolina.

Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras, mas os valores cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento. E têm também em conta a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento do preço dos combustíveis, que são atualizadas no início de cada mês. Em março, o efeito do mecanismo de compensação aplicado ditou um redução do desconto no ISP de 1,9 cêntimos no gasóleo e de 0,9 cêntimos na gasolina, face a fevereiro.

A descida de 3,7 cêntimos no diesel e 3,1 cêntimos na gasolina esta semana surge depois do litro de diesel ter ficado 1,4 cêntimos mais barato a semana passada e a gasolina ter descido meio cêntimo.

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“Temos de ter uma política de seguros diferente”, diz a ministra da Coesão Territorial

Ana Abrunhosa diz que "o seguro tem de ser adequado aos mapas de risco", algo que ainda não existe no país. Quer levar o assunto a reflexão na AR, porque é preciso uma política de seguros diferente.

A ministra da Coesão Territorial defendeu, esta terça-feira, na Comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local, que o país tem de “ter uma política de seguros diferente” e que “o seguro tem de ser adequado aos mapas de risco“. Aliás, Ana Abrunhosa quer que esta matéria seja objeto de reflexão no Parlamento.

“O seguro tem de ser adequado aos mapas de risco e ainda não temos isso no nosso país. É preciso uma reflexão de todos e incluindo este Parlamento”, começou por sublinhar Ana Abrunhosa. “Vamos ter estas ocorrências extremas com grande severidade e portanto, temos de ter uma política de seguros diferente”, argumentou a ministra da Coesão Territorial.

Para Ana Abrunhosa, este assunto é de tal forma importante que deve ser debatido no Parlamento. “Creio que a Assembleia da república não pode estar afastada dessa discussão, porque a dificuldade que uma família tem, numa zona sísmica, para fazer um seguro contra sismos é algo que só as que já tentaram é que podem relatar”.

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Dona do Pingo Doce aprova prémio de 750 euros para funcionários

Em Portugal são abrangidos cerca de 22 mil colaboradores, num investimento superior a 15 milhões de euros. O "cheque" é de 750 euros e será pago em abril.

O Conselho de Administração de Jerónimo Martins aprovou a distribuição de um prémio extraordinário aos colaboradores em Portugal, Polónia e Colômbia, num total de 75 milhões de euros. Em Portugal vão ser abrangidos 22 mil colaboradores, que irão receber 750 euros em abril.

“O Grupo Jerónimo Martins investe 75 milhões de euros na atribuição de um prémio extraordinário a cerca de 90 mil colaboradores das operações (na sua maioria lojas e centros de distribuição) em Portugal, Polónia e Colômbia”, adianta o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, em comunicado divulgado esta terça-feira.

O “cheque” será pago “em abril” conjuntamente com o salário “como reconhecimento do trabalho e do contributo destes colaboradores para os resultados obtidos em 2022”, justifica a empresa. O grupo apresenta os resultados financeiros relativos ao ano passado na próxima quarta-feira. Os resultados preliminares indicavam que as vendas da dona do Pingo Doce dispararam 21,5% para 25,4 mil milhões de euros em 2022.

Assim, em Portugal o prémio será de 750 euros e “será atribuído a cerca de 22 mil colaboradores”, de um total de mais de 34 mil. Contas feitas, o montante destinado aos funcionários a colaborar em território nacional ronda os 16,5 milhões de euros.

Em 2022, o grupo tinha aprovado um prémio de extraordinário de 550 euros aos funcionários, pelo que este ano o prémio é de mais 200 euros, isto é, um aumento de 36% face ao ano passado.

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PSD chama ex-gestores, acionistas e advogados da TAP à comissão inquérito

A lista final dos sociais-democratas tem um total de 43 nomes para serem ouvidos na comissão de inquérito, incluindo ex-gestores e os assessores jurídicos da TAP e de Alexandra Reis.

O PSD apresentou uma lista final com 43 nomes para serem ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à tutela pública da gestão da TAP, incluindo os advogados que assessoraram a TAP e Alexandra Reis no acordo de saída da antiga administradora executiva da companhia, antigos gestores da companhia e acionistas. Os partidos tinham até esta segunda-feira para submeter os pedidos.

A lista enviada ao presidente da comissão parlamentar de inquérito, Jorge Seguro Sanches, pede que seja ouvida, “com caráter prioritário e de urgência” a ainda CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. Mas também antigos presidentes executivos da companhia aérea, como Fernando Pinto e Antonoaldo Neves, ou administradores financeiros, como Rafael Quintas e João Weber Gameiro, que saiu poucos meses depois de ocupar o cargo.

O PSD chama também os ex-acionistas privados: Humberto Pedrosa e David Neeleman, este último o protagonista do polémico negócio de compra de aviões à Airbus, que esteve na origem dos fundos que usou para capitalizar a transportadora na privatização em 2015, já no segundo Governo de Passos Coelho.

Os sociais-democratas querem também questionar os advogados que estiveram evolvidos nas negociações do acordo de saída da antiga administradora Alexandra Reis da TAP: César Esteves, da SRS Legal, que assessorou a TAP, bem como a equipa da Morais Leitão que acompanhou Alexandra Reis nas negociações da renúncia por mútuo acordo.

Stéphanie Sá Silva, ex-diretora Jurídica da TAP e mulher de Fernando Medina, está também na lista. Assim como “a responsável pelo departamento jurídico da TAP” na sua ausência, uma vez que Stéphanie Sá Silva estava fora em licença na altura em que decorreram as negociações com Alexandra Reis e já não voltou à companhia.

O rol, assinado pelo coordenador do grupo parlamentar do PSD na CPI, Paulo Moniz, inclui também nomes da tutela atual, como Fernando Medina e João Galamba, mas sobretudo antigos titulares, como João Leão, Pedro Nuno Santos, Hugo Mendes (ex-secretário de Estado das Infraestruturas) ou Miguel Cruz (ex-secretário de Estado do Tesouro).

Na lista dos sociais-democratas está ainda Luís Laginha de Sousa, presidente da CMVM, a Inspeção-Geral de Finanças, a auditora PwC e a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

Os partidos tinham até esta segunda-feira para enviar as suas listas finais de nomes para as audições, depois de consultarem os documentos solicitados às várias entidades, dos ministérios à TAP. Os deputados da comissão parlamentar de inquérito acordaram votar na reunião ordinária de amanhã, quarta-feira, a lista final de personalidades a ouvir. Terão também de decidir a ordem pela qual serão chamadas.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

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Governo paga até 24 de abril últimos 12 milhões de apoios extra a produtores

  • Lusa
  • 21 Março 2023

Estes apoios foram concedidos para gasóleo e para fazer face ao aumento de preços dos fatores produção, nomeadamente fertilizantes e rações para animais.

O Ministério da Agricultura paga os últimos 12 milhões de euros de ajudas extraordinárias aos produtores até 24 de abril, de um total de 116 milhões de euros, para fazer face aos aumentos de custos de produção.

Segundo adiantou à Lusa fonte oficial da tutela, “dos 116 milhões de euros comprometidos para ajudas extraordinárias serão pagos os últimos 12 milhões de euros até no máximo 24 abril”.

Estes apoios foram concedidos para gasóleo e para fazer face ao aumento de preços dos fatores produção, nomeadamente fertilizantes e rações para animais.

Abrangidos foram vários setores, como o leite, aves e ovos, suínos, vacas de carne, ovinos, caprinos, culturas temporárias e permanentes de sequeiro e de regadio, secagem de cereais e organizações de produtores.

A ministra da Agricultura disse, a 7 de março, que o Governo pagou 1.000 milhões de euros anuais, entre 2020 e 2022, em ajudas à produção, notando que os valores não cobrem a perda de rendimento, mas ajudam a mitigar o impacto. Maria do Céu Antunes referiu ainda que, em 2020, foram atribuídos 25 milhões de euros em ajudas extraordinárias, 24 milhões de euros no ano seguinte e 52 milhões de euros em 2022.

Foram ainda anunciados mais 57 milhões de euros, mas este apoio só foi regulamentado por Bruxelas no verão passado e aprovado no final do ano. “Só em dezembro pudemos abrir as candidaturas. Fechámos as candidaturas a 13 de janeiro e pagámos em 23 e 24 de fevereiro”, precisou.

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Seguros e fundos de pensões portugueses com exposição de 105,8 milhões ao Credit Suisse

O investimento das empresas de seguros portuguesas no Crédit Suisse totaliza 60,7 milhões de euros enquanto os fundos de pensões têm 45,1 milhões investido.

A exposição global das empresas de seguros nacionais ao Credit Suisse totalizava 60,7 milhões de euros, o que corresponde a 0,1% do total de ativos do setor, revelou a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), entidade supervisora do setor. Por sua vez, a exposição global do setor nacional dos fundos de pensões totalizava, na mesma data, 45,1 milhões de euros (0,2% do total de ativos do setor).

Relativamente à tipologia de títulos detidos, de acordo com a informação do reporte regular das carteiras, a ASF refere que a maioria corresponde a dívida (classificada como plain vanilla e não como subordinated bonds), sendo a exposição a ações imaterial.

A dívida qualificada como plain vanilla permite uma troca de taxa de juro fixa para variável, enquanto as subordinated bonds são obrigações menos bem colocadas para ressarcimento em caso de default de pagamento por parte dos emitentes.

No final de 2022, a carteira de investimentos das seguradoras em Portugal totalizava 50,2 mil milhões de euros, dos quais 12,3 mil milhões de euros respeitavam a Obrigações emitidas por entidade privadas como é o caso do Credit Suisse.

No caso dos fundos de pensões, os investimentos no final de 2021 atingiam 21,3 mil milhões de euros, sendo 17,7 mil milhões administrados por sociedades gestoras de fundos de pensões e 5,4 mil milhões por seguradoras.

 

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Investidores respiram de alívio. Banca brilha na Europa e BCP sobe mais de 4%

As bolsas europeias tiveram ganhos expressivos esta terça-feira e o setor bancário avançou quase 4%. Lisboa não escapou à tendência positiva, com o BCP a recuperar valor pela segunda sessão.

Os investidores voltaram a comprar ações esta terça-feira, estando mais otimistas com o estado da banca europeia e americana, numa altura em que as autoridades internacionais vão tentando restaurar a confiança no mercado. As principais praças europeias registaram subidas acima de 1%, incluindo o principal índice da bolsa portuguesa.

O Stoxx 600, o índice de referência pan-europeu avançou 1,4%, mas o sentimento positivo gerou ganhos que chegaram a 2,6% no caso do espanhol IBEX-35. Em Lisboa, o PSI subiu 1,76%, para 5.871,07 pontos, recuperando pela segunda sessão consecutiva depois das perdas de 5% acumuladas na passada semana.

O dia foi particularmente positivo para a banca, com o índice setorial Stoxx 600 Banks a somar quase 4%, refletindo o alívio dos investidores com a turbulência pela qual o setor tem atravessado por estes dias. Portugal não escapou à tendência. O BCP subiu 4,24% esta terça-feira e acumula uma subida de quase 7% nestas duas sessões da semana. É, porém, insuficiente para recuperar das perdas de mais de 17% das cinco sessões da semana anterior.

Cotação das ações do BCP

A contribuir para o sentimento positivo está o negócio da compra do Credit Suisse pelo rival UBS, anunciado no domingo, mas não só. O The Wall Street Journal noticiou que o CEO do banco norte-americano JPMorgan Chase, Jamie Dimon, está a comandar uma nova ronda de negociações para resgatar o banco regional First Republic, que, pelas 17h00 em Lisboa, disparava mais de 42% no mercado de ações norte-americano.

Além disso, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse numa conferência esta terça-feira que o sistema bancário dos EUA está a estabilizar. A responsável afirmou também que o governo dos EUA pode ter de adotar medidas para proteger outros bancos pequenos na eventualidade de sofrerem corridas aos depósitos, como aconteceu com os bancos Silicon Valley e Signature, que colapsaram este mês.

Regressando à praça nacional, só duas cotadas do PSI não registaram subidas: a GreenVolt, que caiu 1,49%, e a EDP Renováveis, que perdeu 0,72%. Ambas impediram uma subida mais expressiva do índice. Em sentido inverso, no segundo lugar do pódio dos ganhos, depois do BCP, ficou a Altri, que somou 4,19%, para 4,826 euros cada título.

Num dia em que os preços do petróleo também recuperaram mais de 1%, as ações da Galp somaram 2,54%. A Jerónimo Martins valorizou 2,52%.

Do outro lado do Atlântico, a sessão também está a ser de subidas. Pelas 17h15, o S&P 500 somava 0,71%, o industrial Dow Jones subia 0,54% e o tecnológico Nasdaq avançava 1,05%. Depois do tumulto na banca, os investidores voltam-se agora para a reunião da Fed, que esta quarta-feira anunciará uma nova decisão de política monetária.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h16)

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Regulador europeu acredita que setor bancário da UE está bem protegido

  • Lusa
  • 21 Março 2023

O presidente da Autoridade Bancária Europeia sublinhou as diferenças entre os sistemas bancários europeu e norte-americano. "Bancos da UE têm melhores posições de capital e liquidez", disse Campa.

O presidente da Autoridade Bancária Europeia afirmou-se convicto de que o setor bancário europeu está bem protegido, após “mais de uma década de trabalho” na sequência da crise de 2008, mas admitiu que os recentes acontecimentos exigem “vigilância”.

Dirigindo-se à comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas, num debate sobre o colapso do Silicon Valley Bank e as implicações para a estabilidade financeira na Europa, José Manuel Campa sublinhou as diferenças entre os sistemas bancários europeu e norte-americano, enfatizando todo o trabalho feito desde a crise financeira de 2008.

“Acontecimentos recentes levantaram a questão: «estamos de volta a 2008?». Não acredito que seja esse o caso. Neste momento, estamos confiantes de que mais de uma década de trabalho nos colocou numa posição melhor”, declarou o presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Campa destacou que “os bancos da UE têm melhores posições de capital e liquidez, o quadro regulamentar e o ‘single rulebook‘ [conjunto único de regras prudenciais] acrescentaram uma camada de resiliência”, referindo que “uma supervisão e governação melhoradas proporcionam uma melhor gestão do risco”.

Reportando-se ao “progresso das posições de capital e de liquidez desde a grande crise financeira”, o responsável frisou que, atualmente, “os bancos da UE excedem largamente os requisitos mínimos de liquidez”.

“A aplicação abrangente na nossa implementação das normas de Basileia a todos os bancos que operam na UE garante ainda mais resiliência. Em particular, as normas de Basileia sobre risco de liquidez foram plenamente implementadas. Isto contrasta com os Estados Unidos, onde as normas regulamentares internacionais apenas abrangem sistematicamente os 13 bancos mais importantes”, disse.

O presidente da EBA apontou também que “a sensibilidade dos bancos a alterações na taxa de juro tem estado no centro das atenções dos reguladores da UE há mais de um ano”, lembrando que a supervisão bancária do BCE efetuou uma revisão, no ano passado, das práticas de gestão do risco de taxa de juro e de ‘spread’ de crédito das instituições significativas.

Jose Manuel Campa reconheceu, todavia, que “crises recentes mostram que, apesar de todas as melhorias nas posições de capital e liquidez dos bancos, uma melhor regulamentação e uma melhor supervisão, podem ainda ocorrer falhas e falta de confiança”, pelo que os decisores políticos devem “permanecer vigilantes e não ser complacentes”.

Nesse sentido, e com vista a “manter a confiança no forte quadro regulamentar” europeu, o presidente da EBA considerou prioritária “a conclusão rápida dos pacotes regulamentares pendentes”. Igualmente participante no debate, o presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, também disse ter “muita fé no trabalho feito” na UE como resposta à crise de 2008.

Na véspera, a presidente do BCE, Christine Lagarde, também compareceu perante a comissão parlamentar de assuntos económicos, tendo reiterado que a instituição que lidera está preparada para intervir, “se necessário”, para preservar a estabilidade financeira da zona euro, à luz das recentes “tensões”, designadamente o colapso do banco norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e a forte queda em bolsa do Credit Suisse.

Garantindo uma vez mais que “o setor bancário da zona euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”, a responsável francesa sublinhou que, “em qualquer caso, o conjunto de ferramentas de política do BCE está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da zona euro, se necessário, e para preservar a transmissão harmoniosa da política monetária”.

“No que diz respeito à estabilidade financeira, temos todas as ferramentas que serão necessárias, que eventualmente são necessárias, para enfrentar tensões”, reforçou, acrescentando, já na fase de perguntas dos eurodeputados, que se, porventura, estas ferramentas se revelassem insuficientes, o BCE seria capaz de “providenciar os ajustamentos ou recalibragens necessários para fazer face a qualquer risco de liquidez” que se vislumbrasse no horizonte.

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Espanhóis da Healthcare Activos compram edifício da CUF no Montijo

  • Ana Petronilho
  • 21 Março 2023

Healthcare Activos, que tem como acionista o fundo soberano do Abu Dhabi, investiu 100 milhões em Portugal através de ativos imobiliários. Clínica da CUF no Montijo abriu portas em dezembro de 2022.

A Healthcare Activos, empresa espanhola de ativos imobiliários, comprou o edifício onde funciona a recente clínica da CUF no Montijo. Em comunicado, a Healthcare Activos, que tem como principal acionista o fundo soberano do Abu Dhabi, diz que os investimentos imobiliários em Portugal ascendem a 100 milhões de euros.

A notícia, avançada pelo PlantaDoce, não revela os valores da transação que envolve o imóvel onde funciona a mais recente clínica da CUF, inaugurada em dezembro de 2022, e que contou com um investimento de cerca de dez milhões de euros por parte do grupo privado de saúde. O anterior proprietário do imóvel é a empresa portuguesa Rockmont Properties, sabe o ECO.

Esta é a terceira operação da empresa espanhola em Portugal que desta forma alarga o seu portfólio imobiliário no país depois de em outubro de 2020 ter comprado o edifício onde funciona o Hospital Trofa Saúde em Vila Real, numa operação avaliada em 25 milhões de euros.

Em dezembro do ano passado, a Healthcare Activos comprou à FSG Saúde, a sociedade gestora de fundos imobiliários da seguradora Fidelidade, dois dos 26 hospitais explorados pela Luz Saúde, em contratos de arrendamento de longo prazo.

O edifício da CUF no Montijo tem uma área de 2.226 metros quadrados, onde funcionam um total de 30 gabinetes dos quais 16 são para consultas médicas, a que se somam duas salas de exames, duas salas de tratamento e laboratórios somando-se uma zona de radiologia com ressonância magnética, TAC ou ecografias e mamografias. Esta unidade de saúde não conta com internamentos.

Desde que abriu atividade, em 2016, a empresa espanhola especializada em ativos imobiliários ligados à saúde já comprou mais de 60 imóveis que totalizam mais de 450 mil metros quadrados e que envolveram um investimento que ronda os 850 milhões de euros. O portfólio da Healthcare Activos é composto por hospitais, clínicas e residências de saúde sénior.

O fundo soberano do Abu Dabi, tem uma participação de 49,4% na empresa, a seguradora Nationale-Nederlanden em 36,44%, e a Cbre IM, com 5,34%. No geral, a Healthcare Activos compra com 50% capital e 50% de dívida.

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